METRÓPOLE
& COLÔNIA.
“Porque os
ratinhos do Douro
são grandíssimos velhacos:
em Portugal são ratinhos,
e cá no Brasil são gatos”.
são grandíssimos velhacos:
em Portugal são ratinhos,
e cá no Brasil são gatos”.
OS
GATOS - Gregório de Matos –
[1636-1695]
Fig. 01 – A imagem mostra a estação
espacial russa SUYOZ (UNIÃO) percorrendo a órbita da Terra.
A nave e o seu foguete tiveram o 1º
lançamento dos seus protótipos em 23 de abril de1967 e são os únicos
operacionais em dezembro de 2012 sem a perda de uma única vida humana, Nesta
data os países dividem-se naquelas que possuem domínio de viagens espaciais com
projetos e execução efetiva a partir do seu território e naquelas que são meras
usuárias. Estas estão restritas aos seus limites, provenientes da era
industrial e como reserva de mercado. As que dominam e usam efetivamente o
espaço externo estão ampliando não só a sua presença no mundo cósmico, mas
estão desembarcando para a sua população as tecnologias desenvolvidos nos
projetos espaciais e transformando em suas colônias virtuais aquelas não
detentores desta tecnologia espacial.
A relação entre
METROPOLE e a sua COLÔNIA é sinônimo, para o cidadão contemporâneo, de
dominação econômica, política e cultural. Raramente ele se dá conta que nesta
relação dos componentes ocultos de onipotência, de onisciência e de onipresença
são cultivados pelo dominador e são fortificados e reproduzidos de forma
subliminar, silenciosa e sem grito algum. Este dominador ( metrópole) considera
o outro (colônia) como um objeto do seu poder natural, reforçado e legitimado
pelo sobrenatural inquestionável.
Em relação aos eventos
do ano de 1822 é mais apropriado falar em INSUBORDINAÇÂO do que em SOBERANIA,
pois as relações de dominadores e dominados não foram vencidos até os dias
atuais. Não há lei, programa ou grito que consiga transformar os hábitos de
heteronímia ou do mandonismo em relações de cidadania e de igualdade. Em
dezembro de 2012, basta abrir os olhos
para as favelas e os guetos sociais para perceber os atuais abismos econômicos,
políticos e culturais do Brasil. O alienado para as causas destes abismos
sacode os ombros e sentencia : “SEMPRE
FOI ASSIM, senão PIOR !”
A escravidão, abolida em
Portugal continental, em 1761, a sua abolição no Brasil foi arrastada e
procrastinada muito além do famigerado “GRITO
de IPIRANGA”. A aparente SOBERANIA não significou nada para os infelizes
africanos... ou só piorou as suas condições e aumentou esta chaga em número e
tamanho.
Neste caldo colonial
remanescente não faltam, em dezembro de 2012,
movimentos culturais que buscam refúgio no mundo simbólico para
estetizar e eternizar a relação opressor e oprimido. Os ingleses foram mestres
na invenção das “tradições”. Tradições que lhes eram favoráveis no aspecto
econômico e industrial, com o dom e a fortuna de mascarar e tornar atraentes as
relações sociais de heteronímia. William John Thoms (1803-1885) apresentou no
dia 22 de agoste de 1846 a “ciência do folclore”. Isto se dava no apogeu do
Império britânico, as vésperas do Palácio do Cristal, um dos triunfos da 1ª era
industrial britânica e índice da necessidade da expansão colonial inglesa.
Oscar Niemeyer na praça Otávio Rocha Origem da foto de Flávio DAMM da: Revista do Globo, fascículo nº 482, 14.05.1949, p. 44
Fig. 02 – Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho 15.12.1907 –
05.12.2012) posa na praça Otávio Rocha para a Revista do Globo numa visita a Porto Alegre para
presidir no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul, a formatura da
primeira turma de urbanistas com Curso Superior realizado no Brasil. Com as
perguntas dos entrevistadores descobriu o hábito colonial e do pensamento
linear, feito e alheio. O fato calou tão fundo que preferiu não mais realizar
visitas pessoais à Porto Alegre, segundo o depoimento de Francisco Rio-pardense
Macedo, um dos formandos e orador da turma. Além disto, teve o seu projeto,
para o IPE-RS, desconsiderado pelas autoridades locais.Isto depois de Pampulha
e sede da ONU em Nova York
O clima cultural e
artístico - dominante em regiões submetidas ao regime colonial, do passado ou
do presente - abafa e esteriliza qualquer reprodução estética. Por mais geniais
que tenham sido alguns artistas brasileiros, do passado ou do presente, eles
não conseguiram projetar - por mais alto que ela tenha sido a sua criatividade
- numa escola que continuasse ou mesmo contradissesse a sua criação original.
No passado um Antônio Francisco da Costa Lisboa (1730-1814), um Mário Raul de
Morais Andrade (1893-1945), o movimento da Semana de Arte Moderna (1922) ou, no
presente, a obra de um Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho (15.12.1907 –
05.12.2012)
cessa e se limita ao seu tempo e lugar. O Brasil não deve ser iludido. O regime
colonial vigente encarrega-se de abafar e de esterilizar qualquer esforço
criativo inovador. Tudo é estéril sem a alteração da mentalidade colonialista. O clima cultural e artístico é equivocado,
passageiro e um falso brilhante quando determinado pela condição colonial. Esta
esterilidade é visível no apelido “Aleijadinho”
ou nos apodos sintéticos “Mário da
Andrade” e “Oscar Niemeyer”,
prontos como rótulos abreviados de pacotes para o uso da indústria cultural e
que torna tudo obsoleto e passageiro. Na educação formal brasileira estes
produtos culturais são consumidos como
pacotes aprontados pela indústria de
consumo. Como tais são identificados e memorizados pelos alunos. Na mentalidade
colonialista constituem apenas rótulos abreviados sem a menor crítica ou
conhecimento, conexão com a realidade do estudante ou da origem e manipulação
destes produtos prontos.
O Regime Colonial
determina, de forma subliminar, que os
alunos permaneçam nos estágios primários, na concepção de Jean Piaget. Na sua
condição colonial são prisioneiros políticos da COLABORAÇÃO COMPULSÓRIA e da PARTICIPAÇÃO
EMOCIONAL. O estágio da INTERAÇÃO
lhes é interdito. Consequentemente lhes é interdita a competência para discutirem
as perdas e os ganhos antes, ao longo e depois das ações coletivas. Um índice é
escancarado em vários partidos políticos brasileiros na sua reiterada insistência
no momento da propaganda e do seu marketing e perceptível na condição
compulsória da PARTICIPAÇÂO
EMOCIONAL. Não há como fugir do POPULISMO nesta condição.
Fig. 03 – Uma vista da Europa (França, Paris, Canal da Mancha e
Inglaterra) a noite e como a aurora boreal no horizonte Europa construída e
iluminada com as riquezas das colônias que os seus países mantiveram ao longo
de meio milênio.
O Brasil perdeu
completamente a janela da corrida espacial e o desenvolvimento de tecnologias
de informação. Esta oferecendo aos países que aceitaram, “just-of-time”, estes desafios um imenso território e uma mão de
obra ansiosa para serem escravos digitais. A muralha dos fortes - geridos pela
ignorância, pelas ideologias obsoletas e pelos preconceitos de toda ordem –
formou e construiu um imenso reservatório para as metrópoles tecnológicas de
ponta. Os desgrenhados e magros ratos destas
metrópoles são no Brasil lustrosos e atrativos gatos mimados pagos a peso de
ouro, que evidentemente remetem para as suas metrópoles para estas possam
construir outros patamares científicos e tecnológicos.
Imagem
1º computador com transistores (Inglaterra) denominado a “Bruxa” restaurado em
2012
Fig. 04 – Antes da "Bruxa" havia sido construído um computador nos USA
tendo vomo base válvulas, Consume a energia elétrica de uma cidade média. Coube
aos ingleses montar o primeiro
computador com transistores
A situação dos Técnicos em Informação (TI) é vexatória no Brasil e a beira
do servilismo com a figura do estagiário, próximo da condição que escamoteia a
escravidão. Os jovens brasileiros, depois de realizarem Cursos de Tecnologia e
Faculdade de informática e permanentes credenciamentos de empresas
multinacionais, quando procuram emprego, não precisam caminhar muito. Na sombra
das faculdades de informática eles encontram empresas onde são acolhidos de braços abertos, se é
que não pagaram os seus próprio estágios nestas casas. Mas logo descobrem que a
empresa é de propriedade e é gerida por estrangeiros. Ao investigarem as causas
desta relação encontra a razão de serem empresas de países nos quais a
profissão de Técnico em Informação (TI) e regulamentada. Por este motivo este
profissional recebe o salário oficial de $ 5.000,00 dólares. Mas como nenhum
empresário quer pagar isto, basta atravessar a fronteira, se instalar com um
escritório no Brasil, onde a profissão não é regulamentada, e pagar salário
mínimo pelo trabalho que, de noite, é transferido para a matriz.
CALL
CENTER -in Correio do Povo em 30.01.2011
Fig. 05 – Uma amostra de um fractal de uma colônia digital.
Nesta imagem o velho hábito colonial foi preservado e projeta-se e se
intensifica na forma de posse ou como “coisa
[res]” que se materializa nas suas colônias virtuais. A mão invisível e subliminar do poder da
metrópole. Submete e formata a colónia na
qual o cidadão perde qualquer potencialidade para deliberar e decidir,
.reconfigurando as questões que mantém a escravidão.
Esta situação é uma das razões pelas quais o Brasil é mero consumidor de
informática e continua o seu caminho acelerado para ser definitivamente um
colônia digital ... inclusive do Uruguai. Sem pesquisa e sem experiência de
inovação, sem o domínio e vanguarda da tecnologia espacial Brasil exibe, sem
gritos e silenciosamente, o triste espetáculo de uma colônia digital, a mercê
dos ratos de outras culturas. Ratos que são mimados, no Brasil, como “queridos entes domésticos”.
E nota pública do dia 05 de dezembro o sindicato dos TI publicava em
Porto Alegre:
“Os trabalhadores do setor privado
de TI (Tecnologia da Informação) [...] possuem uma jornada de 44h semanais.
Cada vez mais, os trabalhadores são pressionados por maior produção, por
cumprimento de metas e de prazos e por atualização. O piso salarial de um
analista de sistemas com mais de um ano de trabalho na mesma empresa e com jornada
de 44h semanais (maior piso salarial da categoria de TI), não passa de R$
2.100,00. Enquanto isso, a economia do Brasil cresce e o setor de TI é um dos
que mais lucra no país. Nos últimos três anos, o mercado de TI cresceu 61% e o
PIB (Produto Interno Bruto) do setor já alcança 103 bilhões de dólares. O
sindicato dos empresários (Seprorgs) só quer pagar o INPC (5,99%) e rejeita
qualquer proposta de redução de jornada”.[1]
O Brasil voltou ao
regime colonial. Regressa como provedor, para estrangeiros, de força de
trabalho abundante, ignorante de si mesma e desconsiderada pelos que a
contratam. O Brasil retorna ao regime colonial como fornecedor de matérias
primas – commodities - aos
países com experiência de inovação, com domínio e vanguarda da tecnologia
espacial. Assim tornam-se metrópoles na medida em que deliberam e decidem, e o
Brasil obedece, e se condiciona a eles, permanecendo numa perpétua heteronímia.
No colonialismo digital qualquer sinal de desagregação, do rebanho em
marcha ao matadouro, é punido de forma pública e exemplar. Controle e punição
pelo descarte e segregação muito mais cruel e duradouro do que o suplicio truculento
e pontual de Joaquin José da Silva Xavier (1746-1792).
[1] -CORREIO do POVO ANO 118 | Nº 66 PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2012 p.04
Fig. 06 – A casa comercial que vendia pessoas e mão obra adulta
e infantil numa imagem de Jean Baptiste
Debret, mostrando um deste numerosos estabelecimentos no Valongo junto ao porto do Rio de Janeiro.
VALONGO
– tese de Cláudio da Paula HONORATO
O Brasil exibe na era pós-industrial a condição atualizada deste regime colonial. Corre atrás de países que são minúsculos
física e economicamente. O gigante exibe o triste espetáculo de uma colônia
digital, a mercê dos ratos de outras culturas. Em vez das minas de ouro - do
regime colonial ou aquelas de Serra Pelada, ouro do qual poucos brasileiro
sabem o destino - agora é a vez do nióbio ser objeto da ganância e
negócios dos qual poucos brasileiros sabem o destino e muito menos detém
qualquer deliberação ou decisão a favor de toda nação brasileira. Como
fornecedors de matérias primas os brasileiros são colocados como mão de obra,
com inteligência e com vontade na heteronímia das economias, políticas publicas
originárias de países com experiência de inovação, com domínio e
vanguarda da tecnologia espacial. Este neocolonialismo é silencioso e praticado
com o apoio da cultura jurídica destes povos como o cumprimento integral das
normas jurídicas formais brasileiras como sempre aconteceu no Regime Colonial.
A escravidão era legal como as mais estranhas práticas, como a roda dos
expostos, onde nasciam e se legitimavam “as crianças de rua”. A reprodução
física a mão de obra escrava tinha ampla participação do dominador branco. Esta
ação do reprodutor branco - sem grito, clandestina e silenciosa - é
gritantemente visível em todos os tons de pele da atual população brasileira.
Fig. 07 – Nesta imagem um
bando de adolescentes armados é liderado por um adulto em posição de realizarem a Justiça com as próprias mão e
abrirem caminho para o livre curso da delinquência
O papel da autoridade colonial era vigiar, punir e prender
invariavelmente os que interferiam na ordem pública. Estas autoridades eram
simultaneamente legisladores, executivos e juízes. Como militares e presidentes
das províncias coloniais eram “culpados
de tudo”. Se não conseguissem dar conta do recado, eram julgados por uma
corte militar e enforcados, como aconteceu com um cortejo de generais
lusitanos.
Num Regime Colonial não há possibilidade de delegação de competências de
autoridade e discutir limites de poder. O poder e os seus limites já foram
determinados como únicos, fixos e invioláveis. Neste panorama apenas existem “culpados de tudo” e herdeiros naturais
do poder
Mesmo no âmbito interno do REINO UNIDO PORTUGAL-ALGARVES e BRASIL há
discrepâncias atrozes e legalmente sustentadas por uma hermenêutica, no mínimo
suspeita. Pergunta-se:
- De que forma a escravidão legal podia continuar no Brasil quando em
Portugal continental era já havia sido extinta legalmente em 1761?
- Que “unidade” era esta?
Evidente que a cultura
portuguesa continuou coerente com o
“Ancien Regime” e onde o Brasil Colonial entrava como “coisa [res]”.
Os fortes abalos
institucionais desta autoridade natural e indiscutível - das quais a revolução
Francesa (1789) foi um prelúdio e uma amostra – foi percebido pelo redator do
Correio Braziliense. Esta percepção fazia com que ele encerrasse as suas
considerações, em dezembro de 1812, apelando para um potencial contrato entre o
Governo, desta autoridade natural e indiscutível, com o novo Poder Originário
emergente:
“Nós
fomos levados a estas observaçoens, pelo respeito que temos á Constituição de
Portugal; e se estamos enganados, desejaríamos que alguns dos Senhores, que se
lembraram do expediente desta portaria, em vez de chamar as Cortes, como fez o
patriótico Rey D. Joaõ IV. e pedir-lhe os auxílios necessários para a guerra;
nos dem melhores razoens que as nossas, e entaõ nos convenceremos: do contrario
continuaremos persuadidos, que esta medida deve causar uma revolução na Constituição
de Portugal, de consequências funestas â regularidade de seu Governo”
Correio Braziliense, vol. IX. nº 55 dezembro de 1812, Política, pp. 918-919
Porém o apelo ao potencial contrato entre o Governo, desta autoridade
natural e indiscutível com o Poder Originário era incapaz de alterar o velho
hábito colonial. O Brasil constava apenas como “coisa [res]” e entrava como posse de fato da Metrópole lusitana a
ser negociado com uma corte formal e legal para “inglês ver”.
O Brasil preserva, em dezembro de 2012, o velho hábito colonial, quando
muitas nações já estão na era pós-industrial. Este velho hábito colonial foi
preservado e projeta-se e se intensifica na forma de posse ou como “coisa [res]” que se materializa nas suas
colônias virtuais. O Brasil é tratado externamente como “coisa [res]” nesta relação das metrópoles digitais e espaciais em
forma reinventada de colônia. O Brasil é
tratado, internamente como posse pessoal por aqueles que se apoderam e usam o Poder
Originário e com esta mentalidade o administram.
O velho hábito colonial do Brasil faz
com que a população se comporta como aquele que não tem nada a ver com isto,
além de temer os desmandos daqueles que se dizem “donos do poder” na concepção de Faoro e de Wright Mills. Aqueles que ocupam temporariamente cargos e
funções são percebidos como “culpados de
tudo”, pela população cativa do hábito renovado e atualizado do Brasil colonial,
no âmbito da máquina publica (res pública). Situação natural muito cômoda, pois
esta mentalidade passiva, isenta e retira qualquer sanção moral nas eleições
obrigatórias com um voto para cada eleitor. Neste velho hábito colonial do
Brasil, o mais votado recebe o prêmio ou castigo de ser o “culpado de tudo” enquanto cidadão vai cuidar da sua vida e sem se
lembrar em “quem votou obrigatoriamente”.
Nesta circunstância fica feliz quando alguém aceita repetir a dose do mandato,
ou quando alguém indica a próxima vítima, preferencialmente sem passar pela
vexatória situação de ser votado no interior do partido.
PRESO ENTALADO 04.12.2012 in http://www.aquiagora.net/noticia.php?id=29768
Fig. 08 – O papel do presidiário é procurar evadir-se de todas
as maneiras possíveis. O papel do poder público, além de julgá-lo publicamente
e prendê-lo, recebe, em suas mãos, a vida deste presidiário. Num relação
colonial o papel do Estado termina neste ponto. Numa cultura onde o poder
originário vai muito além de formar um júri pontual popular e formal, existe a
discussão, as medidas efetivas e as consequências das causas deste delito.
Discussão lúcida e consequente da natureza e dos perigos deste delito.
Discussão do que a criminalidade e a apatia popular representam para o
equilíbrio homeostático de uma civilização em construção permanente. Construção
onde é necessário evitar entregar-se às forças elementares da Natureza como também evitar a alienação do
salto para o imponderável e o sobrenatural.
Nesta situação neocolonial alastra-se, cada mais, a mancha dos legal e
formalmente excluídos. Assim cresce de forma assustadora a a indústria e a
reserva daqueles legalmente excluídos legalmente e destinados aos presídios
povos. Reserva disparatada de uma potencial força de trabalho e de inteligência
e vontade que possui apenas os destino da vilania e do desperdício. Desperdício
dos lixões humanos em que transformou o sistema prisional brasileiro e muito
pior e desumano do que as masmorras dos fortes militares do Brasil Colônia.
Fig. 09 – Três mundos
sem conexão. O fechado mundo ideal e imaginado do gasto suntuário,
sobrepõe-se e se confronta com o mundo
aberto, real e concreto do trabalho com as mãos e com as sobras de uma
civilização predadora. Os “hieróglifos” dos pixos, falam de um mundo anárquico e caótico para
qual não fazem sentido nem o mundo imaginado nem o mundo real..
Nesta situação
neocolonial o cidadão avulso, ainda
gozando da liberdade, necessita de extremo cuidado em qualquer contrato. Pois o
contratante, na situação colonial, está na busca, de fato, do seu escravo, do
seu servo e do súdito dos seus desígnios. A Justiça brasileira está atulhada de
processos decorrentes deste equívoco do contratado e tardiamente descoberto por
ele. Processo nos quais os lucros foram embolsados pelos contratantes
inescrupulosos, enquanto as perdas decorrentes dos trabalhos foram colocados
nas costas dos contratados. O projeto colonial metropolitano possui, na sua
essência, o objetivo de se apropriar dos lucros e socializar as perdas nas suas
colônias. Este projeto metropolitano é vigente em dezembro de 2012 ainda
permanecerá inalterado sem a interferência ativa da inteligência, da vontade e
do direito de quem propõe e de quem aceita qualquer contrato.
-
New York Times - em 06.11.2012 - fila de
votação na localidade Viena USA -
Fig.
10 – O mundo contratual no qual o voto é livre
faz com as deliberações e decisões sejam consequentes antes, durante e
depois do pleito. Um cargo público é discutido antes, durante e depois de
assumidos por alguém que sabe e respeita
o direito ao exercício das suas funções
previstas em contrato no âmbito da constituição nacional.
A Democracia supõe sempre a cuidadosa, lúcida
discussão antes, durante e depois de qualquer ação, a quem cabem as perdas e os
lucros. Esta situação neocolonial é a origem de todo engessamento, atraso e
heteronímia da cultura e da tecnologia brasileira atual. Até o pensamento
criativo dói nesta situação neocolonial. Melhor, mais seguro e mais confortável
é aceitar - e colocar em prática - o pensamento testado nas metrópoles hegemônicas,
não importando a mentalidade, a ideologia, o lugar e o tempo deste teste.
Sobre todo este cenário
passam rápidos e invisíveis os satélites estrangeiros. No Brasil eles servem
para serem alugados e abastecer as antenas que dominam prédios e a paisagem na
qual se difundem eventos, marketing destinado para alienar multidões. Difusão
controlada e editada para manter na inércia aqueles a quem se quer vender “a cadeirinha, ou sofá, do céu dos bobocas”
ou aquele do “dever cumprido”.
O Brasil libertou-se do
arcaico regime colonialista nos moldes lusitanos. Porém o hábito de heteronímia
brasileira persiste. Mais do que nunca,
em dezembro de 2012, multiplicam-se os efeitos mais intensos, silenciosos e
perniciosos deste hábito da heteronímia brasileira. Com a afirmação e o avanço de novas metrópoles da era
pós-industrial esta cultura de dependência ganha força e se multiplica ao
infinito. Os concorrentes da era pós-industrial podem considerar as metrópoles emergentes como ratinhos. Porém no
Brasil, em dezembro de 2012, são tratados ainda como gatos valentes,
inteligentes e éticos na coerente e persistente visão sarcástica de Gregório de
Matos (1636-1695).
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
FAORO,
Raymundo (1925-2003). Os donos do poder:
formação do patronato político brasileiro. Porto Alegre –
São Paulo : Globo e USP, 1975. 2v.
FOUCAULT,
Michel (1926-1984). Microfísica do poder. Rio de Janeiro :
Graal, 1995. 295.
GREVE dos TRABALHADORES do SETOR
PRIVADO de TI a PARTIR do DIA 6 de DEZEMBRO de 2012
CORREIO do POVO ANO 118 | Nº 66 PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2012 p.04
PIAGET, Jean (1896-1980) Epistemologia Genética(2ª
ed) São Paulo : Abril Cultural
1983. 294 p.
VILHENA, Luís Rodolfo da Paixão. (1963-1997). Projeto e Missão. O Movimento Folclórico
Brasileiro, 1947-1964. Rio de Janeiro: Funarte/Fundação Getúlio Vargas.
1997, 332 pp.
WRIGHT MILLS Charles (1916-1962). A elite do poder. 3.ed. Rio de
Janeiro : ZAHAR, 1975, 421p
FONTES NUMÉRICAS
DIGITAIS
COLONIALISMO
& TRABALHO CONTEMPORÂNEO
ELTON JONES em
PORTO ALEGRE
a ingressos a R$ 750,00
ESCRAVIDÂO
ABOLIDA em PORTUGAL CONTINENTAL em 1761
DELIQUENTES - TRABALHO INÚTIL da POLÍCIA e
RESPOSTA da JUSTIÇA
MEXICO AMEAÇA ECONOMIA do BRASIL
O CENTRO do MUNDO está ONDE me COLOCO
- RIO PARDO pelas lentes de Ivan Winck
OS GATOS - Gregório de Matos – [1636-1695]
PRIMEIRO
COMPUTADOR DIGITAL [com transistores eletrônicos]
PRESO ENTALADO 04.12.2012
SUYOZ –
foguete e estação espacial russa: 1º lançamento em 23.04.1967
TRAFICANTES do RIO de JANEIRO
VALONGO – Tese de
Cláudio da Paula HONORATO
Oscar
Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho 15.12.1907 – 05.12.2012)
Oscar Niemeyer em PORTO ALEGRE no blog :ISTO
é ARTE mantido por esta autor
Oscar Niemeyer no Le Monde de 06.12.2012 .
Oscar Niemeyer no The GUARDIAN 06,12.2012
Oscar Niemeyer no New York Times em 06.12.2012
Oscar Niemeyer no
SPIEGEL – Senhor das Curvas
HOMENAGEM REGIONAL a Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer CATEDRAL
de BRASÌLIA e MEMORIAL da AMÈRICA LATINA em
360º
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