NACIONALISMO & HISTÓRIA
Fig. 01 – A construção de um Estado Nacional
confunde-se com a religião e a crença num mito. De outra parte,, este mito,
se naturalizou e passou a se ocultar longe de qualquer crítica ou luz da razão.
O nascimento, desenvolvimento e reprodução do ESTADO NACIONAL NÃO FOI
no GRITO. A crença do CIDADÃO no ESTADO NACIONAL entrou subliminarmente na
sua vida. Foi substituindo e transfigurando velhas crenças míticas ou naturais,
tornando-se uma 2ª natureza e visto como indispensável. Práticas e crenças
milenares foram deixadas de lado como arcaicas e incompatíveis com a nova
religião do ESTADO NACIONAL.
Fig. 02 – Um incômodo símbolo do Estado Nacional
nazista Alemão numa doca do porto de Montevidéu. Esta proa do navio de guerra
Graf Spee é um ´índice como um ESTADO NACIONAL pode derivar para a busca, a
qualquer da hegemonia planetária.. A criação de um ESTADO NACIONAL constitui uma ferramenta humana como qualquer outra.
Porém quando seu controle, uso e reprodução servem de ferramenta para projetos
de uma ideóloga, de uma religião ou para um partido apagam e ocultam qualquer crítica e a razão
emcarca num sono onde tudo se torna possível, legítimo e permitido..
No entanto se as necessidades
básicas da humanidade - como o AR, da ÁGUA e da BIOSFERA – forem geridas e
polarizadas pelos GOVERNOS dos ESTADOS
NACIONAIS, o seu PODER ORIGINÁRIO corre sérios riscos de ser sufocando e morrer
de sede e de fome. No dia a dia do PODER que os GOVERNOS dos ESTADOS NACIONAIS DIZEM
ou PRETENDEM representar, agir em seu nome os contratos sociais, políticos e
econômicos que unem as DUAS PARTES são muito frágeis, pontuais e questionáveis.
Aos GOVERNOS dos ESTADOS NACIONAIS interessa prioritariamente se perpetuar nas
benesses de um centralismo absurdo e nefasto para o PLANETA como um TODO.
Nas atuais narrativas da HISTÓRIA - que se quer Geral ou regional - pouco
restaria se fosse retirado a lógica, o suporte do discurso e do pensamento
fundado e se legitimando por meio do NACIONALISMO.
Fig. 03 – Éric HOBSBAWN em Porto Alegre entre os
leões da prefeitura municipal. A sua obra mostra que os ESTADOS NACIONAIS estão
muito longe de serem meros “LEÕES de CHÀCARA”. A construção de um Estado Nacional confunde mito,
crença e substitui a religião. A criatura humana que mitifica ou naturaliza
o ESTADO NACIONAL age qual aprendiz de
feiticeiro que se volta contra o temerário e devora
Hobsbawn escreveu “NAÇÕES e NACIONALISMO desde 1780”. Acertou no foco
na medida em que as atuais narrativas necessitam do conceito e da prática do NACIONALISMO
para se gerar, manter e reproduzir por tempo indeterminado. Porém o panorama
apresentado ao historiador muda na medida em que prestarmos atenção à epigrafe “programa, mito e realidade” desta mesma
obra. Ao prescindirmos deste MITO e PROGRAMA das NAÇÕES e NACIONALISMO emergem
verdades bem mais universais e necessárias para a criatura humana neste
planeta.
Fig. 04 – A
intempestiva e indiscriminada resposta do
Estado Nacional Americano aos ataques da Torres Gêmeas da Nova York
escancarou um vasto e confuso panorama de forças, grupos e ideologias que
estavam agindo à margem de qualquer
ESTADO NACIONAL. A reiterada suspeita de qualquer seguidor de Maomé reativou
o velho embate das Cruzadas contra muçulmanos das mais variadas tendências.
Embate materializado nos prisioneiros de Guantánamo e de um numero de prisões
secretas da CIA ainda pouco claras
A HISTÓRIA será completamente diferente - do que consta nos atuais
manuais - se o foco da investigação, da narrativa e da divulgação do que
aconteceu e está acontecendo com as necessidades básicas da humanidade - como o
AR, da ÁGUA e da BIOSFERA - sem considerar a ação dos ESTADOS NACIONAIS.
Se olharmos o avesso é possível constatar que a criação, manutenção e
reprodução dos atuais ESTADOS NACIONAIS foi altamente danoso para as
necessidades básicas da humanidade - como o AR, a ÁGUA e a BIOSFERA e
comprometem o futuro deste mesmo gênero humano neste planeta.
Fig. 05 – A religião do Estado Nacional percebe o mito, a crença e as praticas tradicionais - alimentadas
por outra ideologia - como concorrente.
Na época da Guerra do Paraguai muitos templos eram refúgio militar, fortaleza e
ao mesmo tempo severamente atacados como a Igreja de Humaitá e reduzida à
ruinas. Este fato repetiu-se ao longo da
Primeira Guerra Mundial. Logo
após Guerra do Paraguai -i 1864-1870-
o Estado Nacional Brasileiro separou-se
oficial e legalmente da Igreja.
A lógica, o suporte do discurso e do pensamento do NACIONALISMO,
transvestido em MITO, tomou o lugar da CRENÇA, da ESPERANÇA RELIGIOSA da Idade
Média. Prova disto são os inchaços, imensos templos e acampamentos nos quais se
transformaram as metrópoles nas quais se localizam os atuais equipamentos
administrativos destes ESTADOS NACIONAIS. Acumularam pessoas, capitais e
equipamentos de toda ordem a semelhança de Meca, de Roma ou qualquer outro
centro de romaria de fieis.
Fig. 06 – O islamismo está tão distante da veneração
de imagens físicas como está distante da aceitação de um ESTADO NACIONAL não
coerente com os preceitos abstratos e subliminares das HÁDICES. No mundo,
regido pelas normas do CORÂO, os ESTADOS
NACIONAIS não só lhe devem obediência com são “culpados de tudo” que não
estiver de acordo a tradição dos “HADICES” e portanto podem ser contestados e
substituídos e eliminados como infiéis em nome do profeta Maomé.
Na hora das catástrofes, como as guerras provocadas, mantidas e
reproduzidas por estes ESTADOS NACIONAIS, tiram PROVEITO da PENÙRIA e dos
SOFRIMENTOS do PODER que os sustenta, alimenta e reproduz os seus GOVERNOS.
Se os jovens europeus são atraídos pelo islamismo, a ponto de
prontificarem como potenciais mártires desta doutrina, é necessário admitir que
existem causas. Uma das causas é constituída pelos mercadores do PODER dos
ESTADOS NACIONAIS, os seus atravessadores e os corruptos. Estes tomam como
refém os GOVERNOS destes ESTADOS NACIONAIS. Criam uma clivagem completa,
radical e incorrigível entre o PODER ORIGINÁRIO desta NAÇÃO e o GOVERNO que
julgam seu refém e provedor perpétuo. Está aberto o caminho para os potenciais
mártires das doutrinas islâmicas.
No contraditório é necessário admitir os imensos benefícios potenciais
e as perspectivas que os ESTADOS NACIONAIS propiciaram para a humanidade.
Especialmente considerando aqueles ESTADOS NACIONAIS nascidos, mantidos e reproduzidos
a partir do CONTRATO SOCIAL e da férrea divisão de limites e competências do legislativo,
executivo e judiciário. No entanto basta o mais leve deslize intencional ou
involuntário neste ÓTIMO potencial para prosperar a corrupção, a clivagem e
desencanto, em especial da juventude.
MICHAEL WADLEIGH em Lima - PERU 12.2014
Fig. 07– O sistema alimentado e reproduzido pelos
ESTADOS NACIONAIS, contornou qualquer
voz isolada ou coletiva da contracultura, Woodstock ou anarquista. A
religião, o mito e crença na construção de um Estado Nacional confundiu,
substituiu e incorporou os gestos, os ícones e as ideologias desta contra
cultura.. As vozes dissonantes da contracultura serviram para alertar o ESTADO NACIONAL que agiu rápido e
esconjurou estes temerários e devora
“Querer o bem com demais força e de incerto jeito, pode já estar sendo
se querendo o mal por principiar. Esses homens ! Todos puxavam o mundo para si,
para concertar consertando. Mas cada um só vê e entende as coisas dum seu modo” .
Esta corrupção é irresistível para os poucos preparados para suportar o
violento jogo para encontrar um ponto provisório de equilíbrio homeostático
entre as mais inesperadas força e energias. Os marqueteiros, os atravessadores
e mediadores de toda ordem deliberam e decidem. É necessário escutar uma das
vítimas desta sedução como Mourão Filho que cunhou uma
frase que se encaixa perfeitamente a política brasileira:
"Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco
ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois, a horda de aduladores estará
à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio
político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo
transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um
primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um
poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num
monstro perigoso"
É necessário estar atento ao fato de que a
construção de um ESTADO NACIONAL constitui um projeto, uma iniciativa artificial
e colocado para além da e contra a NATUREZA dada. Neste âmbito “TODA ESCOLHA É UMA PERDA”. A escravidão voluntária, o deixar-se arrastar
e caminho com o rebanho é mais fácil, mas de resultados imprevisíveis senão
FATAIS. Todo rebanho caminha para o matadouro, deixar-se arrastar dilacera o
organismo vivo e ninguém se liberta por si mesmo da escravidão, mormente
voluntária.
Fig. 08– O evento de
Woodstock evidencia a capacidade do sistema - alimentado e reproduzido
pelos ESTADOS NACIONAIS - contornar
qualquer voz isolada ou coletiva da contracultura, ou anarquista. Tato o público participante do evento
pousou para as imagens, as incrementou para que outros editassem usassem e as
reproduzissem sem controle dos jovens atores para espectadores acostumados e
dependentes do marketing, a propaganda e a edição dos produtos audiovisuais.
As muralhas, as fronteiras nacionais e o rígido
controle por meios sofisticados que identificam e controlam cada cidadão nunca
foram tão alarmantes e o prenderam aos desígnios de uma determinada nação.
Evidente que o discurso, a propaganda e as exceções à regra geral são exibidos
como contrario a esta verdade
A declaração de uma guerra - da parte de um ESTADO NACIONAL - é
provocada por uma avalanche no meio da qual é difícil apontar uma causa central
e determinante além das alegações e desmentidos. A GUERRA do PARAGUAI - deflagrada no dia 13 de
dezembro de 1864 - ainda não teve alguém competente para apontar a sua causa
central e verdadeira. Os QUATRO ESTADOS
NACIONAIS envolvidos diretamente neste genocídio do PODER ORIGINÁRIO devem
ainda uma explicação racional 150 anos depois do início deste genocídio.
Fig. 09 – O Estado Nacional do IRAQUE foi apanhado
entre as suas frágeis, contraditórias e confusas base, face a coalisão de ESTADO NACIONAIS armados
estratégica e militarmente até os dentes Estes mesma coalisão estrangeira
infligiu os mais absurdos, cruéis e bárbaros martírios ao PODER ORIGINÀRIO
IRAQUIANO . O efeito desta barbárie abriu a Caixa de Pândaro da qual não param
de saltar personagens cada vez mais insandecidas. .
A religião do ESTADO NACIONAL estabelece incontáveis
prosélitos e dependentes como em qualquer
ortodoxia. Prosélitos e dependentes que brandem - alto e bom som - o grito de guerra “CRÊ ou MORRE”. O
maniqueísmo entre os polos NACIONALISTAS ou ANTINACIONALISTAS - ou “crentes” ou
“traidores” – já produziu mais vítimas fatais do que qualquer PESTE. Gritos ao
estilo do “HEIL HITLER”, “AME-O ou DEIXE-O” ou “UNIDOS JAMAIS SEREMOS VENCIDOS”
possuem por fonte subliminar o ESTADO NACIONAL ou motivação da conquista de seu
GOVERNO. Repetidos e inculcados como crença única possível são combustível e
fósforo capazes de exterminar qualquer oponente ou crítico. O combustível das
fogueiras da INQUISIÇÂO PÓSMODERNA está em cada câmara ou controle eletrônico,
senha ou identificação digital do cidadão. Os que não se enquadrarem num
determinado ESTADO NACIONAL são os NOVOS HEREJES dignos de serem algemados,
presos liminarmente e exterminados física e silenciosamente. A crença no ESTADO
NACIONAL produz uma avalanche de imigrantes “ILEGAIS”, pressupostos terroristas
incorrigíveis e inúteis.
Fig. 10 – As vítimas fatais, anônimas e silenciadas
pela Guerra do Paraguai comungam silenciosamente com os genocídios que a construção, manutenção e reprodução do Estado
Nacional produziu em número e barbárie que as mais raivosas religiões, as
crenças mais absurdas e os mitos mais tresloucados não conseguiram produzir .
O destino dos rebanhos sempre é matadouro..
A toda ação corresponde uma reação igual e
contrária. Se a crença no ESTADO NACIONAL foi uma exitosa construção humana, as
regiões, as culturas e as crenças islâmicas parecem dispostas a provar o
contrário e que podem dispensar esta construção.
Ninguém está autorizado a patrulhar a
liberdade de crer, de ir e vir, de
possuir convicções arraigadas e
interesse pessoais e coletivos. O que torna perigosas estas crenças, convicções
e interesses - pessoais ou coletivos - é quando eles se transfiguram em
PROJETOS. PROJETOS do exercício do PODER acima e fora de qualquer contrato
socialmente aceito (VOLKSGEIST), por tempo determinado (ZEITGEIST) e no lugar
do seu exercício (WELTGEIST).
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
BOÉTIE, Etienne 1a.
Discurso da Servidão Voluntária. Tradução de Laymert G. dos
Santos. Comentários de Claude Lefort e
Marilena Chauí. São Paulo : Brasiliense,
1982. 239p.
GUIMARÃES ROSA, João. Grande
Sertão: Veredas. Rio de Janeiro : José Olympio, 1963..
HOBSBAWN Eric (1917-2012). NAÇÕES e NACIONALISMO desde
1780 programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990, 230
MOURÃO
FILHO, Olympio. Memórias:
a verdade de um revolucionário. Porto Alegre, L&PM, 1978.
FONTES
NUMÉRICAS- DIGITAIS
MICHAEL WADLEIGH em LIMA no PERU
CIA manual KUBARK
CRIMES em NOME do ESTADO BRASILEIRO
GOVERNOS tiram PROVEITO da CATÁSTROFE do PODER
ORIGINÀRIO
GUERRA do PARAGUAI 150 anos em
13.12.1864-2014
–
fotos da Guerra do PARAGUAI
HAJI
HOBSBAWN em PORTO ALEGRE
URUGUAI dá o EXEMPLO de ESTADO NACIONAL
VALE dos CAIDOS
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Referências para Círio SIMON
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