O CLIMA e o CULPADO de TUDO
“Na quarta parte nova
os campos ara,
E se mais mundo
houvera, lá chegara”.
CAMOES,
Os Lusíadas - cap. VII. estrofe. 14.
Werner TUBKE 1929-2004 -
Revoluções Burguesas - Panorâmio Bad Frankenhausen 1983-7
Fig.
01 – O anjo vingador surpreende o homem que acabou de danificar o cristal azul
do planeta Terra. A metáfora do
mundo danificado pela culpa humana busca o culpado de toda esta catástrofe que
compromete a tudo e a todos. Repete a matriz bíblica do Paraíso Perdido pela
culpa humana devido à infração de proibições e da necessidade da reparação. Evidente que esta metáfora foi construída,
editada e veiculada com o objetivo de escamotear e para esconder as verdadeiras
causas sejam elas naturais ou provocadas.
As repercussões ao redor
do “fim do mundo no dia 21 de dezembro de
2012” impressiona mais do qualquer outro fator pela aceitação do tema veiculado
pela mídia e devido ao espaço que ocupa ali. Aceitação que aciona um escapismo
transvestidos das escatologias e dos apocalipses reais ou imaginados que se
grudam escondem a desgraça econômica,
social e cultural de populações miseráveis. Escapismo que funciona com vingança
simbólica e surda desta desgraça econômica, social e cultural.
Esta situação absurda e
deturpada é um índice de como, e de que forma, a humanidade continua a ser
encantonado numa discussão insana de QUEM é o CULPADO pelo CLIMA GLOBAL. Situação
gerada, veiculada e consumida para desviar e alienar completamente do TRABALHO da
preparação para a CATÁSTROFE visível em milhares de índices. Situação que se
entrega apenas, e tão somente, à tarefa de criar e buscar BODES expiatórios da desgraça
econômica, social e cultural.
Situação que evidencia a
crendice incentivada, que desvia a atenção e vontade do trabalho. Situação que
gera gastos de fortunas, acirra ânimos e se aliena ainda mais do real problema.
Desvio que polui ainda mais a atmosfera com viagens coletivas – governamentais
e particulares - para eventos mediáticos
que nada resolvem de prático. Bem ao contrário, acirram os ânimos uns com os
outros. Estas organizações governamentais ou partículares se parecem com crianças
- que diante de uma catástrofe eminente e certa - discutem quem foi o culpado
de tudo, em vez de combater o perigo que se desenvolve e progride aos olhos de
todos. A tendência de antropomorfizar a tudo é má conselheira e não resolve o
problema dos desvios climáticos em curso. Desvios climáticos que não são passíveis de uma redução à única e exclusiva causa.
Fig.
02 – O “ Sertão virou Mar” de miséria e de sangue em Canudos de 1896/7 e
retratada com maestria nos Sertões (1902) de Euclides da Cunha (1866-1909).
Catástrofe alimentada por uma ação
mítica, de alienação e do uso panfletário da miséria humana e por uma intervenção
militar governamental. Depois da catástrofe consumada não se resolveram as
causas e deu margem ao cangaço, ao coronelismo e desculpas que se estão ativas
em dezembro de 2012. Um dos bairros de
Canudos chama-se FAVELA e cujo nome inundou a periferia de todas as cidades
brasileiras levando toda a miséria da origem do seu nome.
Perde-se TEMPO, ENERGIAS
e BOA VONTADE diante deu um fenômeno cíclico e que não é primeira vez que
acontece a todo o globo terrestre. A atmosfera e o ar que envolve a Terra é, com
toda a certeza, um fenômeno delicado, único no sistema solar e em mudança constante
para condições mais ou menos favoráveis a vida.
Fig.
03 – A era industrial concentrou populações humanas, matérias, equipamentos e
capitais. As percepções humanas foram aguçadas
pelos potenciais riscos desta concentração. Contudo esta
percepção deixava-se impressionar mais pela mudança de hábitos humanos
necessários para esta sequência de concentrações. Assim como em todos os tempos
desviou-se para o escapismo, as escatologias e para os apocalipses em vez de
enfrentar os dolorosos trabalhos necessários para esta nova artificialidade . Certamente a
construção da primeira cabana humana já questionava a segurança da caverna
primordial.
O PODER ORIGINÁRIO é
descartado completamente da discussão na medida em que esta discussão é
assumida por cúpulas governamentais de alta mídia global. Na prática nada
resolvem, procrastinam e só pioram a catástrofe eminente. Parece que é um
combate entre as ex-colônias contra as suas ex-metrópoles para dizer: VEJAM o
que VOCÊS FAZEM e VÃO FAZER para a HUMANIDADE.
Werner TUBKE 1929-2004 -
Revoluções Burguesas f- Panorâmio Bad Frankenhausen 1983-7
Fig.
04 – As viagens marítimas, de cujos perigos a Odisseia e os Lusíadas são
ilustrações literárias, forçaram mudanças e foram prelúdios dos riscos das
viagens espaciais ou para o centro da matéria e da vida. As frequentes e
inevitáveis catástrofes nestes desafios alimentaram a imaginação propícia ao
escapismo, as escatologias e aos apocalipses reais ou imaginados.
Como esta humanidade
está espalhada praticamente por todo planeta, existem exemplos notáveis como grupos
humanos que só colaboram para melhorar as condições climáticas se e relacionam
harmoniosamente entre si mesmos.
Mas esta relação
harmoniosa e coerente é lenta e não rende mídia, não pode ser editado e não
rende retornos imediatos. Especialmente para governos centrais cujos agentes
necessitam de resultados capazes de serem difundidos pela mídia contemporânea,
granjear aliados e garantir a sua reeleição. Mesmo partidos que possuem por
objetivo a defesa do meio ambiente são absorvidos por este sistema político.
Sistema político no qual necessitam mostrar serviços imediatos, não para as
lentas e resistentes condições climáticas, mas para o clima político das suas
nações de base.
Francisco José
GOYA , 1746-1828 - SATURNO devorando seu Filho 1819 óleo 146 x 83 cm - Museu do
Prado
Fig.
05 – Os horrores do canibalismo primordial e simbolicamente presente no canibalismo
físico ou simbólico e metáfora do mundo danificado tornado objeto e entregue a
forças naturais inexoráveis. Horror primevo que
perpassa mentes, alimenta mitos e rituais de repulsa, purificação e
de reparação..
Tornaram efetivamente os
ECO CHATOS ao misturarem política, dinheiro e pseudociência. O resultado -
desta mistura - tornou-se nitroglicerina pura e que os colocou na órbita da
mídia, mas muito distantes da terra, agua e ar. Urbanos criados no 10º andar,
nunca “sujaram” as mãos nem transpiraram além de uma empresa de fitness.
Adotaram um pensamento fixo, de resultados imediatos por cima e por fora.
Pensamento que lhes forneça visibilidade, a ser capitalizado em outros eventos
e para obterem subsídios governamentais.
Visibilidade numa mídia
que se desviou da órbita da necessidade da prova, da informação fidedigna, da
reversibilidade para as fontes e da identificação correta dos seus agentes.
Estes se arrogam o direito de passarem pela Rainha da Inglaterra com todas as
trágicas consequências posteriores desta temeridade absurda, oportunista e
imoral. Pagam pelo que merecem : “CRISE
da MIDIA” :http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=3617
Miguel Ângelo CARAVAGGIO -
Medusa no caos urbano atualizada
por obra de Vik MUNIZ
Fig.
06 – O artista Vik Muniz aproveitou a
presença do quadro Medusa de Caravaggio no Brasil para mosrar o caos e horror
do trânsito urbano e a inculcação do consumismo e da busca desenfreado do
consumismo e que, se não contido e redirecionado, em tempo, poderá danificar não so fisicamente o planeta mas
corromper a inteligência a vontade que a criatura orientou para o seu aparente direito de ser o centro do mundo e
do universo. Cabe a crítica que este quadro pertence ao Maneirismo e cuja saída
foi o mortal jogo da desestabilização da inteligência e da vontade humana.
Desestabilização que os modernos mediadores, como os antigos, capitalizaram para
venderem o bálsamo da reparação, da
segurança e das promessas de um futuro
maravilhoso e perpetuamente livre de qualquer entropia natural e artificial
A
exploração e a predação para buscar, produzir e comercializar os “paraísos” naturais mantém e alimenta a
imaginação de uma florescente e rica indústria cultural. Esta busca já é visível
no clássico Lusíadas (1572)
“Mas entanto que cegos o sedentos
Andais de vosso sangue, ó gente insana!
Não faltarão Cristãos atrevimentos
Nesta pequena casa Lusitana:
De África tem marítimos assentos,
É na Ásia mais que todas soberana,
Na quarta parte nova os campos ara,
E se mais mundo houvera, lá chegara”.
CAMÕES, Os Lusíadas - cap. VII. estrofe 14[1]
“Mas entanto que cegos o sedentos
Andais de vosso sangue, ó gente insana!
Não faltarão Cristãos atrevimentos
Nesta pequena casa Lusitana:
De África tem marítimos assentos,
É na Ásia mais que todas soberana,
Na quarta parte nova os campos ara,
E se mais mundo houvera, lá chegara”.
CAMÕES, Os Lusíadas - cap. VII. estrofe 14[1]
Muitas vezes financiados
pelo erário público de governos de países hegemônicos como foram as descobertas
lusitanas. Certamente todos lamentam a proibição lusitana a um Alexandre Humboldt entrar na Colônia do
Brasil, mas, no outro extremo, a busca de nióbio e outras precocidades minerais
e vegetais é facilmente camufláveis sob o manto destas “expedições científicas”,
não deixa outra coisa do que doenças e físicas e culturais como o gosto de
consumo e quebra de tradições multisseculares. De outra parte descobertas
sérias são contaminadas pela necessidade de fama e da atenção mundial sobre o
indivíduo “genial”. Em dezembro de 1912 foi
montada a “descoberto” o HOMEM de PILTDOWN no qual a PSEUDOCIÊNCIA fez
correr rios de tinta, a favor e contra a EVOLUÇÃO, desviando e corrompendo o seu
foco. Isto aconteceu praticamente com todas as civilizações que tiveram alguma
projeção na mídia. Esta PSEUDOCIÊNCIA tornou-se matéria prima para a mídia e
propaganda nazista, e perceptível na obra de KURT
WILHELM MAREK (1915-1972) depois sob o pseudônimo C. Walter CERAM.
Werner TUBKE 1929-2004 -
Revoluções Burguesas f- Panorâmio Bad Frankenhausen 1983-7
Fig.
07 – O período em que a Alemanha esteve
dividida pela Guerra Fria e pelo Muro de Berlim o pintor TÜBKE produziu um
imenso mural panorâmico no qual refletiu e projetou as suas preocupações
individuais e coletivas reinantes da Alemanha Oriental após o apocalipse da
Segunda Guerra mundial e causa desta dolorosa divisão só superada em 1990. Esta obra atualmente oferecida pela indústria
cultural e turística pela Alemanha unificada e capitalista é uma projeção a
imaginação propícia ao escapismo, às escatologias e aos apocalipses reais ou
imaginados, tão bem como os seus remédios correntes na cultura germânica do
passado de sua formação e das suas projeções.
É este pensamento a
imaginação propícia ao escapismo, as escatologias e aos apocalipses reais ou
imaginados que se gruda à desgraça econômica, social e cultural de países
miseráveis e que os levante em motins coletivos. Motins que carregam as
bandeiras dos CULPADOS pelo CLIMA GLOBAL.
Motins movidos por um profundo sentimento
coletivo de culpa pelas agressões telúricas praticadas pela espécie humana ao
longo de milhões de anos. Sentimento individual daquilo que nunca possuiu de
fato e que, agora, possui a necessidade, imediata e desesperada, de recuperar
no tempo de menos de uma geração humana.
Fig.
08 – Rituais arcaicos e disfuncionais, promovidos em eventos oferecidos pela indústria cultural,
turística e capitalista constituem uma projeção da imaginação propícia ao
escapismo, às escatologias e aos apocalipses reais ou imaginados. Contudo nada
resolvem frente à necessidade de mudança de um mundo também em permanente mudança e adaptação.
Assim estes grupos marginais sofrem mais um golpe e tornam-se mais reféns do
que agentes ativos, conscientes e soberanos nas suas escolhas..
De fato este sentimento
é impotente diante de algo irremediavelmente perdido. A criatura humana
sente-se como a beira de um abismo (Chartier, 1998). Este sentimento de perda e
de culpa pela perda é uma falácia caso ele NÃO sirva de estímulo ao AGIR. Todos os sentimentos de perigo, de algo
irremediavelmente perdido aumentam a desorientação, o caos mental e servidão da
heteronímia da vontade. Possuem sentido na medida em que estimulam ao AGIR induzem
a preservação e prevenção. O número de 7 bilhões de seres humanos vivos é em si
mesmo um dado neutro. Ele não pode ser visto como um aumento de números de
predadores como no passado quando a espécie humana necessitou afirmar-se no seu
ambiente. Numerosas espécies vivas possuem muito mais indivíduos vivos e ativos
sobre a Terra sem que isto signifique perigo de extinção. Mais próximos da
Natureza, souberam perscrutar e sentir as suas leis e revertê-las a favor do
seu número e da sua multiplicação. Evidente que passou a fase da agressão e pura
e simples predação. Em seu lugar ergue-se uma civilização artificial e
carregada de mal estar (Freud, 1974 e 1979) e atravessada pelas energias
positivas e negativas do poder humano (Foucault, 1995)
Imagem de Simon ROBERTS - ISTO É UM SINAL - La República 12.09.2012 - Itália
Fig.
09 – A construção mediática é uma realidade paralela à Natureza e produto de
ideologias, interesses e urgências de toda ordem. O tema das catástrofes, das guerras e das desgraças
reais ou imaginadas alimentam esta
construção mediática. Na medida do consumo e da compra destes produtos e do aumento daqueles que consomem fortalece,
amplia o seu raio de ação e de tempo desta construção mediática. Este consumo é
particularmente alto frente aos apocalipses
reais ou imaginados, pontuais ou mundiais. Apocalipses que alimentaram a imaginação propícia ao
escapismo, as escatologias e aos metáfora do mundo danificado e negativo mais
do que aquele do mundo construído e positivo.
Porém a espécie
humana não só redescobriu este caminho
para as suas origens, mas age política, econômica e culturalmente no sentido de
assumir o TRABALHO da reparação de uma CATÁSTROFE VISIVEL. No caso lusitano é
exemplar, entre tantos outros, o retorno à Mouraria e conduzido pessoalmente
pelo representante máximo da capital que
para lá transferiu o seu próprio gabinete. Ele não só assumiu o TRABALHO da
reparação de uma CATÁSTROFE VISIVEL, mas reconduziu para lá capitais, agentes
qualificados e uma nova rede de relações humanas e ecológicas. Rede que confere
sentido e novos sonhos para quem já estava no lixo e na degradação humana. Mas
certamente este trabalho é lento caro e de altos riscos, não interessa e nem comove os promotores de
eventos, sob pretexto ecológico. Não lhes interessa pois não conferem e agregam
visibilidade aos governos, às ongs e nem para as pessoas. Não lhes interessa
pois, projetos desta natureza, não são
fontes para os seus gastos suntuários e altamente agressivas ao meio ambiente
pela poluição que deixam nos longos caminhos percorridos e acúmulo de gente em
ambientes despreparados.
Maurizio CATTELAN 1960 -
Museu GUGGENHEIM NYT 08.11.2011
Fig.
10 – A antiga metáfora do “burrinho carregado de livros” ,
atualizada para o mundo da indústria cultural do audiovisual. A incompreensão
do sentido do peso, a falta de vontade de se livrar e de buscar o direito à
alienação daquilo que não pertence e interessa à sua espécie e cultura
caracteriza o burrico como “coisa ou res”.. Contudo, apesar de sua alta
inteligência animal que se submeter como
“coisa” tendo como recompensa a sua sobrevivência como espécie é um atributo que
não pertence aos animais sistematicamente perseguidos e eliminados da face da
Terra, apesar de sua argúcia e da sua inteligência animal.
Ninguém duvida da
magnitude e das consequências funestas, para a criatura humana, das condições cambiantes às quais ela e a Vida
estão submetidas há milhares de anos. Porém a tendência de antropomorfizar tudo
e todos, escamoteia e remete para caminhos equivocados sem diminuir a sua magnitude
e sem resolver o problema em curso. Certamente a humanidade está diante não só
da necessidade do parto de uma nova inteligência, capaz de se preparar para
suportar as mudanças em curso, mas também para planejar e viver efetivamente no
âmbito destas mudanças.
Porém estas mudanças
jamais estarão em curso - efetivo, preventivo e terapêutico - enquanto a
criatura humana estiver entregue à rotina do FAZER pelo FAZER. O “Homo Faber”
jamais irá agir e julgar as suas ações, gerar energias, coragem e condições para
efetivar rupturas epistêmicas e estéticas coerentes com os seus próprios
limites e competências (Arendt 1983). Sem
uma suspensão do juízo proveniente do hábito e da rotina do FAZER pelo FAZER as
mudanças são externas, paliativas e perdas de energias e de precioso tempo (CHARTIER, 1998 e RICŒUR 1999).
WOODSTOCK - 15 e 16.08.1969 - NYT .em 12.08.2009
Fig.
11 – A culpa coletiva norte-americana pelo seu protagonismo na Guerra do
Vietnã foi um dos componentes desta
busca, não só de libertação, mas para tentar mostrar o quadro do avesso deste
massacre insano e sem sentido para aquela geração que se julgava perdida. Contudo
entre estes jovens, dispersos nesta multidão estavam não só lideres da
informática, mas um mundo de usuários que tornaram possível esta revolução
tecnológica. Woodstock dos dias 15 e 16
de agosto de 1969 foi único e teve a boa
lógica de não buscar a sua perpetuação. Para a América Latina significou uma
dolorosa intensificação dos regimes militares e desvio dos ódios do leste
asiático para o próprio continente americano. Concentração de poderes que
também significaram poderosas agressões ao meio ambiente e que não foram
objetos de estudos e avaliações adequadas.
Poucos mediadores possuem a inteligência, a vontade e o seu direito de
estabelecer contratos civilizados com o seu público no âmbito destas mudanças. Colocam-se diante do
fenômeno - que não conhecem as causas, de
fato e de direito, e que não dominam os mecanismos aversivos e que irão atingir a
todos. Avançam e estabelecem-se imediatamente como profetas do jogo mortal da
culpa e do perdão. Jogo com o qual desestabilizam as deliberações e decisões para
concretizar a façanha de lucrarem – física ou simbolicamente - com esta
fraqueza dos seus receptores. Receptores que entregam a sua inteligência, a sua
vontade e tudo aquilo que possuem a favor destes profetas do mau agouro e
promessas do paraíso recuperado. Mediadores de toda espécie e dos quais a
cultura ibérica guarda a memória e o ódio pela desestabilização da inteligência
e da vontade com o jogo do paraíso perdido, da culpa desta perda e dos
sacrifícios insanos necessários para sua recuperação, mas cujos lucros finais
ficavam nas mãos do colonizador.
Fig.
12 – A NAU dos INSENSATOS abriga uma multidão assustada, com sentimento de
culpa por terem abandonado a terra firme. Agora estão sob o comando e a inspiração de líderes e de
comandantes que se colocaram como conhecedores e mediadores de novas paragens.
No entanto o curso da viagem desdiz estes mediadores e revela quadros sombrios
das destruições e a marcha natural da entropia universal a que a Natureza
sempre esteve entregue. Porém já é tarde, as escolhas foram feitas, os líderes
e mediadores são impostores. O naufrágio está em curso e, culpados ou
inocentes, retornam ao império da Natureza implacável.
Ninguém duvida da
magnitude e das consequências funestas das abrutas mudanças no meio ambiente. Mudanças que representaram,
em todos os tempos, ameaças para a continuidade da vida em qualquer latitude do planeta
Terra e particular para a criatura humana.
As tintas luminosas de um paraíso único, de uma terra azul, planeta
único nas qualidades de um sistema solar confiável, um povo brasileiro
maravilhoso sobre riquezas das quais está pouco consciente constituem quadros
positivos e alegres. Mas este paraíso oculta, em todos os recantos, aqueles
cuja fortuna depende do susto e da surpresa que causam os seus quadros
sombrios e apocalípticos.
Imagem
de origem desconhecida jogada na tela do PC doméstico e capturada em 14.12.2012
Fig.
13– Mais uma civilização vítima da meia
cultura e cuja fonte é uma mídia sensacionalista. Como aconteceu na mídia e
propaganda nazistas que usou a cultura tibetana, acontecera com a civilização
egípcia, a suméria ou a grega. Destas
culturas o publico conhece apenas o que “SAIU na MÌDIA”. Mídia e propaganda,
que deturpam impiedosamente estas culturas, as desviam de seu sentido original
e as corrompem para levar de retorno para a INSENSATEZ MEDIEVAL Esta INSENSATEZ
lhes imprime um sentido atual para impactar, surpreender e assustar multidões. INSENSATEZ
que rebrota ganha vigor, se projeta no âmbito das tecnologias, das comunicações
e zomba da Ciência. O pintor Francisco Goya já colocara “O SONO da RAZÃO PRODUZ MONSTROS”, como
titulo de uma das suas gravuras. Convém
datar e guardar uma imagem, como a acima,
como índice da resistência humana às mudanças e capacidade de acreditar
apesar de todas as tendências em contrário. O mediador possui um bom pretexto
para se constituir e se legitimar nesta meia cultura. A promessa de gratuidade
escondem outros embustes e que serão revelados gradativamente em quem acreditar
num embuste como desta mensagem aqui reproduzida.
Quadros cujo tema é a culpa
que a criatura humana teria pelas destruições e na marcha natural da entropia
universal. Depois do susto, medo e constrangimentos por este tema, instalam-se
como mediadores a vender o bálsamo para
as feridas que eles mesmo provocaram na inteligência, na vontade e
especialmente na emoção dos seus públicos. Vendem a reparação, a segurança e
prometem a garantia de um futuro maravilhoso e perpétuo livre de qualquer
entropia natural e artificial.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
FAZER x AGIR e o HOMO FABER em
ARENDT, Hannah (1907-1975). Condition de l’homme moderne. Londres
: Calmann-Lévy, 1983.
CHARTIER, Roger.
Au bord de la falaise: l´histoire entre certitudes et inquiétude.
Paris : Albin Michel, 1998. 293p
FOUCAULT,
Michel(1926-1984). Microfísica do poder. Rio de Janeiro :
Graal, 1995. 295.
FREUD,
Sigmund.(1858-1939).O mal estar na
civilização (1930). Rio de Janeiro : Imago, 1974. pp. 66-150. (Edição standard brasileira de obras
psicológicas completas de Sigmund Freud, v.13)
____. Conferências
introdutórias sobre psicanálise: resistência e
repressão. Rio de Janeiro : Imago 1976. 337-354. (Edição standard brasileira de obras
psicológicas completas de Sigmund Freud. v.16)
RICŒUR,
Paul «É preciso reencontrar a incerteza da história» Humboldt, ano 41, nº 79, 1999, pp. 2-5.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAS
APELO
PROSELITISTA ao INDIVIDUALISMO FRAGMENTARIO
para SOLUÇÕES do CLIMA
http://www.ituc-csi.org/climate-change-and-green-economy.html?lang=en
CIDADÂO do MUNDO
CAMÕES, Luis Vaz de ( 1524-1580) Os Lusíadas ( Editado 1ª
vez em 1572)
Ediçaões ´ntegrais
disponíveis em:
CIDADÂO do MUNDO
CRIME e MAL ESTAR
da CIVIVILIZAÇÃO
CRISE da MIDIA
DEUSES TÚMULOS e
SÁBIOS:
CERAM, C. Walter é pseudônimo
do escrior alemão KURT WILHELM MAREK (1915-1972) e que foi membro
Propagandakompanie da Wermacht. Depois da Guerra escreveu (1949) Deuse Túmulos
e Sábios [Götter, Gräber und Gleherte]
Maurizio CATTELAN 1960
OS SERTÕES (1902) de Euclides da Cunha
(1866-1909) obra completa em
PSEUDOCIÊNCIA e o
HOMEM de PILTDOWN
“descoberto” em dezembro de 1912
REFORMA
da MOURARIA
e GABINETE do PREFEITO de LISBOA
Werner
TUBKE
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