1814-2014 – O BRASIL ATENTO a DOIS SÉCULOS de
GUERRAS ALHEIAS na BUSCA da HEGEMONIA PLANETÁRIA.
"Dominar o inimigo sem combater,
isto sim, é o cúmulo da habilidade"
SUN TZU - A Arte da Guerra
–
capitulo III - Plano de Ataque - aforismo 003
A observação preliminar,
antes de qualquer mal entendido, é distinguir
que o mestre chinês escreveu em relação à “ARTE
da GUERRA” e não da “CULTURA da GUERRA”.
CRUIKSHANK George -1792-1878
- O MUNDO das FADAS
Fig. 01 – O mundo da fantasia e da imaginação infantil
não é só um refúgio de uma cultura mas também constitui um índice. Índice dos
caprichos de um EU adulto impotente do mundo real. Refugio do SEU MUNDO e que
teme ser traído internamente e ser
espionado pelo MUNDO DOS OUTROS. A ilustração inglesa do século XIX para imprensa
popularesca e caricata britânica manteve e alimenta a intriga entre o SEU MUNDO
e o MUNDO DOS OUTROS. O seu mundo BOM e HARMONIOSO ó refúgio contra o mundo dos outros, essencialmente
CAÓTICO, INCOMPREENSÍVEL, portanto MAU e capaz de espionar e trair. MALDADE e
INJUSTIÇA que justifica qualquer guerra que ameaça à hegemonia do mundo BOM e
JUSTO inclusive a preventiva para aniquilar a raiz desta ameaça.
O Brasil esteve atento - e sem gritos - na sua maneira peculiar de praticar a ARTE da
GUERRA mantendo coerência com a norma milenar chinesa. O Brasil continua atento às motivações e as
formas de outras nações buscarem a hegemonia planetária. Como observador atento
e criterioso acompanhou uma sequência de guerras e ações de sua pacificação
desenvolvidas desde o Congresso de VIENA (1814-1815) até as recentes as ações
da ONU nas quais esteve envolvido direta e ativamente. Sequências ininterruptas
de guerras cujo núcleo continua sendo a busca de uma determinada nacionalidade
ou de uma ou outra forma de hegemonia
planetária.
Fig. 02 – A espionagem é movida pelo interesse no
alheio, na vontade de surpreender o
OUTRO num momento de sua fraqueza e pela desconfiança. A gigantesca rede de
espionagens entre as nações - que emergiram até novembro de 2013 - põem todos os espiões do passado num
amadorismo infantil. Espionagem numérica digital que, de fato, constitui a
continuação, por outros meios, das
guerras físicas posteriores à Revolução Francesa
Nesta atenção cabe
também a atual emergência da busca da hegemonia chinesa a partir de sua
soberania com reflexos na soberania
brasileira. Projeto de hegemonia cuja
origem era de uma ou outra ideologia no âmbito de uma cultura desenvolvida,
amparada e levada adiante por um ou mais estados nacionais federados.
Ideologias que seguiam a premissa: “o que
é bom para mim também pé bom para os outros”. Premissa que legitimava instalar,
desenvolver e reproduzir qualquer forma de moral coerente com os sonhos, os
projetos e os caprichos destes Estados nacionais que se sentiam suficientemente
fortes para praticar qualquer temeridade. A culpa e as suas consequências de um
eventual fracasso destes sonhos, projetos e caprichos eram assumidos pelos
lideres saídos do nada e que não custava culpar e aniquilar.
VERNET Emile-Jean Horace 1789-1863 - Polônia Vencida -c -1831
-óleo- 35 x 45 cm
Fig. 03 – A
nação polonesa este colocada entre os
temíveis exército prussianos e os nã menos temíveis cassacos e legiões dos
exército imperiais russos. A imagem do
pintor Emile-Jean Horace Vernet denunciava, em 1831, a terrível e implacável águia russa se apoderando de um príncipe polonês. Isto não impediu este artista se colocar
ao serviço do tzar russo que o recebeu
em São Petersburgo como príncipe...
Sonhos, projetos e
caprichos nascidos da compulsão gerada pelo aumento da população mundial e a
racionalização da produção tecnológica industrial. Produção, acúmulo e distribuição
que permitiam a vida de mais seres humanos num círculo vicioso. Estas novas
circunstâncias foram expressas pela derrocada da aristocracia de sangue e a
ascensão das massas populares ao poder estatal. A disseminação de informações -
falsas, verdadeiras ou parciais - detonaram estas energias acumuladas como
barris pólvora e que geram conflitos e catástrofes que a humanidade jamais
havia assistido antes.
VERNET Emile- Jean Horace 1789-1863 - O cachorro do regimento
ferido 1819 óleo 53 x 64 cm
Fig. 04 – A prioridade no cuidado com o bicho de
estimação do regimento e ferido no meio
de uma batalha na qual muitos soldados tombam mortal feridos faz lembrar o
adágio popular de que “mais vale um
cachorro do que um amigo cachorro” mundo
da fantasia e da imaginação infantil sendo espionado pelo mundo adulto numa ilustração
do século XIX. A imagem pode legitimar o
aparente mundo BOM e HARMONIOSO dos soldados de uma nação cujos sentimentos o
pintor quer exaltar contra o mundo dos inimigos, essencialmente MAU,
INCOMPREENSÍVEL e CAÓTICO portanto
justifica qualquer guerra que ameaça à hegemonia do seu mundo BOM e JUSTO.
Napoleão Bonaparte não
tinha sangue nobre. Era proveniente das massas populares como a grande massa
proletária emergente com a era industrial. Com esta credencial ele soube
magnetizar com a sua ousadia, encantar esta massa popular com a sua temeridade
pessoal. Encanto e magnetismo que ele soube usar para exigir sacrifícios nunca
vistos antes. Sacrifícios coletivos do povo francês e de todos os demais povos
emergentes que o admiravam e esperavam mudanças miraculosas provenientes desta
Razão sem sangue azul como eles.
Conta-se que Napoleão Bonaparte teria lido A ARTE da GUERRA de SUN
TZU. Mas deve tê-lo devorado como mais um produto da cultura industrial. Assim
entendeu a sabedoria do general chinês no seu repertório popular da época e o
transformou num projeto pessoal muito diferente e distante do original.
Esta superficialidade
deste ilustre leitor parecem são confirmados pelos relatos do CORREIO
BRAZILIENSE (VOL. XI. Nº 66. Novembro de 1813- pp.814-816). No texto a seguir alguns dos equívocos resultantes dos
projetos precipitados deste que ainda se equilibrava a sua precária coroa e no
trono francês.
FRANÇA.
Tem sido uma observação geral, que as conquistas
rápidas, e demasiado extensas, naõ pódem ser de duração: mas nunca o castigo da
ambição descomedida seguio de mais perto o crime, do que no exemplo de
Bonaparte. Teve este homem em seu poder findar a revolução Franceza, passar para
sua familia o throuo Francez, e dar paz e socego á Europa. Cuidaria alguém que
o alcance de objetos de tanta magnitude satisfariam a ambição de um
aventureiro, que á força de crimes chegou a ser soberano de uma naçaõ poderosa.
Mas naõ bastou isto: subjugou naçoens independente», e pacificas; metteo a
contribuição seus alliados, meditou a ruina dos maiores Impérios da Europa;
intitulou-se omnipotente; e expedio decretos em forma de prophecias.
USA -ÁGUIA BRANCA do MAR e
a sua PRESA- Guardian em 26.09.2013
Fig. 05 – O mundo
animal dos raptores e das espécies dominantes não só alimentou a
fantasia humana. A sua dominância foi traduzida destes tempos imemoriais em
ícones, nomes de guerreiros e estimulou
a imaginação infantil nesta cultura da hegemonia a qualquer custo.
No 3°. bolletim, datado de Berlin dos 10 de Novembro
1806 declarou, que o exercito Francez naõ sairia de Berlin até se naõ
entregarem as possessoens e colônias Hespanholas, Hollandezas, e Francezas, e
so fizeste uma paz geral. No bulletin n. 9 disse, que era necessário que a
presente guerra fosse a ultima, a fin de
que os que daqui em diante tomassem armas contra o povo Francez, conhecessem
bem o perigo de taes emprezas, e de suas inevitáveis conseqüências. Ao 26 de Outubro de 1806 proferiu no
Senado de Paris estas palavras : "Eu
parto dentro em poucos dias, para me por em
pessoa á frente do meu exercito ; e cora a ajuda de Deus coroar El Rey de Hespanha era Madrid; e arvorar as
minhas águias nos muros de Lisboa. Era 29 de Fevereiro de 1813, ja
depois de derrotado em Russia, declarou,"que estava satisfeito com seus alliados, que os naõ abandonaria, que
manteria a integridade de seus Estados, que
os Russianos voltariam para os seus horrororos climas.
Rev. John George WOOD - O
mundo dos crocodilos - c. 1863
Fig. 06 – O problema da luta das espécies vivas com as
demais - para a hegemonia na própria espécie onde o mais forte e competente
triunfa – atravessou não só as Ciências biológicas. As nações implementaram táticas, logística e
estratégias aprendidas nesta luta das espécies dominantes. Ao mesmo tempo
legitimava caçadas violentas para provar a superioridade dos caçadores. Estas
violentas caçadas pela caçada, levou
muitas espécies ao limite de sua extinção irreversível.
Tudo isto tem succedido pelo contrario. Elle foi
obrigado a sair de Berlin, e as colônias de Hollanda, e França longe de serem
restituidas, entraram com as que restavam no poder da Inglaterra. O pretenso
Rey de Hespanha he um triste fugitivo em França. Portugal está livre e
seguro; e as tropas Portuguezas e
Hespanholas invadindo o sul da França. Os Alliados com quem Bonaparte se dava
por satisfeito, longe de estar satisfeitos com elle, todos o tem abandonado; e
o norte da França corre tanto perigo de invasão como o sul.
Quanto ao estado interno da França, naõ pôde haver
duvida de sua consternação. Ho mui
difficil averiguar de um paiz estrangeiro, qual he a opinião publica em França;
mas todos os symptomas tendem a mostrar
que o Governo soffre uma grande agitação. Bonaparte exige uma leva de 300,000
homens. O Senado suspende a execuçaõ da Constituição, naõ permittindo a
renovação de uma terça parte de seus membros, que devia ter lugar. O ministério
tem uma mudança considerável, nos chefes de todas as repartiçoens. Tudo isto
prova a mais decidida agitação.
Sir George CLAUSEN - Respigadeiras
retornado para casa - 1904 - óleo
92.7 x 122.6 cm - Tate Gelerry
Fig. 07 – As guerras sempre deslocaram os cargos,
funções e os trabalhos na luta pela sobrevivência primária. O mundo feminino
teve de assumir tarefas e pesos desproporcionais a sua constituição. Enquanto
elas assumiam estas funções, os seus filhos, maridos ou pais estavam em combate
de vida e morte para se defender de
projetos de hegemonia de nações que se julgam no direito de desconsiderar tudo
este sacrifícios humanos fave aos seus “NOBRES, INEQUÍVOCOS e SAGRADOS DIREITOS
à HEGEMONIA, se POSSÌVEL PLANETÁRIA e DEFINITIVA”.
Se reflectimos além disto, que em todos os momentos
críticos desta revolução os Francezes se tiraram do embaraço momentâneo,
mudando a forma do Governo, e imputando ao antigo todos os males acontecidos,
posto que fossem quasi as mesmas pessoas, que compunham o Governo novo; nada
nos admiraria se víssemos Bonaparte deposto do throno; e algum outro Governo
substituído era seu lugar; e estamos persuadidos que as mudanças de ministério
naõ tem outro fim senaõ tentar a opinião publica a ver se estas mudanças
satisfazem; e se o descontentamento continuar, recorrer entaõ a mudança mais
radical,
Os successos da guerra, que recapitulamos em outra
parte, trouxeram a Paris Bonaparte, e a sua linguagem, era vez de profetizar
conquistas nao faz mais do que appellar para orgulho nacional Francez,
conjurando o povo a que se defenda da invazaõ que o ameaça.
Se a ruina do exercito exigio a leva de 300 mil
homens, a decadência das finanças obrigou ao expediente de duplicar os
tributos, espécie de vexame, a que até aqui naõ estavam os Francezes muito
accustumados.
Ao mesmo tempo que em Paris
se estavam apresentando á Imperatriz
Memórias de parabéns, que se pretendiam serem escriptas na Hollanda, os
Hollandezes estavam expulsando de seu paia as autholidadas Francezas, e
declarando a sua independência
NAPOLEÃO no HMS BELLEROPHON para SANTA HELENA por William
Quiller Orchardson (1832-1910) em 1880-
tela 165.1 x 248.9
cm
Fig. 08 – Os vencedores dominaram e agora conduzem o
vencida como troféu para o mundo que
controlam. O ex-imperador francês estava experimentando a verdade do velho
ditado guerreiro de que “com as baionetas
é possível FAZER tudo, menos permanecer sentados sobre as suas pontas”. Estava a caminho de uma ilha solitária na
qual os seus caprichos de um EU adulto tornavam
impotentes. O seu FAZER pelo FAZER, as suas longas marchas, as suas vitórias
arrasadoras e as humilhações impostas aos
soberanos e ao próprio pontífice, nada mais lhe valiam. Ao contrário
eram pesos arrasadores na sua memória
impotente. Aprenderia agora o “AGIR sem
AGIR” da milenar sabedoria oriental.
A confederação do Rheno está extincta, e todos os
principes de alguma nota, que pertenciam a esta forçada e violenta ligas tem
revoltado, e unido aos Alliados. A Suissa sacudio o jugo de seu pretenso Mediador ; e supposto, que por hora
sô se tenha declarado neutral, ninguém duvida que e»te seja o primeiro passo
para se resolver contra a França. O Tirol, e parte das costas do Adriático
incluindo o importante porto de Trieste obedecem já ao Imperador de Áustria, e
quanto á Itália, Eugenio Beauharnois, tem sido obrigado a retirar-se para aquém
do Adige, com o fraco exercito que commanda.
No entanto Napoleaõ continua a ter em prisaõ o Summo
Pontifice, e o legitimo Soberano da Hespanha; mas estas victimas da traição e
da aleivosia, naõ podem com seu captiveiro melhorar a condição do tyranno,
antes servem de fazer mais conspicua a sua horrorosa injustiça.
Em uma palavra, he chegado o momento em que Bonaparte
deve, sem remédio, ver humilhado o seu orgulho.
-*%%*».
Resta registrar a situação da cultura chinesa
em franca busca de hegemonia planetária e à sua maneira. Cultura que usa, em
novembro de 2013, a logística, os
argumentos a percepção de mundo dos seus
concorrentes. Estes se sentem prestigiados e trabalham voluntários nas grandes
metas do atual Estado chinês. Este não
entra em contradição com o seu passado milenar, pois sabe " dominar o inimigo sem cpmbater é o cumulo da babilidade" conforme lhe ensinou o seu mestre SUN TZU, na sua Srte da Guerra (capitulo II - Plano de Ataque -aformos 003) . Estado chinês que soube aplicar o ocidental
Carl Marx na sua busca de dominar o seu inimigo sem gritos e sem a rigidez de
um nacionalismo fixo e de um passado morto. Estado chinês possui logística,
argumentos e percepção de mundo bem
distinto da ex-União Soviética e de outras nações. Nações com ideologia fixa e
linear que seguia, a risca, a cartilha de “O Capital” sem terem a flexibilidade
resultante do repertório, da cultura e da sabedoria milenar herdados de um Lao
Tzé ou de um Sun Tzu.
http://historiarn.blogs.sapo.pt/2008/10/?page=2
Fig. 09 – O IMPOTENTE e SOLETÁRIO EU entregue à
NATUREZA de uma ilha solitária no meio do Oceano Atlântico Sul. Neste ambiente
a fantasia e a imaginação tentaram gerar
narrativas autobiográficas favoráveis a este EU desterrado. Como o presidiário julga-se - na sua cela - o mais inocente diante das mais inequívocas e
tangíveis provas do tribunal que o condenou
Enquanto
isto o moço francês tantas FEZ que acabou FAZENDO BESTEIRAS MONUMENTAIS. FEZ
tantas que foi para a panela de Santa Helena. Perdeu, neste caminho, o cetro e a
coroa imperial que ele mesmo se impusera. O exemplo de Napoleão não surtiu
efeito. No seu caminho de FAZER BESTEIRAS MONUMENTAIS seguiu um cortejo de
outros ditadores de todos os quadrantes. Estes continuaram a FAZER BESTEIRAS
MONUMENTAIS. Estas lições negativas e estes fracassos valeram ao Brasil continuar atento à
norma milenar chinesa. Nesta atenção busca reforçar as normas ARTE da GUERRA
que atravessaram incólumes guardando o seu sentido, natureza e a sua maneira peculiar
de praticá-las. Atento às motivação de
uma ou outra forma de imposição de outra nações e de ditadores que buscam
hegemonia planetária com reflexos imediatos na
soberania brasileira.
FONTE BIBLIOGÁFICA
SUN TZU – A
ARTE da GUERRA (3ª ed.). São Paulo: Martin Claret, 2013, 157 p.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
TURNER
e BATALHAS MARÍTIMAS
1914-2014 - UM SECULO de GUERRA
NAPOLEÂO
em SANTA HELENA
O EU
não é ARTE
John George WOOD 1827-1889
RESPIGADEIRAS
MÁGICO
de OZ DOMINANDO o MUNDO por Justin
GERARD
CHINESES
e VENEZUELANOS
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