segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

191 – NÃO FOI NO GRITO – DEZEMBRO de 1819 e 2019

A LIBERDADE de COMÉRCIO do BRASIL em  DEZEMBRO de 1819 e em 2019. 


Fig. 01 A MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA trouxe, ao BRASI,  os fundamentos e as práticas[1] de um governo europeu que procurava se adaptar à lógica industrial e as práticas necessárias para o fluxo de capitais e de bens manufaturadas pela primitivas máquinas da Era Industrial.  No entanto enfrentou a realidade de um país analfabeto, de metade da população humana na escravidão e com a recente proibição régia de qualquer produção industrial autóctone. Assim o belo e elaborado projeto de MONTIGNY para um PALACIO DO COMÈRCIO teve pouco efeito sobre a indústria e comércio brasileiro. De outra parte revela que a Independência do Brasil “NÂO FOI NO GRITO” Ao contrário foi precedida inclusive com belos e funcionais prédios para as práticas e encontros comerciais do Brasil [2]
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O CORREIO BRAZILENSE estampava, em dezembro de 1819  na seção de Miscelânea, sob o titulo de   “Exportação da casca de sobro de Portugal ” que:
“a diferença entre a soma do salário necessário, e o valor dos frutos do trabalho, é quem forma a renda nacional: ora se o agricultor é obrigado a vender por menos, aquilo que podia vender por mais esta diferença é incontrovertivelmente uma perda real na riqueza da Nação”. in  CORREIO BRAZILENSE de DEZEMBRO de 1819 volume XXIII, nº 139. página 664
Esta posição do CORREIO BRAZILENSE de dezembro de 1819. Preludiava, em muito, a dialética entre “CAPITAL e TRABALHO” (1867) de Carl MARX (1818-1883) e apropriação da “MAIS VALIA” pelo dono das máquinas ou pelo ESTADO INTERVENTOR na Economia.

Fig. 02 Outro projeto de MONTIGNY contemplava um prédio para o SENADO BRASILEIRO. Inclusive e possível perceber, neste projeto, a simples existência da separação do LEGISLATIVO e do EXECUTIVO. De outra parte  a  estética - aplicada aos prédio públicos pelos membros da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA[1] -  repercute na atual cúpula do SENADO de BRASILIA
Noticias varias do Brazil.
Por Alvará de 26 de Agosto de 1819, se creou Juiz de Fora do Civil, Crime e Orfaõs, nas Villas do Rio-Pardo, e Villa Nova de S. Joaõ da Cachoeira, na Capitania do Rio-Pardo do Sul. A Cachoeira tinha sido erigida em Villa, pelo Alvará de 25 de Abril de 1819, desmembrando-se da Villa do Rio-Pardo. Por Alvará de 26 de Agosto de 1819, se derrogáram as disposiçoens do Decreto de 13 de Maio de 1810; e as Cartas Regias, de 30 de Maio, e 2 de Junho do mesmo anno, a respeito do commercio dos mercadores de Macáo, pondo daqui em diante os gêneros da China por sua conta importados nas alfândegas do Brazil, na generalidade do §. 1. do Alvará de 25 de Abril de 1818.
O General Baraõ de Tuyll, Enviado Extraordinário, e Ministro Plenipotenciario de S. M. o Imperador de Rússia, na Corte do Rio-de-Janeiro, chegou aquella cidade, na Galera Russa, Agemenon, aos 13 de Septembro, e teve a primeira audiência de S. M. Fedelissima aos 20 do mesmo mez. No dia 24 teve também audencia de S. M. o Baraõ de Mareshall, Encarregado de Negócios de S. M. I e R. o Imperador de Áustria, que chegou ao Rio-de-Janeiro aos 23. No mesmo dia foi apresentado também a S. M., Mr. Graham, Ministro Plenipotenciario dos Estados-Unidos.
Fig. 03 O sobro, ou sobreiro é uma árvores  típica portuguesa e uma espécie de carvalho cujo produto é a casca, matéria prima da cortiça, Este  material orgânico  precedeu e inspirou a indústria dos plásticos expandido Em 1819 era destinado ao produzir o tanino para os curtumes. A  casca sobreiro demora nove anos para se regenerar e permitir  outra colheita


Exportação da casca de sobro de Portugal.
Copiamos, a p. 608, uma portaria da Juncta do Commercio, em Lisboa, pela qual se prohibe a exportação da casca do sobro e carvallo, até que sejam supridos deste artigo os curtumes do paiz. O motivo deste regulamento foi a representação dos fabricantes de sola, que allegaram com a falta deste artigo para os seus curtumes ; e, naõ obstante a opposiçaõ dos negociantes daquelle gênero de cascas, que diziam ver-se obrigados, com este regulamento, a vender o seu gênero aos fabricantes por ínfimo preço; a decisão foi, que a casca se vendesse primeiro aos fabricantes, e o preço fosse taxado por louvados. Naõ ha duvida, que a prohibiçaõ de exportar a casca do sobro e carvallo, deve diminuir o preço deste artigo: mas a questão he, se esta diminuição heou naõ vantajosa aos interesses da naçaõ, em geral. Nos naõ hesitamos em decidir-nos pela negativa. Se tanto os agricultores, que cultivam o sobro, como os curtidores, que fazem uso da casca nas suas fabricas, saõ vassallos do mesmo Reyno, naõ ha razaõ para que o Governo favoreça os interesses destes, á custa das utilidades dos outros. Se por esta espécie de monopólio, concedido aos curtidores, se diminuem os lucros dos agricultores; estes deixarão de empregar os seus capitães na cultura do carvalho e sobro, para o empregar nos curtumes ; e naõ ha razaõ para que um gênero de industria se prefira ao outro. Confessando todos, que a agricultura em Portugal está na maior decadência, este abatimento, que o Governo causa ein um de seus productos, deve ser novo golpe para arruinar os interesses do agricultor ; e ajudar a destruir, por conseqüência, aquelle gênero de iudustria, de que a naçaõ mais carece. O abatimento do preço da casca do sobro e carvalho fará a exportação deste artigo mais lucrosa, e por isso promoverá o contrabando nessa exportação, como inevitável em taes casos. Ora, em lugar da naçaõ ganhar com este monopólio, soffrerá as perdas, que esse contrabando lhe deve occasionar. Os consumidores da sola, também naõ podem ganhar com isso; porque se nos paizes estrangeiros fazia conta curtir os couros com a casca de Portugal, e vender ali a sua sola mais barata que a dos curtumes nacionaes, he claro, que, segundo este regulamento, a sola de Portugal custará agora mais cara ao consumidor, comprando por mais, o que alias podia obter por menos.
Fig. 04 Em Portugal a casca do carvalho é fonte de tanino para o uso no curtimento de peles Atualmente este tanino é extraído da acácia uma árvore de crescimento rápido, enquanto a madeira do carvalho é reservada ao uso pelos tanoeiros para fabricar barris e pipas para o amadurecimento do vinho


 Quanto á fixação do preço por louvados, he isso nova oppressaõ ao agricultor ; porque o priva da liberdade natural de trocar sua propriedade movei, segundo os termos, que lhe parecem mais vantajosos. O productor de qualquer artigo sempre o vende pelo preço relativo mais baixo, que pôde, a fim de entrar em concurrencia com os outros da mesma classe, e como esses louvados podem estabelecer um preço, menor que o preço intrínseco, o agricultor perderá neste caso parte do capital, com que dava emprego aos trabalhadores, e por tanto, ou ha de desistir de sua occupaçaõ, ou ha de ser de todo arruinado, dentro de um certo tempo. Considerando a naçaõ em geral, a sua perda com este regulamento naõ he menos manifesta. A differença entre a somma do salário necessário, e o valor dos fructos do trabalho, he quem forma a renda nacional: ora se o agricultor he obrigado a vender por menos, aquillo que podia vender por mais esta differença he incontrovertivelmente uma perda real na riqueza da Naçaõ. 

Fig. 05 Enquanto isto no BRASIL, o abismo entre o INDIO e o EUROPEU não deixou de se aprofundar. Em dezembro de 2019 o descendente deste indígena está acampado nas calçadas das principais cidades do Brasil. Enquanto isto  o descendente do europeu evita estas calçadas refugiando-se em carros importados com ar condicionado e a prova de balas e ga barro sobre os indígenas  Assim o pobre artesanato indígena não possui valor de mercado enquanto os produtos de alta tecnologia são inacessíveis ao descendente do indígena. No contraditório o índio brasileiro é visto, cada vez mais, manejando o celular  com habilidade e competência..

Isto posto, naõ podemos deixar de repetir aqui, em conclusão, a máxima de Simonde, que o interesse bem entendido do consumidor, he o mesmo da naçaõ, e que o preço relativo do commercio livre, he o que convém melhor a todas as classes de cidadãos.
 Para o bem da verdade  é necessário reconhecer os interesses  e o discurso dos britânicos que procuram matérias primas baratas num pais dominado pela escravidão e  marcar território para desovar os seus caros produtos das suas máquinas e fábricas.
O silencio que o redator do CORREIO BRAZILENSE manteve em relação à MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA é sinal desta busca de hegemonia industrial e comercial britânica. Na prática este silêncio encobria a GUERRA ECONÔMICA. INDUSTRIAL e COMERCIAL entre a INGLATERRA e a FRANÇA a sua SÉRIA CONCORRENTE. O triunfo pelas armas sobre o IMPÉRIO NAPOLEÔNICO estava exigindo o seu preço. Intolerável, para LONDRES,  que o BRASIL pendesse ECONÔMICA. INDUSTRIAL e COMERCIALMENTE para  o lado de PARIS. 
Fig. 06 Em dezembro de 2019 está em pleno desenvolvimento e ebulição as diversas GERRAS COMERCIAS As fronteiras dos ESTADOS NACIONAIS, concebidas e aplicadas  na origem da ERA INDUSTRIAL tornara-se muito estreitas para os produtos das maquinas e o se comando e operacionalização cada vez mais confiados à robôs Assim os BLOCOS CONTINENTAIS estão constituindo MERCADOS COMUNS com câmbio e taxas alfandegárias voltados para favorecer economicamente  o interior de membrana geográfica destes continentes,


Em dezembro de 2019 é evidente o atraso brasileiro nas áreas da INFORMATICA, no domínio e maestria do CÓDIGO GENÉTICO e a limitada ação e competência do BRASIL na  CORRIDA ESPACIAL internacional.
 Este atraso e incompetência ESPACIAL, a falta de DOMÍNIO AUTORAL do CÓDIGO GENÉTICO e do MEIO NUMÉRICO DIGITAL ELETRÔNICO   possui causas  e efeitos devastadores.
Este atraso e incompetência são causados por uma EDUCAÇÃO ESCOLAR dependente e sem identidade e carente de um PROJETO NACIONAL proativo.
Este atraso e incompetência possuem por efeito mensurável as severas limitações, por gerações, de uma autonomia tecnológica, econômica e cultural brasileira.
Nestas circunstâncias o BRASIL se acomodou e ainda dorme como eterno consumidor de PRODUTOS CAROS de OUTROS e como fornecer de INSUMOS BARATOS. Terminou a escravidão legal e compulsiva mas permanece a servidão voluntária e subliminar.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

Casca de sobreiro

Casca de carvalho

Casca de carvalho rica em tanino
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IMAGENS do BRASIL da ÉPOCA


PROJETOS de MONTGNY

VESTÍIGIOS da MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA no RIO GRANDE do SUL

CARTA de LE BRETON ao CONDE da BARCA

DECRETO REAL do dia 12 de AGOSTO de 1816 cria a ESCOLA REAL de BELAS ARTES e OFÍCIOS

O DIA da ARTE: 12 de agosto.
DIA da ARTE no BRASIL omite a origem histórica
A MISSÃO ARTÍSTICA e a ERA INDUSTRIAL no BRASIL
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sábado, 7 de dezembro de 2019

190 – NÃO FOI NO GRITO – DEZEMBRO de 1819 e 2019

Os CONDENADOS às GALÉS e o DOCE CLIMA do BRASIL em  DEZEMBRO de 1819 e em 2019. 
Fig. 01 Os condenados pela justiça cumpriam a sua pena com  trabalhos forçados em embarcações (GALÉS)   movidas com a força dos braços humanos.. Esta prática resistiu no Brasil até a  proclamação do Regime Republicano.

O CORREIO BRAZILENSE de DEZEMBRO de 1819, volume XXIII, nº 139. página 661, estampava na seção de Miscelânea, sob o titulo de   “Emigração para o Brazil”.
“O eterno estigma de ser povoado pelo refugo de Nápoles, pela escória da Itália; ao mesmo tempo que Europeus dos países mais bem morigerados, e gente, cuja indústria é conhecida por todo o mundo, nada desejaria mais do que poder estabelecer-se e viver no doce clima do Brasil”.

O governo brasileiro nunca deu vencimento em atender e ocupar adequadamente os seus próprios apenados privados da liberdade como pena dos seus delitos
 Os habitantes desta terra do BRASIL sempre vieram tangidos por uma necessidade inadiável. Desde as mais remotas eras ninguém veio para passear e se divertir em terras brasileiras  Não se trata, porém,  de REFUGOS, de DELINQUENTES ou CONDENADOS às GALÉS
O indígena veio fugido das culturas maias, astecas e dos altiplanos andinos. ou as contornou, No BRASIL continuou sendo nômade, Os europeus e os asiáticos buscavam terras para continuar  o seu modo de vida e sua cultura milenar. Fugiam da urbanização forçada pela REVOLUÇÃO INDUSTRIAL contemporânea e das consequências posteriores.
Fig. 02 A passagem para a ERA INDUSTRIAL não só destruiu as paisagens europeias. Mudou a sua relação multissecular com a Natureza e com a Terra e com os seu ciclos. As vastas terras brasileiras, seu clima ameno e as chuvas e as águas  regulares  convidavam este europeu para experimentar o Pero Vaz Caminha havia escrito em 1500  que  “em se plantando tudo dá” , O Brasil sempre foi uma reserva para os povos do mundo.


Este otimismo cm as condições aparece no CORREIO BRAZILENSE de DEZEMBRO de 1819 volume XXIII, nº 139, nas páginas  656 até 665  
Johann MORITZ RUGENDAS Rua Direita Rio de Janeiro
Fig. 03 A corte LUSITANA estabelecida no Rio de Janeiro atraiu, a partir de 1808,  tanto os habitantes dispersos no vasto território brasileiro como os estrangeiros  de todas as etnias, países e culturas do mundo.  Para desafogar este aglomerado humano era imperioso abrir vias terrestres, fluviais e marítimas tanto para o exterior como para o interior do Brasil. 
Melhoramentos na Brazil. Rio de Janeiro 19 de Junho.
Com a maior satisfaççaõ nos empregamos neste artigo em fazer a descripçaõ da nova estrada, que, por ordem do Illustrissimo Conselheiro Intendente Geral da Policia, se abrio da Vila de Campos para esta Corte, assim como em ponderar as grandes vantagens, que ella offerece ao commercio, interior, e á communicaçaõ dos povos. Fizeraõ-se 7 estivas com a extensão total 2.612 braças, nas qnaes se fizeram 12 pontes (naõ contando a do Rio de Jesus), tendo cada estiva 20 palmos de base, e 3 a 9 palmos de alto, conforme exigia a qualidade dos brejos, ou pântanos.
Sahindo da dieta villa para a cidade do Rio de Janeiro pelo novo caminho, a primeira estiva he a que temo nome da Barcellos, e que une o campo do mesmo nome a uma ilha, que está defronte, com extensão de 234 braças, e no meio tem uma ponte, ou bueiro, de madeira lavrada, para passagem das águas com 25 palmos de vaõ. A segunda estiva fica entre a ilha acima dieta, e outra que lhe está fronteira, chamada da Figueira, com 80 braças de extensão, e uma ponte de madeira lavrada com 14 palmos de vaõ. Da ilha da Figueira á da Capororoca fica a terceira estiva, que tem o nome de Muchuango, do pântano em que he feita; o seu comprimento de de655 braças, com duas pontes de madeira lavrada, uma com 25 palmos de vaõ, outra com 10. A ilha da Capororoca[1] deo o nome à quarta estiva, que partindo dalli vai terminar na ponte do Rio Jesus, com 345 braças de extensão. Esta ponte foi acereesentada com 20 palmos no comprimento, ficando agora com 82, e altura sufliciente para passagem das canoas, ainda em tempo de maior cheia Da ponte do rio Jesus até a ilha do Louro, he a quinta estiva (chamada do Felix) de 97 praças de comprido, e no meio uma ponte com 12 palmos de vaõ. A grande estiva (sexta) tem o nome de Loiro, e parte da ilha deste nome até á fazenda do Quilombo com 1.066 braças de extensão, 6 pontes de madeira lavrada, com 16 palmos de vaõ cada uma. Da mencionada fazenda á da Pindoba fica a sétima e ultima estiva, que tem o nome de Quilombo, com 135 braças, e uma ponte de madeira lavrada; seguindo a estrada sem mais estorvo algum.
CHAMBERLAIN - 1819 - Lagoa  Rodrigo de Freitas
Fig. 04 A lagoa AUGUSTO de FREITAS jazia ainda, em 1819,  plácida e quase intocada mas  próxima à tumultuada corte lusitana instalada no Rio de Janeiro. Evidente que este  imenso território brasileiro continua  intocado e plácido em 2019 a espera da inteligência, trabalho
                                                            
As vantagens, que esta estrada procura, saõ as seguintes : poupar aos viajantes 12 léguas de caminho da Villa de Campos até esta Cidade : evitar-se a barra do Furado, perigosa pelo ímpeto das águas no tempo das cheias, e incommoda, porque no tempo da seca, tapando-se a barra, se inundavam os campos circunvizinhos, e eram obrigados os viajantes a alugarem canoas, e irem embarcar com todas as suas cargas desde o Furado até o lugar de S. Amaro, com quasi um dia de demora, e gravíssimos incommodos pelos trabalhosos passos, que se formavam: evitar os aráes e lugares desertos, que se encontravam por aquelle caminho, o que obrigava os viajantes a jornadas forçadas para alcançarem os pousos, o que naõ acontece no novo caminho, que he todo povoado: facilitar o commercio reciproco do paiz; e abrir uma fácil communicaçaõ com os districtos de Campos e Macahé. 
Fig. 05 - Os ARCOS da LAPA já haviam sido construídos no tempo do dos VICE-REIS lusitanos com o objetivo de abastecer de água potável da cidade do Rio de Janeiro, Em 2019 continuam serem usados como acesso viário urbano para o bairro de Santa Teresa.

Todas estas vantagens-se conseguiram com a módica despeza de 340.860, que fez a Intendencia; prestando voluntariamente os moradores os serviços necessários, por insinuação dos Capitaens de Milícias Joaõ Carneida Silva e seu irmaõ José Carneiro da Silva, que nestas e em outras obras, em que estaõ empregados por Sua Majestade debaixo das ordens de Policia, tem a mostrado habilidade, e zelo, que os tornam recommendaveis. Começou este serviço a 15 de Outubro de 1817, e concluio-se a 9 de Junho de 1819, trabalhando neste espaço de tempo 7 mezes e 15 dias com 40 a 50 pessoas de serviço, excepto 2 mezes, em que andaram de 80 a 90.

Reflexoens sobre as novidades deste mez.
Fig. 06 – A decisão da intervenção nos territórios da BANDA ORIENTAL do Rio da Prata foi tomada, na corte do Rio de Janeiro e sob o olhar e controle de Dom João VI[1].. Em dezembro de 1819 esta operação estava no seu terceiro ano e com Montevidéu sob o controle luso-brasileiro...

REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E ALGARVES.
Guerra do Rio-da-Prata [2].
O grande objetivo exibido publicamente pelo REINO era a “PROTEÇÃO”  ao TERITÓRIO da BANDA ORIENTAL tanto das rebeliões internas como da cobiça das potências em vias de industrialização que ali viam um território para a comercialização dos produtos de suas máquinas em toda região do Rio da Prata.
No entanto,  entre as mil e um objetivos  velados estava a de coibir este territórios tornar-se um refúgio (QUILOMBO) dos ESCRAVOS FUGIDOS do BRASIL
O otimismo em relação às condições publicas desta intervenção aparece no CORREIO BRAZILENSE de DEZEMBRO de 1819 volume XXIII, nº 139, nas páginas  656 até 665 

Segundo as ultimas noticias recebidas do Rio-de Janeiro, parece que aquella Corte tem perdido as esperanças de ajustar amigavelmente com o Governo Hespanhol, a disputa sobre a. posse de Monte Vídio: e se diz mais, que se tracta no Brazil de pôr em estado de defeza, os pontos, que podem ser atacados pelos Hespanhoes. De Lisboa avizam também, que haviam ali chegado ordens do Rio-de-Janeiro, para se mandar para monte-Vedio um destacamento de 5.000 homens e muniçoens, que seraõ comboyados por duas náos de linha. A Corte do Rio-de-Janeiro deviaha muito tempo estar desengauada, de que a Hespanha naõ tem meios de manter a contenda com suas colônias, e muito menos de garantir o Brazil, contra os sérios inconvenientes, que necessariamente se lhe seguiriam, no caso em que o Governo Braziliense obrasse de maneira, que attrahisse sobre si a guerra com os Estados independentes da America Hespanhola. A prova inegável da verdade desta proposição, se acha no comportamento de Hespanha, a respeito do território de MonteVedio, occupado pelo exercito do Brazil.



[1] - TREINO das TROPAS para a INTEVENÇÃO no RIO da PRATA http://lecor.blogspot.com/2014/12/pintura-revista-das-tropas-destinadas.html


[2]  A RESENÇA LUSO BRASILEIRA no RIO da PRATA http://revistatemalivre.com/prata
Gravura de Gilberto Bellini - ENTRADA do GENERAL LEBOR em MONTEVIDEU
Fig. 07 A entrada das tropas luso-brasileiras em Montevideo no dia 20 de março de 1817 ocupava um ponto geográfico chave na administração da vasta banda Oriental.  No entanto esta ocupação encontrava imensas dificuldades para o intervir no interior desta terra. Na prática era um protetorado com bandeira própria e um controle alfandegário para coibir outras nações interessados nesta ponto estratégico militar., econômico e políticos..

A Hespanha tem-se queixado amargamente desta occupaçaõ, e até alcançou que as Potências Aluadas da Europa interviessem nisto, escrevendo á Corte do Rio-de-Janeiro aquella Nota, em que lhe pediam, em termos bastante fortes, explicaçoens sobre os motivos da occupaçaõ da Banda Oriental do Rio-da-Prata. A necessidade de repulsar Artigas, para conservar em socego a s fronteiras do Brazil no Rio-Grande, he evidente a quem tem medíocre informação daquelle paiz. Porem na Europa ignorase inteiramente a situação das cousas naquella parte da America: e a impressão, que fez a citada nota dos Aluados, ainda se naõ desmanchou de todo. O mais decisivo argumento do character de Artigas he sua guerra com Buenos-Ayres. Se aquelle indivíduo tivesse em vista o bem de seu paiz, ja pela independência de sua antiga metrópole na Europa, ja pelo estabelicimento de algum Governo regular no paiz, naõ teria adoptado um systema de partidário, sirnilhante ao dos Árabes vagabundos, que somente vivem da rapina ; e teria obrado com alguma sorte de conceito com seus vizinhos de Buenos-Ayres.
As secçoens da America Hespanhola, que se declararam independentes da Hespanha, tem adoptado suas formas de Governo análogas ás das mais naçoens civilizadas, e tem procurado accommodar seus actos ao reconhecido direito das Gentes
Busto de Atrigas na praça da ALFÂNDEGA de Porto Alegre -  Foto de  Círio SIMON em 05.12;2019
Fig. 08 - O grande crime de ARTIGAS foi, certamente, juntar se com gente desvalida e buscar criar uma pátria para estes infelizes corridos da sorte. Assim o negros fugidos da escravidão no Brasil, os indígenas sem destino vagando a esmo após a destruição das Missões e as sua terras ancestrais sendo loteadas aos militares. Esta população, em confronto direto, sem armas e munições, eram expulsos e massacrados sistematicamente, teve  em ARTIGAS, um líder enquanto aguentou a pressão[1]. Mas no final teve de se refugiar entre pobres paraguaios, passando viver como um deles.

Porém Artigas he um cabeça de salteadores, que até nem nome se lhe conhece ; e o território, que occupam seus bandos, naõ he regido por nenhumas formas legaes. Nestes termos, o Governo Hespanhol naõ tem mais que um direito nominal aquellas terras, que pretende serem suas, mas que sendo occupadas por tribus acephalas, e malfazejas, está aberto á occupaçaõ dos vizinhos, que desse tumultario ajunctamento de gente recebe o maior damno. Se o Governo Hespanhol se considera com Soberania real naquelle paiz, se olha para os habitantes como seus subditos, he obrigado naõ so a garantir ao Brazil a tranquillidade, contra as hostilidades desses seus suppostos subditos, mas até a reçarcir os damnos que elles tem causado. A Hespanha, nem tem feito isto, nem o proroette fazer: e de facto, ainda que o promettesse, naõ tem meios de o executar. Logo a pretençaõ da Hespanha, que o Brazil se submetia sem resistência ás hostilidades de Artigas, he uma pretençaõ injusta e inconseqüente; e todo o direito terá o Brazil de resistir á mesma Hespanha, se ella quizer apoiar com a força tal pretençaõ. He portanto com muito prazer, que vimos nas gazetas as noticias, que anunciamos acima, de que no Brazil se preparavam para resistir aos Hespanhoes, no caso de ataque ; naõ porque •upponhamos que haja a menor probabilidade de que a Hespanha possa mandar uma força contra o Brazil; mas porque vemos nessas medidas a prova de que o Governo Braziliense está resolvido a manter os seus direitos. As ultimas noticias do Rio-de-Janeiro, em data de 6 de Outubro, dizem que chegara aquelle cidade uma deputaçaõ do Cabildo de Monte-Vedio, a qual apresentou a Sua Majestade Fidelissima um memorial, sobre a critica situação dos habitantes daquella praça. O fim principal deste memorial éra averiguar, quaes eram as intençoens da Corte do Brazil a respeito de Monte-Vedio, caso ali chegasse a expedição, que os Hespanhoes intentavam mandar de Cadiz ; porque se o Gabinete do Rio-de-Janeiro estivesse resolvide a entregar Monte-Vedio às forças Hespanholas, os habitantes ficariam expostos a serem tractados pelo Governo Hespanhol como rebeldes. Neste caso declaravam os da deputaçaõ, que desejavam tomar medidas para sua defensa, a fim de evitar a dessolaçaõ do paiz, e ultima ruina de suas famílias, que seria a conseqüência necessária desse sucesso. El Rey recebeo a deputaçaõ com muita affabilidade; e dizem mais as noticias, que se assegurou aos de Monte-Vedio, que no caso de Ia chegar a expedçaõ de Cadiz, acontecimento que naõ parecia entaõ prosavel, a propriedade e segurança pessoal dos habitantes de Monte-Video ficaria debaixo do cuidado do Governo Braziliense, e suas authoridades ; e que em nenhum caso se veriam expostos aos perigos, que indicavam em seu memorial; ou poderiam nascer de estarem as tropas Brazilienses de posse de Monte-Vedio.
Fig. 09 O atual FAROL de COLÔNIA do SACRAMENTO assentado sobre as ruínas da ocupação portuguesa, zelosamente preservadas pelo governo do URUGUAI.. Trocada pelo território das MISSÕES voltou ao controle de Portugal em 1817 até que o URUGUAI conseguiu estabelecer um mínimo  consensual  sendo reconhecido pelos Brasil já independente de Portugal e dos Estados Unidos com constituição própria e jurada solenemente em 1830[1]


Farol no Rio-da-Prata.
Uma carta da tadada Colônia do Sacramento, em data de 7 de Septembro, diz o seguinte :— " Ouço que o Governador de Monte-Video despachou um official a Buenos-Ayres, para indagar a circumstancia de se haver ali confiscado um farol, qne vinha da Inglaterra, para se pôr na ilha das Flores, e que tinha sido ordenado pelo Governo Braziliense, a uma das principaes casas aqui. O Governo de Buenos-Ayres tomou posse deste farol, temendo que elle facilitasse a passagem da expedição Hespanhola pelo rio acima,"

Fig. 10  Portugal e o Brasil ocuparam, oficialmente a BANDA ORIENTAL em 1817. No entanto esta ocupação pouca afetou os  usos e os costumes das diversas etnias indígenas e dos imigrantes avulsos sas diversas regiões autônomas da Espanha .. Assim o termo “GAÚCHO” engloba as variadas até antagônicas culturas, Entre elas estava a cultura basca provenientes de Bilbao e suas adjacências.

Esta Ilha das Flores, aonde se propõem estabelecer o farol, fica a cima de Maldonado, em uma enceada : a ilha he raza, mas tem três pequenos outeiros, que servem de signal aos navegantes ; está arrumada do Nordeste ao Sudoeste, e terá meia légua  de comprido, e de largo um tiro de mosqueie : lava o mar por cima della de uma parte para a outra ; e da ponta de Nordeste desta ilha sáe uma restinga para terra, que terá um tiro de espigarda. A ilha abriga dos ventos Sul e Leste, poudendo os navios dar fundo em quatro braças fundo vaza e coiicliinlia branca; e o mesmo fundo a ré mui juncto á iiha. Estas informaçoens poderão ser úteis aos qne navegarem para aqutlle rio.

Emigração para o Brazil.
Fig. 11 O trabalho forçado dos remadores das galés era prática universal antes da introdução da força motriz das máquinas a vapor. Remadores condenados e que escapavam assim dos tormentos que antecediam a aplicação da pena capital e diante do olhar perverso do populacho o. Porém estes infelizes não escapavam da chibata e de aplicação da pena capital pelo menor desvio e falta.


Achamos em unia gazeta Ingleza a seguinte noticia :— " A Corte de Nápoles concluio um tractado com a do Brazil, para pôr á disposição desta 2.000 condemnados das gales. Devem estes ser conduzidos a Lisboa, em navios de guerra Napolitanos, e serem dali transportados á custa do Governo Poríuguez. Devem ser escolhidos entre os que saõ condemnados por período mais longo do que 15 annos, Dar-se-lhe-haõ teu as e suas mulheres e filhos os acompanharão. Os que naõ saõ condemnados por toda a vida teraõ permissão de voltar para a Europa, á expiração de suas sentenças. Depois de ficar livre do «obi edicto numero, ainda restam 5.000 destes condemnados a galés, nos domínios Napolitanos." Como jornalistas, fomos obrigados a copiar esta noticia, por interessar imediatamente o paiz, a que o nosso jornal se dirige ; e porém h-e também do nosso dt ver o declarar, que naõ damos credito a tal noticia. Com effeito naõ nos podemos persuadir, que achando-se, em toda a parte da Europa, gente honrada, industriosa, mas pobre, e descontente, que se julgaria feliz de encontrar um azylo no Biazil, houvesse alguém naquelle paiz, que se lembrasse de aumentar a população aceitando os Napolitanos condemnados ás galés. He impossível que nos persuadamos, por mais inimigos que supponhamos do Brazil os Ministros que ali governam, posto que naõ sejam naturaes do paiz, que taes Ministros quizessem impor aquella terra o permanente e hereditário ferrete, de ser provoada com os criminosos de Nápoles. 

Fig. 12 O século XIX assistiu um verdadeira debandada da população europeia, Com a a introdução do motores a vapor surgiram as companhias de navegação que criaram programas  de linhas regulares e embarcações especificas para os imigrantes.. O Brasil um dos estinos destes imigrantes europeus seguido pelo  Médio e  Extremo Oriente

Sim he verdade, que os Ministros que governam o Brazil naõ saõ naturaes do paiz, e neste sentido se pôde dizer, que todo o Ministério he composto de estrangeiros; como ja observamos no nosso N.° passado ; porém seguramente esses estrangeiros naõ saõ inimigos ; e era necessário que fossem inimigos os mais vingativos e atrozes, para impor aquelle paiz, que governara, o eterno estigma de ser povoado pelo refugo de Nápoles, pela escória da Itália; ao mesmo tempo que Europeos dos paizes mais bem morigerados, e gente, cuja industria he conhecida por todo o mundo, nada desejaria mais do que poder estabelecer-se e viver no doce clima do Brazil. 
+ MAIS REFUGIADOS
Fig. 13  A duas primeiras décadas do século XXI revelaram ondas sucessivas de REFUGIADOS de terras dominadas pela pobreza extrema, por ditaduras ferozes. Novamente o imenso território do  Brasil está acolhendo esatas ondas vindas de todos os recantos conflagrados e inseguros do planeta

No BRASIL de dezembro de 2019 existe uma linha tênue que separa, na prática, os REFUGIADOS de IMIGRANTES e de CONDENADOS ao DEGREDO. Se um CONDENADO ao DEGREDO é atingido pela força e pela fúria das leis formais, o MIGRANTE e o REFUGIADO são atingidos pela força e pela fúria das leis econômicas e políticas contra as quais não podem mais do que fugir de sua pátria e se refugiar em terras mais favoráveis.
 O que é certo que os ESCRAVOS CATIVOS, os. IMIGRANTES e os REFUGIADOS não vieram ao BRASIL para passearem, se divertir ou trazer fortunas. Ao contrario traiam parcos e minguados recursos, sabem que tem de começar tudo do nada, não tem volta para suas pátrias e que os aguarda trabalhos penosos sem fim e que ninguém quer para.
Evidente que existem países que fizeram fortuna a partir dos CONDENADOS ao DEGREDO. É o caso da Austrália que era lugar de degredo dois condenados pela justiça britânica. Esta transcendências possui  a sua causa na infinita e desconhecida capacidade e competência humana de  superar as piores condições materiais, morais e culturais.
O próprio HIPÓLITO JOSÉ DA COSTA, nascido na COLÔNIA do SACRAMENTO. experimentou a saga do IMIGRANTE ao BRASIL, do PERSEGUIDO pela INQUISIÇÃO em PORTUGAL e do REFUGIADO em LONDRES onde editava o CORREIO BRAZILIENSE.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
CHAMBERLAIN - 1819 - Lagoa  Rodrigo de Freitas
A PENA das GALÈS
A INQUISIÇÂO
¿ POR QUE a AFRICA NÂO se DESENVOLVEU?

SEBASTIANISMO e as GALÈS (imagem)


IMAGENS do BRASIL da ÉPOCA da GUERA CONTRA ARIGAS

A RESENÇA LUSO BRASILEIRA no RIO da PRATA
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ARTIGAS “LA REDOTA”

TREINO das TROPAS para a INTEVENÇÃO no RIO da PRATA http://lecor.blogspot.com/2014/12/pintura-revista-das-tropas-destinadas.html
Carlos Frederico LECOR
Carlos Frederico LECOR em MONTEVIDEO
Cronologia de Carlos Frederico LECOR em MONTEVIDEO
ENTRADA de Carlos Frederico LECOR em MONTEVIDEO em 20.1.1817

Os bascos na FORMAÇÂO do GAÚCHO

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