sábado, 15 de dezembro de 2012

NÃO FOI no GRITO – 065.


O CLIMA e o CULPADO de TUDO

Na quarta parte nova os campos ara,
E se mais mundo houvera,  lá chegara”.
CAMOES, Os Lusíadas  - cap. VII. estrofe. 14.

Werner TUBKE 1929-2004 - Revoluções Burguesas - Panorâmio Bad Frankenhausen 1983-7
Fig. 01 –  O anjo vingador surpreende o homem que acabou de danificar o cristal azul do planeta Terra.  A metáfora do mundo danificado pela culpa humana busca o culpado de toda esta catástrofe que compromete a tudo e a todos. Repete a matriz bíblica do Paraíso Perdido pela culpa humana devido à infração de proibições e da necessidade da reparação.  Evidente que esta metáfora foi construída, editada e veiculada com o objetivo de escamotear e para esconder as verdadeiras causas sejam elas naturais ou provocadas.

As repercussões ao redor do “fim do mundo no dia 21 de dezembro de 2012” impressiona mais do qualquer outro fator pela aceitação do tema veiculado pela mídia e devido ao espaço que ocupa ali. Aceitação que aciona um escapismo transvestidos das escatologias e dos apocalipses reais ou imaginados que se grudam  escondem a desgraça econômica, social e cultural de populações miseráveis. Escapismo que funciona com vingança simbólica e surda desta desgraça econômica, social e cultural.
Esta situação absurda e deturpada é um índice de como, e de que forma, a humanidade continua a ser encantonado numa discussão insana de QUEM é o CULPADO pelo CLIMA GLOBAL. Situação gerada, veiculada e consumida para desviar e alienar completamente do TRABALHO da preparação para a CATÁSTROFE visível em milhares de índices. Situação que se entrega apenas, e tão somente, à tarefa de criar e buscar BODES expiatórios da desgraça econômica, social e cultural.
Situação que evidencia a crendice incentivada, que desvia a atenção e vontade do trabalho. Situação que gera gastos de fortunas, acirra ânimos e se aliena ainda mais do real problema. Desvio que polui ainda mais a atmosfera com viagens coletivas – governamentais e particulares -  para eventos mediáticos que nada resolvem de prático. Bem ao contrário, acirram os ânimos uns com os outros. Estas organizações governamentais ou partículares se parecem com crianças - que diante de uma catástrofe eminente e certa - discutem quem foi o culpado de tudo, em vez de combater o perigo que se desenvolve e progride aos olhos de todos. A tendência de antropomorfizar a tudo é má conselheira e não resolve o problema dos desvios climáticos em curso. Desvios climáticos  que não são passíveis de  uma redução à única e exclusiva causa.

Fig. 02 –  O “ Sertão virou Mar” de miséria e de sangue em Canudos de 1896/7 e retratada com maestria nos Sertões (1902) de Euclides da Cunha (1866-1909). Catástrofe alimentada  por uma ação mítica, de alienação e do uso panfletário da miséria humana e por uma intervenção militar governamental. Depois da catástrofe consumada não se resolveram as causas e deu margem ao cangaço, ao coronelismo e desculpas que se estão ativas em dezembro de 2012.  Um dos bairros de Canudos chama-se FAVELA e cujo nome inundou a periferia de todas as cidades brasileiras levando toda a miséria da origem do seu nome.

Perde-se TEMPO, ENERGIAS e BOA VONTADE diante deu um fenômeno cíclico e que não é primeira vez que acontece a todo o globo terrestre. A atmosfera e o ar que envolve a Terra é, com toda a certeza, um fenômeno delicado, único no sistema solar e em mudança constante para condições mais ou menos favoráveis a vida.

Fig. 03 – A era industrial concentrou populações humanas, matérias, equipamentos e capitais.  As percepções humanas foram aguçadas pelos potenciais riscos desta concentração. Contudo  esta  percepção deixava-se impressionar mais pela mudança de hábitos humanos necessários para esta sequência de concentrações. Assim como em todos os tempos desviou-se para o escapismo, as escatologias e para os apocalipses em vez de enfrentar os dolorosos trabalhos necessários para esta  nova artificialidade . Certamente a construção da primeira cabana humana já questionava a segurança da caverna primordial.

O PODER ORIGINÁRIO é descartado completamente da discussão na medida em que esta discussão é assumida por cúpulas governamentais de alta mídia global. Na prática nada resolvem, procrastinam e só pioram a catástrofe eminente. Parece que é um combate entre as ex-colônias contra as suas ex-metrópoles para dizer: VEJAM o que VOCÊS FAZEM e VÃO FAZER para a HUMANIDADE.

Werner TUBKE 1929-2004 - Revoluções Burguesas f- Panorâmio Bad Frankenhausen 1983-7
Fig. 04 – As viagens marítimas, de cujos perigos a Odisseia e os Lusíadas são ilustrações literárias, forçaram mudanças e foram prelúdios dos riscos das viagens espaciais ou para o centro da matéria e da vida. As frequentes e inevitáveis catástrofes nestes desafios alimentaram a imaginação propícia ao escapismo, as escatologias e aos apocalipses reais ou imaginados.

Como esta humanidade está espalhada praticamente por todo planeta, existem exemplos notáveis como grupos humanos que só colaboram para melhorar as condições climáticas se e relacionam harmoniosamente entre si mesmos.
Mas esta relação harmoniosa e coerente é lenta e não rende mídia, não pode ser editado e não rende retornos imediatos. Especialmente para governos centrais cujos agentes necessitam de resultados capazes de serem difundidos pela mídia contemporânea, granjear aliados e garantir a sua reeleição. Mesmo partidos que possuem por objetivo a defesa do meio ambiente são absorvidos por este sistema político. Sistema político no qual necessitam mostrar serviços imediatos, não para as lentas e resistentes condições climáticas, mas para o clima político das suas nações de base.
Francisco José GOYA , 1746-1828 - SATURNO devorando seu Filho 1819 óleo 146 x 83 cm - Museu do Prado
Fig. 05 – Os horrores do canibalismo primordial e simbolicamente presente no canibalismo físico ou simbólico e metáfora do mundo danificado tornado objeto e entregue a forças naturais inexoráveis. Horror primevo que  perpassa mentes, alimenta mitos e rituais de repulsa, purificação e de  reparação..

Tornaram efetivamente os ECO CHATOS ao misturarem política, dinheiro e pseudociência. O resultado - desta mistura - tornou-se nitroglicerina pura e que os colocou na órbita da mídia, mas muito distantes da terra, agua e ar. Urbanos criados no 10º andar, nunca “sujaram” as mãos nem transpiraram além de uma empresa de fitness. Adotaram um pensamento fixo, de resultados imediatos por cima e por fora. Pensamento que lhes forneça visibilidade, a ser capitalizado em outros eventos e para obterem subsídios governamentais.
Visibilidade numa mídia que se desviou da órbita da necessidade da prova, da informação fidedigna, da reversibilidade para as fontes e da identificação correta dos seus agentes. Estes se arrogam o direito de passarem pela Rainha da Inglaterra com todas as trágicas consequências posteriores desta temeridade absurda, oportunista e imoral. Pagam pelo que merecem : “CRISE da MIDIA” :http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=3617
Miguel Ângelo CARAVAGGIO  -  Medusa no caos urbano  atualizada por obra de Vik MUNIZ
Fig. 06 –  O artista Vik Muniz aproveitou a presença do quadro Medusa de Caravaggio no Brasil para mosrar o caos e horror do trânsito urbano e a inculcação do consumismo e da busca desenfreado do consumismo e que, se não contido e redirecionado, em tempo, poderá  danificar não so fisicamente o planeta mas corromper a inteligência a vontade que a criatura orientou para o seu  aparente direito de ser o centro do mundo e do universo. Cabe a crítica que este quadro pertence ao Maneirismo e cuja saída foi o mortal jogo da desestabilização da inteligência e da vontade humana. Desestabilização que os modernos mediadores, como os antigos, capitalizaram para venderem o bálsamo da reparação, da segurança e  das promessas de um futuro maravilhoso e perpetuamente livre de qualquer entropia natural e artificial

A exploração e a predação para buscar, produzir e comercializar os “paraísos” naturais mantém e alimenta a imaginação de uma florescente e rica indústria cultural. Esta busca já é visível no clássico Lusíadas (1572)
“Mas entanto que cegos o sedentos
Andais de vosso sangue, ó gente insana!
Não faltarão Cristãos atrevimentos
Nesta pequena casa Lusitana:
De África tem marítimos assentos,
É na Ásia mais que todas soberana,
Na quarta parte nova os campos ara,
E se mais mundo houvera, lá chegara”.

CAMÕES, Os Lusíadas  - cap. VII. estrofe 14[1]
Muitas vezes financiados pelo erário público de governos de países hegemônicos como foram as descobertas lusitanas. Certamente todos lamentam a proibição lusitana  a um Alexandre Humboldt entrar na Colônia do Brasil, mas, no outro extremo, a busca de nióbio e outras precocidades minerais e vegetais é facilmente camufláveis sob o manto destas “expedições científicas”, não deixa outra coisa do que doenças e físicas e culturais como o gosto de consumo e quebra de tradições multisseculares. De outra parte descobertas sérias são contaminadas pela necessidade de fama e da atenção mundial sobre o indivíduo “genial”. Em  dezembro de 1912 foi montada a “descoberto”   o HOMEM de PILTDOWN no qual a PSEUDOCIÊNCIA fez correr rios de tinta, a favor e contra a EVOLUÇÃO, desviando e corrompendo o seu foco. Isto aconteceu praticamente com todas as civilizações que tiveram alguma projeção na mídia. Esta PSEUDOCIÊNCIA tornou-se matéria prima para a mídia e propaganda nazista, e perceptível na obra de KURT WILHELM MAREK (1915-1972) depois sob o pseudônimo C. Walter CERAM.




Werner TUBKE 1929-2004 - Revoluções Burguesas f- Panorâmio Bad Frankenhausen 1983-7
Fig. 07 –  O período em que a Alemanha esteve dividida pela Guerra Fria e pelo Muro de Berlim o pintor TÜBKE produziu um imenso mural panorâmico no qual refletiu e projetou as suas preocupações individuais e coletivas reinantes da Alemanha Oriental após o apocalipse da Segunda Guerra mundial e causa desta dolorosa divisão só superada em 1990.  Esta obra atualmente oferecida pela indústria cultural e turística pela Alemanha unificada e capitalista é uma projeção a imaginação propícia ao escapismo, às escatologias e aos apocalipses reais ou imaginados, tão bem como os seus remédios correntes na cultura germânica do passado de sua formação e das suas projeções.

É este pensamento a imaginação propícia ao escapismo, as escatologias e aos apocalipses reais ou imaginados que se gruda à desgraça econômica, social e cultural de países miseráveis e que os levante em motins coletivos. Motins que carregam as bandeiras dos CULPADOS pelo CLIMA GLOBAL.

 Motins movidos por um profundo sentimento coletivo de culpa pelas agressões telúricas praticadas pela espécie humana ao longo de milhões de anos. Sentimento individual daquilo que nunca possuiu de fato e que, agora, possui a necessidade, imediata e desesperada, de recuperar no tempo de menos de uma geração humana.

Fig. 08 – Rituais arcaicos e disfuncionais, promovidos em eventos  oferecidos pela indústria cultural, turística  e capitalista constituem  uma projeção da imaginação propícia ao escapismo, às escatologias e aos apocalipses reais ou imaginados. Contudo nada resolvem frente à necessidade de mudança de um mundo  também em permanente mudança e adaptação. Assim estes grupos marginais sofrem mais um golpe e tornam-se mais reféns do que agentes ativos, conscientes e soberanos nas suas escolhas..

De fato este sentimento é impotente diante de algo irremediavelmente perdido. A criatura humana sente-se como a beira de um abismo (Chartier, 1998). Este sentimento de perda e de culpa pela perda é uma falácia caso ele NÃO sirva de estímulo ao AGIR.  Todos os sentimentos de perigo, de algo irremediavelmente perdido aumentam a desorientação, o caos mental e servidão da heteronímia da vontade. Possuem sentido na medida em que estimulam ao AGIR induzem a preservação e prevenção. O número de 7 bilhões de seres humanos vivos é em si mesmo um dado neutro. Ele não pode ser visto como um aumento de números de predadores como no passado quando a espécie humana necessitou afirmar-se no seu ambiente. Numerosas espécies vivas possuem muito mais indivíduos vivos e ativos sobre a Terra sem que isto signifique perigo de extinção. Mais próximos da Natureza, souberam perscrutar e sentir as suas leis e revertê-las a favor do seu número e da sua multiplicação. Evidente que passou a fase da agressão e pura e simples predação. Em seu lugar ergue-se uma civilização artificial e carregada de mal estar (Freud, 1974 e 1979) e atravessada pelas energias positivas e negativas do poder humano (Foucault, 1995)

Imagem de Simon ROBERTS - ISTO É UM SINAL - La República  12.09.2012 - Itália
Fig. 09 – A construção mediática é uma realidade paralela à Natureza e produto de ideologias, interesses e urgências de toda ordem. O tema  das catástrofes, das guerras e das desgraças reais ou imaginadas alimentam  esta construção mediática. Na medida do consumo e da compra destes produtos  e do aumento daqueles que consomem fortalece, amplia o seu raio de ação e de tempo desta construção mediática. Este consumo é particularmente alto frente aos  apocalipses reais ou imaginados, pontuais ou mundiais. Apocalipses  que alimentaram a imaginação propícia ao escapismo, as escatologias e aos metáfora do mundo danificado e negativo mais do que aquele do mundo construído e positivo.

Porém a espécie humana  não só redescobriu este caminho para as suas origens, mas age política, econômica e culturalmente no sentido de assumir o TRABALHO da reparação de uma CATÁSTROFE VISIVEL. No caso lusitano é exemplar, entre tantos outros, o retorno à Mouraria e conduzido pessoalmente pelo representante máximo  da capital que para lá transferiu o seu próprio gabinete. Ele não só assumiu o TRABALHO da reparação de uma CATÁSTROFE VISIVEL, mas reconduziu para lá capitais, agentes qualificados e uma nova rede de relações humanas e ecológicas. Rede que confere sentido e novos sonhos para quem já estava no lixo e na degradação humana. Mas certamente este trabalho é lento caro e de altos riscos,  não interessa e nem comove os promotores de eventos, sob pretexto ecológico. Não lhes interessa pois não conferem e agregam visibilidade aos governos, às ongs e nem para as pessoas. Não lhes interessa pois, projetos desta natureza,  não são fontes para os seus gastos suntuários e altamente agressivas ao meio ambiente pela poluição que deixam nos longos caminhos percorridos e acúmulo de gente em ambientes despreparados.


Maurizio CATTELAN 1960 - Museu  GUGGENHEIM  NYT 08.11.2011
Fig. 10 – A antiga metáfora do “burrinho carregado de livros” , atualizada para o mundo da indústria cultural do audiovisual. A incompreensão do sentido do peso, a falta de vontade de se livrar e de buscar o direito à alienação daquilo que não pertence e interessa à sua espécie e cultura caracteriza o burrico como “coisa ou res”.. Contudo, apesar de sua alta inteligência animal que  se submeter como “coisa” tendo como recompensa a sua sobrevivência como espécie é um atributo que não pertence aos animais sistematicamente perseguidos e eliminados da face da Terra, apesar de sua argúcia e da sua inteligência animal.

Ninguém duvida da magnitude e das consequências funestas, para a criatura humana,  das condições cambiantes às quais ela e a Vida estão submetidas há milhares de anos. Porém a tendência de antropomorfizar tudo e todos, escamoteia e remete para caminhos equivocados sem diminuir a sua magnitude e sem resolver o problema em curso. Certamente a humanidade está diante não só da necessidade do parto de uma nova inteligência, capaz de se preparar para suportar as mudanças em curso, mas também para planejar e viver efetivamente no âmbito destas mudanças.

Porém estas mudanças jamais estarão em curso - efetivo, preventivo e terapêutico - enquanto a criatura humana estiver entregue à rotina do FAZER pelo FAZER. O “Homo Faber” jamais irá agir e julgar as suas ações, gerar energias, coragem e condições para efetivar rupturas epistêmicas e estéticas coerentes com os seus próprios limites e competências (Arendt 1983).  Sem uma suspensão do juízo proveniente do hábito e da rotina do FAZER pelo FAZER as mudanças são externas, paliativas e perdas de energias e de precioso tempo (CHARTIER,  1998 e RICŒUR 1999).

WOODSTOCK - 15 e 16.08.1969  - NYT .em 12.08.2009
Fig. 11 – A culpa coletiva norte-americana pelo seu protagonismo na Guerra do Vietnã  foi um dos componentes desta busca, não só de libertação, mas para tentar mostrar o quadro do avesso deste massacre insano e sem sentido para aquela geração que se julgava perdida. Contudo entre estes jovens, dispersos nesta multidão estavam não só lideres da informática, mas um mundo de usuários que tornaram possível esta revolução tecnológica.  Woodstock dos dias 15 e 16 de  agosto de 1969 foi único e teve a boa lógica de não buscar a sua perpetuação. Para a América Latina significou uma dolorosa intensificação dos regimes militares e desvio dos ódios do leste asiático para o próprio continente americano. Concentração de poderes que também significaram poderosas agressões ao meio ambiente e que não foram objetos de estudos e avaliações adequadas.

 Poucos mediadores possuem a inteligência, a vontade e o seu direito de estabelecer contratos civilizados com o seu público no âmbito destas mudanças. Colocam-se diante do fenômeno -  que não conhecem as causas, de fato e de direito, e que não dominam os  mecanismos aversivos e que irão atingir a todos. Avançam e estabelecem-se imediatamente como profetas do jogo mortal da culpa e do perdão. Jogo com o qual desestabilizam as deliberações e decisões para concretizar a façanha de lucrarem – física ou simbolicamente - com esta fraqueza dos seus receptores. Receptores que entregam a sua inteligência, a sua vontade e tudo aquilo que possuem a favor destes profetas do mau agouro e promessas do paraíso recuperado. Mediadores de toda espécie e dos quais a cultura ibérica guarda a memória e o ódio pela desestabilização da inteligência e da vontade com o jogo do paraíso perdido, da culpa desta perda e dos sacrifícios insanos necessários para sua recuperação, mas cujos lucros finais ficavam nas mãos do colonizador.
Fig. 12 – A NAU dos INSENSATOS abriga uma multidão assustada, com sentimento de culpa por terem abandonado a terra firme. Agora estão  sob o comando e a inspiração de líderes e de comandantes que se colocaram como conhecedores e mediadores de novas paragens. No entanto o curso da viagem desdiz estes mediadores e revela quadros sombrios das destruições e a marcha natural da entropia universal a que a Natureza sempre esteve entregue. Porém já é tarde, as escolhas foram feitas, os líderes e mediadores são impostores. O naufrágio está em curso e, culpados ou inocentes, retornam ao império da Natureza implacável.

Ninguém duvida da magnitude e das consequências funestas das abrutas mudanças no meio ambiente. Mudanças  que representaram, em todos os tempos, ameaças para a continuidade da vida em qualquer latitude do planeta Terra e particular para a criatura humana.
As tintas luminosas de um paraíso único, de uma terra azul, planeta único nas qualidades de um sistema solar confiável, um povo brasileiro maravilhoso sobre riquezas das quais está pouco consciente constituem quadros positivos e alegres. Mas este paraíso oculta, em todos os recantos, aqueles cuja fortuna depende do susto e da surpresa que causam os seus quadros sombrios e apocalípticos.

Imagem de origem desconhecida jogada na tela do PC doméstico e capturada em 14.12.2012
Fig. 13– Mais uma civilização vítima da meia cultura e cuja fonte é uma mídia sensacionalista. Como aconteceu na mídia e propaganda nazistas que usou a cultura tibetana, acontecera com a civilização egípcia, a suméria ou a grega.  Destas culturas o publico conhece apenas o que “SAIU na MÌDIA”. Mídia e propaganda, que deturpam impiedosamente estas culturas, as desviam de seu sentido original e as corrompem para levar de retorno para a INSENSATEZ MEDIEVAL Esta INSENSATEZ lhes imprime um sentido atual para impactar, surpreender e assustar multidões. INSENSATEZ que rebrota ganha vigor, se projeta no âmbito das tecnologias, das comunicações e zomba da Ciência. O pintor Francisco Goya já colocara  O SONO da RAZÃO PRODUZ MONSTROS”, como titulo de uma das suas gravuras.  Convém datar e guardar uma imagem, como a acima,  como índice da resistência humana às mudanças e capacidade de acreditar apesar de todas as tendências em contrário. O mediador possui um bom pretexto para se constituir e se legitimar nesta meia cultura. A promessa de gratuidade escondem outros embustes e que serão revelados gradativamente em quem acreditar num embuste como desta mensagem aqui reproduzida.

Quadros cujo tema é a culpa que a criatura humana teria pelas destruições e na marcha natural da entropia universal. Depois do susto, medo e constrangimentos por este tema, instalam-se como mediadores a  vender o bálsamo para as feridas que eles mesmo provocaram na inteligência, na vontade e especialmente na emoção dos seus públicos. Vendem a reparação, a segurança e prometem a garantia de um futuro maravilhoso e perpétuo livre de qualquer entropia natural e artificial.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

FAZER x AGIR e o HOMO FABER em
ARENDT, Hannah (1907-1975). Condition de l’homme moderne. Londres  :  Calmann-Lévy, 1983.

CHARTIER,  Roger.   Au bord de la falaise:  l´histoire entre certitudes et inquiétude. Paris  : Albin Michel, 1998.  293p
 
FOUCAULT, Michel(1926-1984).  Microfísica do poder. Rio de Janeiro : Graal, 1995. 295.

FREUD, Sigmund.(1858-1939).O mal estar na civilização (1930). Rio de Janeiro : Imago, 1974. pp. 66-150.  (Edição standard brasileira de obras psicológicas completas de Sigmund Freud, v.13)
 ____. Conferências introdutórias sobre psicanálise: resistência e  repressão. Rio de Janeiro : Imago 1976. 337-354.  (Edição standard brasileira de obras psicológicas completas de Sigmund Freud. v.16)

RICŒUR, Paul «É preciso reencontrar a incerteza da história» Humboldt, ano 41, nº 79,   1999, pp. 2-5.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAS
APELO PROSELITISTA ao INDIVIDUALISMO FRAGMENTARIO para SOLUÇÕES do CLIMA
http://www.ituc-csi.org/climate-change-and-green-economy.html?lang=en



CAMÕES, Luis Vaz de ( 1524-1580) Os Lusíadas ( Editado 1ª vez em 1572)
Ediçaões ´ntegrais disponíveis em:

CIDADÂO do MUNDO






CRIME e MAL ESTAR da CIVIVILIZAÇÃO

CRISE da MIDIA

DEUSES TÚMULOS e SÁBIOS:
CERAM, C. Walter é pseudônimo do escrior alemão KURT WILHELM MAREK (1915-1972) e que foi membro Propagandakompanie da Wermacht. Depois da Guerra escreveu (1949) Deuse Túmulos e Sábios [Götter, Gräber und Gleherte]

Maurizio CATTELAN 1960

OS SERTÕES (1902) de Euclides da Cunha (1866-1909) obra completa em

PSEUDOCIÊNCIA e o HOMEM de PILTDOWN “descoberto” em dezembro de 1912

REFORMA da MOURARIA e GABINETE do PREFEITO de LISBOA

Werner TUBKE 1929-2004 - Revoluções Burguesas f- Panorâmio Bad Frankenhausen 1983

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