O RIO
GRANDE do SUL NUNCA FOI INDEPENDENTE.
Fig. 01 – O mito
do centauro, do cavaleiro em perpetuo movimento e do herói sem infância
conhecida perpassa numerosas culturas
mundiais. Este mito ganho contornos e corpo no espaço aberto e ancestral do Rio
Grande do Sul e sem cercas. O peão ibérico montou a cavalo e se promoveu
em “CAVALEIRO ANDANTE”. A PÀTIA deste centauro e cavaleiro a está
distante e avesso ao sedentarismo acumulador de um sistema econômico, social e
político escravocrata encastelado na CASA GRANDE com SENZALA no seu PORÂO,
“É preciso que V. Excia, saiba, Senhor
Regente, que é obra difícil, senão impossível, escravizar o Rio Grande,
impondo-lhe governadores despóticos e tirânicos. Em nome do Rio Grande, como brasileiro,
eu lhe digo, Senhor regente, reflita bem antes de responder, porque de sua
resposta depende talvez o sossego do Brasil. Dela resultará a satisfação dos
justos desejos de um punhado de brasileiros que defendeu contra a voracidade
espanhola um nesga fecunda da Pátria; e dela também poderá resultar um luta
sangrenta, a ruina da Província ou a formação de um novo estado dentro do
Brasil”.
Carta de Bento Gonçalves ao Regente Padre Feijó do dia 20 de setembro de
1835
Fig. 02 – A
imagem do Bairro Navegantes da plácida
Poro Alegre - desenhada em Paris, por
Jean Batista DEBRET e que ele denominou de Paranaguá - evidencia o ambiente no
da capital do Rio Grande do Sul antes da Revolução Farroupilha . Ponto de convergência de rrotas, de viajantes e
riquezas da PROVÌNCIA de SÂO PEDRO também foi o foco dos descontentamentos
políticos, econômicos e sociais desta antiga Capitania sujeita a uma corte
monocrática, centralista e acumuladora. Porém nunca interessou separar este
território da Nação Brasileira.
A tese geral, que perpassa a presente postagem, é que a REVOLUÇÂO FARROUPILHA foi uma das
etapas da conquista da INDEPENDÊNCIA no do BRASIL. Esta postagem segue o contraditório deste
blog de que “NÃO FOI no GRITO” do
IPIRANGA que o BRASIL CONQUISTOU DEFINITIVAMENTE a sua SOBERANIA e IDENTIDADE
NACIONAL. Esta conquista foi lenta, silenciosa e pertinaz. Silêncio, pertinácia
que se prolonga nos dias atuais e perpassa inteligências, vontades e sentimentos
do PODER ORIGINÁRIO BRASILEIRO.
Aldo LOCATELLI (1915-1962)- “A MUDANÇA da CAPITAL
para PORTO ALEGRE” mural (1961) atualmente na FIERGS
Fig. 03 – Uma
série de etnias locais ou advindas de outra partes se aglutinou no Rio Grande
do Sul, sob a alta visão do lusitano e constituíram efetivamente o seu PODER
ORIGNÀRIO.. Qualquer reducionismo,
maniqueísmo ou criação de um TIPO ÙNICO é um atentado contra estas etnias que formaram
- nesta parte do mundo - o seu lar. Lar que querem pacifico e produtivo para si
e para os seus descendentes
Evidente que
esta tese rebela-se contra a opinião geral, maliciosa e parcial de que o RIO
GRANDE do SUL FOI INDEPENDENTE e SOBERANO de 1835 até 1845. De outra parte é
contra a tese de que o sul-rio-grandense era belicoso, raivoso e arbitrário. Esta imagem e
tese da belicosidade nativa estuda, e desmontada por Athos corrigiu (1971, p.449)[1] brilhantemente ao
afirmar que:
“certamente, as lutas que tivemos de sustentar desde
os tempos recuados da Colônia, na defesa de nosso território e na fixação de
suas fronteiras, em muito entorpeceram e retardaram nosso processo cultural.
Não, porém, tanto quanto seria natural que ocorresse, uma vez evidenciada
historicamente a belicosidade crioula, arrolada por aí, com um abusivo relevo,
entre virtudes que nos compõem a fisionomia moral. Nossa história está
realmente pontilhada de embates sangrentos. Mas lutas e guerras não foram
desencadeadas por nós, senão que tivemos de arrostá-las compelidos pelas
circunstâncias. Nunca deixamos de ser um povo amante da paz. E, em nossos
anseios de construção, sempre desejosos dela. Tropelias e bravatas de certos
gaúchos em disponibilidade forçada, não têm o menor lastro Histórico: pertencem aos domínios da anedota que os
próprios rio-grandenses exploram, com malícia, para a desmoralização daqueles
que o fazem, com malignidade”.
DAMASCENO, Athos (190241975). Artes plásticas no Rio Grande do
Sul (1755-1900) Porto Alegre :
Globo, 1971. 540p.
DAMASCENO, Athos. Artes plásticas no Rio Grande do Sul (1755-1900) Porto
Alegre : Globo, 1971. 540p.
Fernando CORONA (1895-1979) e Claudio CARRICONDE (1934-1981) Condomínio
TANNHAUSER Pr. Rui Barbosa nº 220 - POA
Fig. 04 – O mundo
em eterno movimento evidencia queo PODER
ORIGINÀRIO sul-rio-grandense não é constituído por uma única etnia, tipo ou existe e nem único
caminho. A mudança constante ainda que lenta é simbolizada pela carreta das
duas rodas e herdada dos ancestrais romanos.
Do lado do IMPERIO BRASILIRO o que é certo que a proclamação
da independência brasileira libertou tiranos e atravessadores que se
aproveitaram da ruptura dos grilhões lusitanos para instalar a SUA escravidão. Portugal
já havia abolido a escravidão em Portugal no governo do Marquês do Pombal.
Talvez uma das razões do ódio de muitos brasileiros escravocratas contra o
ILUMINISMO, e o MINISTRO POMBAL, era que viam nele, e no seu projeto, ameaçadas
as suas sinistras intenções de manter a metade da população brasileira sob o
seu jugo servil. Certamente a grande decepção provocada pela REVOLUÇÂO
FARROUPILHA foi derrotada interna e externamente por este estamento
escravocrata[1]
A REVOLUÇÃO FARROUPILHA também não é única e
original no âmbito brasileiro do Primeiro Império e do período regencial.
[1] - ESTAMENTO conforme FAORO e MAX
WEBER http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0011-52582003000100005
Fig. 05 – A
população sul-rio-grandense possui profundos traços, história e a mentalidade em
comum o povo uruguaio. População originária de índios, espanhóis, africanos e
lusitanos também esteve em perpetuo movimento. Após o Estado Novo (1937-1945) brasileiro cultura, a tradição e a educação uruguaias
foram inspiração, escola e
paradigma da retomada do regionalismo sul-rio-grandense- A
cartilha do “QUERES LER”, as bombachas, as danças e canções uruguaias pontilharam
e orientaram esta busca da identidade sul-rio-grandense.
A renúncia de Dom Pedro I, em 1831, decorreu, entre
outros motivos, pelo apego dos barões do café ao sistema escravocrata. Quando
perceberam que irem perder a sua base econômica, política e social fundamentada
na força do trabalho servil atropelaram, golpearam e assaltaram a autoridade
máxima da nação.
Helios SEELINGER (1878-1965)- PELO RIO GRANDE PELO
BRASIL Museu de Piratini
Fig. 06 – O movimento
que precedeu a REVOLUÇÂO de 1930 recebeu forma e visualidade neste quadro de
Hélios SEELINGER denominado “O RIO GRANDE
de PÈ PELO BRASIL”. No cerne
deste ideal está a frase de Bento Gonçalves “formação de um novo estado dentro do Brasil”
Não foi menor do que a brasileira, a ganância de mando, a confusão política,
econômica e legal no lado interno da REPÚBLICA do RIO GRANDE do SUL. A
predominância econômica sobre a política comandava a acumulação do capital e
que verticalizava para exercer o mandonismo, o coronelismo de um lado. O PODER
ORIGINÀRIO, das riquezas e do poder era ignorado, atropelado e saqueado tanto pelos
imperiais como os republicanos.
Para este o PODER ORIGINÀRIO não adiantava passar
de um para outro regime. Um século após
os primórdios da Revolução, em 1926, e as vésperas da Revolução de 1930, a nova
geração de articulistas escrevia e
publicava na revista Madrugada[1]
“a mudança do regime monárquico foi apenas, entre
nós, uma substituição de acento grave por agudo, na personagem governativa, o
que vale dizer uma pura questão gramatical”.
Os articulistas constatavam que
“passamos
do governo dos reis ao império dos reis, entidades perfeitamente concretas, bem
soantes, amadas e poderosas”.
Personagens sustentadas, não pela sua competência
política, cultural ou ideológica, mas pelas puras forças do regime
patrimonialista do estamento de dominadores do estado imperial transfigurado
apenas semanticamente em república. Continuava atacando:
“Sucedendo à aristocracia complicada dos brasões
com coroa, os aristocratas do dinheiro formam um núcleo de cabeças ocas e
barrigas fartas enchendo as ruas das mesmíssimas carruagens doiradas e vistosas
nas quais os condes de antanho descansavam a indiscutível nobreza dos seus
assentos’”.
A economia patrimonialista imperial encontrou
apenas outras formas de escravidão no uso do ‘pátrio poder’ corrompido, permitindo a esses personagens,
travestidos de republicanos, viver sem precisar trabalhar e para produzir algo
honesto.
“Os Paes da pátria’ como esses Paes que notando na
filha um Dom que a faz preciosa, exploram-na em seu próprio benefício, dormem
regaladamente, na metade do anno, para na outra metade fruirem os milreis que a
coitada ganhou a custa do seu trabalho”.
Esse
grupo de jovens intelectuais editorialistas[2] da Madrugada[3]
foi comandado por Theodomiro Tostes, Augusto Meyer, João Sant’Anna[4]
e Azevedo Cavalcante e não podiam ser mais enfáticos na necessidade de mudar o regime da Velha República.
[1] Revista Madrugada
Porto Alegre, ano 1, nº 5. Dia
04 de Dezembro 1926 (sem paginação).
[3] - COSME,
Sotero. Capa n.º 1 da Rev.Madrugada e
[IA.3.4 –
015-a] COSME, Sotero . Capa da Revista Madrugada nº 3 1926 ..
[4] - João Sant’Anna era
secretário da Sociedade Riograndense de Bellas Artes que promoveu em Porto
Alegre, o Salão de Outono, de maio a junho de 1925, e que pretendia
institucionalizar o evento e lhe dar continuidade. Ficou num único evento. A
Sociedade tinha por presidente honorário Borges de Medeiros e Otávio Rocha. O
presidente efetivo era Francisco Bento Junior. Vice-Presidente Fabio de Barros
e o tesoureiro era Bernardo Jamardo. A abertura foi presidida por Manuel André
da Rocha, membro do CC-ILBA-RS.
Revista Máscara, Porto Alegre,
ano 7, nº 7, jun.1925.
Nelson
BOEIRA FAEDRICH (1912-1994) – detalhe do cartaz da Exposição Farroupilha de 1935.
Fig. 07 – A
EXPOSIÇÂO do CENTENÁRIO da REVOLUÇÂO
FARROUPILHA em 1935 foi um movimento social, político e econômico, sufocado pelo
ESTADO NOVO, porém serviu de motivador da redemocratização sul-rio-grandense
após 1946. Até o presente não houve
evento de tal magnitude no Rio Grande do Sul. No plano econômico e social este
evento criou CHURRASCARIA PROFISSINAL e EMPRESARIAL, que se multiplicou e se
espalhou pelo mundo afora. CHURRASCARIA
cuja franquia abeta e livre teve, em 1935. .o seu primeiro ponto no Parque
Farroupilha.
Para a ideologia imperial, escravocrata - ainda
agrilhoada com a mentalidade colonial lusitana - só podia parecer confusa
administração farroupilha de Porto Alegre ente 20.09.1835 até 15.07.1836[1]
.
Internamente - na República do Piratini- o
silencioso duelo entre Bento Gonçalves e Onofre Pires evidencia as profundas
diferenças que vicejavam entre os paradigmas que orientavam as lideranças dos
revoltosos.
Estes descontentamentos, as trocas de lados e os
abandonos do movimento revolucionário de um lado mostram os altos ideais
liderados por Bento Gonçalves. Ideais
que não conseguiam baixar a prática em ações concretas para demover do
seu lugar nem as forças imperiais brasileiras e nem da republica
sul-rio-grandense . Forças cujo único temor
era de perder a sua base econômica, política e social fundamentada na
força do trabalho servil.
[1] FRANCO, Sérgio da Costa (1928- ).PORTO
ALEGRE situada um capitulo da Revolução Farroupilha 1836-1840 (2ª ed.)-
Porto Alegre: Cidade, letras & vida - 2011 136 p. il.
Fig. 08 – O mural
de Danúbio GONÇALVES cria algumas imagens da formação do PODER ORIGINÀRIO
SUL-RIO-GRANDENSE. Ao mesmo tempo é
uma recuperação e atualização do azulejo lusitano inteiramente refigurado e
objetivando em sentenças fundamentais que
evidenciam mentalidades, projetos e eventos modeladores de uma
identidade regional sul-rio-grandense.
Uma independência sempre significa a busca de
reconhecimento desta soberania por outros estados soberanos. A oferta de ajuda
aos Farroupilhas, vinda de Juan Manuel Rosas da Argentina, foi prontamente
repelida. Em 1844, pelos líderes
farroupilhas nos seus piores momentos. No vizinho Uruguai a rebeldia e a busca
do apoio popular por José Artigas (1764-1850)[1]
acabou no exílio deste líder no Paraguai. O Uruguai obteve a sua soberania em
1828 e com a primeira constituição em 1830.
Francis PELICHEK – “A evocação da Revolução
Farroupilha e Revolução de 1930” cartão postal da Editora Globo -
Fig. 09 – O
artista tcheco, Francis PELICHEK (1896-1937) se integrou e expressou por
imagens a epopeia farroupilha e insistentemente lembrada no âmbito da REVOLUÇÂO
de 1930 e na Exposição Farroupilha de 1935. A imagem aproxima a realidade com os ideais de
Bento Gonçalves, relembrados todos os anos no 20 de setembro.
A INDEPENDÊNCIA e a separação do RIO GRANDE do SUL do
Brasil é um grande mito. Mito que alguns gaúchos em disponibilidade gostam de
brandir aos quatro ventos. O projeto que alentou a décadas farroupilha foi
resumido e colocado em letra de forma na derradeira frase da carta Bento
Gonçalves ao regente Padre Feijó: “a
formação de um novo estado dentro do Brasil”.
Fig. 10 – O mapa
do Rio
Grande do Sul da época da
Revolução Farroupilha era o mesmo que herdara do regime do BRASIL REINO UNIDO
com PORTUGAL e ALGARVES no período da Guerra Cisplatina. A intervenção na Província Cisplatina
mobilizou os argentinos e despertou os patriotas uruguaios que buscaram abrigo
com os britânicos interessados no comércio.
O RIO GRANDE do SUL teve o seu projeto reconhecido ,
em 1889, por meio da instauração do REGIME REPUBLICANO no Brasil. Depois de 54
anos, do inicio da REVOLUÇÂO FAROUPILHA, percebeu atendido o ideal pelo qual de
Bento Gonçalves se batera entre
1835-1845. O texto do Decreto Nº 01 de
15 de novembro de 1889 , ia além de toda a medida, quando escrevia no seu
artigo 3º que “cada um desses Estados, no
exercício de sua legítima soberania, decretará oportunamente a sua
constituição definitiva. Elegendo os
seus corpos deliberantes e os seus governos locais”.
Augusto Luís de FREITAS (1863-1962) – “Batalha da
Azenha – Mural de 1925 para o Palácio Governo e atualmente no prédio do
Instituto de educação Flores da Cunha – Porto Alegre
Fig. 11 – Na
madrugada do dia 20 de setembro de 1835 as ideias de Bento Gonçalves ganharam
corpo em um punhado de cavaleiros que surpreendeu, derrotou e tomou a capital
da Província do Rio Grande do Sul. Cavaleiros
que não adotaram uniforme, ordem unida e rígidas hierarquias militares. Fieis
apenas ao PODER OROGINÀRIO que representavam, foram alcunhados como FARRAPOS
- não só pelo seu traje e comportamentos
- mas também pela sua aversão a um pensamento único e um ortodoxia rígida ao
modelo dos imperiais e seus representantes e exército profissional.
Esta "soberania" foi vivamente contestada pelo Estado
Novo (1937-1945), o seu hino proibido e a bandeira do Rio Grande do Sul
queimada, junto com aquelas dos demais estados.
Porém, em 2016, o Brasil se auto designa idealmente
como um Estado Federativo e horizontal, apesar de a prática exibir sinais
claros da soberania monocrática e oligárquica vertical, a semelhança dos
praticados pelo Regente Imperial Padre Feijó.
Fig. 12 – A
REPUBLICA do PIRATINI foi proclamada no
dia 11 de setembro de 1836 pelo coronel Antônio Souza Neto após a Batalha do
Seival e formalmente instalada no 06 de novembro de 1836, Bento Gonçalves foi
aclamado presidente, porém havia sida capturado pela forças imperiais assumiu José
Gomes Vasconcelos Jardim. Evidente que a proclamação de Antônio Souza Neto não
correspondia ao projeto de Bento Gonçalves de um ESTADO DENTRO do BRASIL o que
gerou muitas confusões, equívocos e desagaste de preciosas energias.
Evidente que o ideal de Bento Gonçalves enfrentou
resistências internas e deserções sorrateiras de companheiros. Porém o que de
fato estava em jogo era a INDEPENDÊNCIA do BRASIL. INDEPENDÊNCIA e SOBERANIA
solapadas por grupos, indivíduos e instituições
que estavam ainda acorrentados a mentalidades,
hábitos e práticas coloniais.
Fig. 13 – Logo
após a Independência vários movimentos
de afirmação da INDEPENCIA BRASILEIRA ocorreram em diversos pontos da NAÇÂO . O
centro do seu objetivo era a descolonização que mantivera o Brasil durante três
séculos sob um rígido controle externo. Porém livres de Portugal emergiu no
Brasil o mandonismo, o saque e a
corrupção para ocupar o espaço vago
deixado pelo pelourinho lusitano. O espaço vago foi ocupado por
caciques locais, coronéis e donos de latifúndios do tamanho de países
europeus.
A revolução entre 1835 até 1845 que Rio Grande do Sul buscava nas cidades e
nos campos, foi a guerra para efetivar a soberania brasileira. Busca movida
pelo projeto impulsionado pela mentalidade, por hábitos e por práticas de
soberania e da independência brasileira, ao menos neste espaço geográfico da
nação.
Lucílio ALBUQUERQUE (1877-1939) - Garibaldi transporta
os lanchões Mural de 1925 para o Palácio
Governo e atualmente no prédio do Instituto de educação Flores da Cunha – Porto
Alegre
Fig. 14 – O bloqueio
marítimo do Sul do Brasil por uma marinha militar exercitada e experimentada da
Guerra Cisplatina foi aplicado e rigidamente conduzido pela MARINHA IMPERIAL. Sem acesso ao mar e as rotas comerciais
restava ao Farroupilhas o comércio através do Uruguai e dos portos do Rio da
Prata. Neste contexto se dá a epopeia do transporte de lanchões por terra ate
Santa Catarina .
É necessário admitir que nem o Brasil e nem o Rio
Grande do Sul possuem um projeto nacional o estadual capaz de ser fundamento de
um pacto social, econômico e político. Que é pouca eficaz a racionalização
legal do “ Art.
1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal” colocado no prólogo da
Constituição Brasileira de 1988. Todos passam por este silencioso aviso sem prestarem atenção, sem saberem a sua
origem histórica e muito menos com disposição para a sua prática.
Fig. 15 – A
Revolução Farroupilha teve vários repiques ao longo da história Sul-rio-grandense.
Em 1893, a Revolução Federalista. O próprio movimento da Revolução de 1930
evocou os acontecimentos de 1836 a 1845 como motivador de uma nova mudança no
cenário político, econômico e social brasileiro. O Partido republicano
Rio-grandense e a constituinte
castilhista foram berços e matrizes do
pensamento de Getúlio Vargas e de expressivas lideranças estaduais e
nacionais..
O
estrangeiro, o escultor e o arquiteto espanhol Fernando Corona (1895-1979)
acompanhou, a partir de 1912, na intimidade e partilhou a vida, no dia-a-dia -
a criatura humana vivendo, trabalhando e civilizando a capital do Estado do Rio
Grande do Sul A imagem que ele captou de Porto Alegre está em seu diário(1937, fl 373). Ali ele anotou:
“Porto
Alegre como capital do Estado é a cidade mais democrática de todas, dando
exemplo de fidalguia a qualquer um. A sua riqueza foi conquistada com o
trabalho de seus habitantes. Porto Alegre republicana foi sempre, desde sua
formação democrática. Não tenho lembrança de ter visto na capital – milionários
viver de rendimentos, a não ser o produto do seu trabalho. Desde que aqui
cheguei notei que um simples pedreiro ou carpinteiro já era proprietário de seu
chalé mesmo que fosse de tábua. A riqueza em Porto Alegre é muito dividida e os
grandes industriais cresceram com o trabalho. A influência das
colonizações estrangeiras contribuiu
muito para a democratização, pois, ao iniciarem o trabalho da estaca zero, o
braço do patrão suou a lado do braço do operário. Sempre defendi esse
principio, pois todos tem direito e um dever que se crescer na medida do
progresso”.
Este registro de Fernando Corona pode ser expressão
e síntese que ocorre nas cidades, campos do Rio Grande do Sul. Este arquiteto e
escultor espanhol percorreu, trabalhou e viveu variadas, experiências humanas e estéticas com
profundas interações com o homem do campo e das cidades das quais Porto Alegre
é a capital.
Fig. 16 – O mapa
do BRASIL REINO UNIDO com PORTUGAL e ALGARVES no período da Guerra Cisplatina. A intervenção na Província Cisplatina
mobilizou os argentinos e despertou os patriotas uruguaios que buscaram abrigo
com os britânicos interessados no comércio.
Na conclusão da presente postagem foi possível
verificar e apontar algumas das evidências que reforçam a tese que a REVOLUÇÃO
FARROUPILHA foi uma das etapas da conquista da INDEPENDÊNCIA no do BRASIL. No
contraditório - da opinião geral - de
que FOI do GRITO do IPIRANGA que o BRASIL CONQUISTOU
DEFINITIVAMENTE a sua SOBERANIA.
O presente blog aponta a complexidade, o tempo e as
energias envolvidas na construção da IDENTIDADE NACIONAL e erguidas de baixo
para cima, num movimento e de mudanças continuadas. Os GRITOS, os EVENTOS e as
IDEOLOGIAS são meros episódios quando são instrumentos de VERTICALIZAÇÃO, de
CENTRALISMO e MONOCRACIA PREPOTENTE. Episódios que assustam, anestesiam e
desorientam o PODER ORIGINÀRIO de UMA NAÇÃO. Os
GRITOS, os EVENTOS e as IDEOLOGIAS são aparelhos usados para camuflar
e esconder os mecanismo que movem os interesses de pitutos, atravessadores e
mediadores sem ética.
O PODER CIRCULA ao longo da construção da
IDENTIDADE NACIONAL. Quando esta circulação, do PODER, é estrangulada,
capitalizada e imobilizada IDENTIDADE NACIONAL gangrena, provoca o colapso
estrutural e prenuncia a morte da
liberdade do indivíduo, da sociedade e de uma civilização.
CORREIO
do POVO ano 121 - Nº 358- p.02- Dia
22.09.2016 - PAIXÃO CORTE
Fig. 17 – As
práticas, os estudos e a constante iteração ente passado e presente geraram
gerações que nunca sonharam ou obraram
para a separação do Rio Grande do Sul do território e convívio harmonioso com
toas as regiões, culturas que vieram se aquerenciar no BRASIL. Paixão Corte -s nascido e criado entre o
Brasil e o Uruguai - soube perceber a essência e a motivação da cultura
uruguaia. Sob o olhar atento dos seus mestres de Poro Alegre foi estudar e
trazer esta essência em Montevidéu.
FONTES
BIBLIOGRÁFICAS
DAMASCENO, Athos (190241975). Artes plásticas no Rio Grande do
Sul (1755-1900) Porto Alegre :
Globo, 1971. 540p.
FLORES, Moacyr et
alii – TORRES da PROVÌNCIA História e Iconografia das Igrejas de Porto Alegre
Fotos de Edelweiis Bassis. Porto Alegre : Palloti 2004 104 p.
FRANCO, Sérgio da Costa (1928- ). Porto Alegre.: guia histórico. Porto Alegre : UFRGS, 1983, 441 p.
-----------PORTO ALEGRE situada um capitulo da
Revolução Farroupilha 1836-1840 (2ª ed.)- Porto Alegre: Cidade, letras
& vida - 2011 136 p. il.
GONÇALVES, Danúbio.
Ser ou não ser arte. Porto Alegre : Editora do Autor, 2003, 126 p.
MACEDO., Francisco Riopardense de. ( ) A
Arquitetura no Rio Grande do Sul . in
RIOGRANDE do SUL: Terra e Povo. Porto Alegre : Globo 1964
---------------Porto Alegre:
história e vida da cidade. Porto Alegre : UFRGS, 241p.
________. Porto
Alegre: aspectos culturais. Porto Alegre : SMED/Div. De Cultura, 1982, 122 p.
PORTO - ALEGRE, Apolinário (1844-1904).Populárium Sul-Rio-Grandense (2ª ed). (Lothar Hessel Org.) Porto
Alegre : UFRGS, 1976, 429p.
SARAIVA Glaucus (1921-1983) Manual do tradicionalista: orientação geral
para tradicionlistas e centros de tradições gaúchas. Porto Alegre :
Sulina, 1968, Coleção Meridional nº 09
SIMON, Círio. « O ensino das artes visuais no Brasil :
iluminismo e academia. In Caminhos para
a Liberdade
: A
Revolução Francesa e a Inconfidência Mineira (as Letras e as Artes). Porto
Alegre : UFRGS/PUCRS pp. 98-110 1991
----- - Clébio Guillon Sória num Galope Incessante. Porto Alegre:
Editora Letra 1 - 2014– pp.13- 59 – ISBN Nº
978-85-63800-07-7
VASCO
PRADO: A escultura em traço -Curadoria
e organização editorial de Paulo Amaral – Porto Alegre: EST Edições 2015 108 p.
Il.
ISBN
978-85-68569-10-8
Fig. 18 – A
complexa heráldica que identificou a Revolução Farroupilha é índice das
multiplicidade de paradigmas presentes no mundo simbólico de a REPÚBLICA das
CARRETAS. Porém, nesta acusação é possível identificar um dos traços do Sul-rio-grandense. Ele é o
resultado da imigração e das mudanças dos velhos continentes para o Novo Mundo.
Instalado e com o mínimo de recursos ele
penetrou no Oeste Brasileiros abrindo fronteriras agrícolas e oastris
que há muito ultrapassaram as fronteiras
do Brasil. Assim no cerne do cultivo das suas tradições está o mudança
permanentete econômica socal e política
FONTES
NUMÉRICAS e DIGITAIS.
CRONOLOGIA da REVOLUÇÂO FARROUPILHA
PERÌODO REGENCIAL BRASILEIRO
Bento GONÇALVES (1788-1847)
Carta de Bento Gonçalves ao Regente Padre Feijó do dia 20 de setembro de
1835
CASA BRANCA do
MORRO SANTANA ZH 20.09.2016
CONFEDERAÇÂO DO EQUADOR
https://pt.wikipedia.org/wiki/Confedera%C3%A7%C3%A3o_do_Equador
Imagem; Leandro MARTINS
Imagem; Leandro MARTINS
Duelo entre BENTO GONÇALVES e ONOFRE PIRES
ESTAMENTO
conforme FAORO e MAX WEBER
LENÇO FARROUPILHA
PADRE FEIJÓ
PERSONAGENS FARROUPILHAS
ANITA GARIBALDI
LANCHÃO SEIVAL
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA
GUERRA da CISPLANTINA
INDEPENDÊNCIA do URUGUAI
Decreto nº 01 de 15 de novembro de 1889 que Proclama a República de Bento
TELAS TOMBADAS pelo IPHAE
PODER ORIGINÁRIO
FACEBOOK
Fig. 19 – É
possível acusar a Revolução Farroupilha de a REPÚBLICA das CARRETAS. Porém,
nesta acusação é possível identificar um
dos traços do Sul-rio-grandense. Ele é o resultado da imigração e das mudanças
dos velhos continentes para o Novo Mundo. Instalado e com o mínimo de
recursos ele penetrou no Oeste
Brasileiros abrindo fronteiras agrícolas e pastoris que há muito ultrapassaram as fronteiras do
Brasil. Assim no cerne do cultivo das suas tradições está o mudança
permanente econômica social e política
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