BRIC’s e AFRICA ou as IMAGENS
REMASTERIZADAS, em 3D,
do COLONIALSMO.
Silenciosa e anonimamente
o colonialismo infiltra-se novamente trans-vestido com macro-estruturas que mais
tentam esconder do que revelar.
Imagem alterada por José Augusto
do jornal FALA BRASIL
Fig. 01 – As grandes populações de dois países do BRIC’s - de mais
de um bilhão de habitantes - se parecem
este paquiderme comandado por um bando de primatas e um solitário corvo.
Se a tradicional violência da ESCRAVIDÂO
LEGAL p desapareceu formalmente, na prática deu lugar a outras formas de dominação mais
sofisticada e implementada por seres
mais aptos e prepardos pra “levar vantagem em tudo”
O Colonialismo requentado saudosista
do seu próprio “passado de glória” está
se aprontando - com a mesma mentalidade - mas munido com toda a sua parafernália
eletrônica mediadora e mistificadora - para se apropriar, de novo, daquilo que sobrou das ruínas da sua própria
catástrofe social, política, militar e econômica das suas antigas colônias.
Como entrou nestas colônias - sem contrato com a população local e se retirou
sem contrato de forma unilateral - parece lhe que o episódio não se encerrou. Neste novo e trágico “Sonho de Verão” está longe de querer contribuir honestamente e ajudar,
agora. a quem já despojou uma vez de seu futuro e de onde já teve de bater em
retirada na maior desonra e banho de
sangue. Para iniciar o seu discurso -
por cima e por fora - unifica numa visão pétrea, fixa e linear aquilo que ele
julga serem os problemas “REAIS” do PODER ORIGINÁRIO.
The Guardian em 22.03.2012
Fig. 02 – A ESCRAVIDÂO LEGAL foi substituída pelas novas
formas de dominação e que levam
populações inteiras até a heteromia
absoluta movida pelo fabricantes de armas e de estrategistas do terror do
Estados hegemônicos que possuem dinheiro para produzir, comercializar e usar
estas armas,
O colonialismo
remasterizado saudosista no seu discurso por cima e por fora coloca o OUTRO sob
denominação única e sob a égide do seu próprio projeto da eterna e indecorosa
dominação. Arroga-se o direito - solitário e unívoco - para deliberar ou
decidir antes, durante e após qualquer ação e sem o menor contrato celebrado
sob qualquer luz natural ou artificial.
Augusto RODIN - Porta do Inferno
- 1880-1917
Fig. 03 – O Pensador
colocado na PORTA do INFERNO por Auguste RODIN é uma imagem da distância de
um pensamento platônico e a realidade empírica
O “Sonho de Verão” do Colonialismo remasterizado e saudosista denomina-se
agora de BRICs. Este conjunto compõe-se basicamente de nações que
sofreram as injúrias e as injustiças do colonialismo, da escravidão e do “apartheid”
social, econômico e cultural, no seu passado recente, e mesmo continuam no
presente. Tudo isto deve ser esquecido a favor daqueles que atingiram agora um
invejável nível civilizatório, bem estar social e técnico. Mas que ninguém
questione ou levante as fétidas origens deste estágio que deve ser mantido e,
se possível, aumentado perpetuamente.
Foto de Stephen HALL na Etiópia
Fig. 04 – A ritualização da educação - e a sua imposição - não
parte de um PODER ORIGINÀRIO orgânico que a considere como importante e nem ao
menos significativa para o cidadão
constrangido a adotar hábitos, costumes coerentes com o seu modo de vida
que levará pelo resto da sua existência. Muito menos é um ato civilizatório
especialmente se é inteiramente formal. No Brasil, em especial as Missões Jesuíticas
produziram parcos efeitos duradouros na medida em que se desfaziam as estruturas
coloniais de dominação. Mesmo o europeu
civilizado, ao mergulhar de retorno às sociedades e culturas primitivas, adotou
crenças, hábitos e mentalidade dos nativos chegando a prática da antropofagia ritualística
dos primitivos ameríndios.,
Certamente não
cabe aos vizinhos do Hemisfério Sul questionar esta História. Contudo a
História não se repete, a não ser sob uma farsa que, em geral, culmina numa
tragédia como aquelas de 1929, de 1914 ou de 1870. Tragédias nas quais os PREJUÍZOS
foram amplamente socializados, antes, durante e após estas catástrofes, com as
colônias das nações afetadas. Contudo as metrópoles coloniais usufruíram os LUCROS antes, durante e após estes eventos. Diante
da contemplação das GLÓRIAS PASSADAS não falta ânimo para as novas regiões
repetirem a fórmula. Este ânimo pela GLÓRIAS do PASSADO está associado ao
PATRIMÔNIO IMAGINADO e que segundo Maquiavel ”os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do
patrimônio” (O
Príncipe[1]
Cap XVII). Certamente os agentes ativos e diretos do Colonialismo já
são “pais mortos” há muito tempo. Mas
permanece viva a sua cobiça....
Fig. 05 – Os monstrengos da ESCRAVIDÃO LEGAL construiu - não só as atuais cidades
inabitáveis – mas também impraticáveis no tempo presente. Contudo não adianta
denunciar e caricaturar o mundo empírico se o mundo mental continua fabricar
monstrengos como os BRIC’S e tornar a “AFRICA
CELEIRO do MUNDO”, A mentalidade torna-se imediatamente realidade. Napoleão
Bonaparte já registrava que “onde passam os
DISCURSOS da GUERA... dez anos depois PASSAM OS CANHÕES”.
Os farsantes ou os
candidatos a mágicos possuem como seu objetivo transverter os mesmos países que
foram objeto do COLONIALISMO EUROPEU para atingir os mesmo objetivos.
TUBARÃO em G1 em 19.03.2012
Fig. 06 – Antroposfera na admite concorrente algum e provoca
ciúmes e mortandade em espécies que possuem alguma qualidade que o homem na
possui mais. Violência e a agressividade
do dominador - visível nesta figura - fizeram prosperar a ESCRAVIDÃO LEGAL para
númerosas outras vítimas do sistema,
Estes mesmos farsantes
ou os candidatos a mágicos estão projetando uma África ideal como sendo o celeiro
do mundo. Realizam isto por meio de um
colonialismo requentado e sem perguntar aos seus milenares habitantes se querem
ou podem ser este celeiro da humanidade. Neste meio tempo a escravidão evolui
de métodos, formas e se transfigurou. Agora mantém os seus cativos nas pobres e
miseráveis aldeias os seus habitantes e sem o holocausto visível no
deslocamento destas populações. O esquema já está sendo implementado e permite
vender sete rosas cultivadas na África, em Paris, abaixo de 2 euros. O holocausto africano agora é realizado pelos
gases dos mais fortes agrotóxicos, herbicidas e fungicidas químicos e no meio
de paraísos floridos e cercados pela mais altas vigilâncias físicas e
legalistas. As vitimas estão “livres”
para morrerem sozinhas e desamparadas nas suas próprias miseráveis e pobres
aldeias. Elas só percebem o logro e os prejuízos quando meliante já vai longe carregando
as sis sua vidas, trabalhos e sofrimentos e falta de qualquer outra alternativa
honesta e justa.
Artemisia GENTILESCHI (1593-1654)
- Judith e Holofernes (1612)
Fig. 07 – Esta rara pintora feminina do século XVII evidencia
nesta imagem a vingança contra violência e a agressividade do dominador pela
aplicação da antiga norma do DENTE PELO DENTE – OLHO PELO OLHO. Ao poupar a
vida ao seu inimigo a humanidade, ela abriu a porta para a ESCRAVIDÃO LEGAL, Contudo esta vingança tornou vitalício este
estatuto. Assim que nascia escravo não tinha nada a ver como CRIME do PAI. É
sabido que ESCRAVO NÂO LIBERTA
ESCRAVO. Só projetos civilizatórios compensatórios da violência e instituições
que se opõe frontal e contratualmente com a escravidão, podem reverter esta
herança que renasce dentro das leis do darwinismo.
Capitais, que não sabem onde
se esconder, transfiguram-se em argumentos irrestíveis na boca, mente e mãos de
meliantes sem fronteiras e escrúpulos. Meliantes que invadem, virtual e depois
fisicamente, as fronteiras nacionais. Ali praticam atos sem a menor consulta
aos habitantes destes países e continentes. Como inexistem contratos coletivos as suas
façanhas criminosas são lhes possíveis praticar à margem e a revelia do PODER
ORIGINÁRIO destas NAÇÕES e sem sanção de espécie alguma. O conhecimento, propiciado
pelo Iluminismo e pela Razão, serve-lhes apenas para atilar, refinar e tornar
mais poderosos e subliminares os pseudo contratos que estes criminosos exibem e
usam como escudos legalistas.
n SPIEGEL 28.03.2012
Fig. 08 – O espetáculo grotesco da “CAÇA aos CORRUPTOS e BRUXAS” e as “CAMPANHAS da MORALIDADE PUBLICA” trazem de retorno os mesmos
argumentos da SANTA INQUISIÇÃO. Em vez das fogueiras públicas medievais, os expedientes
LEGAIS ILUMINISTAS SUPERLOTAM CÁRCERES,
longe dos olhos do público e atendidos por mercenários ao estilo de Abu
Ghraib de BAGDAD. Estes expedientes LEGAIS ILUMINISTAS possuem
o dom de potencializar e até legitimar a violência e a agressividade, fazendo
prosperar o caminho rumo à ESCRAVIDÃO LEGAL como aqueles do regime nazista
que iniciou, lenta e progressivamente, até desembocar na barbárie mais primitiva e
universal. A Rússia estalinista ou a própria Revolução Francesa haviam
experimentado este caminho rumo à Natureza mais brutal e sinistra em nome e sob
a cobertura destes expedientes LEGAIS ILUMINISTAS.
A idéia do BRIC vem de
cima (Hemisfério Norte) e por fora. De fora e procedentes de países com graves
problemas econômicos e Crise que é impossível negar. BRIC’s compõe-se
basicamente de nações que sofreram, no seu passado recente, e mesmo no
presente, as injúrias e as injustiças do colonialismo, da escravidão e do
apartheid social, econômico e cultural.
Toda a comparação é
odiosa. Tanto aqueles que foram incluídos ou excluídos do estapafúrdio BRIC.
Dominados e caracterizados por agentes externos sem menor fundamento científico
Fig. 09 – O caminho rumo
à Natureza é semeado de violência e a agressividade do dominador brutal e sinistro. Violência e
agressividade constitui uma herança genética e que é reforçada por circunstância
empíricas externas à esta herança. A civilização é um frágil verniz artificial,
que cobre esta realidade herdada e condicionada e no interior da qual flui o poder, conforme demonstrou Michel
Foucault. A competência da reflexão humana é desviada e distorcida, no seu foco, pelos interesses - mais variados e diretos
- e construções mentais desconectadas ou longínquas de um ponto de equilíbrio
homeostático entre todas estas forças em jogo a cada instante e a cada ação
humana. Se este ponto se materializa, no cenário de uma civilização, raramente
é reconhecido como tal no momento deste equilíbrio instável.
Nunca custa criar e
impor coloridas “pirâmides” e armar
expedientes nos quais os seus organizadores sempre saem ganhando. Assim conseguem
socializar os seus atuais e crescentes prejuízos, ao mesmo tempo, esperar a colheita
dos lucros que evidentemente ficarão exclusivamente só com os organizadores
deste tipo de COLONIALISMO REMASTERIZADO.
Fig. 10 – A confiança demonstrada nas ferramentas e nos métodos
- resultantes das aplicações da tecnologia mais avançada - podem ser
corrompidos por variados interesses e
construções mentais desconectadas ou longínquas do equilíbrio homeostático
entre as forças em jogo a cada instante e a cada ação humana. As
guerras, as armas sofisticadas e toda logística nas mãos de mentes criminosas
podem corromper decisões políticas, étnicas, religiosas e que se expressam em
números e cifras econômicas. Cifras que buscam escamotear, ao máximo, a sua
origem no TRABALHO HUMANO digno e civilizado dos OUTROS.
FONTES:
FOUCAULT,
Michel (1926-1984). Microfísica
do poder. Rio de Janeiro : Graal, 1995. 295.
Abu Ghraib
APARTHEID
BRIC’s
OPINIÃO NORTE AMERICANA sobre o
BRASIL em 2012
REMASTERIZAÇÃO
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