Os CONDENADOS às GALÉS e o DOCE CLIMA do BRASIL em DEZEMBRO de 1819 e em 2019.
Fig.
01 Os condenados pela justiça cumpriam a
sua pena com trabalhos forçados em
embarcações (GALÉS) movidas com a força dos braços humanos.. Esta
prática resistiu no Brasil até a
proclamação do Regime Republicano.
O CORREIO
BRAZILENSE de DEZEMBRO de 1819, volume
XXIII, nº 139. página 661,
estampava na seção de Miscelânea, sob
o titulo de “Emigração para o Brazil”.
“O
eterno estigma de ser povoado pelo refugo de Nápoles, pela escória da Itália;
ao mesmo tempo que Europeus dos países mais bem morigerados, e gente, cuja indústria
é conhecida por todo o mundo, nada desejaria mais do que poder estabelecer-se e
viver no doce clima do Brasil”.
O
governo brasileiro nunca deu vencimento em atender e ocupar adequadamente os
seus próprios apenados privados da liberdade como pena dos seus delitos
Os habitantes desta terra do BRASIL sempre
vieram tangidos por uma necessidade inadiável. Desde as mais remotas eras
ninguém veio para passear e se divertir em terras brasileiras Não se trata, porém, de REFUGOS, de DELINQUENTES ou CONDENADOS às
GALÉS
O
indígena veio fugido das culturas maias, astecas e dos altiplanos andinos. ou
as contornou, No BRASIL continuou sendo nômade, Os europeus e os asiáticos buscavam
terras para continuar o seu modo de vida
e sua cultura milenar. Fugiam da urbanização forçada pela REVOLUÇÃO INDUSTRIAL contemporânea
e das consequências posteriores.
Fig.
02 A passagem para a ERA INDUSTRIAL não
só destruiu as paisagens europeias. Mudou a sua relação multissecular com a
Natureza e com a Terra e com os seu ciclos. As vastas terras brasileiras,
seu clima ameno e as chuvas e as águas
regulares convidavam este europeu
para experimentar o Pero Vaz Caminha havia escrito em 1500 que
“em se plantando tudo dá” , O Brasil sempre foi uma reserva para os
povos do mundo.
Este
otimismo cm as condições aparece no
CORREIO BRAZILENSE de DEZEMBRO de 1819 volume
XXIII, nº 139, nas páginas 656 até 665
Johann
MORITZ RUGENDAS Rua Direita Rio de Janeiro
Fig.
03 A corte LUSITANA estabelecida no Rio
de Janeiro atraiu, a partir de 1808, tanto os habitantes dispersos no vasto
território brasileiro como os estrangeiros
de todas as etnias, países e culturas do mundo. Para desafogar este aglomerado humano era
imperioso abrir vias terrestres, fluviais e marítimas tanto para o exterior
como para o interior do Brasil.
Melhoramentos
na Brazil. Rio de Janeiro 19 de Junho.
Com
a maior satisfaççaõ nos empregamos neste artigo em fazer a descripçaõ da nova
estrada, que, por ordem do Illustrissimo Conselheiro Intendente Geral da
Policia, se abrio da Vila de Campos para esta Corte, assim como em ponderar as
grandes vantagens, que ella offerece ao commercio, interior, e á communicaçaõ
dos povos. Fizeraõ-se 7 estivas com a extensão total 2.612 braças, nas qnaes se
fizeram 12 pontes (naõ contando a do Rio de Jesus), tendo cada estiva 20 palmos
de base, e 3 a 9 palmos de alto, conforme exigia a qualidade dos brejos, ou
pântanos.
Sahindo
da dieta villa para a cidade do Rio de Janeiro pelo novo caminho, a primeira
estiva he a que temo nome da Barcellos, e que une o campo do mesmo nome a uma
ilha, que está defronte, com extensão de 234 braças, e no meio tem uma ponte,
ou bueiro, de madeira lavrada, para passagem das águas com 25 palmos de vaõ. A
segunda estiva fica entre a ilha acima dieta, e outra que lhe está fronteira,
chamada da Figueira, com 80 braças de extensão, e uma ponte de madeira lavrada
com 14 palmos de vaõ. Da ilha da Figueira á da Capororoca fica a terceira
estiva, que tem o nome de Muchuango, do pântano em que he feita; o seu
comprimento de de655 braças, com duas pontes de madeira lavrada, uma com 25
palmos de vaõ, outra com 10. A ilha da Capororoca[1]
deo o nome à quarta estiva, que partindo dalli vai terminar na ponte do Rio
Jesus, com 345 braças de extensão. Esta ponte foi acereesentada com 20 palmos
no comprimento, ficando agora com 82, e altura sufliciente para passagem das
canoas, ainda em tempo de maior cheia Da ponte do rio Jesus até a ilha do
Louro, he a quinta estiva (chamada do Felix) de 97 praças de comprido, e no
meio uma ponte com 12 palmos de vaõ. A grande estiva (sexta) tem o nome de
Loiro, e parte da ilha deste nome até á fazenda do Quilombo com 1.066 braças de
extensão, 6 pontes de madeira lavrada, com 16 palmos de vaõ cada uma. Da
mencionada fazenda á da Pindoba fica a sétima e ultima estiva, que tem o nome
de Quilombo, com 135 braças, e uma ponte de madeira lavrada; seguindo a estrada
sem mais estorvo algum.
CHAMBERLAIN
- 1819 - Lagoa Rodrigo de Freitas
Fig.
04 A lagoa AUGUSTO de FREITAS jazia
ainda, em 1819, plácida e quase intocada
mas próxima à tumultuada corte lusitana
instalada no Rio de Janeiro. Evidente que este imenso território brasileiro continua intocado e plácido em 2019 a espera da
inteligência, trabalho
As vantagens, que esta estrada procura, saõ as
seguintes : poupar aos viajantes 12 léguas de caminho da Villa de Campos até
esta Cidade : evitar-se a barra do Furado, perigosa pelo ímpeto das águas no
tempo das cheias, e incommoda, porque no tempo da seca, tapando-se a barra, se
inundavam os campos circunvizinhos, e eram obrigados os viajantes a alugarem
canoas, e irem embarcar com todas as suas cargas desde o Furado até o lugar de
S. Amaro, com quasi um dia de demora, e gravíssimos incommodos pelos
trabalhosos passos, que se formavam: evitar os aráes e lugares desertos, que se
encontravam por aquelle caminho, o que obrigava os viajantes a jornadas
forçadas para alcançarem os pousos, o que naõ acontece no novo caminho, que he
todo povoado: facilitar o commercio reciproco do paiz; e abrir uma fácil
communicaçaõ com os districtos de Campos e Macahé.
Fig.
05 - Os ARCOS da LAPA já haviam sido
construídos no tempo do dos VICE-REIS lusitanos com o objetivo de abastecer de água potável da cidade do Rio
de Janeiro, Em 2019 continuam serem usados como acesso viário urbano para o
bairro de Santa Teresa.
Todas
estas vantagens-se conseguiram com a módica despeza de 340.860, que fez a
Intendencia; prestando voluntariamente os moradores os serviços necessários,
por insinuação dos Capitaens de Milícias Joaõ Carneida Silva e seu irmaõ José
Carneiro da Silva, que nestas e em outras obras, em que estaõ empregados por
Sua Majestade debaixo das ordens de Policia, tem a mostrado habilidade, e zelo,
que os tornam recommendaveis. Começou este serviço a 15 de Outubro de 1817, e
concluio-se a 9 de Junho de 1819, trabalhando neste espaço de tempo 7 mezes e
15 dias com 40 a 50 pessoas de serviço, excepto 2 mezes, em que andaram de 80 a
90.
Reflexoens sobre as novidades deste
mez.
Fig.
06 – A decisão da intervenção nos
territórios da BANDA ORIENTAL do Rio da Prata foi tomada, na corte do Rio de
Janeiro e sob o olhar e controle de Dom João VI[1]..
Em dezembro de 1819 esta operação estava no seu terceiro ano e com Montevidéu
sob o controle luso-brasileiro...
REYNO
UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E ALGARVES.
Guerra
do Rio-da-Prata [2].
O
grande objetivo exibido publicamente pelo REINO era a “PROTEÇÃO” ao TERITÓRIO da BANDA ORIENTAL tanto das
rebeliões internas como da cobiça das potências em vias de industrialização que
ali viam um território para a comercialização dos produtos de suas máquinas em
toda região do Rio da Prata.
No
entanto, entre as mil e um
objetivos velados estava a de coibir
este territórios tornar-se um refúgio (QUILOMBO) dos ESCRAVOS FUGIDOS do BRASIL
O
otimismo em relação às condições publicas desta intervenção aparece no CORREIO BRAZILENSE de DEZEMBRO de 1819 volume XXIII, nº 139, nas páginas 656
até 665
Segundo
as ultimas noticias recebidas do Rio-de Janeiro, parece que aquella Corte tem
perdido as esperanças de ajustar amigavelmente com o Governo Hespanhol, a
disputa sobre a. posse de Monte Vídio: e se diz mais, que se tracta no Brazil
de pôr em estado de defeza, os pontos, que podem ser atacados pelos Hespanhoes.
De Lisboa avizam também, que haviam ali chegado ordens do Rio-de-Janeiro, para
se mandar para monte-Vedio um destacamento de 5.000 homens e muniçoens, que
seraõ comboyados por duas náos de linha. A Corte do Rio-de-Janeiro deviaha
muito tempo estar desengauada, de que a Hespanha naõ tem meios de manter a
contenda com suas colônias, e muito menos de garantir o Brazil, contra os
sérios inconvenientes, que necessariamente se lhe seguiriam, no caso em que o
Governo Braziliense obrasse de maneira, que attrahisse sobre si a guerra com os
Estados independentes da America Hespanhola. A prova inegável da verdade desta
proposição, se acha no comportamento de Hespanha, a respeito do território de
MonteVedio, occupado pelo exercito do Brazil.
[1] - TREINO
das TROPAS para a INTEVENÇÃO no RIO da PRATA http://lecor.blogspot.com/2014/12/pintura-revista-das-tropas-destinadas.html
[2] A RESENÇA LUSO
BRASILEIRA no RIO da PRATA http://revistatemalivre.com/prata
Gravura de Gilberto Bellini - ENTRADA do GENERAL LEBOR em
MONTEVIDEU
Fig.
07 A entrada das tropas luso-brasileiras
em Montevideo no dia 20 de março de 1817 ocupava um ponto geográfico chave na
administração da vasta banda Oriental. No
entanto esta ocupação encontrava imensas dificuldades para o intervir no
interior desta terra. Na prática era um protetorado com bandeira própria e um
controle alfandegário para coibir outras nações interessados nesta ponto
estratégico militar., econômico e políticos..
A
Hespanha tem-se queixado amargamente desta occupaçaõ, e até alcançou que as
Potências Aluadas da Europa interviessem nisto, escrevendo á Corte do
Rio-de-Janeiro aquella Nota, em que lhe pediam, em termos bastante fortes,
explicaçoens sobre os motivos da occupaçaõ da Banda Oriental do Rio-da-Prata. A
necessidade de repulsar Artigas, para conservar em socego a s fronteiras do Brazil
no Rio-Grande, he evidente a quem tem medíocre informação daquelle paiz. Porem
na Europa ignorase inteiramente a situação das cousas naquella parte da
America: e a impressão, que fez a citada nota dos Aluados, ainda se naõ
desmanchou de todo. O mais decisivo argumento do character de Artigas he sua
guerra com Buenos-Ayres. Se aquelle indivíduo tivesse em vista o bem de seu
paiz, ja pela independência de sua antiga metrópole na Europa, ja pelo
estabelicimento de algum Governo regular no paiz, naõ teria adoptado um systema
de partidário, sirnilhante ao dos Árabes vagabundos, que somente vivem da
rapina ; e teria obrado com alguma sorte de conceito com seus vizinhos de
Buenos-Ayres.
As
secçoens da America Hespanhola, que se declararam independentes da Hespanha,
tem adoptado suas formas de Governo análogas ás das mais naçoens civilizadas, e
tem procurado accommodar seus actos ao reconhecido direito das Gentes.
Busto
de Atrigas na praça da ALFÂNDEGA de Porto Alegre - Foto de
Círio SIMON em 05.12;2019
Fig.
08 - O grande crime de ARTIGAS foi, certamente,
juntar se com gente desvalida e buscar criar uma pátria para estes infelizes
corridos da sorte. Assim o negros fugidos da escravidão no Brasil, os indígenas
sem destino vagando a esmo após a destruição das Missões e as sua terras
ancestrais sendo loteadas aos militares. Esta população, em confronto
direto, sem armas e munições, eram expulsos e massacrados sistematicamente,
teve em ARTIGAS, um líder enquanto
aguentou a pressão[1].
Mas no final teve de se refugiar entre pobres paraguaios, passando viver como
um deles.
Porém
Artigas he um cabeça de salteadores, que até nem nome se lhe conhece ; e o
território, que occupam seus bandos, naõ he regido por nenhumas formas legaes.
Nestes termos, o Governo Hespanhol naõ tem mais que um direito nominal aquellas
terras, que pretende serem suas, mas que sendo occupadas por tribus acephalas,
e malfazejas, está aberto á occupaçaõ dos vizinhos, que desse tumultario
ajunctamento de gente recebe o maior damno. Se o Governo Hespanhol se considera
com Soberania real naquelle paiz, se olha para os habitantes como seus
subditos, he obrigado naõ so a garantir ao Brazil a tranquillidade, contra as
hostilidades desses seus suppostos subditos, mas até a reçarcir os damnos que
elles tem causado. A Hespanha, nem tem feito isto, nem o proroette fazer: e de
facto, ainda que o promettesse, naõ tem meios de o executar. Logo a pretençaõ
da Hespanha, que o Brazil se submetia sem resistência ás hostilidades de
Artigas, he uma pretençaõ injusta e inconseqüente; e todo o direito terá o
Brazil de resistir á mesma Hespanha, se ella quizer apoiar com a força tal
pretençaõ. He portanto com muito prazer, que vimos nas gazetas as noticias, que
anunciamos acima, de que no Brazil se preparavam para resistir aos Hespanhoes,
no caso de ataque ; naõ porque •upponhamos que haja a menor probabilidade de
que a Hespanha possa mandar uma força contra o Brazil; mas porque vemos nessas
medidas a prova de que o Governo Braziliense está resolvido a manter os seus direitos.
As ultimas noticias do Rio-de-Janeiro, em data de 6 de Outubro, dizem que
chegara aquelle cidade uma deputaçaõ do Cabildo de Monte-Vedio, a qual
apresentou a Sua Majestade Fidelissima um memorial, sobre a critica situação
dos habitantes daquella praça. O fim principal deste memorial éra averiguar,
quaes eram as intençoens da Corte do Brazil a respeito de Monte-Vedio, caso ali
chegasse a expedição, que os Hespanhoes intentavam mandar de Cadiz ; porque se
o Gabinete do Rio-de-Janeiro estivesse resolvide a entregar Monte-Vedio às
forças Hespanholas, os habitantes ficariam expostos a serem tractados pelo
Governo Hespanhol como rebeldes. Neste caso declaravam os da deputaçaõ, que
desejavam tomar medidas para sua defensa, a fim de evitar a dessolaçaõ do paiz,
e ultima ruina de suas famílias, que seria a conseqüência necessária desse
sucesso. El Rey recebeo a deputaçaõ com muita affabilidade; e dizem mais as
noticias, que se assegurou aos de Monte-Vedio, que no caso de Ia chegar a
expedçaõ de Cadiz, acontecimento que naõ parecia entaõ prosavel, a propriedade
e segurança pessoal dos habitantes de Monte-Video ficaria debaixo do cuidado do
Governo Braziliense, e suas authoridades ; e que em nenhum caso se veriam
expostos aos perigos, que indicavam em seu memorial; ou poderiam nascer de
estarem as tropas Brazilienses de posse de Monte-Vedio.
Fig. 09 O
atual FAROL de COLÔNIA do SACRAMENTO assentado sobre as ruínas da ocupação
portuguesa, zelosamente preservadas pelo governo do URUGUAI.. Trocada pelo
território das MISSÕES voltou ao controle de Portugal em 1817 até que o URUGUAI
conseguiu estabelecer um mínimo consensual sendo reconhecido pelos Brasil já
independente de Portugal e dos Estados Unidos com constituição própria e jurada
solenemente em 1830[1]
[1] _ JURAMENTO da CONSTITUIÇAO do URUGUAI Pintura de
BLANES https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boceto_para_la_Jura_de_la_Constitución_de_1830.jpg
Farol no Rio-da-Prata.
Uma
carta da tadada Colônia do Sacramento, em data de 7 de Septembro, diz o
seguinte :— " Ouço que o Governador de Monte-Video despachou um official a
Buenos-Ayres, para indagar a circumstancia de se haver ali confiscado um farol,
qne vinha da Inglaterra, para se pôr na ilha das Flores, e que tinha sido
ordenado pelo Governo Braziliense, a uma das principaes casas aqui. O Governo
de Buenos-Ayres tomou posse deste farol, temendo que elle facilitasse a
passagem da expedição Hespanhola pelo rio acima,"
[1] _ JURAMENTO da CONSTITUIÇAO do URUGUAI Pintura de
BLANES https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boceto_para_la_Jura_de_la_Constitución_de_1830.jpg
CASA BASCA https://twitter.com/casabascars
Fig. 10 Portugal e o Brasil ocuparam, oficialmente a
BANDA ORIENTAL em 1817. No entanto esta ocupação pouca afetou os usos e os costumes das diversas etnias indígenas
e dos imigrantes avulsos sas diversas regiões autônomas da Espanha .. Assim
o termo “GAÚCHO” engloba as variadas até antagônicas culturas, Entre elas estava
a cultura basca provenientes de Bilbao e suas adjacências.
Esta
Ilha das Flores, aonde se propõem estabelecer o farol, fica a cima de
Maldonado, em uma enceada : a ilha he raza, mas tem três pequenos outeiros, que
servem de signal aos navegantes ; está arrumada do Nordeste ao Sudoeste, e terá
meia légua de comprido, e de largo um
tiro de mosqueie : lava o mar por cima della de uma parte para a outra ; e da
ponta de Nordeste desta ilha sáe uma restinga para terra, que terá um tiro de
espigarda. A ilha abriga dos ventos Sul e Leste, poudendo os navios dar fundo
em quatro braças fundo vaza e coiicliinlia branca; e o mesmo fundo a ré mui
juncto á iiha. Estas informaçoens poderão ser úteis aos qne navegarem para
aqutlle rio.
Emigração para o Brazil.
Fig. 11 O trabalho
forçado dos remadores das galés era prática universal antes da introdução da
força motriz das máquinas a vapor. Remadores condenados e que escapavam assim
dos tormentos que antecediam a aplicação da pena capital e diante do olhar
perverso do populacho o. Porém estes infelizes não escapavam da chibata e de
aplicação da pena capital pelo menor desvio e falta.
Achamos
em unia gazeta Ingleza a seguinte noticia :— " A Corte de Nápoles concluio
um tractado com a do Brazil, para pôr á disposição desta 2.000 condemnados das
gales. Devem estes ser conduzidos a Lisboa, em navios de guerra Napolitanos, e
serem dali transportados á custa do Governo Poríuguez. Devem ser escolhidos
entre os que saõ condemnados por período mais longo do que 15 annos,
Dar-se-lhe-haõ teu as e suas mulheres e filhos os acompanharão. Os que naõ saõ
condemnados por toda a vida teraõ permissão de voltar para a Europa, á
expiração de suas sentenças. Depois de ficar livre do «obi edicto numero, ainda
restam 5.000 destes condemnados a galés, nos domínios Napolitanos." Como
jornalistas, fomos obrigados a copiar esta noticia, por interessar imediatamente
o paiz, a que o nosso jornal se dirige ; e porém h-e também do nosso dt ver o
declarar, que naõ damos credito a tal noticia. Com effeito naõ nos podemos
persuadir, que achando-se, em toda a parte da Europa, gente honrada,
industriosa, mas pobre, e descontente, que se julgaria feliz de encontrar um azylo
no Biazil, houvesse alguém naquelle paiz, que se lembrasse de aumentar a
população aceitando os Napolitanos condemnados ás galés. He impossível que nos
persuadamos, por mais inimigos que supponhamos do Brazil os Ministros que ali
governam, posto que naõ sejam naturaes do paiz, que taes Ministros quizessem
impor aquella terra o permanente e hereditário ferrete, de ser provoada com os
criminosos de Nápoles.
http://mozzini.com.br/PartidaItalia.html + https://jacob-dal-lin.blogspot.com/2016/11/compartilhando-historia.html
Fig. 12 O século
XIX assistiu um verdadeira debandada da população europeia, Com a a introdução
do motores a vapor surgiram as companhias de navegação que criaram
programas de linhas regulares e
embarcações especificas para os imigrantes.. O Brasil um dos estinos destes
imigrantes europeus seguido pelo Médio
e Extremo Oriente
Sim
he verdade, que os Ministros que governam o Brazil naõ saõ naturaes do paiz, e
neste sentido se pôde dizer, que todo o Ministério he composto de estrangeiros;
como ja observamos no nosso N.° passado ; porém seguramente esses estrangeiros
naõ saõ inimigos ; e era necessário que fossem inimigos os mais vingativos e
atrozes, para impor aquelle paiz, que governara, o eterno estigma de ser
povoado pelo refugo de Nápoles, pela escória da Itália; ao mesmo tempo que
Europeos dos paizes mais bem morigerados, e gente, cuja industria he conhecida
por todo o mundo, nada desejaria mais do que poder estabelecer-se e viver no
doce clima do Brazil.
+ MAIS
REFUGIADOS
Fig. 13 A duas primeiras décadas do século XXI
revelaram ondas sucessivas de REFUGIADOS de terras dominadas pela pobreza
extrema, por ditaduras ferozes. Novamente o imenso território do Brasil está acolhendo esatas ondas vindas de
todos os recantos conflagrados e inseguros do planeta
No
BRASIL de dezembro de 2019 existe uma linha tênue que separa, na prática, os REFUGIADOS
de IMIGRANTES e de CONDENADOS ao DEGREDO. Se um CONDENADO ao DEGREDO é atingido
pela força e pela fúria das leis formais, o MIGRANTE e o REFUGIADO são
atingidos pela força e pela fúria das leis econômicas e políticas contra as
quais não podem mais do que fugir de sua pátria e se refugiar em terras mais
favoráveis.
O que é certo que os ESCRAVOS CATIVOS, os.
IMIGRANTES e os REFUGIADOS não vieram ao BRASIL para passearem, se divertir ou
trazer fortunas. Ao contrario traiam parcos e minguados recursos, sabem que tem
de começar tudo do nada, não tem volta para suas pátrias e que os aguarda
trabalhos penosos sem fim e que ninguém quer para.
Evidente
que existem países que fizeram fortuna a partir dos CONDENADOS ao DEGREDO. É o
caso da Austrália que era lugar de degredo dois condenados pela justiça
britânica. Esta transcendências possui a
sua causa na infinita e desconhecida capacidade e competência humana de superar as piores condições materiais, morais
e culturais.
O
próprio HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA, nascido na COLÔNIA do SACRAMENTO. experimentou
a saga do IMIGRANTE ao BRASIL, do PERSEGUIDO pela INQUISIÇÃO em PORTUGAL e do
REFUGIADO em LONDRES onde editava o CORREIO BRAZILIENSE.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
CHAMBERLAIN
- 1819 - Lagoa Rodrigo de Freitas
A
PENA das GALÈS
A
INQUISIÇÂO
¿ POR QUE a
AFRICA NÂO se DESENVOLVEU?
SEBASTIANISMO e
as GALÈS (imagem)
IMAGENS do
BRASIL da ÉPOCA da GUERA CONTRA ARIGAS
A
RESENÇA LUSO BRASILEIRA no RIO da PRATA
+
ARTIGAS “LA
REDOTA”
TREINO
das TROPAS para a INTEVENÇÃO no RIO da PRATA http://lecor.blogspot.com/2014/12/pintura-revista-das-tropas-destinadas.html
Carlos Frederico LECOR
Carlos
Frederico LECOR em MONTEVIDEO
Cronologia
de Carlos Frederico LECOR em MONTEVIDEO
ENTRADA
de Carlos Frederico LECOR em MONTEVIDEO em 20.1.1817
Os
bascos na FORMAÇÂO do GAÚCHO
JURAMENTO da
CONSTITUIÇAO do URUGUAI Pintura de BLANES https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boceto_para_la_Jura_de_la_Constitución_de_1830.jpg
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