domingo, 24 de novembro de 2013

085 - NAO FOI no GRITO


 1814-2014 – O BRASIL ATENTO a DOIS SÉCULOS de

 GUERRAS ALHEIAS na BUSCA da HEGEMONIA PLANETÁRIA.

"Dominar o inimigo  sem combater,

isto sim, é o cúmulo da habilidade"  
SUN TZU - A Arte da Guerra –

capitulo III -  Plano de Ataque - aforismo 003

A observação preliminar, antes de qualquer mal entendido,  é distinguir que o mestre chinês escreveu em relação à “ARTE da GUERRA” e não da “CULTURA da GUERRA”.

CRUIKSHANK George -1792-1878  - O MUNDO das FADAS
Fig. 01 –  O mundo da fantasia e da imaginação infantil não é só um refúgio de uma cultura mas também constitui um índice. Índice dos caprichos de um EU adulto impotente do mundo real. Refugio do SEU MUNDO e que teme  ser traído internamente e ser espionado pelo MUNDO DOS OUTROS. A  ilustração inglesa do século XIX para imprensa popularesca e caricata britânica manteve e alimenta a intriga entre o SEU MUNDO e o MUNDO DOS OUTROS. O seu mundo BOM e HARMONIOSO ó refúgio  contra o mundo dos outros, essencialmente CAÓTICO, INCOMPREENSÍVEL, portanto MAU e capaz de espionar e trair. MALDADE e INJUSTIÇA que justifica qualquer guerra que ameaça à hegemonia do mundo BOM e JUSTO inclusive a preventiva para aniquilar a raiz desta ameaça.
O Brasil esteve atento  - e sem gritos -  na sua maneira peculiar de praticar a ARTE da GUERRA mantendo coerência com a norma milenar chinesa.  O Brasil continua atento às motivações e as formas de outras nações buscarem a hegemonia planetária. Como observador atento e criterioso acompanhou uma sequência de guerras e ações de sua pacificação desenvolvidas desde o Congresso de VIENA (1814-1815) até as recentes as ações da ONU nas quais esteve envolvido direta e ativamente. Sequências ininterruptas de guerras cujo núcleo continua sendo a busca de uma determinada nacionalidade ou de uma ou outra  forma de hegemonia planetária.


Fig. 02 –  A espionagem é movida pelo interesse no alheio,  na vontade de surpreender o OUTRO num momento de sua fraqueza e pela desconfiança. A gigantesca rede de espionagens entre as nações - que emergiram até novembro de  2013 -  põem todos os espiões do passado num amadorismo infantil. Espionagem numérica digital que, de fato, constitui a continuação, por outros meios,  das guerras físicas posteriores à Revolução Francesa

Nesta atenção cabe também a atual emergência da busca da hegemonia chinesa a partir de sua soberania  com reflexos na soberania brasileira.  Projeto de hegemonia cuja origem era de uma ou outra ideologia no âmbito de uma cultura desenvolvida, amparada e levada adiante por um ou mais estados nacionais federados. Ideologias que seguiam a premissa: “o que é bom para mim também pé bom para os outros”. Premissa que legitimava instalar, desenvolver e reproduzir qualquer forma de moral coerente com os sonhos, os projetos e os caprichos destes Estados nacionais que se sentiam suficientemente fortes para praticar qualquer temeridade. A culpa e as suas consequências de um eventual fracasso destes sonhos, projetos e caprichos eram assumidos pelos lideres saídos do nada e que não custava culpar e aniquilar. 

VERNET Emile-Jean Horace 1789-1863 - Polônia Vencida -c -1831 -óleo- 35 x 45  cm
Fig. 03    A nação  polonesa este colocada entre os temíveis exército prussianos e os nã menos temíveis cassacos e legiões dos exército  imperiais russos. A imagem do pintor Emile-Jean Horace Vernet denunciava, em 1831, a  terrível e implacável águia russa  se apoderando de  um príncipe polonês.  Isto não impediu este artista se colocar ao  serviço do tzar russo que o recebeu em São Petersburgo como príncipe...

Sonhos, projetos e caprichos nascidos da compulsão gerada pelo aumento da população mundial e a racionalização da produção tecnológica industrial. Produção, acúmulo e distribuição que permitiam a vida de mais seres humanos num círculo vicioso. Estas novas circunstâncias foram expressas pela derrocada da aristocracia de sangue e a ascensão das massas populares ao poder estatal. A disseminação de informações - falsas, verdadeiras ou parciais - detonaram estas energias acumuladas como barris pólvora e que geram conflitos e catástrofes que a humanidade jamais havia assistido antes.

VERNET  Emile- Jean  Horace 1789-1863 - O cachorro do regimento ferido 1819 óleo   53 x 64 cm
Fig. 04 –  A prioridade no cuidado com o bicho de estimação do regimento e  ferido no meio de uma batalha na qual muitos soldados tombam mortal feridos faz lembrar o adágio popular de que  “mais vale um cachorro do que um amigo cachorro”  mundo da fantasia e da imaginação infantil sendo espionado pelo mundo adulto numa ilustração do século XIX.  A imagem pode legitimar o aparente mundo BOM e HARMONIOSO dos soldados de uma nação cujos sentimentos o pintor quer exaltar contra o mundo dos inimigos, essencialmente MAU, INCOMPREENSÍVEL e CAÓTICO  portanto justifica qualquer guerra que ameaça à hegemonia do seu  mundo BOM e JUSTO.

Napoleão Bonaparte não tinha sangue nobre. Era proveniente das massas populares como a grande massa proletária emergente com a era industrial. Com esta credencial ele soube magnetizar com a sua ousadia, encantar esta massa popular com a sua temeridade pessoal. Encanto e magnetismo que ele soube usar para exigir sacrifícios nunca vistos antes. Sacrifícios coletivos do povo francês e de todos os demais povos emergentes que o admiravam e esperavam mudanças miraculosas provenientes desta Razão sem sangue azul como eles.

Conta-se que Napoleão  Bonaparte teria lido A ARTE da GUERRA de SUN TZU. Mas deve tê-lo devorado como mais um produto da cultura industrial. Assim entendeu a sabedoria do general chinês no seu repertório popular da época e o transformou num projeto pessoal muito diferente e distante do original.

Esta superficialidade deste ilustre leitor parecem são confirmados pelos relatos do CORREIO BRAZILIENSE (VOL. XI. Nº 66. Novembro de 1813- pp.814-816). No texto a seguir alguns dos equívocos resultantes dos projetos precipitados deste que ainda se equilibrava a sua precária coroa e no trono francês.
FRANÇA.

Tem sido uma observação geral, que as conquistas rápidas, e demasiado extensas, naõ pódem ser de duração: mas nunca o castigo da ambição descomedida seguio de mais perto o crime, do que no exemplo de Bonaparte. Teve este homem em seu poder findar a revolução Franceza, passar para sua familia o throuo Francez, e dar paz e socego á Europa. Cuidaria alguém que o alcance de objetos de tanta magnitude satisfariam a ambição de um aventureiro, que á força de crimes chegou a ser soberano de uma naçaõ poderosa. Mas naõ bastou isto: subjugou naçoens independente», e pacificas; metteo a contribuição seus alliados, meditou a ruina dos maiores Impérios da Europa; intitulou-se omnipotente; e expedio decretos em forma de prophecias.


USA -ÁGUIA BRANCA do MAR e  a sua PRESA- Guardian em 26.09.2013

Fig. 05 –  O mundo  animal dos raptores e das espécies dominantes não só alimentou a fantasia humana. A sua dominância foi traduzida destes tempos imemoriais em ícones, nomes de guerreiros  e estimulou a imaginação infantil nesta cultura da hegemonia a qualquer custo.

No 3°. bolletim, datado de Berlin dos 10 de Novembro 1806 declarou, que o exercito Francez naõ sairia de Berlin até se naõ entregarem as possessoens e colônias Hespanholas, Hollandezas, e Francezas, e so fizeste uma paz geral. No bulletin n. 9 disse, que era necessário que a presente guerra fosse a ultima, a fin  de que os que daqui em diante tomassem armas contra o povo Francez, conhecessem bem o perigo de taes emprezas, e de suas inevitáveis conseqüências. Ao 26 de Outubro de 1806 proferiu no Senado de Paris estas palavras : "Eu parto dentro em poucos dias, para me por em  pessoa á frente do meu exercito ; e cora a ajuda de Deus coroar El  Rey de Hespanha era Madrid; e arvorar as minhas águias nos muros de Lisboa. Era 29 de Fevereiro de 1813, ja depois de derrotado em Russia, declarou,"que estava satisfeito com seus alliados, que os naõ abandonaria, que manteria a integridade de seus Estados, que  os Russianos voltariam para os seus horrororos climas.


Rev. John George WOOD -  O mundo dos crocodilos -  c. 1863

Fig. 06 –  O problema da luta das espécies vivas com as demais - para a hegemonia na própria espécie onde o mais forte e competente triunfa – atravessou não só as Ciências biológicas.  As nações implementaram táticas, logística e estratégias aprendidas nesta luta das espécies dominantes. Ao mesmo tempo legitimava caçadas violentas para provar a superioridade dos caçadores. Estas violentas caçadas pela caçada,  levou muitas espécies ao limite de sua extinção irreversível.
 
Tudo isto tem succedido pelo contrario. Elle foi obrigado a sair de Berlin, e as colônias de Hollanda, e França longe de serem restituidas, entraram com as que restavam no poder da Inglaterra. O pretenso Rey de Hespanha he um triste fugitivo em França. Portugal está livre e seguro;  e as tropas Portuguezas e Hespanholas invadindo o sul da França. Os Alliados com quem Bonaparte se dava por satisfeito, longe de estar satisfeitos com elle, todos o tem abandonado; e o norte da França corre tanto perigo de invasão como o sul.

Quanto ao estado interno da França, naõ pôde haver duvida de  sua consternação. Ho mui difficil averiguar de um paiz estrangeiro, qual he a opinião publica em França; mas todos os symptomas  tendem a mostrar que o Governo soffre uma grande agitação. Bonaparte exige uma leva de 300,000 homens. O Senado suspende a execuçaõ da Constituição, naõ permittindo a renovação de uma terça parte de seus membros, que devia ter lugar. O ministério tem uma mudança considerável, nos chefes de todas as repartiçoens. Tudo isto prova a mais decidida agitação.


Sir George CLAUSEN - Respigadeiras retornado para casa -  1904 - óleo 92.7 x 122.6 cm  - Tate Gelerry

Fig. 07 –  As guerras sempre deslocaram os cargos, funções e os trabalhos na luta pela sobrevivência primária. O mundo feminino teve de assumir tarefas e pesos desproporcionais a sua constituição. Enquanto elas assumiam estas funções, os seus filhos, maridos ou pais estavam em combate de vida e  morte para se defender de projetos de hegemonia de nações que se julgam no direito de desconsiderar tudo este sacrifícios humanos fave aos seus “NOBRES, INEQUÍVOCOS e SAGRADOS DIREITOS à HEGEMONIA, se POSSÌVEL PLANETÁRIA e DEFINITIVA”.


Se reflectimos além disto, que em todos os momentos críticos desta revolução os Francezes se tiraram do embaraço momentâneo, mudando a forma do Governo, e imputando ao antigo todos os males acontecidos, posto que fossem quasi as mesmas pessoas, que compunham o Governo novo; nada nos admiraria se víssemos Bonaparte deposto do throno; e algum outro Governo substituído era seu lugar; e estamos persuadidos que as mudanças de ministério naõ tem outro fim senaõ tentar a opinião publica a ver se estas mudanças satisfazem; e se o descontentamento continuar, recorrer entaõ a mudança mais radical,

Os successos da guerra, que recapitulamos em outra parte, trouxeram a Paris Bonaparte, e a sua linguagem, era vez de profetizar conquistas nao faz mais do que appellar para orgulho nacional Francez, conjurando o povo a que se defenda da invazaõ que o ameaça.

Se a ruina do exercito exigio a leva de 300 mil homens, a decadência das finanças obrigou ao expediente de duplicar os tributos, espécie de vexame, a que até aqui naõ estavam os Francezes muito accustumados.
Ao mesmo tempo que em Paris se estavam apresentando á Imperatriz  Memórias de parabéns, que se pretendiam serem escriptas na Hollanda, os Hollandezes estavam expulsando de seu paia as autholidadas Francezas, e declarando a sua independência


NAPOLEÃO no HMS BELLEROPHON para SANTA HELENA por William Quiller Orchardson  (1832-1910) em 1880- tela 165.1  x  248.9  cm

Fig. 08 –  Os vencedores dominaram e agora conduzem o vencida  como troféu para o mundo que controlam. O ex-imperador francês estava experimentando a verdade do velho ditado guerreiro de que “com as baionetas é possível FAZER tudo, menos permanecer sentados sobre as suas pontas”.  Estava a caminho de uma ilha solitária na qual  os seus  caprichos de um EU adulto tornavam impotentes. O seu FAZER pelo FAZER, as suas longas marchas, as suas vitórias arrasadoras e as humilhações impostas aos  soberanos e ao próprio pontífice, nada mais lhe valiam. Ao contrário eram  pesos arrasadores na sua memória impotente. Aprenderia agora o “AGIR sem AGIR” da milenar sabedoria  oriental.


A confederação do Rheno está extincta, e todos os principes de alguma nota, que pertenciam a esta forçada e violenta ligas tem revoltado, e unido aos Alliados. A Suissa sacudio o jugo de seu  pretenso Mediador ; e supposto, que por hora sô se tenha declarado neutral, ninguém duvida que e»te seja o primeiro passo para se resolver contra a França. O Tirol, e parte das costas do Adriático incluindo o importante porto de Trieste obedecem já ao Imperador de Áustria, e quanto á Itália, Eugenio Beauharnois, tem sido obrigado a retirar-se para aquém do Adige, com o fraco exercito que commanda.

No entanto Napoleaõ continua a ter em prisaõ o Summo Pontifice, e o legitimo Soberano da Hespanha; mas estas victimas da traição e da aleivosia, naõ podem com seu captiveiro melhorar a condição do tyranno, antes servem de fazer mais conspicua a sua horrorosa injustiça.

Em uma palavra, he chegado o momento em que Bonaparte deve, sem remédio, ver humilhado o seu orgulho.
-*%%*».

Resta registrar a situação da cultura chinesa em franca busca de hegemonia planetária e à sua maneira. Cultura que usa,  em novembro de 2013,  a logística, os argumentos a percepção de  mundo dos seus concorrentes. Estes se sentem prestigiados e trabalham voluntários nas grandes metas do atual Estado chinês.  Este não entra em contradição com o seu passado milenar, pois sabe " dominar o inimigo sem cpmbater é o cumulo da babilidade" conforme lhe ensinou o seu mestre SUN TZU, na sua Srte da Guerra (capitulo II - Plano de Ataque -aformos  003)  . Estado chinês que soube aplicar o ocidental Carl Marx na sua busca de dominar o seu inimigo sem gritos e sem a rigidez de um nacionalismo fixo e de um passado morto. Estado chinês possui logística, argumentos e  percepção de mundo bem distinto da ex-União Soviética e de outras nações. Nações com ideologia fixa e linear que seguia, a risca, a cartilha de “O Capital” sem terem a flexibilidade resultante do repertório, da cultura e da sabedoria milenar herdados de um Lao Tzé ou de um Sun Tzu.



http://historiarn.blogs.sapo.pt/2008/10/?page=2

Fig. 09 –  O IMPOTENTE e SOLETÁRIO EU entregue à NATUREZA de uma ilha solitária no meio do Oceano Atlântico Sul. Neste ambiente a fantasia e a imaginação tentaram  gerar narrativas autobiográficas favoráveis a este EU desterrado.  Como o presidiário julga-se - na sua cela -  o mais inocente diante das mais inequívocas e tangíveis provas do tribunal que o condenou

Enquanto isto o moço francês tantas FEZ que acabou FAZENDO BESTEIRAS MONUMENTAIS. FEZ tantas que foi para a panela de Santa Helena. Perdeu, neste caminho, o cetro e a coroa imperial que ele mesmo se impusera. O exemplo de Napoleão não surtiu efeito. No seu caminho de FAZER BESTEIRAS MONUMENTAIS seguiu um cortejo de outros ditadores de todos os quadrantes. Estes continuaram a FAZER BESTEIRAS MONUMENTAIS. Estas lições negativas e estes fracassos valeram ao Brasil continuar atento à norma milenar chinesa. Nesta atenção busca reforçar as normas ARTE da GUERRA que atravessaram incólumes guardando o seu sentido, natureza e a sua maneira peculiar de praticá-las.  Atento às motivação de uma ou outra forma de imposição de outra nações e de ditadores que buscam hegemonia planetária com reflexos imediatos na  soberania brasileira.

FONTE BIBLIOGÁFICA

SUN TZU – A ARTE da GUERRA (3ª ed.). São Paulo: Martin Claret, 2013, 157 p.


FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

TURNER e BATALHAS MARÍTIMAS




1914-2014 - UM SECULO de GUERRA




NAPOLEÂO em SANTA HELENA






O EU não é ARTE




John George WOOD 1827-1889




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MÁGICO de OZ  DOMINANDO o MUNDO por Justin GERARD






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