OS IMIGRANTE com NADA a PERDER
Tarsila do
AMARAL - 1886 - 1973 operários 1933
Fig. 01 Diante da constatação do CORREIO
BRAZILIENSE de agosto de 1818 da espantosa explosão numérica da espécie humana de que “muitas regiões de Europa sofrem de um excesso de povoação: daí nasce
uma variedade de males, que nenhum governo tem o poder de afastar, e que leva
após si um séquito horroroso de crimes e atentados contra a natureza”. A solução singela de exportar estes rejeitos,
das máquinas industriais europeias e de ficar apenas com aquilo que lhes é útil,, gerou favelados, miseráveis e aproveitadores
que foram praticar alhures o mesmo “séquito horroroso de crimes e atentados
contra a natureza” que
praticavam na sua terra de origem superpovoada
,” no Brazil, basta simplesmente a
idea da possibilidade para que os homens dem a preferencia aos Estados Unidos;
sugeitando se antes aos rigores de um múo clima, com o descanço do espirito,
sem temor de arbitririedades, do que viver no delicioso paiz do Brazil, com o
tormento interno de temer contínuadamente, que um delator secreto faça passar o
homem mais innocente, do seio da sua família para uma prisaõ solitária”
CORREIO BRAZILIENSE
AGOSTO de 1818 - VOL. XXI. No. 123,
p.218 Miscellanea
No início do século XIX
a EUROPA estava encerrando parcialmente o ciclo do primeiro COLONIALISMO de
CONQUISTA E DOMÌNIO de NOVAS TERRAS. Na etapa seguinte os europeus iniciaram o
processo do COLONIALISMO FABRIL. Neste segundo ciclo COLONIALISTA procuravam impor
o MERCADO de CONSUMO dos PRODUTOS das suas máquinas e BUSCAVAM MATÉRIAS
PRIMAS implementos das suas FÀBRICAS.
A Inglaterra perdera, no
final do século XVIII, as suas TREZE COLÔNIAS AGRÍCOLAS NORTE-AMERICANAS. No
inicio do século XIX mudou a sua ênfase para INDUSTRIALIZAÇÃO. Para este projeto
necessitava de MATÉRIAS PRIMAS para os novos produtos além de mercados cativos
para a SUA PRODUÇÂO em ESCALA COMPENSATÓRIA dos altos investimentos. De uma
forma geral as COLÔNIAS eram meio e gente destinados a carrear recursos para a
METRÓPOLE.
Tudo isto foi realizado
sem GRITOS.
Pedro
WEINGÄRTNER 1853-1929 - Tempura mutantur 1889 - óleo 160.4 x 93.4 Acervo MARGS
Fig. 02. Os poucos idealistas, que aceitaram o desafio de construir um NOVO
MUNDO pelo seu esforço singular, deram-se conta, no Brasil, de que esta mesma
terra já havia feito naufragar milhares destes sonhos humanos idealistas. De um lado haviam se despedido
de milhares de anos de uma civilização humana construída por sucessivos
projetos civilizatórios enquanto no BRASIL necessitavam começar TUDO de NOVO,
do NADA e DIFERENTE do que na EUROPA.. O que os salvou de abandonarem tudo foi aquilo que de essencial traziam o
continente americano nos seus cérebros, nos seus hábitos e nas suas esperanças.
De outro lado não havia meios e nem condições de retornar para a sua terra de
origem.
CORREIO BRAZILIENSE
- AGOSTO de 1818 - VOL. XXI. No. 123,
pp. 175 até 179 - MISCELLANEA.
Das transmigrações com vista particular
no Brazil.
Um dos principaes movimentos, pelo
qual o gênero humano se adiantou, e pouco a pouco sometteu a Terra, saõ sem
duvida as emigrações, que deram origem ás colônias. Ja nos tempos antiquissimos
deixaram homens a sua pátria, exclamando como aquelle Teucro desterrado de
Saiamina.
Quo nos cunque feret melior fortuna
parente Ibimus, o socii comitesque ! Nil desperandum Teucro duce et auspice
Teucro. Certus enim promisit Apollo Ambiguam tellure nova Salamina futuram.
Hor. 1, 7.
Assim como este Attico transplantou
os seus patrícios na viçosa Chypre, aonde fundou segunda Salamina, taes oS
Phenicios, sob Cadmo filho do Rey Agenor*, embarcaram em numerosas turbas de
Tyro e Sidonia para a silvestre Beócia fundando ali Thebes; outros Phenicios
fundaram no sitio presentemente de Tunes, a depois tam potente Carthago, e,
além das columnas de Hercules, Gades, a presente Cadiz. Colonos Gregos povoaram
a Itália meridional, assim que a costa occidental da Ásia menor ; e foi nestas
mesmas colônias que o espirito Grego se desenvolveu o
Da irmaã delle, Europa, recebeu a
nossa parte do Mundo o seu nome, neamais felizmente. Em Athenas especialmente
era muito usual que mostrando-se em qualquer parte um excesso de povoaçaõ, um
grande numero de famílias pobres, mas industriosas, se transplantavam logo para
paragens mais ou menos remotas.
Porto
de Pireu no período da hegemonia de Atenas - Reconstrução
Fig. 03 De pois das quedas os impérios do Oriente
Médio coube aos gregos a tarefa de repovoarem com a sua cultura a bacia do
Mediterrâneo. A liderança de Atenas
usou o seu porto do Pireu abastecer e receber os produtos das suas colônias.
A Historia louva particularmente em
Pericles a sabedoria com que soube dirigir similhantes emigrações. Assim
Marselhas foi também uma colônia dos Phenicios, conforme Justino o relata.
Trajano, o mais sábio dos Imperadores Romanos, mandou gram numero de cidadãos
Romanos para a presente Ungria. Este sábio systema de translocaçaõ pereceu com
a cultura Phenicia, Grega, e Romana. Os Bárbaros dos séculos do meio vieram
devastar a Europa e África; nem sequer deixando aos profugos habitantes os
meios d'emigrarem d'um modo proveitoso.
CARTAGO
- Porto-militar e civil
Fig. 04 A colônia
fenícia de CARTAGO superou rapidamente a sua metrópole .. Ao longo de três
séculos espalhou colônias no norte da África, Sicília, ilhas Baleares e na
península Ibérica, fundando Cádiz sobre
o Oceano Atlântico No confronto com
Roma foi derrotada e as suas colônias incorporadas pelos romanos como uma das
grandes expansões desta agressiva republica emergente ;
Os Norraandos e Árabes, infestando
os mares, faziam delles um theatro de roubos, e nem o sacro regaço de Neptuno
offerecia um asylo contra os horrores da Barbaria. Aquelle desejo innato do
homem de conhecer a sua Madre Terra em toda a extensão, se despertou
principalmente desde que a invenção d'agulha ofTerecêra uma guia pelos desertos
equoreos. Fizeram-se grandes descobertas ; transferiram-se exércitos aos paizes
novos para os conquistar dos naturaes, ou dos descobridores; franqueava-se a
passagem a muitos vagabundos e aventureiros; mas raras vezes se cuidava no
estabelicimento de colônias regulares. Â única Inglaterra deu alguns bons
exemplos na America Septentrional: Lord Baltimore, outro Teucro Britannico,
fundou a cidade de Baltimore, hoje tam florecente; a Raynha Isabel ordenou uma
bem regulada colônia para a regiaõ por ella denominada Virgínia; o sábio Penn,
outro Orpheu ou Cadmo moderno, sorribou a Pensylvania, e dedicou ao amor
fraterno a cidade de Philadelphia.
As sementes, que plantaram estes e
outros varões prudentes, produziram uma colheita abençoada para os Estados
Unidos, que presentemente florecem soberbas, formando já um Império, que em
força interna naõ cede a qualquer dos Europeos. E porque agora 6er-noshia
impossível d' efleituar o que esses homens briosos cumpriram, confiados n'ajuda
Divina, e nas suas próprias forças?
Fig. 05 – Os africanos estão dando o troco pelas
devastações que os europeus realizaram nos seus territórios O refluxo -
da agressiva ação colonizadora dos europeus que atingiu milhares de
pessoas do mundo todo - aconteceu por
meio de milhares de refugiados Estes
refugiados continuam rumando ao VELHO CONTINENTE no caminho inverso daquele feito por seus antepassados
colonizadores e imigrantes. Os
atuais imigrantes que estão na busca dos bens, das energias e as melhores
condições de vida que estes europeus colonizadores lhes subtraíram usaram em proveito
próprio a o longo dos dois últimos séculos,
Muitas regiões de Europa soffrem de
um excesso de povoaçaõ: dahi nasce uma variedade de males, que nenhum governo
tem o poder de affastar, e que leva após si um séquito horroroso de crimes e
attentados contra a natureza. A Historia he a mais sabia das mestras ; aqui) Io
que um Pericles, um Trajano acharam acertado, também nos tempos presentes assim
provará. Mas sem direcçaõ, sem ordem, sem leys naõ pode haver acerto nas em
prezas humanas, e as emigraçôes, que presentemente se fazem carecem de todos esses
requisitos; faltam aos infelizes desgostados da sua pátria um Cadmo, uma Dido,
um Baltimore, um Penn. Elles correm esparsos, ou com as suas famílias, em
tropas desordenadas, da Pátria para a beira mar, cahem às vezes nos maõs de
alistadores, e perecem na miséria.
Jean-Louis
André Theodore GERICAULT (1791-1824) - Jangada da Medusa
Fig. 06 – A
busca do lucro a qualquer preço, aliciava infelizes imigrantes que
pereciam devido as precárias embarcações nas quais os atravessadores os metiam.
Preludiava as práticas de que são vitimas os atuais refugiados que buscam a
Europa. Europeus que pereciam nos
mesmos lugares e nas mesmas embarcações nas quis estes armadores haviam transportado milhares
de escravos. A desgraça destes ‘tumbeiros” não tinham a menor repercussão na
imprensa. Enquanto isto o naufrágio do “MEDUSA” e alguns dos seus raros
sobreviventes, mereceram variadas pautas na imprensa e nos tribunais. Esta alarde
despertou a atenção do artista GERICAULT que levou para um gigantesca tela um
destes milhares de naufrágios que teve repercussões que são ouvidas até os dias atuais,
Sem reflexão, sem providencia, só
procuram um melhor solo que o da Pátria; e os vagabundos, que se vaõ associando
aos bons e honrados, corrompem por fi m toda a turba transmigrante. Naõ se
deveria conceder livre sahida aos vàdíos e criminosos; estes só merecem
degredo. Somente o sujeito industrioso, practico em algum officio ou
n'agricultura, só quem he saõ e valente, seja escolhido para Colono. Quem na
pátria naõ prestava, ainda menos costuma prestar fora delia. Nem se mande o
Colono prestadio para esse ou aquelle paiz indistinctamente, pois o achar elle
ali por si mesmo o necessário sustento, he cousa que ás vezes encontra
difficuldades insuperáveis.— Escolha-se, ao exemplo dos Pericles e Trajanos, o
paiz para onde se transportem Colonos, e naõ os deixem partir sem primeiro
haver-se ajustado com aquelle Governo uma convenção segura, relativa ao modo de
prover ao emprego e adiantamento da Colônia. Entre todo. os paizes do Mundo actual,
nenhum talvez careça mais de habitantes como o viçoso Brazil. A salubridade e
branclura do clima, a fertilidade extraordinária do solo, o tornam um Paraíso
terrestre, e assim mesmo nem a sua costa he toda povoada.
O
alvo conduto imperial SP Família norte americana STEAGAIL fixar-se Santa
Bárbara do Oeste
Fig. 07 A
politica imperial brasileira continuou o projeto iniciado pelo Reino Unido.
Certamente a imigração de norte
americanos ao Brasil é uma prova da acolhida que todas as nacionalidades
mereceram nos seus piores momento.. Os sulistas havia pedido a GUERA da década
1860 contra o norte industrializado e sem escravos. A agricultura, as terras
barata e a legalidade da posse de escravos atraíram estes norte-americanos ao
Brasil
O Soberano do Brazil he um Príncipe sábio, que
faz um justo apreço d'um augmento de povoaçaõ, por tanto que este se componha
de sujeitos capazes e diligentes. Se pois um homem de valor, energia, e
conhecida probidade, que sendo practico n' Agricultura possuísse o dom de
ganhar o affecto do povo, e inspirar-lhe confiança, se um tal, digo, tivesse a
fortuna de mover algum dos Agentes diplomáticos de S. M. F. na Europa, a que o
deputasse para o Rio-de Janeiro munido das necessárias recommendaçoens, ali
deveria expor ao Soberano o seu plano phiJantropico.— Se este merecesse a
approbaçaõ de S. M. aquelle homem devera entaõ viajar por todo o Brazil a fim
d^scolher Regiaõ conveniente para uma grande Colônia Alemãa. Depois voltaria
para a Pátria, fretaria aqui navios por conta do Governo Portuguez, e munindo
estes com os mantimentos necessários para a viagem, nelles embarcaria certo
numero escolhidode famílias industriosas. Naõ receberiam estas daquelle Governo
mais que a franqueza da passagem, e o gasto dos utensílios da lavoura, que
tivessem de comprar na Europa. Elias ficariam debaixo da direcçaõ daquelle Guia
da Colônia, o qual governaria a sua grey pelas leys estabelecidas. No seu
desembarque no Brazil transporlar-se-hiam logo para o sitio que se lhes
destinara depois de circumscripto por Ingenheiros do paiz. A estação se
escolheria de modo que podessem campear algum tempo em tendas, até haverem-se
construído umas choupanas ligeiras. Apanhar-se liia, para seu uso, uma porçaõ
do numeroso gado que vaga por aquelles sertoens
Santa Bárabara do
Oeste SP Familia norte americana STEAGAIL
Fig. 08 A
imigração de norte-americanos ao Brasil resultou da GUERRA CIVIL da década de
1860. Os vencidos e donos de escravos,
encontraram no Brasil acolhida e a mesma prática servil pela qual milhares de
sulistas morreram e foram vencidos pelas armas . Retrato de uma cultura que leva as suas ideias
até as últimas consequências Também privados dos escravos continuaram numa terra
na qual não deixam de praticar as suas tradições
Com este se cultivariam as terras, e
talvez em breve espaço ostentassem uma nova Colônia Germânica florecente. Para
lá se poderiam depois mandar os muitos Alemães dispostos a emigrarem, cujas
habilidades ali achariam facilmente emprego, e remuneração. He natural que se
lhes deveria conceder o livre exercício dos seus respectivos Cultos religiosos
; pois sem esta tolerância naõ pôde ter successo a colonização. Similhante
concessão muito bem se pôde esperar da mente esclarecida dei Rey de Portugal.
N'uma das cidades marítimas d'Alemanha se poderia entaõ estabelecer uma meza
para o augmento dessa Colônia; mas naõ se acceitariam senaõ successivamente
algumas pessoas e familias, que se podessem legitimar como membros úteis para
uma Colônia. O habitante da Suabia, Saxonia, Silesia, Wetsphalia, das margens
do Rheno, do Hanovre. que a pezar da sua industria e habilidade, naõ achasse na
Pátria a sua subsistência, poderia entaõ lançar os olhos da esperança para
aquella instituição ultramarina. Elle já naõ teria que recear de ser vendido
por escravo branco na America Septentrional. O Governo Portuguez poderia
adquirir este proveitoso augmento de vassallos industriosos, mediante uma
despeza proporcionalmente módica: esta excederia a penas a meio Milhaõ de
Patacas, e este cabedal talvez já nos primeiros annos ganharia bons juros. Todo
aquelle que conhece os males que nascem d' um excesso de povoaçaõ, que sabe
apreciar a grande vantagem d' estabelecimentos coloniaes, e que por experiência
sabe quanto o Alemaõ se aclimatiza bem em qualquer zona, naõ achará quimerico
este projeclo, e nesta esperança he que o Autor se attreve de o entregar ao Tribunal
da Publicidade, no Correio Braziliense.
JOAÕ CHRISTIANO EHLERS[1],
Preceitor n' Aula de Sl. lago em Hamburgo.
REYNO UNIDO
DE PORTUGAL» BRAZIL E ALGARVES.
CORREIO
BAZILIENSE AGOSTO de 1818 VOL. XXI. No. 123. Pp. 216 até 218 Miscellanea
Fig. 09 – O capitão Antônio SCHEFFER estava cumprindo, a risca, o que o CORREIO BRAZILIENSE publicou em agosto
de 2018. Percorreu os ESTADOS
GERMÂNICOS do NORE ao SUL do Leste para o Oeste na busca de candidatos como
imigrantes e soldados do Brasil; Percorreu e contratou imigrantes mesmo territórios que não pertencem aà atual Alemanha, como a Bohemia ( atual Republica Tcheca)
responderam positivamente a este esforçado agente do Império Brasileiro
Emigração para o Brazil.
Publicamos a p. 175 uma pequena
memória, que se nos enviou da Alemanha, sobre a introdoeçaõ de colônias
Aleinaãs no Brazil. A utilidade de similhante medida he evidente, e nós a temos
sempre recommendado neste periódico, desde que tlle começou a existir. A
maneira de o pôr em execução lie simplesmente o que pode admitlir disseussaõ. O
aulhor da memória, (Mr. Ehlers) tendo em vista principalmente as colônias de
mineiros,propõem, que se mande uni daquelles operários Aluinaens ao Brazil, a
indagar e certificar-se do estado das cousas ali, e que voltando dê a seus
compatriotas as noticias do que achar.e as informaçoens bastantes para os
outros se regularem na empreza da emigração. Achamos, que em temos antigos os
Reys, de Portugal adoptáram a mesma idea, e consta, que El Rey, D. Joaõ I
estabelecera uma colônia de Alemaens juncto a Coruche.
Descrição
do aspecto físico dos imigrantes alemães ao Brasil por Eduard Theodor BÖSCHE
Fig. 10 – Certamente o bravo capitão Antônio SCHEFFER não conseguiu atrair
nenhum bem situado e exitoso empresário
ou operário para o seu projeto. A turma de emigrantes ao Brasil tinham aspectos
físicos e costumes que espantariam qualquer um que tomasse o projeto como um
passeio de recreio para uma terra estranha. Se este aspectos desta gente assustava do
outro lado era uma decisão da qual NÂO TINHAM MAIS COMO REGRESSAR com os SEUS
PRÓPRIOS MEIOS e RECURSOS
[clique sobre o texto para poder ler]
Para islo naõ incorria o Governo em
grandes despeza-», mas simplesmente dava a devida protecçaõ aos colonos. No
caso que apontamos deo D. Joaõ I os maninhos juncto a Coruche a Lambert de
Orches Alemão, para que os rompesso e povoasse, com obrigação de trazer a elles
moradores estrangeiros d'Alemanha.
Com as mesmas vistas imitaram os
Reys Porluguezce a política dos Judeos, estabelecendo cidades de azylos, com o
que fizeram cm breve tempo dorecer essas povoaçoens. Ha, porém, um obstáculo,
que lie preciso vencer, antes que se pense em persuadir os estrangeiros a que
se vam estabelecer no Brazil, assim como fazem nos Estados Unidos, com tam
.manifesta vantagem daquelle paiz, que a esta circuinstancia das einigraçoens
da Europa deve a sua maior opuleucia. Este obstáculo lie a falta de confiança
no Governo; pelo que diz respeito á segurança pessoal, e á inviolabilidade da
propriedade particular. Está tam radicada na Europa a opinião da arbitrariedade
do Governo no Brazil, que he preciso, antes de nada se fazer em tal plano,
trabalhar por dissipar esta desfavorável preocupação; que a nova ley contra as
sociedades secretas naõ pode deixar de atfiiMiar .''inda mais.
Fig. 11 – A primeira experiência brasileira de muitos
imigrantes foi o acantonamento, para a quarentena, na ILHA das FLORES na Baia
da Guanabara. De um lado a segurança
em terra firme após a travessia ossiânica de outro a dura realidade um casarão pouco diferente de uma senzala
E com tudo naõ desesperamos de ver
ainda remediado este mesmo inconveniente ; porque nem sempre ha de o Ministério
estar cheio de Conselheiros aíferrailos a prejuízos, e que vivendo no meio dos
progressos, que as outras naçoens vam fazeudo em civilização, queiram por força
manter-se estacionados, com os mesmos erros, que a supeistiçaõ e a ignorância,
ajudadas pelo despotismo À£ Castella, durante a sugeiçaõ de sessenta annos,
introduziram em Portugal
Fig. 12 – O desembarque de imigrantes aos Estados
Unidos estava em flagrante oposição comparada com a primeira experiência brasileira dos
imigrantes acantonados para a quarentena
na ILHA das FLORES na Baia da Guanabara. O imigrante que procurava Nova York vinha com alguma pequena
fortuna, com uma educação mais qualificada
conectada com livre iniciativa
protegida pela leis e costumes herdados da TREZE COLÔNIAS
O Governo dos Estados Unidos, em vez
de pagar aos emigrados que para lá vam da Europa, vende-lhes as terras, que tem
de voJutas, e nisso consiste uma boa parte das rendas publicas. Esta
preferencia que os emigrados dam aos Estados Unidos, naõ provém de outra cousa
senaõ da opinião, que ha, de que as pessoas e propriedades dos indivíduos
naquelle paiz recebem dns leys uma garantia, que o governo do Brazil lhes naõ
oferece.
Fig. 13 – Está
mais do que provado que a solução, dos imigrantes nos Estados Unidos, é um problema mal resolvido e sem sanar as
causas. Um das causas é que os IMIGRANTES latinos estão buscando o troco pelas devastações que
os norte-americanos realizaram nos seus costumes, bens e tradições. Estes IMIGRANTES são o refluxo das agressivas políticas
colonizadoras dos ianques. A
construção de e manutenção deste
MURO - para deter este fluxo
imigratório - é a reinvenção as avessas
da CORTINA de FERRO SOVIÈTICA.
Por mais raros, que fossem os
exemplos da falta de protecçaõ publica aos direitos dos indivíduos, no Brazil,
basta simplesmente a idea da possibilidade para que os homens dem a preferencia
aos Estados Unidos; sugeitando se antes aos rigores de um múo clima, com o
descanço do espirito, sem temor de arbitririedades, do que viver no delicioso
paiz do Brazil, com o tormento interno de temer contínuadamente, que um delator
secreto faça passar o homem mais innocente, do seio da sua família para uma
prisaõ solitária. Repetimos outra vez : he necessário dissipar esta idea na Europa
antes que se possa esperar uma numerosa e útil população de emigrados Europeos
no Brazil: e naõ duvidamos, que ainda se possa persuadir o Ministério a obrar
em conseqüência destes conselhos.
Na conclusão desta
postagem é possível afirmar que as
COLÔNIAS eram uma forma geral para a METRÓPOLE carrear meios e recursos em
proveito próprio e se livrar de gente indesejável. De outra parte, nestas
COLÔNIAS, se abriam imensos campos de concentração a céu aberto destes rejeitos
humanos indesejáveis e impróprios, nas metrópoles, para a sua nova ERA INDUSTRIAL Campos de concentração dos quais não era
possível fugir pois faltava qualquer recurso para fazer o caminho de retorno
donde vieram
Todos estes mecanismos eram
realizados sem GRITOS. As metrópoles sugavam sigilosa e silenciosamente o que
necessitavam de terras distantes. No caminho inverso enviavam os seus produtos das máquinas e novos rejeitos humanos.
Se houve algum GRITO dos emigrantes, rejeitados na sua terra de origem, esta
voz se perdeu nas ondas dos oceanos ou nas profundezas das matas nos quais
estes seres humanos tinham de se embrenhar para sobreviverem. Seres humanos que
ocupavam e se apoderavam as suas terras ancestrais dos nativos. Imigrantes que,
nesta sobrevivência, recuavam para estágios de decadência bem mais profundos do
que que os acolhiam.
CARTAGO
Imigrantes
norte-americanos ao Brasil
+
O MURO
NORTE AMERICANO contra IMIGRANTES de 2018
A FORMAÇÃO do
BRASIL e os IMIGRANTES
SO CHRISTINA EHLERS https://issuu.com/jornalahoraltda1/docs/01_imigra____o_alem__/18
.
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