Uma INSTITUIÇÃO
BRITÂNICA e o seu
SUCESSO na CULTURA
BRASILEIRA
Fig. 01 – GRENAL de 1911 – O esporte bretão não
só trouxe a sua pratica, mas também a gramática britânica além de toda
estrutura administrativa institucional, inclusive o empresário individual e
toda máquina de propaganda e marketing. Os jornais e os seus jornalistas
especializados geraram um universo de uma indústria cultural na qual o ESTADO
ocupa eventualmente a tribuna de honra, fornece a identidade nacional e se
envolve tanto quanto a lei 173 de 10 de setembro de 1893 lhe permite.
.
Qualquer governo, de
origem e práticas populistas, naufraga no mar de favores que deve à sua origem.
Assim a sua primeira tarefa é criar cargos, repartições e inclusive alguns
aparelhos estatais de aparência institucional, mas que são destinados a satisfazer
as forças de sua origem. Estes perecem logo que passe esta necessidade.
Contudo pare evitar esta
passagem, este governo acumula um imenso capital simbólico formado, ao longo de
sua curta administração, pelo seu corpo
burocrático favorecido e pelos apoiadores interesseiros que formam a raiz e a
ponte natural para a re-eleições do “tirano benévolo” ou do “benfeitor
perpétuo”. Tiranos
benévolos ou benfeitores perpétuos cujo excelso mérito foi acomodar e manter - em cargos públicos remunerados - a massa
explosiva da multidão dos seus próprios apoiadores.
Fig. 02 – Todos os países,
cujos governos cultivam praticas e
mentalidades do populismo , refletem-se diretamente na paisagem urbana. Estas paisagens são marcadas por áreas
nas quais residem (FAVELAS) e são estocados os votos do populismo. Contrastam com
uma parte urbanizada e os seus serviços funcionando. A extensão e a qualidade
destas partes urbanizadas são diferentes para cada núcleo urbano, mas,
proporcionais em tamanho e qualidade à cidadania vigente entre os seus
habitantes.
Na tradição luso-ibérica
a lei precede o fato. Esta lei é produzida pelo poder legislativo que
possui o mesmo clima do executivo para
escolher a quem deve favores e que, para tanto,
aprimora instrumentos para abrigar as necessidade dos seus. Assim
legislativo e executivo seguem a mesma velha norma “MATEUS ! MATEUS ! PRIMEIRO OS TEUS
!”. Norma que continua a emperrar e a camuflar qualquer iniciativa
renovadora.
A tradição colonial,
reinol, imperial parecia ter sido interrompida pelo Regime Republicano. Este estabelecia
as competências do poder público e das instituições de iniciativa particular, de
fato, como no decreto da sua proclamação e no artigo 72 da 1ª Constituição deste
regime no Brasil regulamentada pela Lei 173 de 10 de setembro de 1893. Estes
instrumentos republicanos estão surtindo algum efeito formal e cartorial, até os dias presentes.
Fig. 03 – Felippo Tommaso MARINETTI (1876-1944) visita uma
FAVELA do RIO de JANEIRO na noite entre 18 para 19 de maio de.1926. A visita
teve apoio do aparelho do Estado da época e cobertura dos jornais do nascente
império de Assis Chateaubriand. Um dos discípulos de Marinete foi Bento
Mussolini e com grande influência no
aparato, propaganda e marketing tanto da fascismo como do nazismo.
.
Contudo a ironia já se
tornou evidente na mesma folha do Diário Oficial do dia 10 de setembro de 1893. A lei que tentava regular esta relação entre
ESTADO NACIONAL e os seus CIADÂOS, publicava também o DECRETO de ESTADO DE SÌTIO
imposto pelo GOVERNO CENTRAL do BRASIL.
Esta contradição ficou
flagrante no ESTADO NOVO BRASILEIRO e no REGIME MILITAR que passaram inclusive
arrogar-se o PODER LEGISLATIVO e intimidaram o JUDICIÁRIO enquanto um dos três
poderes do REGIME REPUBLICANO.
Fig. 04 – No interior das
favelas formam-se instituições endógenas, autônomas e que se organizam em
pirâmides de um poder paralelo ao meio urbano organizado pela sociedade civil e
coerente com o Estado oficial. . A criminalidade, o tráfego de drogas e contravenções
de toda ordem, possuem pesos e medidas diametralmente opostos para as duas
partes do mesmo núcleo urbano.
Outra vertente que
reforça o ESTADO BRASILEIRO é endêmica figura PRESIDENCIAL. Para esta figura
convergem os primitivos atributos do cacique tribal, do coronel da roça e joga qualquer
iniciativa do cidadão - e das suas possíveis organizações - para a absoluta heteronímia.
O presidencialismo prolonga rituais do antanho e práticas especificas, devidas
à figura do REI, do IMPERADOR e do comando militar provincial.
Fig. 05 – O acordar de um solitário EU no meio da multidão do “OCCUPIED
WALL STREET”, mostra em
2012 os efeitos perversos que o refluxo do colonialismo e do populismo governamental tardio trazem
também para o povo anglo-saxão. Contudo são os países mediterrâneos que estão
com os piores índices sociais, Estes haviam avançado o sinal em direção de
um BEM SOCIAL sem fundamento e apenas
sustentado pelos populismos de ocasião..
Retornando ao texto da LEI 173 de 10.09.1893 é possível perceber que
ela ainda surte algum efeito, inclusive até aos dias presentes nos CLUBES de
FUTEBOL que nasceram desta lei republicana.
Imagine-se o EXECUTIVO BRASILEIRO CRIANDO CONFEDERAÇÔES,
ADMINISTRANDO ESTÁDIOS ESPORTIVOS, NOMEANDO DIRETORIAS e TÉCNICOS,
ESTABELECENDO EDITAIS PARA SELECIONAR JOGADORES, NOMEANDO E REMUNERANDO JUIZES.
Imagem do Correio do Povo de 30.11.2011
Fig. 06– VAGÂO e
PASSAGEIROS de TREM da VFRGS– A FALÊNCIA
da qualidade e da quantidade do TRANSPORTE COLETIVO é uma amostra direta do
POPULOSMO em AÇÂO. De um lado o transporte individual de altíssimos investimentos
na construção e manutenção da mala rodoviária favorece não só a classe abonada,
mas os empresários da produção veicular e tradicionais apoiadores dos governos
populistas. O “fusca” é um produto de 1936 e de um apoiador do regime nazista. Aqui
também extensão das linhas férreas e a sua qualidade são proporcionais em
tamanho e qualidade à cidadania vigente entre os seus usuários.
Este quadro dantesco do
centralismo e legalismo está acontecendo e é cada vez mai corrente na EDUCAÇÂO,
na CULTURA e na SAÙDE. Estas áreas devastadas pelo legalismo e centralismo
burocrático e sem expressão internacional, no contraponto aparecem os clubes
brasileiros de futebol. Eles gozam de uma simpatia e de reconhecimento
universal e são celeiros de talentos populares e eruditos entre os seus times e
jogadores. Estes clubes possuem autonomia sem depender - a cada momento e circunstância
- de leis e de um centralismo burocrático nacional e vinculante.
Por meio desta autonomia
estes clubes, times e jogadores transcendem aquilo que Platão já descrevera na
antiguidade:
“Veríamos desaparecer completamente todas as
artes, sem esperança alguma de retorno, sufocada por esta lei que proíbe toda
pesquisa. E a vida que já é bastante penosa, tornar-se-ia então totalmente
insuportável” ( Platão, Diálogos, 1991, p.417)
Esta história de autonomia, de deliberações e decisões do
clubes, times e jogadores de futebol, possui
uma continuidade, uma renovação e se projeta como esperança para gerações
de adolescentes como carreira de vida e de reconhecimento social. Na sua base
esta fortuna encontra-se o cidadão e o PODER ORIGINÀRIO renovado de forma contínua.
Esta fortuna irá sorrir e será promissora na medida em que a própria nação se
reconhece e espelha nesta base.
Para acabar com tudo
isto, basta voltar para as leis perenes, fixas, unívocas e únicas comandadas e
mediadas por um absurdo centralismo burocrático.
Fig. 07 – O time RENNER
FC c. 1960 manteve-se na medida dos esforços dos seus atletas e o suporte do
empresário do setor.. As universidades norte-americanas possuem uma política
especifica para os seus próprios times
No entanto é necessário
reconhecer que, apesar de a LEI 173 de
10.09.1893 surtir ainda algum efeito, inclusive até aos dias presentes nos
CLUBES de FUTEBOL, não constitui toda a verdade. Certamente Isto é é uma meia
verdade enganosa se for tomado na relação causa e efeito. O esporte bretão,
introduzido no Brasil nos primórdios de seu regime republicano, guardou, não só
as formas de sua prática, mas importou também as práticas institucionais
inglesas graças às quais os clubes se mantinham vivos e atuantes. Estas
instituições britânicas refletem o todo cultural político que o redator do Correio
Braziliense defendeu entre 1808 e 1822.
Fig. 08 – A MARCHA do FÓRUM SOCIAL MUNDIAL de PORTO
ALEGRE R questionava o seu similar, mas com enfoque na economia, que ocorre, na mesma época, na SUIÇA Evidente
que ele não pode estabelecer leis e o que é melhor para todos. Basta a
coerência com o PODER ORGINÀRIO e
questionar o sentido de leis perenes, fixas, unívocas e únicas comandadas por um
absurdo centralismo burocrático de qualquer natureza..
Nem sempre é possível
tudo num determinado momento. Daí qualquer escolha implica em perdas e
condicionamento. A genialidade consiste em escolher aquele condicionamento
produtivo de novas ações, sentimentos e julgamentos competentes para
administrar as perdas decorrentes da escolhas realizadas. Nestas escolhas
cruciais pouco pode fazer um centralismo e as estratégias do “tirano
benévolo” ou do “benfeitor perpétuo”. Nem a LEI - que
PRECEDE O FATO – pode escolher simultaneamente o melhor e o mais justo para
todos, conforme Platão
“A lei jamais seria capaz de estabelecer, ao
mesmo tempo, o melhor e o mais justo para todos, de modo a ordenar as
prescrições mais convenientes. A diversidade que há entre os homens e as ações,
e por assim dizer, a permanente instabilidade das coisas humanas, não admite em
nenhuma arte, e em assunto algum, um absoluto que valha para todos os casos e
para todos os tempos. Creio que estamos de acordo sobre este ponto”
( Platão, Diálogos, 1991, p.406)
Fig. 09 – A marca do FÓRUM
SOCIAL MUNDIAL de PORTO ALEGRE no Parque Marinha do Brasil e formada por
pedras trazidas de toda a parte do planeta. Este Fórum será eficiente na medida
em que for coerente com o PODER ORGINÀRIO e questionar o sentido de leis perenes,
fixas, unívocas e únicas comandadas por um absurdo centralismo burocrático de
qualquer natureza..
Toda escolha constitui
uma perda. As escolhas da simplicidade significam perdas. Perdas da
complexidade e de contradições inerentes a múltipla natureza. Esta ascese
possui como recompensa a autonomia da vontade humana. Autonomia potencialmente
favorável à aquisição do poder sobre as circunstâncias indesejadas ou adversas
decorrentes de uma entropia natural, fatal e universal.
Fig. 10 – Vasco PRADO (1914-1998) -Mural do Palácio Farroupilha O artista retrata a imagem de hábitos e de
costumes sul-rio-grandenses sem um figura central para qual se voltam as esperanças de um socorro eficiente. O poder central fica fora e desconectado de
qualquer projeto ou de algum cálculo de socorro efetivo e coerente com as
necessidades primárias e culturais do sul-rio-grandense. Seria ocasião de algum
candidato a “tirano benévolo” ou “benfeitor perpétuo” perguntar-se se
o PODER ORIGINÀIO necessita de fato dele e das suas medições..
Evidente que uma
desculpa ingênua poderia vir rolando pelo caminho de que “A PRATICA DEMOCRÀTICA
é MUITO DIFÌCIL e TRABALHOSA ALÈM DE RESULTADOS IMPREVISÌVEIS”. No entanto,
está mais que comprovado de que o brasileiro ao migrar para as DEMOCRACIAS
CONSGRADAS PR SÙCULOS de sua PRÀTICA, se adapta, aceita e compreende estas
mesmas PRÀTICAS, por mas trabalhosas que sejam.
O grande entrave encontra-se no MEDO da MUDANÇA na qual iriam sumir do
mapa cargos, repartições, alguns aparelhos estatais de aparência institucional,
mas que são destinados a satisfazer as forças - de sua origem popularesca -
ineficientes e insuficientes para o TODO SOCIAL.
Fig. 11 – Movimento
“OCCUPIED WALL STREET”, em 2012 evidencia os efeitos pontuais perversos que o
colonialismo e também o populismo
governamental podem trazer também para o povo anglo-saxão. Contudo foi
rapidamente contornado pela cultura dominante como esta mesma cultura havia
feito com os hippies e os beatniks.
Absorvido pelo sistema tendeu bons dividendos da indústria culturale do
jornalismo de eventos exóticos. .O movimento “OCCUPIED
WALL STREET”, Limitado ao círculo jovem e desempregados a força econômica e
adulta desta cultura anglo-saxâ não foi afetado..
MEDO da MUDANÇA que
afeta a economia, a tecnologia e necessidade de rápidas e decisivas adaptações
ao presente. O Brasil, e os brasileiros, são meros usuários da informática,
estão tateando nas conquistas de espaço externo e serão eternos dependentes dos
últimos avanços científicos, e com isto também culturais. Aceitarão sempre que
alguém delibere e decida por eles mesmos. O futebol, o carnaval e o samba
transformam-se facilmente em argumentos e ritualizações populistas, gerando
cenários para esconder catástrofes e o que não interessa. Como governo
populista estes argumentos e ritos não passarão de contratos consigo mesmo e
com os interesses do corporativismo que ele sustenta e é sustentado por este. O
argumento para esta prática reducionista e fixa de que foi eleito uma vez
pontualmente. Mas será bastante ágil e sob todos seus protestos de que é
eficiente, buscará, com todas as suas
forças, a sua própria re-eleição para continuar a ser um tirano benévolo de sua
pátria. Isto se não conseguir conquistar antes o título de BENFEITOR PERPETUO.
Fig. 12 – Rua da Praia em
comício no início da década de 1960. O período da vigência da constituição de
1946 foi afetado pela volta de Getúlio Vargas e o seu suicídio contraposto ao
dinamismo do mineiro Juscelino Kubitscheck. Mas o golpe de 1964 reconduziu à
formas gastas e anacrônicas de presidencialismo militar no qual um estranho
populismo encontrou “culpados de tudo” e que jogou os militares, acostumados a
obedecer, na heteronímia como as potenciais forças do PODER ORIGINÀRIO que renunciaram
a qualquer projeto criativo a não ser aquele que o reconduziu para entropia e a
outros tipo de populismo caricatural das autênticas práticas democráticas.
Face ao “tirano benévolo de sua pátria” e ao seu
“BENFEITOR PERPETUO” resta ao PODER
ORIGINÀRIO o terreno árido da espera das deliberações e das decisões alheias.
Deliberações e decisões alheias que aprofundarão o seu atraso e a perda, a
favor dos outros, de preciosas ocasiões de pontuar. O “tirano benévolo de sua pátria” e ao seu “BENFEITOR PERPETUO” jogará para o dia seguinte qualquer perspectiva
de mudança significativa e, se possível, e encaminhará para a entropia natural,
imutável e eterna. Nesta entropia jazem
clubes e times oficiais de futebol que tiveram sucesso e glória enquanto duraram os seus Estados,
atualmente falidos.
Tudo isto SEM GRITO,
pois este GRITO poderá mudar todas as
estratégias deste “tirano benévolo” ou deste “benfeitor perpétuo”.
Fig. 13 – Clébio Guillon SÓRIA
(1937-1987) - Murais Trensurb
POA-RS set. de 1986 da - Guerra dos
Farrapos “Transporte dos Lanchões pelo riacho Capivari”.. O
sul-rio-grandense, afastado geográfica e mentalmente do centralismo colonial e
da corte do Rio de Janeiro, desenvolveu hábitos e costumes nos quais as
esperanças de um socorro eficiente do poder central fica fora de qualquer
projeto seu ou cálculo de algum socorro efetivo e coerente com as suas
necessidades primárias como as culturais.
.
FONTES do
PRESENTE TEXTO.
PLATÃO ( 427-347) DIÁLOGOS
– (5ª ed.) São Paulo : Nova Cultural, 1991 – (Os pensadores)
TEXTO ORIGINAL da
LEI 173 de10.09.1893
REFLEXÔES
RELATIVAS À ORGANIZAÇÂO JURÌDICA da SOCIEDADE CIVIL
PODER ORIGINÀRIO
SEGUNDA REVOLTA
da ARMADA
FILIPPO TOMMASO
MARINETTI visita FAVELA do RJ em 19.05.1926
GUNTER GRASS
CRIATIVIDADE e
COERÊNCIA de ORGANIZAÇÂO Robert SAUNDERS –
OCCUPIED WALL STREET
JORNAL
DIGITAL FRANCÊS de POLÌTICA
COELHO,
Caco - Arte sem ruído Crônicas da Cena CORREIO do POVO ANO 117 Nº 190 -
PORTO ALEGRE, SÁBADO, 7 DE ABRIL DE 2012 Arte & Agenda
JOGADOR BRITÂNICO de FUTEBOL diante
da OBRA do ARTISTA LUCIEN FREUD
Uso
exclusivo no apoio ao processo ensino-aprendizagem
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