quarta-feira, 4 de setembro de 2019

187 – NÃO FOI NO GRITO

   CORRUPTOS e CORRUPTORES  no BRASIL em SETEMBRO de 1819 e de 2019.


Os empregados subalternos corrompidos, tiram de sua mesma corrupção os meios de peitar seus corrompidos superiores; e todos, em vez de louvar, escarnecem o homem honrado, que por falta de meios vive na pobreza, quando os outros se fartam na opulência: e uma vez que tal estado de cousas se estabelece como sistema, é inútil procurar o remédio no castigo de um ou outro indivíduo; porque do estabelecimento deste sistema de corrupção se segue, que só será punido aquele, que não tiver com suas injustiças acumulado dinheiro suficiente para comprar sua impunidade. CORREIO BRAZILIENSE  - SETEMBRO de 1819   - p,300
Fig. 01 As pinceladas de GOYA  evidenciam o tenebroso espetáculo da corrupção  As condições atuais brasileiras não diferem daquelas que puderam oferecer tanto no PERIODO COLONIAL como aquelas extras temporãs e atrasadas da ERA INDUSTRIAL


No BRASIL a sórdida CORRUPÇÃO segue incólume, tanto em SETEMBRO de 2019, como em  SETEMBRO  de 1819. Deste pegajoso e fétido pântano emergem corruptos e corruptores na mais franca camaradagem, tanto em 1819 como em 2019, Para perceber a corrupção brasileira,  do ano 2019, basta se conectar ou ler qualquer periódico independente nacional o estrangeiro com noticias sobre a ECONOMIA, a JUSTIÇA e a POLÍTICA BRASILEIRA . Para o ano de 1819, basta acompanhar as páginas do CORREIO BRAZILIENSE para encontrar o mesmo quadro calamitoso da CORRUPÇAO ENDÊMICA.
Fig. 02 Em setembro de 2019 só crescem e se aprofundam os sentimentos e os protestos individuais e coletivos contra corrupção, a inépcias e  as ideologias deslocadas e fracassadas Continuam e repetem as condições no PERIODO COLONIAL e não diferentes daquelas da ERA INDUSTRIAL atrasada copiadas de outras culturas mais instruídas, educadas e com sólidos pactos e contratos sociais, políticos e econômicos



CORREIO BRAZILIENSE  SETEMBRO de 1819 VOL. XXIII. N° 136. Q Q  pp.300-307 -  .
Rejlexoens sobre as novidades deste mez.
REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL, E AL6ARVES.
Partidos Políticos na Corte.
A má administração, nas finanças e na justiça, he objecto de reproche geral no Brazil: naõ ha quem se attreva a louvar estes dous ramos do manejo dos negócios públicos ; e todos os que nelles faliam, exprimindo-se com mais ou menos gráo de vehemencia, concordam em dizer, que ha nisto a maior razaõ de queixa. Quando a corrupção he geral, naõ basta applicar remédios aos casos particulares, que possam vir ao conhecimento do Governo, he também necessário e essencial, o buscar o mal em suas fontes, para ali o atalhar. Tomemos, como hypothese, que he verdadeira a accusaçaõ contra os Magistrados do Brazil: se naõ he verdadeira, pelo menos he tam geral, que nos authoriza a tomalla em hypotese: para lhe propor algum remédio. Neste caso, pois, ainda que haja algum, ou alguns empregados justos e íntegros, nem podem estes servir para estabelecer as regras geraes, nem a sua influencia para com os outros conrompidos pôde produzir bem algum.
Os empregados subalternos conrompidos, tiram de sua mesma corrupção os meios de peitar seus conrompidos superiores; e todos, em vez de louvar, escarnecem o homem honrado, que por falta de meios vive na pobreza, quando os outros se fartam na opulencia: e uma vez que tal estado de cousas se estabelece como systema, he inútil procurar o remédio no castigo de um ou outro indivíduo ; porque do estabelicimento deste systema de corrupção se segue, que só será punido aquelle, que naõ tiver com suas injustiças acumulado dinheiro sufriciente para comprar sua impunidade. Lembrámos já, e por mais de uma vez neste nosso periódico, que a introducçaõ dos jurados seria uma medida geral, tendente a cohibir em grande parte a corrupção dos magistrados: mas restam ainda os Governadores, os Officiaes da Fazenda, e outras pessoas, em cujas repartíçoens naõ podem entrar os jurados, e a cujas practicas corruptas he também essencial obviar. Nestes ramos naõ se pôde achar meio mais efficaz de cohibir as más practicas, do que fazer com que ellas possam ser examinadas e discutidas em publico; isto he, com aquelle gráo de publicidade, que a natureza da matéria permittir; sem exceptuar disto nem mesmo os procedimentos dos Ministros de Estado. Ehe com estas vistas, que dissemos pensadamente," o grilo de publicidade, que a natureza da matéria permittir;" visto que mui bem sabido he, que ha muitos pontos da Administração, que naõ convém revelar a todo o mundo. 

Fig. 03 A intensa exploração do mundo e da América permitiu aos ingleses um mapeamento preciso e oportuno para seus negócios O mapa da AMÈRCA do SUL do ano de 1808 demonstra do conhecimento tanto dos Oceanos como dos rios e possíveis rotas terrestres dos seus produtos da PRIMEIRA ERA INDUSTRIAL que eram encomendados e entregues prontamente com evidentes vantagens sobre qualquer concorrente local ou de outras nações concorrentes


Porém, ainda nestes mesmos caáos ; julgamos, que o comportamento dos Ministros de Estado, devia ser discutido em um Conselho assas numeroso, para que os pontos discutidos tivessem ao menos este pequeno gráo de publicidade; e quanto aos Administradores subalternos, podia o seu proceder ser, sem inconveniente, objecto da mais publica discussão. Parece-nos que pequena reflexão basta, para mostrar a vantagem deste systema, sobre o que actualmente se practica. Na actual rotina suecede, que projecta um Secretario de Estado qual quer medida, e representando-a como utü ao Soberano, obtém delle a sua saucçaõ. Esta medida naõ foi discutida; e por conseqüência naõ se ouviram as razoens contra e a favor, naõ se instaram os argumentos de uma parte e d'outra: e tudo se estriba somente na opinião certa ou errada, de que se imbuio o Secretario de Estado. Acontece, porém, algumas vezes, que outro Secretario de Estado, ou personagem de influencia, quer desbaratar aquella medida de que falíamos ; seja por julgar que ella he prejudicial ao publico, seja por espirito de partido ou personalidade coutra o Ministro projectista. Como este opponente naõ tem, segundo a practica actual, meio algum legal de fazer a sua opposiçaõ recorre á intriga oceulta da Corte, e, se he nella bem versado, e tem meios, chega a conseguir arruinar o projecto do outro, sem que este possa nem se quer saber, quaes fossem as objecçoens, nem qu aes os opponentes de sua medida.
Nestes termos, a adopçaõ ou regeiçaõ de qualquer medida publica, naõ depende de forma alguma de sua conveniência ou disconveniencia com o interesse publico; porque he a medida adoptada, se boa pareceo ao único homem que a concebeo; e he rejeitada, se a cabala oceulta pôde achar meios de a frustrar.
Deste estado das cousas, naõ somente se segue o mal de naõ passarem as medidas publicas por aquelle escrutínio de discussão, que se requer, e he essencial para seu maduro exame ; mas também daqui resulta a origem de facçoens e cabalas occultas, que, espalhando-se depois pela naçaõ, tem grande influencia na corrupção dos custumes. Ja que ha tanta repugnância em submetter as medidas publicas á discussão de um Conselho da Naçaõ, recommendariamos esta discussão em um Conselho d' El Rey. Mas he essencial neste plano, que as discussoens sejam publicas a todos os do Conselho, e que se permitta tudo á apposiçaõ manifesta, a fim de evitar a intriga occulta
Fig. 04 A princesa CARLOTA JOAQUINA (no círculo) retratada, por GOYA.  na CORTE DO REI da ESPANHA foi educada nu REGIME MONOCRATICO e no DIRETO DIVINO das FAMÌLIAS REAIS.  O seu casamento com o Príncipe Regente e depois rei DOM JOÂO VI trouxe  para América da qual sentia-se uma das herdeiras tanto na sus condição espanhola como lusitana. Quando o seu marido tornou-se REI CONSTITUCIONAL Carlota Joaquina teve de ser internada

He verdade bem conhecida pela experiência, na moral de todas as naçoens, que quando os homens naõ podem expor suas opinioens ou seus resentimentos, em publico modo ou maneira legal, recorrem á intriga e machinaçoens escondidas, e dahi aos assassinatos, e todos os mais crimes, por que aventem suas paixoens. Daqui vem, que, nos paizes aonde he permittido a todos o dizer os seus sentimentos em publico, rarissiraas vezes suecedem conspiraçoens occultas ; e estas saõ freqüentíssimas aonde se supprime toda a expressão de opinião nos negócios públicos. A esta causa attribuimos nós a mudança, que se observa, na forma de administração, e até diríamos na mesma Constituição ; porque he tal a arbitrariedade dos empregados públicos, que obra cada um na sua repartição como se fosse rey; assim quasi se pôde dizer, que ha um Rey Supremo, e reys subordinados : óra isto sem duvida naõ he, nem nunca foi, a forma de Governo de Portugal. ¿ Naõ se remediaria isto, se o comportamento dos homens públicos fosse objecto de publica discussão? Entaõ poderia El Rey ser bem informado de tudo o que se passa, para o poder remediar; quando no estado presente das cousas, he-lhe moralmente impossível saber o que vai de máo em seus estados; porque todo o systema tende a occultar a corrupção dos homens públicos;visto que todos tem niso interesse, excepto o povo que naõ he ouvido. 

Fig. 05 -  O que mudou, entre setembro de 1819 e 2019, foi a QUANTIDADE e a VELOCIDADE das  INFORMAÇÔES à disposição do GOVERNOS CENTRAIS das atuais NAÇÔES No entanto e a QUALIDADES e a AGILIDADE no USO deste volume atual parece que entorpeceram e colapsaram  o enfrentamento da CORRUPÇAO que CRESCEU, se SOFISTICOU e POLUIU e ESPAÇO PÙBLICO. Pelo mapa mundial das atuais 200 nações soberanas  as  condições brasileiras juntam-se com aquelas mais atrasadas e não diferem daquelas que puderam oferecer tanto no PERIODO COLONIAL. Apenas cresceram com a atrasada ERA INDUSTRIAL e se potencializaram na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL

Poderão dizer-nos, que El Rey ouve a todo o indivíduo queixoso. Isto he assim : e concedamos mais ex abundanti, que El Rey pôde acudir ao remédio de todos esses indivíduos, que se acham ofendidos; mas de certo nenhum particular tomará sobre si o ir requer á Corte e queixar-se a El Rey, contra a má administração do Erário, contra a má ley sobre o commercio, ou contra a falta de providencias a favor da agricultura; e com tudo, saõ isto matérias do mais alto interesse á naçaõ, que, por falta da discussão publica, naõ ha meios de fazer chegar a verdade aos ouvidos do Rey. He desta fonte que nascem as cabalas e partidos occultos, que dilaceram a Corte do Rio-de-Janeiro, e que nos obrigaram a escrever este artigo, que applicaremos a um exemplo recente
Emigração de SUÍÇOS ao BRASIL
Fig. 06 O sonho e os caprichos do “BRANQUEAMENTO da RAÇA” atriu os primeiros imigrantes não ibéricos ao Brasil Aqui foram destinados a ocupar as senzalas de uma propriedade agrícola falida No entanto a inépcia, preguiça e os interesses do empreiteiro falido foram amplamente recompensados pe s condições atuais brasileiras não diferem daquelas que puderam oferecer tanlo erário público brasileiro
Suggerio-se a idéa de attrahir para o Brazil população da Europa. Neste periódico repetimos, por vários números, a importância deste objecto, ja para obviar a falta de trabalhadores, que se deve seguir á extincçaõ da escravatura; ja para melhorar a raça humana no Brazil, summamente damnificada pela mixtura do sangue Africano. Adoptou-se por fim esta útil idea, e com muita razaõ se olhou para a Suissa, como um paiz, que podia ministrar ao Brazil a mais útil população, em todos os sentidos, e até se nomeou um Ministro para residir na Suissa, a fim de promover a emigração dali para o Brazil. A importância do objecto merecia todo este cuidado: vejamos porem como se houveram na matéria. lmpôz-se um tributo, na importação dos escravos, para com o seu producto occurrer as despezas do plano : mas puzeram-se esses fundos á discrição de um indivíduo, o Monsenhor Miranda, como senhor despotico desta repartição. Elle escolheo o território do Canta-Gallo, para situar a colônia, que se espera da Suissa; e o terreno, que para isso se escolheo, dista da Capital somente vinte léguas, custou a seu proprietário, que éra o Monsenhor Almeida, 500,000 reis, e o comproou a Fazenda Real, para este fim, por 10:000.000 de reis. Por aqui começou a economia. Deo-se, como razaõ desta escolha, a cansai de ser a temperatura do Canta-Gallo mais fria e análoga á Suissa ; como se os Suissos fossem plantas melindrosas, que he preciso aclimatizar ou como se naõ houvessem nos sertoens das Minas, e nas margens dos inumeráveis rios, que daquella immensa bacia correm ao oceano, immensas terras baldias, que todos os dias se dam de graça, mesmo a pessoas, que naõ tem meios de as cultivar. Nestes termos, nenhuma necessidade havia de gastar 10:000.000 de reis na compra de tal terreno. 
Fig. 07 O resultado da acumulação do TRABALHO ESCRAVO estimulado pelos subsídios governamentais  permitiram a construção de prédios particulares que os proprietário usavam como moeda de troca de benefícios, isenções e títulos que faziam empalidecer o que ofereciam aos governantes. Entre eles estava o prédio do PRIMEIRO MUSEU NACIONAL criado e administrado por uma burocracia que se alimentava e reproduzia graças ao ERÀRIO PUBLICO do ESTADO BRASILEIRO

Mas o mesmo succedeo, diremos aqui de passagem, com umas casas, que Joaõ Pereira de Almeida edificou. e que lhe custaram 45.000 cruzados, e que foram compradas pela Fazenda Real, para nellas se estabelecer a Museo do Rio-de-Janeiro, dandose por ellas 80 mil cruzados. O Monsenhor Miranda he também o Inspector deste Museo. 
Fig. 08 - Na construção dos armazéns destinados às “PEÇAS” importadas da África  estava longe de qualquer objetivo humanitário  Destina-se para que os ESCAVOCRATAS receberem escravos capazes de produzirem abundantes lucros. Assim a  ERA INDUSTRIAL era mais uma inimiga destes corruptos, atrasado e preguiçosos privilegiados pela manutenção legal da ESCRAVATURA no BRASIL. Evidente esta manutenção exigia um infraestrutura adequada que podia ser ótimo negócio para os empreiteiros que usavam ao seu modo estas “PEÇAS” nestes projeto governamentais
Julgou-se necessário estabelecer armazéns no Rio-de-Janeiro, para accommodaçaõ dos escravos, que se importam da África. Para occuner a estas despezas se impóz um tributo de 400 reis por cada negro, dos quaes entraram no Rio-de-Janeiro, nos annos de 1810, e 1811, mais de 30.000. Fizéram-se com effeito os taes armazéns; mas as accommodaçoens saõ tam más, que os donos dos escravos os naõ deixam lá estar por muitas horas, do contrario morreriam todos. 
Fabrica Real de pólvora de Dom João VI http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/casa-dos-piloes.html +
Fig. 09 As indecisas experiências da ERA INDUSTRIAL pode ser observadas na CASA dos PILÕES do  Rio de Janeiro.   Destinada a preparar a pólvora para o exército e marinha brasileira  foi corrompida desde os primórdis por SÒCIOS do GOVERNO   As Sócios qe primavam em manter os seus privilégios, mordomias e gordas recompensas em cima de uma necessidade do governorno e da sua defesa armada
A fabrica Real de pólvora está em decadência, quando tem no Brazil o excellente salitre de Minas, que se pôde comprar a 500 reis : mas contra isto está o interesse dos que administram a pólvora, desembarcada dos navios para a Ilha das Cobras : d'onde se torna a vender, e os barris voltam para bordo cheios de areia. Quando se quizéram estabelecer correios marítimos para Lisboa, se compraram no Rio-de-Janeiro dous navios Inglezes; em vez de se construírem lá, por menos preço do que aquelles custaram. O Visconde de S. Lourenço, Thesoureiro Mor, sabe a quem, e por quanto comprou os taes navios; mas naõ sabe, que pára na nossa maõ uma carta desse mesmo sugeito, que vendo os taes navios na qual elle declara, que o preço regular para obter as sentenças he de tantos por cento; mas que no caso, de que falia a tal carta, a instâncias do Senhor fulano, se pôde ajustar por menos. Esta carta nos veio parar á maõ; porque no caso de um processo judicial em Londres foi preciso apresentalla ao Tribunal. Que vergonha para a Administração do Brazil!! Que contraste com a Ingleza !!! 
Fig. 10 Em setembro de 2019 a capital do Brasil figura com símbolo do tenebroso espetáculo da CORRUPÇÂO  herdada da ERA INDUSTRIAL comandada pelo Rio de Janeiro que por sua vez teve sagazes mentores COLONIAS sediados em Salvador da Bahia  Esta corrupção aramada com os recursos da ÉPOCA PÕS-INDUSTRIAL supera em volume e astúcias da ERA INDUSTRIAL e da PERÍODO COLONIAL


Arde o Brazil em recrutas para a tropa: a agricultura do Rio Grande fici os mais decididos incommodos com as levas, que se tiram para a guerra do Rio-da-Prata : em Pernambuco naõ querem os sertanejos virá cidade, com medo de que os prendam para soldados, embrenham-se pelos matos, e por mais abundante que tenha sido a colheita do algudaõ, falta este no mercado, porque naõ ha quem se ofereça  a conduzillo, com medo de que lhe assentem praça. Tudo se remediava, se as levas fossem feitas na Suissa, e se ficialid aos alistados levarem sua mulheres; teriam soldados, em quanto fic servissem; depois cidadãos, sem custar nada ao Erário; porque fic procurariam por si mesmos estabelecer-se, e os naturaes do paiz se veriam livres do oficial, que mais os incommóda. Que he o temor de se ser prezo para soldado
Fig. 11 - Os números e a realidade desmentem as esperanças de setembro de 1819 do redator do Correio Braziliense  As condições atuais brasileiras não diferem daquelas que puderam oferecer tanto no PERIODO COLONIAL como aquelas extras temporãs e atrasadas da ERA INDUSTRIAL


De tudo isto, pois, concluímos, que a Administração no Brazil naõ pôde melhorar-se em quanto existirem os partidos ficial da Corte, que favorecem a prepotência dos empregados, e com isso a corrupção de toda a sorte : e nos parece que esse systema se extinguirla, coma introducçaõ de taes formas, que as medidas publicas recebessem mais ou menos publica discussão previa; e que igualmente publica fosse a investigação do comportamento dos empregados pelo Governo, nas oficialidade das repartiçoens. Nisto teremos occasiaõ de insistir outra vez; e naõ desesperamos de ver ainda neste ponto reformas, que sejam úteis ; porque da boa vontade do Soberano estamos mui seguros. 

Fig. 12 O primeiro navio movido a vapor atravessou, no dia  24 de maio de 1819, o Atlântico em 28 dias. No entanto os países lideres da ERA INDUSTRIAL já possuíam  uma boa frota de navegação da cabotagem, lagos e rios destes barcos movidos a vapor. No Brasil, de setembro de 1819, este invento caiu nas mãos de empresários abundantemente privilegiados com direitos exclusivos além de subsidiados pelo governo sem que os destinatários, dos altos valores do erário publico, entregassem o produto e os serviços prometidos

Melhoramentos necessários ao Bra zil.
Por decreto de 3 de Agosto de 1818, foi S. M. servido conceder ao Marechal de Campo Felisberto Caldeira Brant, ao Commendador Pedro Rodrigues Bandeira, e ao Capitão Mor Manuel Bento de Souza Guimaraens, o privilegio exclusivo por tempo de quatorze fanos, para que só elles possam ter barcos de vapor nos rios, e costas da província da Bahia, debaixo da condição expressa de realizarem a introducçaõ do primeiro barco, no anno de 1819.” 

R$ 17,5 bilhões do erário público estão enferrujando nos estaleiros brasileiros
Fig. 13 - O tenebroso espetáculo dos destroços de ESTALEIROS com os seus lúgubres navios, sondas e equipamentos  se ACUMULAM por todo o Brasil de setembro de 2019. Frutos malditos  da corrupção orquestrada por  EMPREITEIRAS que acumulam FORTUNAS PÙBLICAS proveniente de pseudo ESTÌMULOS, de PRIVILÉGIOS SEM FIM e de IMUNIDADE JURÍDICA orquestradas pelos  seus SÒCIOS de dentro e de fora do GOVERNO BRASILEIRO  Repete-se em setembro de 2019 -  ao voo e a cores diante dos olhos de todos - o triste espetáculo denunciado há 200 pelo Correio Braziliense de setembro de 1819

Ao mesmo tempo, que lemos o paragrapho acima, nas noticias do Brazil, vimos uma exposição dos melhoramentos progressivos dos Estados-Unidos ; e achamos nessa exposição uma lista com os nomes e toneladas dos barcos movidos com vapor, que se empregam nos Estados-Unidos : saõ 35 em numero, de porte de 40 ate 443 toneladas, cuja somma total monta a 7.250 toneladas. Estaõ-se fabricando outros, cujas toneladas montarão a 13.257.
Agora he bem digno de reflectir-se e indagar a causa, porque, sem privilégios exclusivos, e sem incentivos do Governo, a útil invenção dos barcos movidos a vapor se tem tanto extendido nos Estados-Unidos, e no Brazil apenas se falia nella ; e até para sua adopçaõ se julga necessário dar um privilegio exclusivo, aos que introduzirem no Brazil esta invenção de tantos fic conhecida, nas outras partes do mundo.
Mudemos de scena; e refiramos a seguinte noticia, ficialida pelo Cônsul Inglez na Ilha de S. Miguel. O navio Princeza do Brazil Cap. B. P. de Araújo, entrou no Fayal, depois de ter pelejado duas acçoens muis vivas, aos 2 e 5 de Julho, com um grande corsário Insurgente, que foi repulsado com muita galhardia. O Hercules, outro navio Portuguez, que vinha em companhia do Princeza do Brazil, calo no poder do corsário; porque naõ tinha senaõ 2 peças e 30 homens a bordo ; Ia para o Porto, com uma carga de assucar, fic, couros, e dinheiro. O Corsário içou varredouras, dando toa ao Hercules, fora do alcance da artilheria do Princeza do Brazil ; do contrario pouca duvida ha, que aquelle navio seria retomado. O capitão do Princeza, he oficial da marinha Real, e se comportou, assim como a sua equipagem, mui valorosamente; teve 9 homens mortos, e 12 feridos, entre os primeiros foi o segundo piloto. Pelo que disse o Capitão do Hercules, que foi levado para bordo do Corsário; este disse, que saíra de Baltimore havia 20 dias, e que havia ja tomado o navio Portuguez Flora, indo do porto para o Rio-de-Janeiro.
Em resumo a sórdida CORRUPÇAO do BRASIL segue incólume, em SETEMBRO de 2019, e incrementada e mais subliminar do que nunca. O  texto do CORREIO BRAZILINSE de SETEMBRO  de 1819 é claro prenúncio de que nada mudou nestes dois últimos séculos, Apesar das mudanças de regimes, de ideologias e tecnologia o lamaçal da corrupção é muito mais profundo, hereditário e pegajoso  do que políticos, economistas e juristas bem ou mal intencionados querem mostrar. 
FONTES NUMERRICAS DIGITAIS
Emigração de SUÍÇOS ao BRASIL

Fabrica Real de pólvora de Dom João VI

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MUSEU IMPERIAL entregue as CHAMAS

CORRUPÇÂO no BRASIL

1819 ARTE NO BRASIL
FALECIE no RJ Pintor JESUINO MONTE CARMELO
Neste ano, Sigismund Neukomm compõe no Rio de Janeiro "O amor brasileiro" (capricho sobre um lundu), uma das primeiras obras para piano solo escritas no Brasil.

SÍMBOLOS da CORRUPÇÂO

TOLERÂNCIA e CORUPÇÂO

CARLOTA JOAQUINA no QUADRO de GOYA

A PERCEPÇÂO de CORRUPÇÂO no BRASIL aumenta em 2019

BRASIL cai do 96º lugar  para 105º na TRANSPARÊNCIA para a CORRUPÂO
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DISCURSO e PRÀTICA

      in CORREIO BRAZILIENSE, novembro de 1814,  p. 710

R$ 17,5 bilhões do erário público estão enferrujando nos estaleiros brasileiros
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