quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

231 - NÃO FOI NO GRITO - INDEPENDÊNCIA ou MORTE

INDEPENDÊNCIA ou MORTE ”...ainda que esta declaração de Independência trouxesse consigo inconvenientes, maiores do que lhe supomos, nenhum destas seria tão grande, como o mal de se conservam os Brazilieses na incerteza de sua sorte politica. A vacilação, a desconfiança, a sucessiva proposição de vários planos, conforme as circunstancias fossem mudando, produziriam uma fermentação continuada no espirito publico, donde necessariamente veria a anarquia pública, que não poderia depois remediar-se senão com a introdução do mais funesto despotismo” Correio Braziliense dezembro de 1822 VOL XXIX. N.° 174. 4 H p 595
https://historiadorioparatodos.com.br/timeline/1822-aclamacao-de-dom-pedro-i/ Fig. 01 – O anúncio público e definitivo da INDEPENDÊNCIA do BRASIL de PORTUGAL realizou-se no dia 12 de outubro de 1822 no Rio de Janeiro Ao mesmo tempo proclamava Dom PEDRO I como IMPERADOR e desfraldava a bandeira imperial e oficializava os seus símbolos Correio Braziliense, dezembro de 1822 VOL XXIX. N.° 174. 4 H pp 593 -599 Miscellanea. Reflexoens sobre as novidades deste mez. RLYNOS DESUNIDOS DO BRAZIL e PORTUGAL. Império do Brazil. Cumpriram-se enfim os prognosticos, e alcançaram as Côrtes de Portugal realizar a desmembração da antiga Monarchia Portugueza, estimulando o Brazil, a pezar dos desejos de uniaõ daqueles povos, a declararem a sua total independência, e constituirem-se em naçaõ separada de Portugal; porque naõ éra possível que sofressem por mais tempo ser tranquillos expectadores da guerra civil, com que se intentava incendiar o Brazil, debaixo do apparente e enganoso nome de confraternidade, e das palavras de igualdade de direitos, e com os factos, em opposiçaõ, tendentes a tornar a reduzir o Brazil a colonia de Portugal. Clamava todo o Brazil, que naõ queria perder a tua dignidade de Reyno, posto que desejasse continuar a sua uniaõ com Portugal: mas as Cortes, com a mais coniradictoria hypocrisia, pretendiam crer, que o povo do Brazil naõ desejava conservar ao seu paiz a categorla de Reyno, e ao mesmo tempo, que só tendia a fazer-se independente; e neste sentido continuaram as provocaçoens, e as expediçoens hostis, os decretos absurdos de presunçoens, e ordem de prisoens, contra os cidadãos mais couspicuus do Brazil, naõ exceptuando sequer de seus fulminantes decretos o mesmo Pricipe Regente, cujos cerviços na causa da uniaõ mereciam os mais cordeaes agradecimentos dos Portuguezes. Chegou por fim o momento em que o povo Braziliense, desesperarado pelo comportamento das Cortes, que naõ prometeeria melhora nem offerecia signaes de arrependimento, conhecéo que a sua prosperidade, a sua segurança, e até a sua existência como Naçaõ, só lhe podia provir da completa separação de Portugal; e tal éra o enthusiasmo com que se decidiu a esta medida, que foi preciso que a Câmara do Rio-de-Janeiro tentasse, pelo Edital que copiamos a p. 582, acalmar algum tanto os espíritos do povo, rogando-Ihe, que deferisse a sua declaração até o dia 12 de Outubro, por sei o natalicio do seu destinado Monarcha.
Fig. 02 – O Escudo de ARMAS do BRASIL possui uma primeira versão encimado pela COROA REAL craveljada de diamantes. Com o tempo, esta COROA DIAMANTINA REAL, foi substituída pela COROA IMPERIAL O ato ndo dia 12 de outubro de 1822 no Rio de Janeiro proclamava Dom PEDRO I como IMPERADOR difernciamdo do seu pai Doam João VI que era REI Aos 18 de Septembro decretou S. A. R. o escudo d’Armas para o Reyno do Brazil, sendo, em campo verde uma esphera armilar de ouro, atravessada por uma cruz da Ordem de Christo, e circulada a mesma esphera de dezenove estrelas de prata, em uma orla azul ; e firmada a coroa Real diamantina sobre o escudo, cujos lados saõ abraçados por dous ramos das plantas do caffé e tabaco.
Fig. 03 – A BANDEIRA do BRASIL INDEPENDENTE foi sugerida por Jeam Baptiste DEBRET e desfraldada no dia 12 de outubro de 1822 no Rio de Janeiro um palácio adornado conforme a MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA. Porém o Correio Braziliense omitiu, nas suas páginas, qualquer referêncai á presença e obra destes artistas no Brasil . Acredita-se que esta lacuna seja intencional pelas concicções antigaulesas de Hipólito José da Costa Ordenou também o mesmo decreto, que a bandeira nacional fosse composta de um paralellogramo verde, e nelle inscripto um quadrilátero romboidal cór de ouro, ficando no centro deste o escudo das armas do Brazil.
Fig. 04 – O TOPE NACIONAL BRASILIENSE era complemento das FITAS AURI VERDES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL. O mote “INDEPENDÊNCIA pu MORTE” foi o mais largo e universalmente difundido e repetido no espaço publico brasileiro.. Outro decreto da mesma data fixou o laço ou tope nacional Braziliense, composto de verde de primavera e amarello d'ouro; e para divisa voluntária dos patriotas do Brazil, uma flor verde no braço esquerdo, dentro de um angulo de ouro, com a legenda, "Independência ou Morte," lavrada no dicto angulo. Nada disto éra bastante para satisfazei- um povo irritado, e foi preciso ceder á torrente, sendo acclamado, no dia 12 de Outubro, o Senhor D. Pedro Primeiro Imperador Constitucional do Brazil, e conservando o titulo, que ja o Povo lhe havia dado, de seu Defensor Perpetuo, como se vê na Acta, que deixamos copiada no principio deste N°. No seguinte dia, 13 de Outubro, expedio S. M. I. um decreto; pelo qual ordenou; que, nos tribunaes e mais repartiçoens publicas, se use geralmente do titulo de Majestade Imperial, quando no expediente dos negócios se dirigirem a sua Augusta pessoa; que nas provisoens se principie pela formula "D. Pedro pela Graça de Deus, e unanime acclamaçaõ dos Povos, Imperador Constituiconal, e Defensor Perpetuo do Império do Brazil:" e que nos Alvarás se use da formula,"Eu o Imperador Constitucional e Defensor Perpetuo do Império do Brazil, faço saber, etc." Temos pois o Brazil erigido em novo Império, e o seu Monarcha com o titulo de Imperador; e sem nos demorarmos sobre formula escolhida, para designar o Monarcha, passaremos a considerar os refleiloxos da independência do Império do Brazil, tanto no interior como no exterior. Os povos Brazilienses sabem agóra, qual he a sua sórte irrevogavel tanto, que, pelo decreto copiado a p. 580, todos os habitantes daquele pais, que naõ approvárem a presente ordem de cousas, deverão sair dali, dentro do prazo, que se lhes estabeleceo ; e isto vai como deve ir; porque, tendo a grande maioridade da Naçaõ expressado a sua vontade, naõ deve ser perturbada no gozo das insiituiçoens, que escolheo, pela discordância de um ou outro dissidente, que- naõ approva o arlual systema de Governo e da Independência. Approvamos mui cordialmente a declaração de Independência do Brazil; porque estamos persuadidos ha muito tempo, que ja naõ havia outro meio de se conduzirem com regularidade e quietaçaõ os negocios públicos daquelles povos; mas ainda que esta declaraçaõ de Independencia trouxesse consigo inconvenientes, maiores do que lhe suppomos, nenhum destas seria tam grande, como o mal de se conservarem os Brazilieses na incerteza de sua sorte politica. A vacilaçaõ, a desconfiança, a successiva proposição de varios planos, conforme as circunstancias fossem mudando, produziriam uma fermentação continuada no espirito publico, donde necessariamente veria a anarchia publica, que naõ poderia depois remediar-se senaõ com a introduçaõ do mais funesto despotismo.
PADRÃO de VIDA no BRASIL de 1822 por Rugendas http://dami.museuimperial.museus.gov.br/handle/acervo/9667 Fig. 05 – O “POVO BRASILEIRO! da época da INDEPENDÊNCIA do BRASIL estava muito distante de abranger toda a população humana da época O “MEDO da ANARQIUIA” imensa população era contida e mantida na ESCRAVIDÃO LEGAL enquanto a população feminina brasileira não votava , não ocupava cargos públicos e estava condenda aos caprichos do comércio da moda francesa e recoberta com tecidos ingleses. Nestes termos, os Brazilhenses patriotas, que tinham influencia na sua naçaõ, deviam á sua consciência, deviam á seus concidadãos, deviam á posteridade, e ao mundo inteiro prevenir a tendencia dos males da anarchia, como fizeram, declarando a sua independencia, a fim de que os povos olhassem para um objecto capaz de consiituir-se em Naçaõ, aclamando seu Monarcha. Convocando este os Deputados do Povo, para estabelecerem soberanamente a sua forma de Governo. O primeiro inconveniente, que se segue desta medida, he a continuação da guerra com os Portuguezes, a que ja uaõ pudemos chamar guerra civil; porque he feita entre duas naçoens independentes. Mas este inconveniente, além de naõ ser novo, visto que essa guerra ja existia, e de um modo mais ruinoso para o Brazil, seudo-lhe feita a titulo de amizade, he elle de muito menos consideração, do que a anarchia, que se deveria seguir ao estado de incerteza, em que os povos se achavam, e continuariam a soffrer, a naõ se adoptar esta medida da Independência. Os males da guerra saõ conhecidos, os meios para ella saõ tam abundantes ao Brazil, quanto escaços no seu inimigo, Portugal; quando que o outro mal da anarchia tem cousequencias incalculáveis, porque podia trazer consigo uma série de revoluçoens parciaes, e dissençoens intestinas, ás quaes, como dissemos acima, se naõ pôde prever outro fim senaõ um despotismo todo poderoso. O segundo inconveniente da declaração da Independência e erecçaõ no Brazil em um Império, he a difficuldade de ser aquelle Governo reconhecido pelas Potências Estrangeiras. Será isto encommodo ao Brazil, nas suas relaçoens políticas e commerciaes com as outras naçoens; porém seria a maior imprudência, que o Brazil deixasse de consolidar a sua paz e tranquillidade interna, de que depende até a sua existência, pelo receio de que outras naçoens pudessem hesitar em prestar-lhe a mera formalidade de um reconhecimento, do qual, considerado só em si, naõ resulta beneficio nenhum real ao Brazil. Quanto as relaçoens commerciaes com as demais naçoens, quer haja quer naõ a formalidade do reconhecimento, o Governo do Brazil terá sempre o direito de prescrever aos estrangeiros, que lá forem commerciar, os regulamentos que bem lhe aprouver; e seguramente a prudência desses regulamentos eqüivale bem, quando naõ seja preferível, aos onerosos tractados de commercio, com que muitas vezes as naçoens ligam, sem o saberem, as maõs à sua industria. A demais, as naçoens estrangeiras, com quem mais importa ao Brazil ter relaçoens políticas e commerciaes, também tem grande interesse no commercio, que ali fazem: seus Governos o Brasil; de se constituir em naçaõ separada, para se naõ precipitar na anarchia; em fim naõ quererão expor a perigo seus mesmos interesses reaes, só por negar um reconhecimento do Governo do Brazil, o que depois de tudo naõ he mais que uma formalidade de mero cumprimento e civilidade, que se usa de umas naçoens para com outras. Havendo assim mostrado quam insignificantes saõ esses inconvenientes, comparados com o transcendente mal da anarchia, a que o Brazil se veria irremediavelmente reduzido, se naõ declarasse sua independencia, convém agora que notemos a necessidade de tomar as medidas próprias, para obstar os máos effeitos desses inconvenientes, que suppoato oa reputemos de pequena monta, quando comparados ao maior mal, estamos bem longe do os reputar nullos. Os preparativos de guerra saõ essenciaes por mais fraco que se supponha o inimigo; e se a força armada he necessária a qualquer Governo, que deseja fazer-se respeitar, muito mais he precisa a um Governo novo, a quem até falta o respeito habitual, que resulta do costume. Por isso louvamos muito, que o Ministerio do Rio-de-Janeiro se tenha ja applicado á formação de uma força naval, naõ menos do que à de um exercito de terra. E com tudo julgamos que as forças navaes do Brazil se naõ devem limitar aos pequenos esforços, que se precisam agora, para contender com a mesquinha esquadra de Portugal: requer se outro sim, que se preparem d'ante maõ vasos, muniçoens, e gente, para constituir tal marinha de guerra, que sirva para proteger efflcazmenle o Brazil, nas futuras dificuldades, que se lhe suscitarem, e naõ poucas prevemos nós. He verdade que para isto se requerem despezas mui consideráveis e sacrificios, mas o Brasil pôde e deve fazèllos: os seus recursos estaõ quasi intactos, e naõ podem ter de presente uma appliraçaõ mais útil, do que empregarem-se em garantir os avanços de dinheiro, necessário para a formação da Marinha, de que fallamos. Uma invasão ao Brazil, naõ dizemos ja pelos Portugueses, mas ainda por qualquer naçaõ poderosa, he perigo méramente imaginário: mas he naõ só possível, mas muito factível, que por mais possante que seja o Império do Brazil, se naõ tiver uma esquadra proporcional á sua extençaõ de costas e multiplicidade de portos, seja insultado em suas praias até por uni bando de corsários, que deseje roubar-lhe suas riquezas; e muito mais he de recear, nesse caso, um ataque da parte de alguma naçaõ, que possua forças marítimas. Naõ escrevemos isto; porque julguemos que taes advertências saõ necessárias ao Ministério do Brazil no Governo de S. M. I. mostra-se bem convencido disto, pelas medidas, que sabemos ir adoptando; mas julgamos mui útil que o povo todo se persuada destas verdades, para que de boa vontade se sugeite aos sacrifícios das despezas, que requerem taes medidas, e das quaes se devem seguir o respeito e a consideração, a segurança e a prosperidade do Brazil, ja que com tanta razaõ resolveram fazer delle um Império Independente. A construcçaõ de navios requer tempo e demora; a acquisiçaõ de vasos nos paizes estrangeiros he prompta; mas he dispendiosa, e provavelmente as náos seraõ pouco duradouras: com tudo a necessidade de presente exige, que o Ministério do Brazil se sugeite a esta dupla desvantagem, para obter de súbito uma esquadra, no momento em que ella se faz indispensável; porque meias medidas podem causar desmanchos, que levem longos annos a concertar. Nem ouviremos contra esta opinião objecçoens triviaes ; porque quando observamos a força marítima, que apresentou o novo Governo de Chile ¿ quem negará a facilidade com que o Império do Brazil pôde naõ só imitar, mas sobrepujar o mesmo plano? Fora inútil ao Brazil condecorar-se com o titulo de Império, e ver-se ao mesmo tempo sugeito a serem suas costas varridas por duas fragatas velhas de Portugal; e seria descuido injustificável declarar-se naçaõ independente, e naõ cuidar em adquirir os meios de sustentar essa independência ; e os meios naõ saõ outros senaõ a creaçaõ de poderosa força naval. Sem esta naõ haverá segurança, nem commercio livre, nem riquezas, nem caracter nacional, nem prosperidade individual.
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/02/incendio-atinge-a-quinta-da-boa-vista-rio.ghtml Fig. 06 – O inc~Endo do Museu Imperial da Quinta da Boa Vista incinerou grande parte da memória da INDEPENDÊNCIA do BRASIL O Brasil precisava, não ´só de Marinha e de Exército. Precisa da formação de uma CONSCIÊNCIA NACIONAL, da PESQUISA ed a ATUALIZAÇÃO da INTELIGÊNCIA como vitais para que uma nação tenha soberania. Deliberar e decidir o que fato é importante e só é possível com informações exatas e precisascom o suporte de uma CONSCIÊNCIA COLETIVA que sabe escolher e pagar pelas suas escolhas.. O governo central do Brasil na ocasião do BICENTENÁRIO da INDEPENDÊNCIA do BRASIL esteve alheio e ausente nas variadas datas do ano de 1822, onde se consumou desta INDEPENDÊNCIA e à memória dos dois seculos da reafirmação e consolidação da SOBERANIA BRASILEIRA.
Fig. 07 – Coerente com o NEGACIONISMO o GOVERNO BRASILEIRO doa ANO de 2022 fez de tudo para CONTORNAR, IGNORAR e, enfim, NEGAR a HISTÓRIA da ORIGEM da INDEPENDÊNCIA do BRASIL. Não contente passou para a AÇÂO ao DELETAR a sua própria MEMÓRIA Este governo depois de ver, sob os seus olhos e administração, virar cinzas o MUSEU IMPERIAL da QUINTA da BOA VISTA, mandou apagar os ARQUIVOS do PALÁCIO do PLANALTO. Num ANO do BICENTENÁRIO da INDEPENDÊNCIA do BRASIL não faltam motivações e verbas para reconstruir e preservar a memória destes dois Palácios. FONTE BIBLIOGRAFICA LUZ, Milton “A história dos símbolos nacionais: a bandeira, o brasão, o selo, o hino” Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Pubicações, 1999 (1ª edição) Reimpressão, 2005 212 p p. il. Color FONTE NUMÉRICA DIGITAIS 1822 - O ANO da INDEPENDÊNCIA do BRASIL https://www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/presidentes/imperio1.html ATA de Aclamação do Senhor D. Pedro Imperador Constitucional do Brasil e seu Perpétuo Defensor http://www.atom.fpc.ba.gov.br/index.php/ata-da-aclamacao-do-senhor-dom-pedro-i-imperador-constitucional-do-brasil-e-seu-defensor-perpetuo D. Pedro Imperador Constitucional do Brasil e seu Perpétuo Defensor https://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/8885-d-pedro-imperador-constitucional-e-defensor-perpétuo-do-brasil PADRÃO de VIDA no BRASIL de 1822 por Rugendas http://dami.museuimperial.museus.gov.br/handle/acervo/9667 BICENTENÁRIO e as ARTES.… https://www.jb.com.br/cadernob/2022/10/1040368-exposicao-parte-da-independencia-do-brasil-para-refletir-sobre-futuro.html Incêndio do Museu Imperial da QUINTA da BOA VISTA e FALTA de RECURSOS para a recuperação https://educacao.uol.com.br/noticias/2019/05/28/apos-incendio-que-arrasou-acervo-mec-corta-r-12-mi-do-museu-nacional.htm SEMEANDO o TERROR no FIM do GOVERNO. https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/11/5055475-militar-do-gsi-vai-a-ato-antidemocratico-e-diz-que-lula-nao-sobe-a-rampa.html FILHO de BOLSONARO no CATAR enquanto o POPULACHO ACAMPA diante dos QUARTEIS https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/11/5055105-eduardo-bolsonaro-e-criticado-apos-ser-flagrado-em-jogo-do-brasil-no-catar.html RASPANDO os COFRES das UNIVERSIDADES BRASILEIRAS durante a COPA DO MUNDO https://www.jb.com.br/pais/politica/2022/11/1040976-governo-raspou-orcamento-de-universidades-enquanto-pais-via-jogo-da-copa-denunciam-entidades.html GOVERNO de 2022 manda apagar os ARQUIVOS do PALÁCIO de PLANALTO https://www.jb.com.br/pais/politica/2022/11/1040678-arquivos-dos-computadores-do-planalto-sao-apagados-por-questoes-de-seguranca.html

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

230 - NÃO FOI NO GRITO - A ESCRAVIDÃO no BRASIL SOBERANO e LIVRE.

A ESCRAVIDÃO no BRASIL SOBERANO e LIVRE. “É ideia contraditória querer uma nação ser livre, e se o consegue ser, blasonar em toda a parte, e em todos os tempos de sua liberdade, e manter dentro em si a escravatura, isto é, o idêntico costume oposto á liberdade”. Correio Braziliense página 574 de seu número de novembro de 1822 O tema da ESCRAVIDÃO LEGAL atravessou incólume e sem solução ao longo do três seculos de COLONIALISMO. Não foi diferente ao longo de tido o REGIME IMPERIAL
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:The_Slave_Trade_by_Auguste_Francois_Biard.jpg Fig. 01 - A ESCRAVIDÃO LEGAL VIGENTE no BRASIL e ABOLIDA em PORTUGAL, foi pretexto para atrair capital e vontade politica para separar efetivamente Portugal do Brasil Os escravocratas mantiveram a lei nefasta até o final do REGIME IMPERIAL e invadiram o REGIME REPUBLICANO com ações endenizatórias pela perda do valor monet´rio de sus “PEÇAS”. A ESCRAVIDÃO LEGAL afrouxou a MORAL e a ÉTICA do BRASILEIRO e continua a projetar e reproduzir em e HÁBITOS, ESCOLHAS e PROJETOS após a sua superação legal Correio BRAZILINSE de novembro de 1822 Vol. XXIX. No. 17» 4. -pp,574 - 577 Miscellanea. Escravatura no Brazil. Naõ podemos deixar de louvar todos os procedimentos, que tem havido no Brazil; porque todos elles se tem achado na mais admirável coincidência, com as ideas, que temos annunciado, naõ sabendo ainda dos planos que no Brazil intentavam seguir. Ha, porém, um ponto, sobre que mais de uma vez temos fallado, em nosso Periódico, dando nisso nossa decidida opinião ;e a respeito do qual observamos, que todos os escriptores do Brazil guardam ainda silencio ; e he este ponto, a gradual eprudente extineçaõ da escravatura
. Fig. 02 - A ESCRAVIDÃO LEGAL VIGENTE no BRASIL era tanto rural como urbana. No meio urbano os “ESCRAVOS de GANHO” eram alugados pelos donos das “PEÇAS” para serviços gerais, de obras públicas e privadas O único trabalho dos escravocratas era mantiver vigente esta nefasta lei até o final do REGIME IMPERIAL e irromperam no REGIME REPUBLICANO com ações jurídicas pela perda do posse e o respectivo valor monetário de “SUAS PEÇAS”. Este VALOR era multiplicado por mil se não era mera especulaçãi He idea contradictoria querer uma naçaõ ser livre, e se o consegue ser, blazonar em toda a parte, e em todos os tempos de sua liberdade, e manter dentro em si a escravatura, isto he, o idêntico custume opposto á liberdade. Seria a desesperada medida de um louco, destruir de uma vez a escravatura, quando ella, além de constituir parte da propriedade do paiz, está também ligada ao actual systema da sociedade,tal qual se acha constituída. Mas, se a sua abolição repentinaseria um absurdo rematado, a sua perpetuação n'um systema de liberdade constitucional he uma contradicçaõ de tal importância, que uma cousa ou outra devem acabar. Os Brazilienses, portanto, devem escolher entre estas duas alternativas; ou elles nunca haõ de ser um povo livre, ou haõ de resolver-se anaõ ter com sigo a escravatura. Argumentar-nos-haõ, que os escravos saõ necessários, para a cultura dos campos, e para lavrar as Minas; e que, sem escravos, esses ramos essenciaes da industria do paiz desappareceraõ, e com elles a riqueza do Brazil. Negamos redondamente, e o provaremos quando for conveniente, que o Brazil deixe de ser igualmente rico, quando naõ tiver escravatura, mas raciocinando mesmo nesta hypottesse, que naõ admittimos ; perguntamos £ que preferem os Brazilienses, ser pobres, mas serem homens livres, com um Governo Conslitucional; ou serem ricos, e submissos a governos arbitrários, sem outra constituição política,que a que lhes preserever o Despotismo? Da continuação da escravatura no Brazil deve sempre resultar uma educação, que fará os homens menos virtuosos, e mais susceptíveis a submetterem-se ao governo arbitrário de seus superiores; e nem se argumentará, para alegar como regra geral, a energia e sentimentos nobres, que nesta crise tem mostrado os Brazilienses; porque nas commoçoens políticos desenvolvem-se extraordinariamente os talentos e as virtudes cívicas; mas nós falíamos do estado ordinário das cousas, da constituição permanente,que deve reger os povos.
O CAIS do VALONGO https://riomemorias.com.br/memoria/cais-do-valongo/ CAIS do VALONGO por JOHANN MORITZ RUGENAS Fig. 03 – O cais do VALONGO, no Rio de Janeiro funcionou, não só como mercado das “PEÇAS”, mas também como CARTÓRIO LEGAL da ESCRAVIDÃO VIGENTE no BRASIL, O dono das “PEÇAS” tinha nas mãos uma escritura pública que lhe conferia toda o domínio e posse de um patrimônio monetário. Após efeito da LEI ÁUREA os escravocratas reclamavam do governo uma indenização pelas perdas sofridas das “ SUAS PEÇAS” . Para trartar cnm alguma profundeza esta questão, seria preciso entrarem miudezas, que na verdade affli^ir.am o nosso pensamento, e o de todos os Brazilienses amantes de sua pátria, escolhemos pois o melhodo de fa/.er algumas perguntas, «• deixamos aos Brazilienses honrados, patriotas, e pensadores, responder a essas perguntas, segundo sua* consciências, e tirar de suas mesmasrespostas as conseqüências. ¿ Na nossa educação, dutuule a infância, cem quem tivemos nós mais, e de quem tiramos a maior parte das ideas e dos costumes, dos pays ou das mffys ?. ¿ Com quem associam as mulheres no Brazil, antes de casar, e de quem tiram suas ideas da vida domestica ? ¿ Quaes *uõ as virtudes das criadas, com quem essas senhoras solteiras devem poi necessidade viver na mais intima sociedade ? ¿ Se essas criadas, e diárias companheiras das senhoras solleiias saõ escravas, t «jue virtudes lhes poduiM» suppõr? E se as naõ suppozcrmos virtuosas, ¿ que se n li me n tos póvicincilas inspirar em suas senhoras solteiras, que tendam a fazêllas boas mlys de família ? ¿ Se ttui comparação os motivos que ha era uma criada livre para sei honrada, com os de uma criada escrava, para st r depravada, quando conhece, que de sua viitude nenhuma vantagem lhe pude resultar ( e alguma ganhará com sua depravaçaõ) ao mesmo (empo que a criada livre tem diante dos olhos a temperança que por sua virtude somente poderá fazer tal casamento, que venha a figurar um dia no mundo tanto ou mais como sua senhora ?
Fig. 04 - A ESCRAVIDÃO LEGAL ,além do BRASIL e das nações ibéricas da América, mantinha um vasto comércio internacional e cujas ramificações estavam presentes nos ESTADOS UNIDOS como na RÚSSIA Os escravocratas norte americanos migraram ao Brasil apos a derrota do sul dos Estados Unidos trazendo os seus escravos e aqui continuaram esta práticai nefanda ao abrigo da LEI Os sentimentos dos Brazilienses saõ tam elevados, que naS suppomos, que suas almas nobres se abatam a preferir fts lucros, que lhe podem provir da continuação da escravatura, com o desaí da falta de educação virtuosa em suas famílias ; e desprezem o possuir essa educçaõ virtuosa, que os faça dignos de serem homens livres. Se o contrario se observar na practica, naõ será isso senaõ o resultado de naõ haverem pensado na matéria, com a madureza, que ella requer; e por isso he que desejamos, que os escriptores do Brazil chamem paia este ponto o bom senso do povo, fazendo-o reflectir na impossibilidade de ser livre, naõ tendo uma educação virtuosa ; e na incompatibilidade que ha em ter uma educação virtuosa, quando a mocidade se acha cercada dos vícios inherentes aos escravos com quem vivem. Naõ queremos generalizar esta idea ao ponto de dizer, que por isso que as criadas em uma família saõ viciosas, as senhoras meninas dessa mesma família o devam ser também; mas dizemos, que as ideas vis, que por força devem entreter as escravas haõ de contaminar o espirito (quando naõ derranquem o corpo) das senhoras meninas, com quem vivem.—¿ E que maior mal se pôde conceber em uma naçaõ, que deseja ser livre e virtuosa ?
Fig. 05 – No BRASIL o destino dos NAVIOS NEGREIROS eram os portos marítimos onde as “PEÇAS” eram descarregadas de forma diferenciada evitando formar grupos da mesma etnia, cultura e língua. Os escravocratas mantiveram este nefasto comércio até o final do REGIME IMPERIAL apesar de toda a vigilância inglesa. No entatno, neste comércio humano, estes NAVIOS NEGREIROS eram arrendados, em Londres com a sua respectiva tripulação especializada. A maior parte de nossos sentimentos e de nossas acçoens depende dos accidentes de nossa educação ; e um homem educado com escravos, naõ pode deixar de olhar para o despotismo, como uma ordem de cousas natural. Ulteriores oceurrencias na vida, que saõ (como diz Helvécio) ainda traços na educação do homem, podem fazer mudar em alguns indivíduos essa errada preocupação ; mas a maioridade dos homens, que saõ educados com escravos, deve ser inclinada á escravidão, e quem se habitua a olhar para o seu inferior como escravo, aceustutna-se também a ter um superior, que o tracte como escravo. Repetindo, pois, o que dissemos a cima, que este mal, no Brazil, só se deve remediar gradualmente e com muita prudência, declaramos ao mes JIO tempo, que os Braziliense devem esro lie r, entre terem Constituição política, duradoura, sem escravatura ; ou conservar seus escravos, e as suppostas riquezas,que delle*» lhes provém, sendo a nua pátria sogeita ao Despotismo. Naõ achamos meio terno nesta alternativa, e por isso nos adornamos,que depois que a imprensa he livie. uo Bra/il naõ le-Unha havido quem examine esta questão, illuminaiido o puhhco, e (a/i.nilo cntiar os povos no conhecimento dos iuteri ssi s. que tam importante maternia envolve. Agora he o limpo decomeçar. Mas tractamos só do começo, e mesmo para isso chamamos em auxilio da boa razaõ a penna dos eciiptores no Brazil; porque, naõ basta que o Governo obre secundo o que lie conforme aos interesses da naçaõ, he a demais necessário, que o povo esteja persuadido, que isso assim he realmente ; para isto he que se requerem os serviços daquelles homens, que se acham em situação de dirigir a opinião publica ; e os que nisso se empregarem faraõ assim um relevante e essencial serviço a sua Patria. A ESCRAVIDÃO do BRASILEIRO e continua a projetar e reproduzir em HÁBITOS, ESCOLHAS e PROJETOS após a sua superação legal. O ESCRAVO perdeu a sua LIBERDADE enqiuanto o DONO das “PEÇAS” perdeu a CRIATIVIDADE e INICIATIVA Com a SERVIDÃO VOLUNTÁRIA cresce o COLONIALISMO enquanto a MORAL e a ÉTICA do . BRASILEIRO se afrouxam. Na pratica o COLONIALISMO cresce com a SERVIDÃO VOLUNTÁRIA Este crescimento é mensurável no NÚMERO de PESSOAS que EMPOBRECEM, sentem-se DESCARTADAS e necessitam adotar o CREDO do VENCEDOR seja lá ELE QUEM FOR O CAPITAL não é antagônico com o TRABALHO e se confunde ou é soberano em nenhum REGIME GOVERNAMENTAL. Com a distribuição equânime da renda nacional TODOS tem a GANHAR e se sentir solidários nos bons e maus momentos O CAIS do VALONGO https://riomemorias.com.br/memoria/cais-do-valongo/ CAIS do VALONGO por JOHANN MORITZ RUGENAS https://www.multirio.rj.gov.br/index.php/reportagens/12557-cais-do-valongo-é-patrimônio-da-humanidade O BRASILEIRO EMPOBRECE em 2022 https://atarde.com.br/brasil/brasil-empobrece-e-ve-aumento-dos-domicilios-nas-classes-d-e-e-1185118 O BRASILEIRO EMPOBRECE com a sua SERVIDÃO VOLUNTÁRIA. https://www.poder-originario.com/news/o-brasileiro-empobrece-com-a-servidao-voluntaria/ As PERMANENTES DESIGUALDADES do BRASIL https://english.elpais.com/usa/2022-01-26/nearly-20-years-on-since-famous-snapshot-of-inequality-in-brazil-little-has-changed.html

sábado, 5 de novembro de 2022

229 - NÃO FOI NO GRITO - Os INTRIGANTES de SEMPRE

Os INTRIGANTES de SEMPRE e os PLANOS OCULTOS dos CONSTITUINTES de PORTUGAL em RELAÇÃO ao BRASIL em 1822 . “A grande distância, e a identidade do tempo, demonstram claramente, que não podia haver concerto e daí se manifesta, que o procedimento das Cortes, a respeito do Brasil, feriu do mesmo modo a todos os brasileiros, que tinham a peito o bem da sua pátria porque é impossível que todos se enganassem ao mesmo tempo, fundando os seus raciocínios, sem poder haver combinação de uns com outros, nos mesmos atos da orgulhosa facção, que domina em Portugal. Esta facção irritada por ver descobertas suas tramas, recorrem aos ameaços, e daí mostrou, com as expedições de tropas ao Brasil, que intentava impor pela força o jugo, que já não era possível introduzir pela intriga” Os intrigantes de sempre atropelam e esquecem o seu lugar tempo e sociedade para dar espaço para os seus estreitos interesses pessoais e do grupelho interessado no seu apoio, voz e elogio recíproco. È o aconteceu como os autoproclamados CONSTITUINTES LUSITANOS no final do ano de 1822. Estes grupelho atropelaram e esqueceu o vasto IMPÉRIO LUSITANO que reduziram aos interesses mesquinhos de sua terrinha de origem e para serem ouvidos, eloadsos e aplaudos pelos seus pares
Fig. 01 - Os CONSTITUINTES de PORTUGAL evidenciaram, no dia 23 de setembro de 1822 ,a sua CEGUEIRA BRANCA para a TOTALIDADE do IMPÉRIO LUSITANO . Certamente não faltavam motivos, interesses e história para dar ao Brasil uma presença digna em Portugal e na sua CONSTITUIÇÂO Estes autoproclamados CONSTITUINTES LUSITANOS perderam a ocasião para se anteciparem constituírem um vasto império LUSITANO nos moldes daquele que os ingleses constituíram no seu efetivo COMMONWEALT Mas era pedir algo demais para estas mentes estreitas, interesseiras e intrigantes no final do CORREIO BRAZILINSE de novembro de 1822 Vol. XXIX. No. 17» 4. -pp,559 - 574 Miscellanea.
Fig. 02 - A capa enfeitada da 1ª CONSTITUIÇÃO de PORTUGAL concluída no dia 23 de setembro de 1822. Nesta data o Brasil já estava separado de Portugal e a sua CONSTITUINTE concocada Estado Politico do Brazil. Ha um auno, que o Brazil se achava unido com Portugal, e a pezar dos symptomas bem claros, que ja entaõ appareciam nas Cortes Lisboa, éra tal a affeiçaõao systhema constitucional promulgado, e tam grande o desejo de ver continuada a uniaõ do Brazil com Portugal, que a tudo quanto faziam as Cortes davam os Brazilienses a interpretação mais favorável; nós recommendavamos no Correio Braziliense, com as forças de que éramos capazes, essa suspirada uniaõ, retumbava o écho das nossas vozes no Brazil, e copiavam-se do nosso Periódico, longos exttactos em todas as gazetas do Brazil.
Fig. 03 - A 1ª CONSTITUIÇÃO de PORTUGAL de 23 de setembro de 1822 marcava mais um ponto para o triunfo do EU SINGULAR e ONIPOTENTE, ONISCIENTE, ONIPRESENTE e ETERNO subindo aos altares das diversas nações e pátrias os seus governos. Nesta condição as casas reinantes passaram a ser constitucionais deixando de lado a longa tradição de MONOCRACIAS ABSOLUTISTAS. As Cortes, porém, declararam pouco depois os planos de escravizaçaõ, que meditavam em occulto, abriram os Brazilienses os olhos, nós formos obrigados também a expor o engano, em que a hypocrisia nos envolvia, resoou o mesmo grito de uma extremidade a outra do Brazil, e as nossas expressoens, publicadas em Londres, se acharam exactamente conformes com as queixas, que ao mesmo tempo appareriam em todas as partes do Brazil, sonde a imprensa podia propaliállas. <• D'onde provem similhante coincidência, entre nós e os escriptos do Brazil ? A grande distancia, e a identidade do tempo, demonstram claramente, que naõ podia haver concerto e dahi se manifesta, que o procedimento das Corte.;, a n-peito do Brazil, ferio do mesmo modo a todos os Biaziliensrs, que tinham a peito o bem da sua pátria porque he impossível que todos se enganassem ao mesmo tempo, fundando os seus raciocionios, sem poder haver conbin.içuò de uns com outros, nos mesmos actos da orgulhossa facçaõ, que domina em Portugal. Eüsa facçaõ irritada por ver descurbertas suas tramas, recorreo aos ameaços, e dahi mostrou, com as expediçoens de tropas ao Brazil, que intentava impor pela força o jugo, que ja naõ éra possível introduzir pela intriga. O Brazil pegou lambem em annns para se defender; expulsou os invasores, < desde o Rioda-Prata até o Ceará tudo se acha da mesma opinião : o Maranhão e Para saõ os duas únicas provi nci ando Brazil, aonde domina ainda a facçaõ Portugueza ; e na cidade da Baniu se acha aindaa guarniçaõ de tropas de Portugal. As gazelas do Rio-de-.laneiro de Agosto e Septembro passado, vem cheias de officios de parabéns, de agredecimenlos, e de testemunhos de adhesaõ S. A. R. o Principe Regente, de todas as cidades, villas, aldeas e freguesias das Províncias de Beira mar, e dai do interior, Minas, Goyazez e Multo-Grossu. Só faltam, como dissemos. Maranhão e Pará. Ao meuno tempo, que se blazonava nas Coites de Lisboa da adhesaõ, com que contavam, da juncta das Alagoas, chegaram dali os Portuguezes authnres desses falsificados officios ás Corte », o mesmo Presidente dessa Juncla, um dos Portuguese expulsos, foi o portador do officio, em que o povo das Alagoas declarava i s Cortes de Portugal, que estavam decididos a obedecer so (teverno de S. A. R. o Príncipe Regente. No dia 7 de Oalubru souberam as Cot te* da decisão de Pernambuco; qne resolvera seguir e obedecer ao Governo do Principe Regente, e foi portador desta noticia o ex-Governador das armas daquelle Provincia; mas nem assim cessaram os hypocritas de dizer em Lisboa, que a maioridade dos povos do Brazil estava contente com a sua sugeiçaõ a Portugal; equea vontade de todas as províncias do Brazil, excepto duas (que bem depressa veremos em outra postura) naõ éra senaõ mera ficção de meia dúzia de facciosos. Esta decidida e connexa opposiçaõ do Brazil, á despejada arbitrariedade das Cortes e aos projectos de recolonizaçaõ da facçaõ dominante em Lsiboa, está tam longe de ser mera commoçaõ de alguns indivíduos, que he a expressão geral de todos os povos, declarada pelos orgaõs mais legaes, que aquelle paiz conhece, pois se acham esses votos expressos, nos differentes officios dirigidos ao Principe Regente, pelas Carmaras, pelos Governo provisionaes, que as circumstancias tam permiltido ao povo organizar nas províncias, e em fim por muitos indivíduos, que figuram por suas propriedades ou graduação, nas diversaas terrasem que residem. Em fim a totalidade dessas províncias naõ obra acéphala, reconhece um centro de poder a que deseja obedecer, e esse centronaõ he nada menos do que um Principe, o qual he ao mesmo tempo o Herdeiro da Coroa da Monarchia Portugueza. I Que conceito, pois, podemos fazer da facçaõ dominante em Lisboa, quando chama a tudo isto obra de meia dúzia de desorganizadores no Brazil, e procede em tudo essa facçaõ Portugueza, como se com effeito fosse verdade, que a combinação de todas as províncias do Brazil, com o Principe Herdeiro á sua testa, fosse mera commoçaõ de meia dúzia de facciosos, que se accommodam impondo-se-lhes a pena de rebeldes? A denominação de maníacos seria a única, que deveríamos applicar a taes homens, se naõ os vissemos obrar systematicamente, se naõ tivéssemos tanta razaõ para suspeitar, que essas medidas, na appareneia contradictorias e absurdas, tem um fim occulto, que he entregar Portugal, para ser uma provincia de Hespanha. E aos Portuguezes, que se escandalizarem dessas nossas ideias, só ditemos, que Portuguezes ja uma vez venderam a sua pátria a Castella ; e, diz o rifaõ, cestciro que faz um cesto, pode fazer um cento: ao que responde outro—se lhe derem com que, e tempo. Mas o Brazil, assim unido, impelido pelas Cortes a organizar a sua Legislatura separada, e aguilhoado por tantas provocaçoens, mostra ainda a moderação inaudita, de querer continuar a Mia uniaõ com Portugal, ainda lhe chama irmaõ ; e, como se demonstra do .Manifesto de S. A. K. o Príncipe Regente, só tende a organizar sua Constituição separada, para o que, pela confissãodos mais exaltados membros das Cortes de Lisboa, tem o* mesmos direitos, que Portugal ; o qual, com tudo isso, se naõ contenta com menos do que ver o Brazil reduzido de novo ao estado de colônia sua.
Fig. 04 - Os CONSTITUINTES do BRASIL reunidos no prédio da CADEIA VELHA do Rio de Janeiro . Aos constituintes brasileiros não faltavam motivos, interesses e históricos para dar ao Brasil a sua CONSTITUIÇÃO prória e a separação efetiva de Portugal . Isto le impossível, está decretado, que naõ, e que o Brazil será, remo he ja de facto, independente; e se he do interesse dos facciosos de Lisboa continuar nas suas pretençoens, a scisaõ formal < absoluta, será o fim dessa desigual contenda. Entre os novos Estados, que se tem erigido na America Meredional, o Brazil he o mais poderoso, e o que promette ter em mais breve tempo um Governo solido e permanente. Portanto na grande ligu Aiuericaua, que se vai a estabelecer, o Brazil deve ler a maior preponderância ; e daquella parte do Atlântico existem todas as suas relaçoens políticas; demaneiia que ascombinaçoens da Europa lhe ficam sendo objecto secundário. Ao mesmo tempo, o acanhado Portugal será obtigado a ler uma existência precária, tal qual as Potências Europeas julgarem conveniente aos airanjamentos e inlresses dos diversos Estados Europeos ; sem que o pobre Portugal seja se quer ouvido. O Brazil, cheio de todas as producçcens necessárias á vida, tem sobejos gêneros, de que naõ precisa, para trocar pelos artigos de luxo, que as naçoens manufactoras lhes loinecerem, recebrndo-os daquella», que os venderem a melhor mercado. Que diferente naõ he a posição de Portugal, que até nem tem paõpara comer! Até as ultimas noticias, que recebemos do Brazil, procediam as eleiçoens para os Deputados da Assemblea Constituinte, com geral satisfacçaõ dos povos, e nada parecia entorpecer a marcha da regeneração politica daquelle paiz
Alegoria_à_Constituição_de_1822_-_Domingos_Sequeira Fig. 05 - A glorificação da CONSTITUIÇÃO de PORTUGAL proclamada no dia 23 de setembro de 1822.. Esta GLORIOSA, PARTICULAR e ESPECIFICA CARTA de Portugal, teve de pagar o preço da definitiva ruína de qualquer sonho de um IMPÉRIO LUSITANO unificado e politicamente integrado . Relaçoens do Brazil com Portugal. Segundo os manifestos, decretos e ordens de S. A. R. o Principe Regente, conservam-se ainda inalteráveis as relaçoens commerciaes, entre o Brazil e Portugal ; quanto ás relaçoens políticas, os dous reynos acham-se unidos, em tanto quanto reconhecem o mesmo Rey e a Coroa descendente, como hereditária, naDynastia da Casa de Bragança. Os Portugezes naõ querem que exista nem ainda este mesmo nexo politico; porque, havendo as Cortes de Lisboa decretado, que o Principe Regente saísse do Brazil, e voltasse a Lisboa, dentro de um mez, depois de lhe ser intimado o decreto; e isto sob a pena de perder o direito á suecessaõ na Coroa, parece claro, que o nexo único, que por ora existe, que he a obediência ao mesmo Monarcha, vai a ser dissolvido, por aquelle decretodas Cortes. Com effeito, sendo um doa artigos fundamentaes das Bazes danConstituição, que se juraram em Portugal e adoptáram no Brazil, que a Corâa fosse hereditária na Dynastia da Casa de Bragança, desherdando agora as Cortes o Principe Herdeiro, que governa no Brazil como Regeute.só por esse farto de elle governar o Brazil, naõ he possível, que os Brazilienses se sugeitem a tal Decreto, e antes resolverão romper todas as relaçoens políticas entre elles e Portugal, do que abandouárem um Principe, que os uaõ abandonou a elles, na hora do perigo, e cujo crime só consiste em seguir a vontade daquelles povos. O haver uma Legislatura separada no Brazil, naõ implica com a unidade da Monarchia, governada toda ella pelo mesmo Monarcha; porque assim subsistio por muitos annos a Escócia com a Inglaterra, depois a Irlanda;« em tempos mais antigos a Auatna os Paizes Baixos e a Hespanha. Naõ he muito pois que o mesmo agora se fizesse com o Brazil e Portugal. Com tudo, se a facçaõ de Portugal declara, que só pode haver uniaõ politica com o Brazil, ficando este sugeito como colônia dos Portugezes, forçoso he que o Brazil obre só por si, que rompa todos os vinculos políticos, e que se dispa da idea de relaçoens intimas políticas com Portugal, naõ se podendo verificar a única hypothese, porque oa faciosos de Portugal queremessa uniaõ.
Fig. 06 - A CEGUEIRA BRANCA dos CONSTUINTES de PORTUGAL não tinham olhos para a TOTALIDADE do IMPÉRIO LUSITANO. Importavam os seus interesses mesquinhos e o presente miserável que os envolvia . O Brasil independente tinha outros motivos, interesses e cultura que aqueles que os CONSTITUINTES de Portugal procuravam ignoraram Entendem os Portugueses dessa facçaõ, que nada perdem com a separação total do Brazil; seja assim, mas nesse caso naõ ha razaõ para que o Brazil pense em fazer o menor sacrifício a favor de uma uniaõ com Portugal, quando esses Portuguezes a suppoeminútil. Mas faltando agora com o Brazil, devemos dizer, que as cousas nos parecem muito ao contrario. Se continuar a subsistir uma intima uniaõ politica entre Portugal e o Brazil, este, além de ter de cuidar em seus interesses com as outras Potências, se verá obrigado a ter muitas contemplaçoens com os arranjamento* políticos da Europa, unicamente pela consideração de que Portugal he parte de sua Monarchia. Ora istohe cm pura perda do Brazil; porque, naõ se pôde considerar hypothese alguma, em que similhantes sacrifícios possam ser uleis aos Brazilienses. Desejavam, e desejam ainda, os Brazilienses a sua uniaõ política com Portugal, mais por sentimentos de affeiçaõ, por effeitodo liabilo, do que por cálculos de politica; porque se estes fossem consultados, ninguém pensaria em tal uniaõ política ; mas as uaçot ns, assim como os iudviduos, resolvem-se muitas vezes por eslas parcialidadcs da amizade ; ainda que, infelizmente, no nosso caso, Portugal uaõ dá ao Brazil o menor louvor por estas marcai» de affeiçaõ, que saõ nisto Um manifestas. A consequeucis, pois, mui deplorável para Portugal, deve ser o rompimento lotai dessas relaçoens, que será inevitável, mais dia menos dia, se a facçaõ Portugueza uaõ desandar o caminho perdido, que até aqui tem trilhado, e se o naõ fizer, seguramente naõ he o Brazil quem perde. As mentes estreitas, interesseiras e intrigantes continuam em plena vigência dois séculos depois da Independência e não se renderam após as sucessivas Constituições Brasileiras.
Fig. 07 - Um texto e uma imagem da multidão cercando o QUARTEL GENERAL do 3º EXERCITO do BRASIL de Porto ALEGRE no dia 02 de novembro de 2022, é uma amostra de que passa na cabeça popular. Para este a CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA é mera FICÇÃO e que pode ser ignorada ao grito de “EU AUTORIZO” (o GOLPE MILITAR) Nesta o POPULISMO tenda tomar o governo do Brasil em nome de um MITO e de MESSIAS que sonha ainda com a MONOCRACIA e o ARBÍTRIO IMPERIAL A facção brasileira - destas mentes estreitas, interesseiras e intrigantes - continua organizada , em novembro de 2022, mergulhada na CEGUEIRA BRANCA semelhante aquela dos CONSTITUINTES de PORTUGAL de novembro 1822. Para esta facção brasileira não faltou, em novembro de 1822, a exibição de arsenais de ARMAS INTIMIDATÓRIAS. Exibição armada individual em plena vigência dois séculos da Independência e que não se renderam após as sucessivas das Constituições Brasileiras. CONSTITUIÇÃO LUSITANA de 1822 https://plataformacidadaniamonarquica.files.wordpress.com/2015/09/constituic3a7c3a3o-1822.jpg CONSTITUIÇÃO LUSITANA de23 de SETEMBRO de 1822 https://pt.wikipedia.org/wiki/Constituição_portuguesa_de_1822 Texto da CONSTITUIÇÃO LUSITANA de 1822 https://www.parlamento.pt/Parlamento/Documents/CRP-1822.pdf IMAGEM https://museu.parlamento.pt/DetalhesObra?id=6574&tipo=OBJ HISTÓRIA da CÂMARA dos DEPUTADOS https://www2.camara.leg.br/a-camara/conheca/historia OS NEGACIONISTAS de PLANTÃO https://www.bbc.com/portuguese/geral-59867755 CONGRESSISTA de 1823 do BRASIL https://www.camara.leg.br/noticias/546341-conheca-a-historia-da-assembleia-constituinte-de-1823/ S SENHORES da SERVIDÃO e da DEVASTAÇÃO AMBIENTAL e ECONÔMICA https://www.jb.com.br/pais/politica/2022/10/1040429-trabalho-escravo-e-crimes-ambientais-conheca-alguns-apoiadores-de-bolsonaro.html
Fig. 08 - A inacreditável imagem de um presidente de um partido brasileiro, armado até os dentes para fazer justiça com as próprias mãos e com aquelas dos seus capangas , é mais uma amostra de que se passa na cabeça popular e da elite, em novembro de 2022, em relação a CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA. ARMADO com CAPANGAS https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2021/05/20/interna_politica,1268463/video-roberto-jefferson-diz-que-estado-e-comunista-e-satanista.shtml PEDINDO GOLPE MILITAR https://www.jornalopcao.com.br/goias/em-protesto-a-vitoria-de-lula-caminhoneiros-bolsonaristas-bloqueiam-rodovias-goianas-438189/ O HOMEM das MENTIRAS e das BRAVATAS https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/10/5048353-ex-bolsonarista-arthur-weintraub-diz-que-bolsonaro-destruiu-a-direita.ht

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

228 - NÃO FOI NO GRITO - A PROCLAMAÇÃO da INDEPENDÊNCIA do BRASIL .

A PROCLAMAÇÃO da INDEPENDÊNCIA do BRASIL . “Acordemos pois, generosos habitantes deste vasto, e poderoso império, está dado o grande passo da vossa independência, e felicidade, ha tantos tempos preconizadas pelos grandes Políticos da Europa. Já sois um povo Soberano, já entrastes na grande Sociedade das Nações independentes, a que tínheis todo o direito. A honra, e dignidade nacional, os desejos de ser venturosos, a voz da mesma Natureza mandam que as colônias deixem de ser colônias, quando chegam à sua virilidade, e ainda que tratados como colônias não o éreis realmente, e até por fim éreis um Reno”. Manifesto de S. A. R. o Principe Regente Constitucional,e Defensor Perpetuo do Reyno do Brazil, aos povos deste Reyno - Palácio do Rio-de-Janeiro; no 1.° de Agosto de 1822 CORREIO BRAZILIENSE LONDRES OUTUBRO DE 1822 VOL. XXIX. N.° 173. 3 Op, p.423
Fig. 01 - A obra de Jean Baptiste DEBRET consegue uma síntese visual dos temas dos dois textos, assinados em 01 de agosto de 1822, pelo príncipe Dom Pedro de Alcântara De outra parte esta inagem faz pensar na MARIANA, da Revolução Francesa, sentada no trono da Razão . REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E ALGARVE, Manifesto de S. A. R. o Principe Regente Constitucional, e Defensor Perpetuo do Reyno do Brazil, aos povos deste Reyno. Brazileiros!—- Está acabado o tempo de enganar os homens. Os Governos, que ainda querem fundar o seu poder sobre a pretendida ignorância dos povos, ou sobre antigos erros e abusos, tem de ver o colosso da sua grandeza tombar da frágil baze, sobre que se erguera outrora. Foi por assim o naõ pensarem, que as Cortes de Lisboa forçaram as províncias do Sul do Brazil a sacudir o jugo, que lhes preparavam, foi por assim pensar, que eu agora ja vejo reunido todo o Brazil em torno de mim ; requerendo-me a defeza de seus direitos e a mantença de sua liberdade e independência. Cumpre portanto,oh Brazileiros, que eu vos diga a verdade; ouvime pois.
As cortes constituintes de Portugal de 1822 por Veloso Salgado ASSIS Fig. 02 - Os constituintes lusitanos eram o principal alvo dois textos, assinados em 01 de agosto de 1822, pelo príncipe Dom Pedro de Alcântara De uma certa forma é possível raciocinar que foram estes constituintes lusitanos proclamaram a INDEPENDÊNCIA de PORTUGAL em relação ao BRASIL . O Congresso de Lisboa, arrogando-se o direito tyrannico de impor ao Brazil um artigo de nova crença, firmado em um juramento parcial e promissório, e que de nenhum modo podia envolver a approvaçaõ da própria mina, o compellio a examinar àquelles pretendidos títulos e a conhecer a injustiça de tam desasizadas pretençoens. Este exame, que a razaõ insultada aconselhava e requeria, fez conhecer aos Brazileiros, que Portugal, destruindo todas as formas estabelecidas, mudando todas as antigas e respeitáveis instituiçoens da Monarchia, correndo a esponja de ludibrioso esquecimento por todas as suas rellaçoens, e reconstituindo-se novamente, naõ podia compulsâllos a aceitar um systema deshonroso e aviltador, sem attentar contra àquelles mesmos princípios, em que fundara a sua revolução, e o direito de mudar as suas instituiçoens politicas, sem destruir essas bazes, que estabeleceram seus novos direitos, nos direitos inalienáveis dos povos, sem atropelar a marcha da razaõe da justiça, que derivam suas leys da mesma naturezadas cousas, e nunca dos caprichos particulares dos homens.
Gravura de Charles SIMON PRADIER - “Dom Pedro Defensor Perpétuo” Fig. 03 - O jovem príncipe Dom Pedro de Alcântara assumiu literalmente a recomendação do seu pai de manter no tono a sua família real Nas entrelinhas é posisível perceber que o projeto do pai e do filho era manter os ALCÂNTARAS em DOIS tronos de DOIS países independentes e soberanos Entaõ as províncias Austraes do Brazil, colligando-se entre si, e tomando a attitude majestosa de um povo, que reconhece entre os seus direitos os da liberdade, e o da própria felicidade, lançaram os olhos sobre mim, o filho do seu Rey, e seu amigo, que encarando no seu verdadeiro ponto de vista esta tam rica e grande porção do nosso globo, que conhecendo os talentos dos seus habitantes e os recursos immensos do seu solo, via com dôramarcha desorientada e tyrannica dos que tam falsa e prematuramente haviam tomado os nomes de pays da pátria, saltando de representantes de povo de Portugal a Soberanos de toda a vasta monarchia Portugueza. Julguei entaõ indigno de mim, e do grande Rey, de quem sou filho e delegado, o desprezar os votos de subditos tam fieis ; que sopeando talvez desejos e propensoens republicanas, desprezaram exemplos fascinantes de alguns povos vizinhos, e depositaram em mim todas as suas esperanças; salvando deste modo a Realeza, neste grande Continente Americano, e os reconhecidos direitos da Augusta Casa de Bragança. Accedí a seus generosos e sinceros votos, e conservei-me no Brazil, dando parte desta minha firme resolução ao nosso bom Rey, persuadido, que este passo devera ser para às Cortes de Lisboa o thermometro das disposiçoens do Brazil, da sua bem sentida dignidade, e da nova elevação de seus sentimentos ; e que os faria parar na carreira começada e entrar no trilho da justiça, de que se tinham desviado. Assim mandava a razaõ, mas as vistas vertiginosas do egoísmo continuaram a su trocar os seus brados e preceitos, e a discórdia apontou-lhes novas tramas; subiram entaõ de ponto, como éra de esperar, o resentimenlo e a indignação das províncias colligadas, como por uma espécie de Mágica, em um momento, todas as suas ideas e sentimentos convergiram em um sô ponto, e para um sô fim. Sem o estrepito das armas, sem as vozerias da anarchia, requerêram-tne ellas, como ao garante da sua preciosa liberdade e honra nacional, a prompta installaçaõ d' uma Assemblea Geral Constituinte e Legislativa no Brazil. Desejara eu poder alongar este momento, para ver se o desvaneio das Cortes de Lisboa cedia às vozes da razaõ e da justiça, e a seus próprios interesses; mas a ordem por ellas suggerida, transmittida aos Cônsules Portuguezes, de prohibir despachos depetreehos e muniçoens para o Brazil éra um signal de guerra, e um começo real de hostilidades.
Fig. 04 - Jean Baptiste DEBRET foi testemunha ocular e projetistas de cenários para realçar e abrilhantar os atos do príncipe Dom Pedro de Alcântara Na imagem pública do “DIA do FICO” de 09 de janeiro de 1822 evidencia0se esta dupla função do artsta da Missâo Francesa de 1816. . Exigia pois este Reyno, que ja me tinha declarado seu Defensor Perpetuo, que eu provesse do modo mais enérgico e prompto â sua segurança, honra e prosperidade. Se eu fraqueasse na minha resolução, attraiçoava por um lado minhas sagradas promessas, e por outro ¿ quem poderia sobre estar os males da anarchia, desmembraçaõ das suas províncias e os furores da democracia ? ¿ que lucta porfiosa entre os partidos encarniçados, entre mil successivas e encontradas facçoens ? ¿ A quem ficariam pertencendo o ouro e os diamantes das nossas inesgotáveis minas; esses rios caudalosos, que fazem a força dos Estados ¿ esta fertilidade prodigiosa, fonte inexhaurivel de riquezas e de prosperidade?. ¿ Quem acalmaria tantos partidos dissidentes, quem civilizaria a nossa povoaçaõ disseminada, e partida por tantos rios, que saõ mares ? ¿Quem iria procurar os nossos índios no centro da suas matas impenetráveis, atravez de montanhas altíssimas inaccessiveis ? De certo, Brasileiros, lacerava-se o Brazil: esta grande peça da benéfica natureza, que faz a inveja e a admiração das naçoens do mundo, e as vistas bem fazejas da Providencia, se destruíam, ou pelo menos se retardavam por longos annos. Eu fora responsável por todos estes males, pelo sangue, que ia a derramar-se, e pelas victimas, que infallivelmente seriam sacrificadas ás paixoens e aos interesses particulares: resolvi-me por tanto ; tomei o partido, que os povos desejavam, e mandei convocar a assemblea do Brazil, a fim de cimentar a independência politica deste Reyno, sem romper com tudo os vinculos da fraternidade Portugueza; harmonizando-se, com decoro e justiça, todo o Reyno unido de Portugal, Brazil, e Algarves; e conservando-se debaixo do mesmo chefe duas famílias, separadas por immensos mares, que só podem ser reunidas pelos vinculos da igualdade de direitos e recíprocos interesses. Brazileiros!— Para vós naõ he preciso recordar todos os males, a que estavas sugeitos, e que vos impelltram à Representantaçaõ, que me fez a Câmara e Povo desta Cidade no dia 23 de Maio, que motivou o meu Real Decreto de 3 de Junho do corrente anno, mas o respeito, que devemos ao Gênero Humano, exige, que demos as razoens da vossa justiça e do meu comportamento. A historia dos feitos do Congresso de Lisboa a repeito do Brazil, he uma historia d' enfiadas injustiças, e sem razoens, seus fins eram paralysar a prosperidade do Brazil, consumir toda a sua vitalidade, e reduzillo a tal inacçaõ e fraqueza, que tornasse infallivel a sua ruína, e escravidão. Para que o mundo se convença do que digo, entremos na simples exposição dos seguintes factos. Legislou o Congresso de Lisboa sobre o Brazil sem esperar pelos seus representantes, postergando assim a Soberania da maioridade da Naçaõ. Negou-lhe uma Delegação do Poder Executivo, de que anto precisava para desenvolver todas as forças da sua virilidade, vista a grande distancia, que o separa de Portugal; deixando-o assim sem leys apropriadas ao seu clima, e circumstancias locaes. sem promptos recursos às suas necessidades. Recusou-lhe um centro de uniaõ, e de força o para debilitar incitando previamente as suas Províncias a deepegarem-se daquelle, que ja dentro de si tinham felizmente. Decretou-lhe Governo sem eatabelidade, e sem nexo, em três centros de actividade differente, insubordinados, rivaes, e contradictorios, destruindo assim a sua cathegoria de Reyno, aluindo assim as bazes da sua futura grandeza, e prosperidade, e sô deixando-lhe todos os elementos da desordem, e da anarchia. Excluio de facto os Brazileiros de todos os empregos honoríficos, e encheo vossas Cidades de bayonetas Europeas, com mandadas por chefes forasteiros, cruéis, e immoraes. Recebeo com enthusiasmo, e prodigalizou louvores a todos esses monstros, que abriram chagas dolorosas nos vossos coraçoens, ou promettêram naõ cessar de asabrir. Lançou maõs roubadoras aos recursoss applicados ao Banco do Brazil, sobrecarregado de uma divida enorme Nacional, de que nunca se occupou o Congresso: quando o credito deste Banco estava enlaçado com ocredito publico do Brazil, e com a sua prosperidade. Negociava com as Naçoens estranhas a alienação de porçoens do vosso território, para vos enfraquecer e escravisar. Desarmava vossas fortalezas, despia vossos arsenaes, deixava indefesos vossos portos, chamando aos de Portugal toda a vossa Marinha; esgotava vossos Thesouros com os saques repetidos para despeza de tropas, que vinham sem pedimento vosso, para verterem o vosso sangue e destruir-vos, ao mesmo tempo que vos prohibia a introducçaõ de armas, e muniçoens estrangeiras, com que podesseis armar vossos braços vingadores, e sustentara vossa liberdade. Apresentou um projecto de relaçoens commerciaesque sob falsas apparencias de chimerica reciprocidadee igualdade, monopolizava vossas riquezas, fexava vossos portos aos estrangeiros, e assim destruía a vossa agricultura, e industria, e reduzia os habitantes do Brazil outra vez ao estado de pupillos, e colonos. Tractou desde o principio, e tracta ainda, com indigno aviltamento e desprezo os Representantes do Brazil, quando tem a coragem de punir pelos seus direitos, e até (quem ousará dizêllo!) vos ameaça com libertar a escravatura, e armar seus braços contra seus próprios senhores. Para acabar finalmente esta longa narração de horrorosas injustiças, quando pela primeira vez ouvio aquelle Congresso as expressoens da vossa justa indignação, dobrou de escarneo, oh Brazileiros, querendo desculpar seus attentados com a vossa própria vontade e confiança. A Delegação do Poder Executivo, que o Congresso regeitara por anticonstitucional, agora ja uma Commissaõ do seio deste Congresso nola offerece, e com tal liberalidade, ue em vez de um centro do mesmo poder, de que sô precisaveis, vos querem conceder dous e mais. Que generosidade inaudita! Mas quem naõ vê que isto só tem por fim destruir a vossa força, e integridade, armar províncias contra províncias, e irmaõs contra irmaõs. Accordemos pois, generosos habitantes deste vasto, e poderoso império, está dado o grande passo da vossa independência, e felicidade, ha tantos tempos preconizadas pelos grandes Políticos da Europa. Ja sois um povo Soberano, ja entrastes na grande Sociedade das Naçoens independentes, a que tinheis todo o direito. A honra, e dignidade nacional, os desejos de ser venturosos, a voz da mesma Natureza mandam que as colônias deixem de ser colônias, quando chegam à sua virilidade, e ainda que tractados como colônias naõ o éreis realmente, e até por fim ereis um Reyno. Demais, o mesmo direito que teve Portugal para destruir as suas instituiçoens antigas e constituir-se,com mais razaõ o tendes vós, que habitais um vasto, e grandioso paiz, com uma povoaçaõ (bem que disseminada) ja maior que a de Portugal, e que irà crescendo com a rapidez, com que caiem pelo espaço os corpos graves. Se Portugal vos negar esse direito, renuncia elle mesmo ao direito, que pode allegar para ser reconhecida a sua nova Constituição pelas naçoens estrangeiras, as quaes entaõ poderiam allegar motivos justos para se intrometterem nos seus negócios domésticos, e para violarem os attributos da Soberania, e independência das naçoens.
Dona LEOPOLDINA e o CONSELHO - Pintura - - 1922 por Giorgina ALBUQUERQUE Fig. 05 - A obra de Girrgina ALBUQUERQUE recria um seciulo após os fatoos a intensa e decisiva atividade de Dona LEOPLDINA e do GRUPO quetentava assessorar o príncipe Dom Pedro de Alcântara na tomada de descisões . De dectretos e estratégisasd para unir rivais na mesmsa causa da Independência do Braso em 1822 è possível especular que os dois texto de 01 de agosto de 1822 sã frutos de longas e demoradas discussões anteriores ¿ Que vos resta pois, Brazileiros ? Resta-vos reunir-vostodos em interesses, em amor, em esperanças, fazer entrar a Augusta Assemblea do Brazil no exercício das suas funcçoens, para que, maneando o leme da razaõ, e prudência, haja de evitar os escolhos, que nos mares das revoluçoens appresentam desgraçadamente França, Hespanha, e o mesmo Portugal, para que marque com maõr segura, e sabia a partilha dos Poderes, e firme o Códigoda vossa Legislação na saã Philosophia, e o applique ãs vossas circumstancias peculiares. Naõ o duvideis, Brazileiros, vossos Representantes occupados naõ de vencer resistências, mas de marcar direitos, sustentarão os vossos, calcados aos pés, e desconhecidos ha três séculos : consagrarão os verdadeiros princípios da Monarchia Representativa Brazileira : declararão Rey d'este bello Paiz o Senhor D. Joaõ VI., Meo Augusto Pây, de cujo amor estais altamente possuídos : cortarão todas as cabeças â Hydra da anarchia, e a do Despotismo: imporaõ a todos os empregados, e funccionarios públicos a necessária responsabilidade; e a vontade legitima, e justa da Naçaõ nunca mais verá tolhido, a todo o instante, o seo vôo magestozo. Firmes no principio invariável de naõ sanccionar abusos, donde a cada passo germinam novos abusos, vossos Representantes espalharão a luz, e nova ordem, no cáhos tenebroso da Fazenda Publica, d'Admintraçaõ econômica, e das Leys Civis e criminaes. Teraõ o valor de crer que ideas úteis, necessárias ao bem da nossa espécie, naõ saõ destinadas somente para ornar paginas de livros, e que a perfectibilidade, concedida ao homem pelo Ente Creador, e Supremo, deve naõ achar tropeço e concorrer para a ordem social, e felicidade das Naçoens. Dar-vos-haõ um Código de Leys adequadas à natureza das vossas circumstancias locaes, da vossa povoaçaõ, interesses, e relaçoens, cuja execução será confiada a juizes íntegros, que vos administrem justiça gratuita, e façam desapparecer todas as trapaças do vosso foro, fundadas em antigas leys obscuras, ineptas, complicadas, e contradictorias. Eles vos daraõ um Código penal dictado pela razaõ e humanidade, em vez dessas leys sanguinárias e absurdas, de que até agora fostes victimas cruentas. Tereis um systema d'impostos, que respeite os suores da Agricultura, os trabalhos da industria, os perigos da Navegação, e a liberdade do commercio: um systema claro, e harmonioso, que facilite o emprego, e circulação dos cabedaes, e arranque as cem chaves mysteriosas, que fechavam o escuro labyrintho das finanças, que naõ deixavam ao cidadão lobrigar o rasto do emprego, que se dava às rendas da Naçaõ. Valentes soldados, também vós tereis nm Código Militar, que, formando uni exercito de cidadãos disciplinados, reúna o valor, que defende a Pátria, ás virtudes cívicas, qne a protegem, e seguram. Cultores das Letras, e sciençias, quazi sempre aborrecidos ou desprezados pelo despotismo, agora tereis aentrada aberta, e desempeçada para adquirirdes gloria e honra. Virtude, merecimento vós vireis junctos ornar o Sanctuario da Pátria, sem que a intriga vos feixe as avenidas do Throno, que só estavam abertas á hypocrisia e â impostura. Cidadãos de todas classes, mocidade Brazileira, vós tereis um código de Instrucçaõ publica nacional, que fará germinar, e vegetar viçosamente os talentos d'este clima abençoado, e collocarã a nossa constituição debaixo da salva-guada das gerações fucturas, transmittindo a toda a Naçaõ uma educação liberal, que communique aos seos membros a instrucçaõ necessaria para promoverem a felicidade do grande todo Brazileiro. Encarai Habitantes do Brazil, encarai a perspectiva de gloria e de grandeza, que se vos antolha; naõ vos assustem os atrãzos da vossa situação actual: o fluxo da civilizaçaõ começa a correr já impetuoso desde os desertos da Califórnia até ao estreito de Magalhaens. Contituiçaõ e liberdade legal saõ fontes inesgotáveis de prodigios, e seraõ a ponte por onde o bom da velha, e convulsa Europa passará ao nosso continente. Naõ temais as naçoens estrangeiras : a Europa, que reconheceo a independência dos Estados Unidos de America, e que ficou neutral na lueta das Colônias Hespanholas, naõ pode deixar de reconhecer a do Brazil, que com tanta justiça, e tantos meios , e recursos procura também entrar na grande famíliadas naçoens. Nós nunca nos envolveremos nos seus negócios particulares; mas ellas também naõ quererão perturbar a paz e commercio livre, que lhes offerecemos; garantidos por um governo Representativo,que vamos estabelecer. Naõ se ouça pois entre vós outro grito que naõ seja Uniaõ.—Do Amazonas ao Prata naõ retumbe outro écho que naõ seja—Independência—Formem todas nossas províncias o feixe mysterioso, que nenhuma força pode quebrar. Desappareçaõ de uma vez antigas preoccupaçoens, substituindo o amor do bem geral ao de qual quer provincia, ou de qualquer cidade. Deixai oh Brazileiros, que escuros blasphemadores soltem contra vós, contra mim, e contra o nosso liberal systema injurias, calumnias, e baldoens: lembrai-a vos que, se elles vos louvassem, o Brazil estava perdido.— Deixai que digam que attentamos contra Portugal, contra a mãe Pátria, contra os nossos benefeitores; nos, salvando os nossos direitos, punindo pela nossa justiça, e consolidando a nossa liberdade, queremos salvar a Portugal de uma nova classe de tyrannos. Deixai que clamem, que nos rebellamos contra o nosso Rey: elle sabe que o amamos, como a um Rey Cidadão e queremos salvallo do affrontoso estado de captiveiro a que o reduziram; arrancando a mascara da hypocrisia a demagogos infames, e, marcando com verdadeiro liberalismo os justos limites dos poderes políticos. Deixai que vos vozeem, querendo persuadir ao Mundo, que quebramos todos os laços de uniaõ com nossos irmaõs da Europa: naõ; nós queremos firmalla em bazes sólidas, sem a influencia de um partido, que vilmente desprezou nossos direitos, e que, mostrando-se à cara descoberta tyranno e dominador em tantos factos, que ja se naõ podem esconder, com deshonra, e perjuizo nosso, enfraquece, edestroe irremediavelmente aquella força moral, tam necessáriaem um Congresso, e que toda se appoia na opinião publica e na justiça. Illustres Bahianos, porçaõ generosa e malfadada do Brazil, a cujo solo se tem agarrado mais essas famintas, e empestadas harpias; quanto me punge o vosso destino! Quanto o naõ poder a mais tempo ir enxugar as vossas lagrimas, e abrandar a vossa desesperaçaõ! Bahianos, o brio he a vossa divisa, expelli do vosso seio esses monstros, que se sustentam do vosso sangue ; naõ os temaes, vossa paciência faz a sua força. Elles ja naõ as Portuguezes, expelli-os e vinde reunir-vos a nós, que vos abrimos os braços. Valentes Mineiros, intrépidos Pernambucanos defensores da liberdade Brazilica, voai em socorro dos vossos vizinhos irmaõs: naõ he a causa de uma provincia, he a causa do Brazil, que se defende na Primogênita de Cabral. Extingui esse viveiro de fardados lobos, que ainda sustentam os sanguinários caprichos do partido faccioso. Recordai- vos Pernambucanos das fogueiras do Bonito, e das scenas do Recife. Poupai porem e amai, como irmaõs, a todos os Portuguezes pacíficos, que respeitam nossos direitos, e desejam a nossa e sua verdadeira felicidade. Habitantes do Ceará, do Maranhão, do requissimo Pará, vós todos das bellas, e amenas províncias do Norte, vinde exarar, e assignar o acto da nossa emancipação, para figurarmos (he tempo) directamente na grande associação politica: Brazileiros em geral, Amigos, reunamos-nos ; sou vosso compatriota, sou vosso defensor; ncaremos como único prêmio de nossos suores, a honra, a prosperidade do Brazil. Marchando por esta estrada vermeheis sempre á vossa frente, e no lugar do maior perigo. A minha felicidade (convencei-vos) existe na vossa felicidade: he minha gloria reger um povo brioso, e livre. Dai-me o exemplo das vossas virtudes e da vossa uniaõ. Serei digno de vós. Palácio do Rio-de-Janeiro em o primeiro de Agosto de 1822. (Assignado.) PRÍNCIPE REGENTE
Dom Pedro mandando Avilez voltar para PORTUGAL -Pintura - 1922- de Oscar Pereira da Silva (1867-1939). Fig. 06 - O próprio príncipe Dom Pedro de Alcântara tomou a iniciativa pessoal de dar o exemplo do conteúdo que publicou nas recomendações militares no dia 01 de agosto de 1822 Ao dar exemplo pessoal no ato que lhe poderia valer a captura e a sus deportação para LISBOA e para as mãos de sua Junta Governativa Decreto de S. A. R. o Principe Regente, ordenando a resistência ás hostilidades de Portugal. Tendo-me sido confirmada, por unanime consentimentoe espontaneidade dos povos do Brazil, a dignidade e poder de Regente deste vasto Império, que El Rey meu Augusto Pay me tinha outorgado; dignidade de que as Cortes de Lisboa, sem serem ouvidos todos os Deputados, ousaram despojar-me, como he notório: e tendo eu aceitado outro sim o titulo e encargo de Defensor Perpetuo deste Reyno, que os mesmos povos tam generosa e lealmente me conferiram: cumprindo-me portanto, em desempenho dos meus Sagrados Deveres, e em reconhecimento de tanto amor e fidelidade, tomar todas as medidas indispensáveis ã salvação desta máxima parte da Monarchia Portugueza, que em mim se confiou, e cujos direitos jurei conservar illesos de qualquer ataque: e como as Cortes de Lisboa continuam no mesmo errado systema, e a todas as luzes injusto, de recolonizar o Brazil, ainda â força d' armas; apezar de ter o mesmo ja proclamado á sua independência politica, a ponto de estar ja legalmente convocada pelo meu Real Decreto de 3 de Julho próximo passado uma Assemblea Geral, Constituinte e Legislativa, a requirimento geral de todas as Câmaras, procedendo-se assim com uma formalidade, que naõ houve em Portugal, por ser a convocação do Congresso em sua origem somente um acto de clubs occultos e facciosos: e considerando eu, igualmente, S. M. El Rey, oSnr. D. Joaõ VI., de cujo nome e authoridade pretendem as Cortes servir-se para os seus sinistros fins, como prisioneiro naquelle Reyno, sem vontade própria, e sem aquella liberdade de acçaõ, que he dada ao Poder Executivo nas monarchias coustitucionaes : mando a todas as Junctas Provisórias de Governo, Governadores d' armas, Commandantes Militares, e a todas as Authoridades constituídas, a quem a execução deste Decreto pertencer,o seguinte:— 1. Que sejam reputadas inimigas todas e quaesquer tropas, que de Portugal ou de outra qualquer parte forem mandadas ao Brazil, sem prévio consentimento meu, debaixo de qualquer pretexto que seja; assim como todas as tripulaçoens e guarniçoens dos navios, em que forem transportadas, se pretenderem desembarcar; ficando porém livres as relaçoens commerciaes e amigáveis entre ambos os Reynos, para conservação da uniaõ politica, quemuito desejo manter. 2. Que se chegarem em boa paz, deverão logo regressar, ficando porém retidas a bordo e incommunicaveis, até que se prestem todos os mantimentos, e auxílios necessários, para a sua volta. 3. Que no caso de naõ quererem as dietas tropas obedecer a estas ordens, e ousarem desembarcar, sejam rechaçadas, com as armas na maõ, por todas as forças militares da Primeira e Segunda Linha, e até pelo povo em massa; pondo-se em execução todos os meios possíveis para, se preciso for, se incendiarem os navios, e se metterem a pique as lanchas de desembarque. 4. Que, se apezar de todos estes esforços, succeder que estas tropas tomem pé em algum porto, ou parte da costa do Brazil, todos os habitantes, que o naõ puderem impedir, se retirem para o centro, levando para as matas e montanhas todos os mantimentos e boiadas, de que ellas possam utilizar-se; e as tropa do paiz lhe façam crua guerra de postos e guerrilhas; evitando toda a oceasiaõ de combates geraes, até que consigam ver-se livres de similhantes inimigos. 5. Que desde ja fiquem obrigadas todas as Authoridades Militares e Civis, a quem isto competir, a fortificarem similhantes desembarques, debaixo da mais restricta e rigorosa responsabilidade. 6*. Que se, por accaso, em algumas das províncias do Brazil naõ houverem as muniçoens e petrechos necessários para estas fortificaçoens, as mesmas authoridades acima nomeadas representem logo esta Corte o que precisam, para daqui lhes ser fornecido, ou dem parte immediatamente á provincia mais vizinha, que ficará obrigada adar-lhes todos os soccorros precisos, para o bom desempenho de tam importantes obrigaçoens. As Authoridades Civis e Militares, a quem competira execucçaõ deste meu Real Decreto, assim o executem e hajam de cumprir, com todo o zelo, energia e promptidaõ, debaixo da responsabilidade de ficarem criminosas de Lesa Naçaõ, se assim decididamente o naõ cumpriem. Palácio do Rio-de-Janeiro; no 1.° de Agosto de 1822. Com a Rubrica de S. A. R. o PRÍNCIPE REGENTE Luiz Pereira da Nobrega de Souza Couttinho. 09 de janeiro de 1822 dia do FICO PEDRO https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/dia-do-fico Por DEBRET dia do FICO https://institutopoimenica.com/2018/01/09/dia-do-fico-jean-baptiste-debret/ DEBRET Pano de BOCA https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Jean-Baptiste_Debret_-_Pano_de_boca_-...-_1.jpg + https://www.researchgate.net/figure/Jean-Baptiste-Debret-Pano-de-boca-Stage-Background-in-Viagem-pitoresca-e-historica_fig1_237780512 13 de maio de 1822 Dom PEDRO como DEFENSOR PERPETUO do BRASILEIROS https://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/8885-d-pedro-imperador-constitucional-e-defensor-perpétuo-do-brasil Charlies SIMON PRADIER https://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/8885-d-pedro-imperador-constitucional-e-defensor-perpétuo-do-brasil Dona Leooldina por Girgina ALBUQUERQUE https://scontent.fpoa13-1.fna.fbcdn.net/v/t1.6435-9/118537367_2615268735469994_3993703966351618647_n.jpg?stp=cp0_dst-jpg_e15_fr_q65&_nc_cat=107&ccb=1-7&_nc_sid=110474&efg=eyJpIjoidCJ9&_nc_ohc=oJiGqDF33UEAX8AmmVb&_nc_ht=scontent.fpoa13-1.fna&oh=00_AT9x-fuPd2-qwcBNwOHQaVwJwI3uiHkwpWUzv7aJ2kN5KQ&oe=6365A0AA GOVeRNO CONSTITUCIONAL https://www.historia-brasil.com/reino/monarquia-parlamentar.htm

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

227 - NÃO FOI NO GRITO - PORTUGAL INVADE e ANEXA o URUGUAI

PORTUGAL INVADE e ANEXA o URUGUAI “Monte-Vedio. As ultimas noticias do Rio-da-Prata saõ de Montevedio 1 deAgosto. Houve naquella praça uma revolução de importante natureza,havendo-se aquella província declarado parte do Brazil. Aos 15 de Julho se convocou uma assemblea de representantes do povo, para considerar a alternativa, ou de estabelecer um governo ndependente, ou unir-se ao Brazil. Escolheo a assembleaeste segundo expediente, mas naõ se dizem ainda as condiçoens;só se menciona, que se manterão ali 6.000 homens detropas Portuguezas, para protecçaõ do paiz ; a parte do exerciMiscellanea. to acampada fora da praça, descontente pelo atrazo de 22 mezes no seu pagamento, avançou amotinada para os portoens da fortaleza, qne forçariam, se o General Lecor naõ os accommodasse,promettendo-lhe o pagamento dos atrazados dentro de um mez. Ha qnem diga; que a posse de Monte-Vedio naõ vale a penado sacrifício de manter ali 6.000 homens. Nós somos de opiniãocontraria; porque julgamos a accessaõ de Monte Vedio mui importante ao Brazil, e porque, em vez de ter tropas em outros pontos do Brazil, aonde o pOvo, n'uma constituição livre,he mui capaz de se defender a si mesmo, as tropas devem irpara as fonteiras, aonde saõ necessárias ; porque sem ellas nemse pode manter Monte-Vedio, nem guardar as fronteiras do Rio-Grande, contra as incursoens dos povos, que vivem em anarchia, nas margens do Urugay e Rio-da-Prata. CORREIO BRAZILIENSE VOL. XXVII. N.o 160 xx OUTUBRO DE 1821 p. 340 ” Em outubro de 2022 o mundo está assistindo e acompanhando a evolução invasão e anexação de territórios da Ucrânia pela Rússia. Há 201 anos Portugal desconhecia e rasgava o Tratado de Madrid que devolvia para a Espanha a Colônia do Sacramento e retomava Montevidéu e transformou o atual Uruguai em PROVÍNCIA CISPLATINA
Fig. 01 - As forças militares de PORTUGAL entraram em Montevidéu no dia 20 de janeiro de 1817 e foram recebidas triunfalmente por apoiadores receosos das múltiplas forças estrangeiras e de caudilhos locais em conflitos entre si Na realidade a população dispersa do interior do atual Uruguai não se subordinou à proclamada Província Cisplatina . Monte-Vedio. Correio Braziliense – outubro de 1821 Miscellanea.pp. 340 -34l As ultimas noticias do Rio-da-Prata saõ de Montevedio 1 de Agosto. Houve naquella praça uma revolução de importante natureza, havendo-se aquella província declarado parte do Brazil.
Fig. 02 - O general Carlos LECOR comandou as forças militares lusitanas que entraram em Montevidéu no dia 20 de janeiro de 1817. A partir de outubro de 1822 estava dividido em obedecer a Lisboa ou ao de Rio de Janeiro. Com a tropa não remunerada há 22 meses a proclamada Província Cisplatina. A situação começou a tornou-se critica quando Montevidéu aderiu ao Brasil mas com um exército de .6,000 homens que deviam obediência a Lisboa Aos 15 de Julho se convocou uma assemblea de representantes do povo, para considerar a alternativa, ou de estabelecer um governo independente, ou unir-se ao Brazil. Escolheo a assemblea este segundo expediente, mas naõ se dizem ainda as condiçoens; só se menciona, que se manterão ali 6.000 homens de tropas Portuguezas, para protecçaõ do paiz ; a parte do exerci to acampada fora da praça, descontente pelo atrazo de 22 mezesno seu pagamento, avançou amotinada para os portoens da fortaleza, qne forçariam, se o General Lecor naõ os accommodasse, promettendo-lhe o pagamento dos atrazados dentro de um mez. Ha qnem diga; que a posse de Monte-Vedio naõ vale a penado sacrifício de manter ali 6.000 homens.
Fig. 03 - A bandeira da Província CISPLATINA foi adotada pelo Brasil após as forças entraram em Montevidéu no dia 20 de janeiro de 1817 No entanto o seu uso não foi adotado pela população dispersa do interior do atual Uruguai quye não se subordinou à proclamada Província Cisplatina . Nós somos de opinião contraria; porque julgamos a accessaõ de Monte Vedio mui importante ao Brazil, e porque, em vez de ter tropas em outros pontos do Brazil, aonde o povo, n'uma constituição livre,e mui capaz de se defender a si mesmo, as tropas devem ir para as fonteiras, aonde saõ necessárias ; porque sem ellas nem se pode manter Monte-Vedio, nem guardar as fronteiras do Rio-Grande, contra as incursoens dos povos, que vivem em anarchia, nas margens do Urugay e Rio-da-Prata.
Fig. 04 - A partir de 1822 as forças militares estacionadas Montevidéu deveriam obediência do Brasil. No entanto, continuavam fiéis a Lisboa. Foi necessária uma expedição militar para convencer Província Cisplatina a se incorporar ao Brasil como mais uma estrela no escudo nacional Curiosamente esta vontade de anexar territórios limítrofes do Brasil reapareceu em variadas formas e intenções. Consta que em 1961, sob a presidência de Jânio QUADROS, alguns burocratas retornaram ao antigo projeto de transformar o URUGUAI e a GUIANA FRANCESA e ESTADOS BRASILEIROS; Assim o território brasileiro iria do rio Amazonas até o Prata. Uma década depois, sob os influxos militarísticos do marechal Emílio Garrastazu Médici do Brasil dominaria o Uruguai, em “TRINTA HORAS” se tornaria um protetorado ou mais um ESTADO FEDERADO. Uma colonização que resultou em fracasso, mortes e um vexame internacional.
Fig.05 - Uma visão romantizada da partida do Suíços de cantão de Friburgo, em 1818 rumo à esperada AMÉRICA Dos 2.000 que partiram da Suíca 300 ficaram no mar antes de chegarem ao sonhado destino. . Em outubro de 1821 Portugal não conseguia levar a bom termo a imigração de suíços ao Brasil As CORTES CONSTITUCIONAIS de LISBOA estavam preocupadas apenas com as questões locais perdendo a visão de conjunto do REINO de PORTUGAL e deixava entregue à sua própria sorte quem queria começar a vida no BRASIL da época. Abandonados à sua própria sorte os suíços e sentiram todas as agruras que levantou uma onda de solidariedade dos seus patrícios Colônia de Suissos no Brazil. . Correio Braziliense VOL. XXVII. N.o 160 xx– outubro de 1821 Miscellanea.pp. 338 -340 He mui importante para o credito e honra do nome Poitugiiez, que as Cortes da Naçaõ saibam o que se passou em Londres, a respeito da Colônia de Suissos no Brazil ; e esperamos, que sobreesta matéria se ciem algumas providencias. Aos 27 de Septembro houve um ajunetamento dos Suissos, residentes em Londres, para deliberarem sobre o estado miserávelde seus patrícios, que tinham ido estabelecer-se no Brazil,sobre a protecçaõ do Governo daquelle paiz. Leo-se o relatórioda Commissaõ, nomeada em um ajunetamento anterior, para exporo estado daquella Colônia
Fig. 06 - A gravura reflete e exagera a percepção britânica de povos coloniais a serem dominados e espoliados A Europa,, diante destas rebeliões imaginadas e exageradas, tinha o pretexto para mandar exércitos treinados e mercenários equipados e municiados com as armas produzidas pelas industriais bélicas para domesticar, colonizar subordinar e escravziar estes povos “rebeldes” imaginados. Este relatório, que he demasiado longo para podermos inserillo por extenso; começa expondo os motivos desta associação caridoza, para soecorrer seus infelizes compatriotas no Brazil; cuja colônia foi visitada por Mr. Schmidlmeyer, a fim de podercorrectamente informar esta associação, e ajunetava o relatóriouma copia do tractado entre S. M. Fidelissima e o Cantaõ deFriburgo, para a formação desta colônia no Brazil.
Fig. 07 - Os suíços em 1818 acampados em Londres a espera do transporte para AMÉRICA Com as levas de europeus deslocados para todas s as direções do planeta tinham preferência os que podiam pagar. Ali as promessas e contrtatos começaram a falhar para os 2.000 suiiços que contrazioram azs mais variadas doenças w debilidades. . As pessoas emigradas montavauí a 2.000, homens, mulherese crianças; iam debaixo da protecçaõ do Governo Portuguez, csob condiçoens e regulamentos assás próprios. A Commissaõ naõ imputa ao Governo, o que os emigrados sofTréiam no decursoda viagem, nem a falta de preparativos paia os receber no Brazil:politicamente se attribue isto a causas accidenlaes, a naõestarem os matos roçados, e as terras limpas para receberem osnovos habitantes ; pelo que ainda na data das ultimas noticias se achavam muitas familias em estado de naõ poderem proenrar sua subsistência, e sem saberem que terras ou porçaõ de terra lhes cabia em sorte. Alguns, depois de lerem Tocado e limpado terras, disséram-lhes que pertenciam a outrem e foram consequentemente obrigados a começar de novo os seus trabalhos em outra parte.0 descuido e negligencia, neste ponto, he evidente, mas a Commissaõ, passando por isso sem fazer observação algnma, sómente expressa a sua esperança de que S. M. Fidelissima fará com que seu Governo ponha em exeençaõ suas bcnrvolas intençocnR,significadas no tractado; principalmente polo que respeita as terras concedidas á municipalidade da colônia, melhoramentodas estradas publicas, e medição do3 terrenos, assim comoa clara verificação das datas aos diversos occupantes.
Fig .08 - A antiga e falida casa grande e senzala da Canta Galo no Rio de Janeiro abrigou os Suíços de cantão de Friburgoque rumaram para a AMÉRICA Sem o conhecimento das culturas ali possíveis, sem terras delimitadas e legalizadas pouco havia para fazer nesta serrania abandonada. Muitos procuraram ocupação e renda na cidade do Rio de Janeiro. A Commissaõ louva positivamente os esforços charitativos de muitos indivíduos no Brazil, a favor das viuvas e orfaõs de alguns desses colonistas, que tem morrido ; mas assevera, que esses soccorros naõ saõ sufficientes; e muitos dos colonistas teriam morrido de miséria e desesperaçaõ, se naõ fosse a firmeza e bom manejo do Clérigo, que acompanhou a Colônia, do Coramissario de Policia, e outras pessoas da mesma colônia, que confortam, animam e dirigem os colonistas. Conclue a Commissaõ propondouma subscripçaõ, ou contribuição voluntária, para o auxilio daquellescolonistas no Brazil.
Fig. 09 - O atual Parque da Serra dos TRÊS PICOS em Nova Friburgo Rio de Janeiro certamente lembrava aos Suíços o romântico cantão de Friburgo No entanto, era o cenário de uma senzala e de uma casa grande falidas. Sem os recursos de uma multissecular cultura , civilização, administração e política helvética poucos colonos tiveram algum êxito neste ermo O Ajunetamento approvou o relatório ; e que se participasse isto aos Suissos em Paris, e a um Committé de Suissos, que já existe, para o mesmo fim, no Rio-de-Janeiro. E procedeo-se ácollecta, que foi logo assas abundante, para dar esperanças deseu bom exi o* Podiamos notar aqui, que, apesar da moderação com que neste Ajunetamento se fallou dos culpados nas desgraças daquelles emigrados Suissos, nós temos bastantes informaçoens particular espara dizer; que desde o sen alistamento na Suissa, ate o seuestabelicimento no Canta Gallo, houve uma continuada prevaricaçãoda qual resultou toda a miséria dos colonistas. Pede pois a honra nacional, pede o interesse da população do Brazil, (1'onde as queixas daquelles infelizes Suissos, e a publicidade de seus soffrimentos deve afugentar os Europeos, que para ali quizessem emigrar ; o indagar-se seriamente esta matéria, edar aos culpados tal castigo, que com elle se lave a honra da Naçaõ, e que por elle também veja a Europa, que ha verdadeira intenção de proteger os emigrados para o Brazil, contra as concussoens e prepotencias dos empregados públicos. Fxamine-se o modo porque o Negociador Portuguez na Suissa empregou o dinheiro, destinado a fazer transportar os colonistas, com toda a comraodidade, e naõ apinhoados em navios, aonde adquiriram moléstias contagiosas, de que tantos morreram. Examine-se porque, havendo tantas terras devolutas no Brazil, se comprou por alto preço uma fazenda a um particular,para nella fundar a colônia. Examine-se porque, quando os colonistas chegaram ao Brazil, naõ estavam promptos mantimentos para os sustentar; transportes para os conduzir ao lugar de seu destino, e accoromodaçoens convenientes ; assim como demarcação feita dos terrenos, que se deviam dar a cada família; e regulamentos arranjados para a distribuição das terras divididas em datas, e demarcadas. Se as Cortes deixarem passar sem exame um facto destes, tam conspicuo no Mundo, roal pode a Naçaõ esperar lavar-se da nodoa, de ser cúmplice, corm os culpados nas desgraças daquelles colonistas : nem o Governo esperar, que haja alguma útil emigração para o Brazil, em quanto durar a lembrança de tam cruéis prevaricaçoens.
Sopa_dos_Pobres_em_Arroios_(1813)_-_Domingos_Sequeira Fig. 10 - Dez anos após esta gravura a situação da população lusitana ainda sofria agruras e dificuldade para suprir a necessidades básicas humanas. Se a situação era critica na metrópole muito pior nas colônias subjugadas e comescravidão legal na porta e na própria casa. Assim todos pensavam nas suas necessidades imediatas, perdendo qualquee interesse e percepção do conjunto do reino lusitano Se há 201 anos Portugal não conseguia levar a bom termo a imigração Suíços ao Brasil o próprio povo do REINO de PORTUGAL passava por necessidades extremas sempre a beira de revolta aberta contra as CORTES CONSTITUCIONAIS de LISBOA. Por sua parte a imigração da população helvética esteva buscando no BRASIL uma terra na qual a ESCRAVIDÃO era LEGAL, algo impensável na sua terra de origem. Alguns suíços se envolveram de diversas formas nesta prática local Recentemente estão emergindo relatos e documentos de suíços envolvidos no trafego, guarda e exploração da mão de obra escrava
Fig. 11 - Em outubro de 2022 as forças militares da RÚSSIA invadiram a UCRÂNIA da mesma forma como exércitos de PORTUGAL invadiram e tomaram Montevidéu no dia 20 de janeiro de 1817. No entanto, vale o sábio conselho de Charles Maurice de TALLEYRAND-PERIGORD (1754-1838) para Napoleão Bonaparte., de que : “com as baionetas é possível fazer tudo, menos ficar sentado sobre suas pontas”. A invasão e a anexação de territórios da Ucrânia pela Rússia, e outubro de 2022, segue o mesmo padrão de 201 anos atrás quando Portugal tomou Montevidéu e transformou o atual Uruguai em PROVÍNCIA CISPLATINA. FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS A POSSE da FOZ INTEIRA do RIO AMAZONAS.122 – NÃO FOI NO GRITO http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2015/07/122-nao-foi-no-grito.html ACTE du CONGRÉS de VIENNE du 9 Juin 1815 avec ses annexes http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k91227n PROVÍNCIA CISPLATINA https://pt.wikipedia.org/wiki/Província_Cisplatina i Imigração Suíços ao Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Imigração_suíça_no_Brasil#:~:text=Os%20primeiros%20imigrantes%20suíços%20chegaram,261%20famílias%2C%20totalizando%201.682%20imigrantes. NOVA FRIBURGO -RJ https://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Friburgo SERRA do TRÊS PICOS https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Visual_do_Caminho_Para_Parque_dos_Os_tres_Picos.jpg Emigração de SUÍÇOS ao BRASIL: “sempre se acharão alguns descontentes” .179– NÃO FOI no GRITO https://naofoinogrito.blogspot.com/2019/04/179-nao-foi-no-grito.html Os SUÍÇOS e a ESCRAVIDÃO https://www.swissinfo.ch/por/racismo_comércio-de-escravos-graças-à-suíça--esta-mulher-da-argóvia-pesquisou-no-brasil--apesar-das-oposições/43539868 A RÚSSIA INVADE a UCRÂNIA https://www.poder360.com.br/europa-em-guerra/volta-ao-mundo-russia-invade-a-ucrania/ https://www.beefpoint.com.br/russia-invade-ucrania-as-perspectivas-da-xp/