sábado, 31 de março de 2012

NÃO FOI NO GRITO - 032




BRIC’s e AFRICA ou as IMAGENS
REMASTERIZADAS, em 3D, do COLONIALSMO.

Silenciosa e anonimamente o colonialismo infiltra-se novamente trans-vestido com macro-estruturas que mais tentam esconder do que revelar. 
Imagem alterada por José Augusto do jornal FALA BRASIL
Fig. 01 – As grandes populações de dois países do BRIC’s -  de mais de um bilhão de habitantes -  se parecem  este paquiderme comandado por um bando de primatas e um solitário corvo. Se a tradicional  violência da ESCRAVIDÂO LEGAL  p desapareceu formalmente, na prática  deu lugar a outras formas de dominação mais sofisticada e  implementada por seres mais aptos e prepardos pra “levar vantagem em tudo”
O Colonialismo requentado saudosista do seu próprio “passado de glória” está se aprontando - com a mesma mentalidade - mas munido com toda a sua parafernália eletrônica mediadora e mistificadora - para se apropriar, de novo,  daquilo que sobrou das ruínas da sua própria catástrofe social, política, militar e econômica das suas antigas colônias. Como entrou nestas colônias - sem contrato com a população local e se retirou sem contrato de forma unilateral - parece lhe que o episódio não se encerrou.  Neste novo e trágico “Sonho de Verão” está longe de querer contribuir honestamente e ajudar, agora. a quem já despojou uma vez de seu futuro e de onde já teve de bater em retirada na maior desonra e  banho de sangue.  Para iniciar o seu discurso - por cima e por fora - unifica numa visão pétrea, fixa e linear aquilo que ele julga serem os problemas “REAIS” do PODER ORIGINÁRIO. 

The Guardian em 22.03.2012
Fig. 02 – A ESCRAVIDÂO LEGAL foi substituída pelas novas formas de dominação  e que levam populações inteiras até a heteromia absoluta movida pelo fabricantes de armas e de estrategistas do terror do Estados hegemônicos que possuem dinheiro para produzir, comercializar e usar estas armas,
O colonialismo remasterizado saudosista no seu discurso por cima e por fora coloca o OUTRO sob denominação única e sob a égide do seu próprio projeto da eterna e indecorosa dominação. Arroga-se o direito - solitário e unívoco - para deliberar ou decidir antes, durante e após qualquer ação e sem o menor contrato celebrado sob qualquer luz natural ou artificial.

Augusto RODIN - Porta do Inferno - 1880-1917
Fig. 03 – O Pensador colocado na  PORTA do INFERNO   por Auguste RODIN é uma imagem da distância de um pensamento platônico e  a realidade empírica

O “Sonho de Verão” do Colonialismo remasterizado e saudosista denomina-se agora de BRICs. Este conjunto compõe-se basicamente de nações que sofreram as injúrias e as injustiças do colonialismo, da escravidão e do “apartheid” social, econômico e cultural, no seu passado recente, e mesmo continuam no presente. Tudo isto deve ser esquecido a favor daqueles que atingiram agora um invejável nível civilizatório, bem estar social e técnico. Mas que ninguém questione ou levante as fétidas origens deste estágio que deve ser mantido e, se possível, aumentado perpetuamente.

Foto de Stephen HALL na Etiópia
Fig. 04 – A ritualização da educação - e a sua imposição - não parte de um PODER ORIGINÀRIO orgânico que a considere como importante e nem ao menos significativa para o cidadão  constrangido a adotar hábitos, costumes coerentes com o seu modo de vida que levará pelo resto da sua existência. Muito menos é um ato civilizatório especialmente se é inteiramente formal. No Brasil, em especial as Missões Jesuíticas produziram parcos efeitos duradouros na medida em que se desfaziam as estruturas coloniais de dominação.  Mesmo o europeu civilizado, ao mergulhar de retorno às sociedades e culturas primitivas, adotou crenças, hábitos e mentalidade dos nativos chegando a prática da antropofagia ritualística dos primitivos ameríndios.,
 Certamente não cabe aos vizinhos do Hemisfério Sul questionar esta História. Contudo a História não se repete, a não ser sob uma farsa que, em geral, culmina numa tragédia como aquelas de 1929, de 1914 ou de 1870. Tragédias nas quais os PREJUÍZOS foram amplamente socializados, antes, durante e após estas catástrofes, com as colônias das nações afetadas. Contudo as metrópoles coloniais usufruíram os LUCROS  antes, durante e após estes eventos. Diante da contemplação das GLÓRIAS PASSADAS não falta ânimo para as novas regiões repetirem a fórmula. Este ânimo pela GLÓRIAS do PASSADO está associado ao PATRIMÔNIO IMAGINADO e que segundo Maquiavel ”os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio(O Príncipe[1] Cap XVII). Certamente os agentes ativos e diretos do Colonialismo já são “pais mortos” há muito tempo. Mas permanece viva  a sua cobiça....

Fig. 05 – Os monstrengos da ESCRAVIDÃO LEGAL  construiu - não só as atuais cidades inabitáveis – mas também impraticáveis no tempo presente. Contudo não adianta denunciar e caricaturar o mundo empírico se o mundo mental continua fabricar monstrengos como os BRIC’S e tornar a “AFRICA CELEIRO do MUNDO”, A mentalidade torna-se imediatamente realidade. Napoleão Bonaparte já registrava que “onde passam os DISCURSOS da GUERA... dez anos depois PASSAM OS CANHÕES”.
Os farsantes ou os candidatos a mágicos possuem como seu objetivo transverter os mesmos países que foram objeto do COLONIALISMO EUROPEU para atingir os mesmo objetivos.

TUBARÃO  em G1 em 19.03.2012
Fig. 06 – Antroposfera na admite concorrente algum e provoca ciúmes e mortandade em espécies que possuem alguma qualidade que o homem na possui mais.  Violência e a agressividade do dominador - visível nesta figura - fizeram prosperar a ESCRAVIDÃO LEGAL  para númerosas outras vítimas do sistema,
Estes mesmos farsantes ou os candidatos a mágicos estão projetando uma África ideal como sendo o celeiro do mundo. Realizam isto por meio de  um colonialismo requentado e sem perguntar aos seus milenares habitantes se querem ou podem ser este celeiro da humanidade. Neste meio tempo a escravidão evolui de métodos, formas e se transfigurou. Agora mantém os seus cativos nas pobres e miseráveis aldeias os seus habitantes e sem o holocausto visível no deslocamento destas populações. O esquema já está sendo implementado e permite vender sete rosas cultivadas na África, em Paris, abaixo de 2 euros.  O holocausto africano agora é realizado pelos gases dos mais fortes agrotóxicos, herbicidas e fungicidas químicos e no meio de paraísos floridos e cercados pela mais altas vigilâncias físicas e legalistas. As vitimas estão “livres” para morrerem sozinhas e desamparadas nas suas próprias miseráveis e pobres aldeias. Elas só percebem o logro e os prejuízos quando meliante já vai longe carregando as sis sua vidas, trabalhos e sofrimentos e falta de qualquer outra alternativa honesta e justa.

Artemisia GENTILESCHI (1593-1654) - Judith e Holofernes (1612)
Fig. 07 – Esta rara pintora feminina do século XVII evidencia nesta imagem a vingança contra violência e a agressividade do dominador pela aplicação da antiga norma do DENTE PELO DENTE – OLHO PELO OLHO. Ao poupar a vida ao seu inimigo a humanidade, ela abriu a porta para a ESCRAVIDÃO LEGAL, Contudo esta vingança tornou vitalício este estatuto. Assim que nascia escravo não tinha nada a ver como CRIME do PAI. É sabido que ESCRAVO NÂO LIBERTA ESCRAVO. Só projetos civilizatórios compensatórios da violência e instituições que se opõe frontal e contratualmente com a escravidão, podem reverter esta herança que renasce dentro das leis do darwinismo.

Capitais, que não sabem onde se esconder, transfiguram-se em argumentos irrestíveis na boca, mente e mãos de meliantes sem fronteiras e escrúpulos. Meliantes que invadem, virtual e depois fisicamente, as fronteiras nacionais. Ali praticam atos sem a menor consulta aos habitantes destes países e continentes.  Como inexistem contratos coletivos as suas façanhas criminosas são lhes possíveis praticar à margem e a revelia do PODER ORIGINÁRIO destas NAÇÕES e sem sanção de espécie alguma. O conhecimento, propiciado pelo Iluminismo e pela Razão, serve-lhes apenas para atilar, refinar e tornar mais poderosos e subliminares os pseudo contratos que estes criminosos exibem e usam como escudos legalistas.

n SPIEGEL 28.03.2012
Fig. 08 – O espetáculo grotesco da “CAÇA aos CORRUPTOS e BRUXAS” e as “CAMPANHAS da MORALIDADE PUBLICA” trazem de retorno os mesmos argumentos da SANTA INQUISIÇÃO. Em vez das fogueiras públicas medievais, os expedientes LEGAIS ILUMINISTAS SUPERLOTAM  CÁRCERES, longe dos olhos do público e atendidos por mercenários ao estilo de Abu Ghraib de  BAGDAD. Estes expedientes LEGAIS ILUMINISTAS possuem o dom de potencializar e até legitimar a violência e a agressividade, fazendo prosperar o caminho rumo à ESCRAVIDÃO LEGAL   como aqueles do regime nazista que iniciou, lenta e progressivamente,  até desembocar na barbárie mais primitiva e universal. A Rússia estalinista ou a própria Revolução Francesa haviam experimentado este caminho rumo à Natureza mais brutal e sinistra em nome e sob a cobertura destes expedientes LEGAIS ILUMINISTAS.

A idéia do BRIC vem de cima (Hemisfério Norte) e por fora. De fora e procedentes de países com graves problemas econômicos e Crise que é impossível negar. BRIC’s compõe-se basicamente de nações que sofreram, no seu passado recente, e mesmo no presente, as injúrias e as injustiças do colonialismo, da escravidão e do apartheid social, econômico e cultural.
Toda a comparação é odiosa. Tanto aqueles que foram incluídos ou excluídos do estapafúrdio BRIC. Dominados e caracterizados por agentes externos sem menor fundamento científico

Fig. 09 – O caminho rumo à Natureza é semeado de violência e a agressividade do dominador brutal e sinistro. Violência e agressividade constitui uma herança genética e que é reforçada por circunstância empíricas externas à esta herança. A civilização é um frágil verniz artificial, que cobre esta realidade herdada e condicionada e no interior da qual flui o poder, conforme demonstrou Michel Foucault. A competência da reflexão humana é desviada e distorcida, no seu foco, pelos interesses - mais variados e diretos - e construções mentais desconectadas ou longínquas de um ponto de equilíbrio homeostático entre todas estas forças em jogo a cada instante e a cada ação humana. Se este ponto se materializa, no cenário de uma civilização, raramente é reconhecido como tal no momento deste equilíbrio instável.
Nunca custa criar e impor coloridas “pirâmides” e armar expedientes nos quais os seus organizadores sempre saem ganhando. Assim conseguem socializar os seus atuais e crescentes prejuízos, ao mesmo tempo, esperar a colheita dos lucros que evidentemente ficarão exclusivamente só com os organizadores deste tipo de COLONIALISMO REMASTERIZADO.

Fig. 10 – A confiança demonstrada nas ferramentas e nos métodos - resultantes das aplicações da tecnologia mais avançada - podem ser corrompidos por variados interesses e construções mentais desconectadas ou longínquas do equilíbrio homeostático entre as forças em jogo a cada instante e a cada ação humana. As guerras, as armas sofisticadas e toda logística nas mãos de mentes criminosas podem corromper decisões políticas, étnicas, religiosas e que se expressam em números e cifras econômicas. Cifras que buscam escamotear, ao máximo, a sua origem no TRABALHO HUMANO digno e civilizado dos OUTROS.
  
FONTES:

FOUCAULT, Michel (1926-1984).  Microfísica do poder. Rio de Janeiro : Graal, 1995. 295.

Abu Ghraib
APARTHEID

BRIC’s

OPINIÃO NORTE AMERICANA sobre o BRASIL em 2012

REMASTERIZAÇÃO


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