O PROCESSO do BICENTENARIO da
SOBERANIA do URUGUAI.
A presente postagem aborda o Uruguai no âmbito do processo da sua independência e os atos e os fatos que evoca para estas narrativas a construção da identidade da nação sul-americana.
Quem quiser conhecer a cultura e folclore do Rio Grande do Sul necessita conhecer a identidade e o modo de vida do Uruguai.
Fig. 01 – TERITÓRIO do URUGUAI num mapa de Jean Baptiste DEBRET denominado com as regiões da BANDA ORIENTAL, da PROVÌNCIA CSPLATINA e MONTE VÌDEO distingue-se da Província do RIO GRANDE DO SUL com fronteias distintas das atuais
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O seu tamanho físico é inferior a um grande número de Estados Brasileiros. Apesar disto poucas nações do mundo, como o Uruguai, podem exibir com tanta ênfase e orgulho a História da construção da identidade coletiva. Esta construção também “não foi no grito”e nem se resume a um evento singular e datado, porém em longos, continuados e silenciosos contratos ente os seus cidadãos para constituir um coletivo nacional. Contratos realizados e celebrados em calorosos juramentos entre cidadãos procedentes das mais diversas origens, etnias e ideologias.
Fig. 02 – TERITÓRIOS INDÍGENAS do URUGUAI num mapa a partir do relato de Solis de 1516
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Em relação ao entorno das demais nações soberanas, o Uruguai é muito pequeno geograficamente. Contudo é destaque em quase todos os índices humanos e culturais. Atribui-se este fato a um projeto político consistente, coerente e continuado da busca de sua identidade própria. Identidade que agora ganha vigor, visibilidade e proveito na celebração do ciclo do processo de independência e soberania na ocasião e no âmbito do seu bicentenário.
Fig. 03 – CARRETEIROS no TERRITÓRIO do URUGUAI numa foto antiga
O Uruguai aproveita - e exibe ao mundo - a lição da contemporaneidade que ensina a dialética constante entre a integração e as distinções de identidade mantida pelos Estados soberanos atuais e ao longo da construção de sua soberania. O Uruguai é uma lição viva e palpitante da contradição - transformada em complementaridade – que os blocos de nações e ao mesmo tempo a busca da sua identidade e singularidade, são saudáveis tanto na via externa para as outras soberanias como, na via interna, da sua própria identidade.
Fig. 04 – GAUCHO do URUGUAI numa pintura de Juan Manuel BLANES 1830-1901
O Uruguai implementa a cidadania como medida. De um lado o seu território já fez parte do império de Felipe II da Espanha no qual “o Sol nunca se punha”. O súdito deste Império colossal era eclipsado neste macro projeto planetário. Ele passava toda a sua vida a serviço deste soberano a quem sacrificava fortunas, energias e culminando com o sacrifício da sua própria existência. No contraditório o século XIX enfatizou o EU. Este EU rege as suas ações e seus projetos individuais por meio de contratos diante do coletivo. Nestes contratos enfatiza-se a dialética constante entre a integração coletiva e as distinções de identidade do indivíduo, gerando a complementaridade da autonomia e da sanção moral para as ações do cidadão que elege o Estado como articulador, guardião e promotor destes valores.
Fig. 05 – BATALHA do SARANDI URUGUAI numa pintura de Juan Manuel BLANES 1830-1901
Esta homeostase constante entre forças antagônicas é critica e necessita não só treinamento, para momentos críticos desta constante homeostase, mas impõe uma educação completamente distinta daquele que regulava aquele no qual “o Sol nunca se punha”.
Fig. 06 – A PARAGUAIA DEPOIS de UM COMBATE travado no URUGUAI numa pintura de Juan Manuel BLANES 1830-1901 o doloroso preço da busca da liberdade
Augusto Comte encontrava na 3ª parte do seu Catecismo, escrito na metade do século XIX, uma proporção e um número ideal de habitantes para os Estados modernos livres:
“os estados ocidentais não terão uma extensão superior à que nos apresentam agora Toscana, a Bélgica, a Holanda e em breve a Sicília. A Sardenha, etc. Uma população de um três milhões de habitantes, na proporção ordinária de sessenta por quilômetro quadrado, constitui, com efeito, a extensão que convém aos Estados verdadeiramente livres. “ Comte, 1983 p.282)
Estas proporções, verificadas na contemporaneidade, mostram que muitas destas observações de Comte correspondem ao Uruguai atual, apesar da doutrina positivista ainda não existir na época em que este pais colocou estas bases políticas e sociais. Também é possível conjeturar que as influências comtistas foram menores daquelas do Brasil.
Fig. 07 – INDICES do URUGUAI e do BRASIL em dadso do IBGE
Comte partia das experiências e as perspectivas que ofereciam as recentes independências americanas:
“Deveis conceber aqui as futuras repúblicas, como muito mais circunstâncias do que anunciam hoje os preconceitos revolucionários. A dissolução gradual do sistema colonial a partir da independência americana não é, no fundo, senão o começo de um deslocamento irrevogável de todos os domínios demasiados vastos que surgirem, depois da ruptura do laço católico” Comte, 1983 p.281
A separação entre Igreja e Estado também foram um ponto basilar na política publica reinante num dos menores territórios soberanos da America Latina. Outra contradição que os esta nação sobre transformar em complementaridade. Complementaridade boa e produtiva para ambos os lados da questão colocada por Auguste Comte e sem substituir o credo católico para se submeter a doutrina apregoada pelo Catecismo positivista.
Fig. 08 – OS 33 ORIENTAIS do URUGUAI em 19.04.1825 numa pintura de Juan Manuel BLANES 1830-1901. O lema “LIBERTAD o MUERTE” na bandeira empunhada pelo grupo dos 33, os vincula ao plano mundial, aos movimentos deflagrados pela lógica Iluminista e, do outro lado, personifica o projeto do destino individual que cada um deles escolhia na sua plena autonomia pessoal.
O Uruguai, além de sua tradicional hospitalidade a todos os povos, ideologias e credos, recebeu, e continua a receber, turistas brasileiros e em especial do Rio Grande do Sul que ale sentem-se em casa. Em todos os momentos políticos brasileiros e sul-rio-grandenses o Uruguai foi um refúgio seguro e hospitaleiro. As raízes lusitanas da Colônia do Sacramento, os vínculos açorianos, os tambores africanos, o Forte de Santa Teresa construído pelo exército português estão em boas mãos e preservados com todo esmero que é possível para esta economia. Os ideais republicanos ali amadureceram ao longo da proclamação e da afirmação da República Brasileira ou se espelhava de nesta soberania com profunda integração política.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Artigas
Fig. 09 – JOSÈ ARTIGAS (1764-1850) Busto em Porto Alegre
A cultura e o folclore do Rio Grande do Sul tiveram forte influência da identidade, da cultura e do folclore do Uruguai. Encarregados por Dante Laytano de preparar a III Semana Nacional de Folclore promovido pelo IBECC em Porto Alegre os jovens Paixão Cortes e Barbosa Lessa seguiram, no início de 1950, para Montevidéu de onde trouxera danças e indumentárias dos atuais Centros de Tradições Gaúchas (CTG’s).
Fig. 10 – GAUCHO do URUGUAI numa pintura de Juan Manuel BLANES 1830-1901
Dante Laytano havia se conectado ao plano nacional do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e no plano internacional com a UNESCO. Em decorrência disto, no dia 31 de março de 1949, Laytano remeteu à Faculdade de Filosofia da URGS, um projeto relacionado com vários temas do Folclore, preparando a III Semana Nacional de Folclore promovido pelo IBECC. Esse projeto estava ancorado na Comissão Estadual de Folclore como um ramo regional da Comissão Nacional de Folclore. Acorreram a Porto Alegre, entre os dias 22 a 29 de agosto de 1950, pesquisadores, como o potiguar Câmara Cascudo, os paulistas Rossini Tavares de Lima e Mainard Araújo. Cecília Meireles veio do Rio de Janeiro. Renato de Almeida presidiu o encontro, coordenado por Dante Laytano e por Érico Veríssimo.
Fig. 11 – GAÚCHO ORIENTAL. Obra de Federico Escalada 1888-1960 –[ Revista do Globo Porto Alegre 22 de julho de 1935, nº 163, p. 24] . A Republica do Uruguai encomendou ao escultor Escalada uma estátua do gaúcho Oriental a partir desta da imagem e que esta artista realizar para Montevidéu. Vinte anos depois desta obra certamente o Escultor Antônio Caringi (1905-1981) e o modelo Paixão Cortes a conheciam para realizar a Estatua do Laçador, símbolo da cidade de Porto Alegre. Mas um laço simbólico que une as duas culturas
No palco do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul apresentaram-se, nessa III Semana Nacional de Folclore, os integrantes do Centro de Tradições Gaúchas “35” (CTG-35) com Paixão Cortes e Barbosa Lessa, interpretando aquilo que haviam aprendido no meio do seu povo e se espelhando naquilo que já havia sido realizado no território do Uruguai.
Ressalte-se a origem do agrônomo e folclorista Paixão Cortes da cidade de Livramento, uma das cidades em notável simbiose cultural e econômica com a cidade uruguaia de Rivera. Cidades divididas por uma avenida que mais une do que separa as duas nacionalidades.
FONTES BIBLIOGRÀDICAS
COMTE, Auguste, 1798-1857 Catecismo Positivista (2ª Ed.) São Paulo : Abril Cultural, 1983 318 p
Anais da III Semana Nacional de Folclore 22-29 de agosto de 1950, RJ: IBECC-Dep. Imprensa Nacional 1953, PP 15,,67. 67,99
FONTES NUMERICAS DIGITAIS
URUGUAI
IBGE – clique em Uruguai
http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php
BICENTENÁRIO do URUGUAI
Portal oficial http://www.bicentenario.gub.uy/seccion/noticias/
Vídeos - http://www.youtube.com/watch?v=no6AF5tznag
Juramento dos 33, em 19.04.1825 Juan Manuel LANES 1830-1901 - pintura 311 x 564 cm – 1877.
http://www.enlacesuruguayos.com/33.htm
BATALHA do SARANDI 12.10.1825
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Sarandi
1ª CAMPANHA de 1811 até 1828 INVASÔES das PROVÌNCIAS CISPLATINA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_campanha_cisplatina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_contra_Artigas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diogo_de_Sousa,_conde_de_Rio_Pardo
http://www.scielo.br/pdf/rbh/v30n60/a10v3060.pdf
http://www.estudioshistoricos.org/edicion_4/alex-da-costa.pdf
VICE REI de MONTEVIDEU FRANCISCO JAVIER de ELIO e DONA CARLOTA
ARTIGAS
http://comitebolivarianosp.wordpress.com/2010/05/06/uruguai-jose-gervasio-artigas-1764-1850/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Artigas
HIDALGO
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bartolom%C3%A9_Hidalgo
Juan Manuel BLANES 1830-1901
Museu http://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Juan_Manuel_Blanes
http://www.artemercosur.org.uy/museos/uruguay/blan.html
UNIVERSIDA de La REPÙBLICA de URUGUAY
http://www.universidad.edu.uy/
http://www.rau.edu.uy/universidad/
FEDERICO ESCALADA 1888-1960 Gaúcho Oriental – Parque Farroupilha – POA-RS
http://www.esculturagaucha.com.br/federicoescalada.htm
http://www.askart.com/askart/artist.aspx?artist=11195929
http://www.artnet.com/artists/federico-escalada/past-auction-results
En la intersección de las Avdas. Lucas J. Obes y Buschental, se encuentra el monumento al “Peón de Estancia”. Vaciado en bronce, sobre un basamento de hormigón, obra del uruguayo Federico Escalada /1888-1960) , es una figura masculina de pie, que viste chiripa; calza botas de potro y esta cubierto por un sombrero ; las boleadoras y el cuchillo van ene. Cinto y en la mano izquierda sostiene un lazo.
http://www.raicesuruguay.com/2011_08/barrio_prado.html
COLÔNIA URUGUAIA no RS e CENTENÀRIO FARROUPILHA
http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=382
ARTIGAS em PORTO ALEGRE
OUTRAS
“MEDIANEIRAS” um vídeo de rara qualidade artística e técnica que mostra o atual URBANISMO e ARQUITETURA de BUENOS AIRES
http://www.youtube.com/watch?v=6qwthmj6KzY&feature=related
REVOLUÇÃO FRANCESA
http://www.not1.com.br/revolucao-francesa-fatores-contexto-consequencias-fases-e-lema/
200 anos do CORREIO BRAZILIENSE
http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/artigos/215.html
DOCUMENTOS VENEZUELANOS
http://www.franciscodemiranda.org/colombeia/
UNIERSIDADES LATINA AMERICANAS
http://www.rau.edu.uy/universidad/univ.htm
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