O HOLOCAUSTO AFRICANO
e
SILÊNCIO dos JORNAIS
do INÍCIO do SÉCULO XIX.
“Estima-se que cerca
de 3 milhões de escravos fizeram a
viagem para o Brasil , vindos, sobretudo, de áreas geográficas que atualmente
formam a Nigéria, Angola e Cabo Verde”.
Fig. 01 – A violência e a agressividade do dominador - visível
nesta figura - fizeram prosperar a ESCRAVIDÂO LEGAL para
números, métodos e uma cultura européia que contradizia todos os predicados de
uma civilização. Violência, agressividade que extrapolaram e se projetaram
subliminarmente em hábitos e uma cultura
contaminada pela raiz e que comprometem qualquer instituição, contrato social
ou garantia de que não venham contaminar o presente.
O holocausto africano “não
foi no grito” e sobre ele paira um silêncio lúgubre e que ninguém quer romper,
até os dias presentes.
Diante deste holocausto
africano não houve, até os dias atuais, denúncias conseqüentes e documentadas.
Muito menos um pedido formal de desculpa pelos crimes deste holocausto e praticados
contra a humanidade. A conivência foi universal e silenciosa e continua sendo.
A cultura de valores eurocêntricos foi incapaz de encontrar em si mesma, formas
de reparações, a altura, deste desviou universal. Segue-se a lógica de que no final
das contas as vítimas eram os OUTROS. Quem praticou o crime foram OUTROS e que,
afinal, nem eram do governo britânico da época e que até eram perseguidos por
ele. Tudo volta ao curso normal e natural. O que transparece deste silêncio
universal é o contrato subliminar e cínico “deixem
às vítimas deste holocausto africano no seu merecido descanso”.
Fig. 02 – Os esqueletos de mãe e filho na ILHA de SANTA HELENA quando
foram descobertos, por acaso,
quando das escavações para a construção
de um aeroporto neste ilha solitária onde Napoleão Bonaparte passou os seus
últimos dias e onde morreu
O holocausto africano,
ao exemplo do judeu, do armênio e de tantas outras culturas, tardou em ser
denunciado e quando o foi já era tarde demais. No entanto o holocausto africano
nem ao menos foi denunciado. O silêncio -
que se formou ao redor destes desvios da conduta humana - se naturalizou.
Naturalidade que aceita as atrocidades silenciosamente, sem publicidade e evita
a luz dos fatos deste matadouro humano. Pior do que isto: todos os fundamentos
da cultura material do Novo Mundo mergulham fundo no sangue, carne e sofrimento
do cativo africano os seus fundamentos de seu primeiro impulso.
Gravura do artista
francês Jean Baptiste Debret (1768-1848)
Fig. 03 – A figura do PATRIARCA ostenta os poderes de vida e morte
especialmente sobre a existência,
trabalhos dos seus escravos trazendo-os na mais absoluta heteronomia de sua
própria vontade e os caprichos de sua família legal..
Abolida a escravidão
legal, mais devastador é o traço de heteronímia da vontade e relativismo do
direito e da justiça permaneceu nos hábitos subliminares da mais abjeta
escravidão. Em todas as culturas americanas paira a heteronímia da vontade e o relativismo
do direito de quem obedece e de quem manda e se move face ao poder público e
particular. As raízes dos problemas do ajuste de contas da cruel “Guerra da Secessão”
(1860-1865) e a longa e penosa negociação e contrato para a saída, entre 1963 e
1965, do estigma social da segregação, da discriminação e do “apartheit” Norte-Americano,
vieram embaçados nos porões dos cativos africanos.
Gravura do artista
francês Jean Baptiste Debret (1768-1848)
Fig. 04 – Alguns dos sobreviventes
das viagens mostram a intencional mistura
de etnias e culturas e línguas e disposto e distribuídos no território do
Brasil para que lhes fosse impossível a comunicação recíproco dos cativos entre
si mesmos, a não ser nas formas do seu PROPRIETÁRIO
Alem disto passavam
violentamente do regime do plano social e político da tribo para a posse
física da família da era agrícola.
A humanidade perdeu, ou
está escondendo, o número dos cativos que foram embarcados na África. Estima-se
que, só para o Brasil, foram embarcados ao redor de três milhões de seres
humanos na condição de cativos absolutos e legais. O Novo Mundo foi um destino,
do Norte ao Sul, de levas incontáveis destes cativos. A morte deixou um rastro
de proporções assustadoras entre estas levas e que ninguém importava sequer o
número. Numero que sumiu, contudo, convenientemente nas ondas do Atlântico que
recebeu estes infelizes com um túmulo silencioso, e distante das luzes da primeira era industrial. Ninguém sabe
enumerar as mortes destes cativos, apesar de serem vítimas dos métodos em série
da era industrial, da ganância cumulativa e da moral fabricada sob moldes
convenientes para esta nova infra-estrutura. Era industrial que sob o impulso
da série do acúmulo sem medida e da moral das meias verdades continua pródiga
em holocaustos planejados por mentes sinistras e que se valem da linha de
montagem para administrar a morte, a tortura e a barbárie. Linha de montagem de
quem se julga com este direito. Linha de montagem planejada e executada, em
série, com frieza e com determinação. As rotas marítimas dos navios negreiros –
navegando sob as bandeiras de todas as
nações, que se diziam civilizadas, inauguraram esta linha de montagem sinistra,
silenciosa e fora do alcance do olhar físico, moral e do qual pouco se sabe até
os dias presente.
Esporadicamente, muito
vezes por mero acaso, o problema emerge das profundezas oceânicas. Acaso como aquele da necessidade de construir
um aeroporto numa isolada ilha britânica do Atlântico. Acaso que ganhou
manchetes em jornais britânicos em março de 2012, apesar de ser manipulado por
meias verdades, com uma auto-piedade atroz e sem o menor efeito reparador de
alguma das suas vítimas.
Fig. 05 – Uma descoberta ocasional na cidade continental africana de LAGOS mostra
o descarte puro e simples no LIXÂO
PÙBLICO, dos corpos dos escravos.
Arqueólogos descobriram túmulos contendo corpos de
5.000 escravos em ilha remota.
Os africanos morreram , em
1800, sob custódia da Marinha Real depois
de ser apreendidos
em navios
de mercadores
de escravos, e foram enterrados em Santa Helena
Arqueólogos britânicos da Universidade de
Bristol descobriram em valas
comuns na ilha. de Santa Helena e
Arqueólogos cuja capital é Jameston
Arqueólogos britânicos descobriram um
cemitério de escravos contendo cerca de 5.000 corpos em uma remota ilha do
Atlântico Sul.
Os cadáveres foram encontrados na pequena Santa Helena, 1.000 milhas ao largo da costa sudoeste da África.
Os cadáveres foram encontrados na pequena Santa Helena, 1.000 milhas ao largo da costa sudoeste da África.
Aqueles que morreram foram retirados de
escravos negreiros pela Marinha Real em 1800.
Muitos dos cativos morreram depois de ser
mantidos a bordo de navios britânicos em condições desumanas ou em campos de
refugiados quando chegaram à ilha.
As escavações, realizada antes da construção
de um novo aeroporto na ilha, revelaram os horrores do tráfico de escravos no Atlântico.
A rota tomada por navios de transporte de
escravos da África para o mundo novo. era denominada de a Passagem do Meio
Era a segunda etapa de uma viagem triangular
realizado por navios europeus. A
primeira etapa seria envolvê-los tomar os bens manufaturados para a África, que
eles iriam trocar por escravos.
Depois de os africanos foram entregues
para os EUA, os navios levariam matérias-primas para a Europa.
Especialistas da Universidade de Bristol
liderou a escavação. Um deles, o
professor Mark Horton, disse: "Aqui temos as vítimas do Middle Passage -
um dos maiores crimes contra a humanidade - não apenas como números, mas como
seres humanos.
"Estes restos são certamente algumas
das mais comoventes que eu já vi na minha carreira arqueológico."
Santa Helena foi o local de desembarque
para muitos dos escravos capturados pela Marinha durante a repressão do
comércio entre 1840 e 1872.
No início do século, Santa Helena, onde Napoleão Bonaparte foi exilado para. Morreu lá em 1821.
Cerca de 26.000 escravos
libertados foram levados para a ilha, sendo a maior parte desembarcou em um
depósito na Baía de Rupert.No início do século, Santa Helena, onde Napoleão Bonaparte foi exilado para. Morreu lá em 1821.
Terríveis condições nos navios significava muitos não sobreviveram a sua viagem.
Vale de Rupert - uma via árido, sem sombras e sempre muito vento - também foi mal adequado para uso como um hospital e campo de refugiados para tão grande número
Fig. 06 – O primeiro destino dos sobreviventes era o MERCADO dos ESCRAVOS e cuja aparência e métodos impressionaram o artista francês Jean
Baptiste Debret (1768-1848)
Os arqueólogos da universidade, até agora
descobertos 325 corpos - em sepulturas individuais, múltiplas e massa - e
esperam encontrar cerca de 5.000.
Apenas cinco pessoas foram enterradas em
caixões - um adolescente e quatro bebês natimortos ou recém-nascido.
Os outros tinham sido colocados
diretamente em covas rasas antes de ser rapidamente cobertos. Em alguns casos as mães eram
enterrados com seus filhos.
Dr Andrew Pearson, da universidade
informou que 83% dos corpos eram de crianças, adolescentes ou adultos jovens.
Os jovens muitas vezes eram matéria-prima
para os comerciantes de escravos, que buscavam as vítimas em potencial com
longas vidas úteis.
A maioria das causas de morte não pôde ser estabelecida sobre os corpos como os assassinos principais - a desidratação, disenteria e varíola - deixar nenhum traço patológico.
A maioria das causas de morte não pôde ser estabelecida sobre os corpos como os assassinos principais - a desidratação, disenteria e varíola - deixar nenhum traço patológico.
Mas os especialistas encontraram o
escorbuto foi difundida em vários esqueletos e mostrou indícios de violência,
incluindo dois filhos mais velhos, que pareciam terem sido baleados.
A equipe encontrou evidências de que as
vítimas eram de uma cultura rica, com um forte senso de identidade étnica e
pessoal.
Alguns conseguiram manter os itens de jóias, tais como contas e pulseiras, apesar de o processo físico de separação que teria ocorrido após a sua captura.
Um número de etiquetas de metal também foram encontrados nos corpos que teriam os escravos identificados por nome ou número.
Alguns conseguiram manter os itens de jóias, tais como contas e pulseiras, apesar de o processo físico de separação que teria ocorrido após a sua captura.
Um número de etiquetas de metal também foram encontrados nos corpos que teriam os escravos identificados por nome ou número.
Pearson, diretor do projeto, disse: "Estudos de escravidão geralmente lidam com números
inimagináveis, trabalham em um nível impessoal e, ao fazê-lo, esquecem as vítimas individuais. No Vale do Rupert, no entanto, a arqueologia
nos traz literalmente cara a cara com as conseqüências humanas do comércio de
escravos."
Artefatos escavados serão transferidos
para a Liverpool para uma exposição no Museu Slavery International, em 2013. Os restos humanos voltarão a serem enterrado em Santa Helena.
Este texto jornalístico,
escrito por britânicos, esconde qualquer pedido formal de desculpas e muito
menos sugere um mínimo de reparação. Textos desta natureza, que apesar de
erguerem friamente uma ponta do crime só colaboram para a permanência das
barreias da desconfiança recíproca que impedem ou escamoteiam qualquer em
mínimoas condições para CONTRATOS dignos e válidos entre as partes.
Certamente a noticia,
deste holocausto negro de tantas vidas, deve ter circulado, na época, entre
jornalistas britânicos. Contudo nenhuma
linha transpirou, em forma impressa, tanto para a nação britânica e muito para
outras nações, tanto na época como nos 200 anos posteriores
Assim afloram as
condições miseráveis das tribos ameríndias, dos quilombolas e os tapetes
humanos espalhadas pelo centros urbanos formadas pelas legiões de sem teto. O
medo recíproco arrasta tempo afora este problema e que recebe recorrentes
paliativos, menos a autêntica reparação, o reconhecimento formal do mal
praticado no passado.
Um ponto no imenso
Atlântico e túmulo da metade dos cativos que eram arrancados da África. Aos poucos é possível desvelar o silêncio do
CORREIO BRAZILENSE em relação aos africanos e a os ameríndios.
GAMES of TRHONES - CP 15.07.2011
Fig. 07 – O sonho subliminar cultivado pelo branco europeu do
poder é sustentado , nos dias atuais, pela INDUSTRIA
CULTURAL Sonho que expõe as raízes
de onipotência, onisciência e onipresença impossível e que se revela em holocaustos, massacres e de guerras irracionais
e sem ética. Os povos africanos foram e continuam sendo uma das vitimas deste sonho
insensato
Mesmo esta versão dos
fatos não é muito convincente, em março de 2012. Se de um lado se evidencia o
desejo subliminar, deste articulista, de nobilitar a construção do Estado
Britânico e sua Real frota do outro lado escancarar as corrupções das
corporações mercantilistas britânicas. No combate entre o GOVERNO NATURAL e o
GOVERNO CONTRATUAL. O GOVERNO CONTRATUAL é encarnado aqui, pelo Estado e sua frota
marítima. O GOVERNO NATURAL encarnando-se nas antigas concessões das
corporações (terceirizações, como se
diria no presente) que se corromperam ao se tornarem convenientes, tradicionais
naturais e sem ética alguma. O novo
GOVERNO CONTRATUAL recebeu a missão de
eliminar o GOVERNO NATURAL corrompido em especial como os seus frutos do mal
que era o monopólio do tráfego criminoso. Esta tarefa significava literalmente
cortes na própria carne deste GOVERNO NATURAL corrompido. Ficava exposta - e
evidente a todos - a triangulação na qual tirava proveito a primeira era
industrial. Ela tinha um pé nestas organizações satanizadas agora ao destinar
os seus produtos.
Os jornais e os seus
jornalistas calavam este combate entre novo GOVERNO CONTRATUAL e o GOVERNO NATURAL corrompido. Na sua
prudência temiam que não era conveniente dar letra do forma a este novo projeto
civilizatório. Na sua fragilidade poderiam transformá-lo num flagrante e
definitiva derrota do novo GOVERNO CONTRATUAL. Esta prudência custou milhões de
vidas, que afinal, eram definitivamente do OUTROS. No início do século XIX, o
pesadelo britânico estava mais próximo, no outro lado do Canal da Mancha, e
representado pela “França que organizou uma republica de malvados, que
prometeu a toda a Europa as reformas porque os povos anelavam” escrevia o Correio Braziliense (nº 46, p.380, de março de
1812). A África ficava muito longe desta lembrança e não contava nas “reformas porque os povos anelavam”.
Estes povos africanos permaneceram,
física e mentalmente, bem longe dos
olhos, do coração e do sagrado direito de o europeu ser o centro do poder
universal e o seu derradeiro juiz. Centro presumido, que se auto-atribuiu, até
os dias atuais, a missão de levar a sua civilização ao restante do mundo,
custasse o que custasse. Em vista deste projeto subliminar, o europeu continua,
em março de 2012, a ser conivente, desculpar e a tropeçar num GOVERNO NATURAL. Continua
este projeto subliminar, a semelhança dos seus JORNAIS sobre o HOLOCAUSTO AFRICANO, do
INÍCIO do SÈCULO XIX, mantido sob o máximo SILÊNCIO possível.
A Arqueologia está
contrariando a onipotência, a onipresença e a onisciência européias, ao
penetrar fundo nos vestígios deixados pelos povos africanos ao saírem da
Pré-História. Afinal, a Pré-História é o capitulo mais recente da História.
FONTES
ESCRAVOS nas MÂOS
OFICIAIS do GOVERNO BRITÂNICO
Archaeologists find graves containing bodies of 5,000 slaves on remote
island
Africans died in custody of Royal Navy
in 1800s, after being seized from ships of slave traders, and were buried on St
Helena
·
Agency guardian.co.uk, Thursday 8 March 2012 16.41 GMT Article history
ESQUELETOS de
ESCRAVOS no LIXO em LAGOS
A
ESCRAVIDÃO e ARISTÒTELES
Um
aeroporto para Santa Helena=
para quê?
Uso
exclusivo no apoio ao processo ensino-aprendizagem
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