COMPETÊNCIAS e LIMITES da SOBERANIA de uma NAÇÃO.
Fig. 01 – No dia
06 de fevereiro de 1818, Dom JOÃO VI foi o último soberano de PORTUGAL a tomar
posse como monarca autocrático e acima da Constituição[1],. Ao
jurar a Constituição ele abdicou da condição monocrática e centralista dos seus
antepassados Porém com monarca não havia exercido estas prerrogativas
ancestrais e nem reivindicava a sua origem divina.
Em Portugal brotavam, por
toda parte, em julho de 1820, as drásticas mudanças posteriores ao período das
invasões napoleônicas. Mudanças que eram alimentadas pelo fluxo das ideias das
revoluções norte- americana e francesa cristalizavam-se em ideologias liberais.
Em todo território continental lusitano estavam sendo testadas as novas
competências e os limites de um regime multissecular monocrático
[1] https://ensinarhistoriajoelza.com.br/linha-do-tempo/coroacao-de-d-joao-vi/
- Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
Fig. 02 – Ao
retornar a Portugal.om JOÃO VI, já como rei constitucional, alen do filho deixou
no Rio de Janeiro os signos externos de sua monocracia anterior, Assim a
GALEOTA REAL foi ao museu da MARINHA BRASILEIRA. Foi no Rio de Janeiro que
deixou as prerrogativas ancestrais do monarca
absoluto, monocrático e de origem divina
No
Brasil de julho de 2020 estes mesmos
limites e competências, da soberania de uma NAÇÃO, ainda NÃO foram compreendidos e assimilados. Uma ABSURDA ESPERANÇA num DEMIURGO
IMPROVISADO SUBSTITUIU o TRONO. Esta
ESPERANÇA alicerça-se na MENTALIDADE COLONIAL e nos EFEITOS PERVERSOS e
ALIENANTES da SERVIDÃO. O DEMIURGO IMPROVISADO
e SEM INTELIGÊNCIA não SABE qual é o seu PAPEL na MUDANÇA da ERA INDUSTRIAL
para uma ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL. Para ele a
CONCEPÇÃO de NAÇÃO numa ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL é algo IMPONDERÁVEL e ESFUMAÇADO.
Fig. 03 – O
confuso panorama político, econômico, de saúde, de educação cultural vivido
pelo BRASIL em JULHO de 2020 no meio de um populismo sem LIMITES, messianismo e enfreamento de ideologias irredutíveis abre espaço para a fragilização crescente da COMPETÊNCIAS de uma NAÇÃO Nesta esfera poluída abre-se espaço
e ocasião para monarcas inconstitucionais que se arrogam prerrogativas
ancestrais e reivindicam a sua legitimidade
de origem divina
CORREIO BRAZILINSE VOL . XXV . N° 145.
K 74. pp,70 -77 Miscellanea JULHO de
1820
Refiexoens
sobre as novidades deste mez. REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E ALGARVES.
Estado actual de Portugal.
Occupamos-nos no N.° passado, em
discutir a questão agitada, sobre o futuro destino, que convém a Portugal; e
como as opinioens oppostas ás nossas parecem ter tido alguns advogados entre os
estrangeiros, naõ será inútil, que, voltando á matéria, examinemos alguns
argumentos, que se tem produzido de novo sobre o mesmo assumpto. Antes de
passar a diante declaramos, pela centésima vez; que, expondo os males de
revoluçoens súbitas, naõ approvamos, nem ainda desculpamos as faltas, e os
erros de administração, que precisam de remédio e reforma ; a nossa intenção
sempre tem sido, traçar a linha de limites, entre a correcçaõ dos abusos, e a
total subversão da ordem estabelecida ; e ainda que tenhamos contra nós os
partidistas de ambos os extremos ; uns, que naõ querem reforma ou alteração
alguma, outros, que se naõ contentam com menos do que a total annihilaçaõ de
todas as formas actualmente em uso ; desejamos, com tudo, que nossas opinioens
sejam definidas ; para que a contrariedade, que encontrarmos, pelo menos naõ
seja fundada em falta de intelligencia de nossos princípios.
Fig. 04 – Estes monarcas inconstitucionais arrogam se
prerrogativas ancestrais e reivindicam a
sua legitimidade de origem divina das glórias passadas foram cultivadas no
imaginário lusitano. No inconsciente coletivo brasileiro nunca se apagaram as memórias forma cultivadas
carinhosamente nos seus azulejos e nos
versos do Lusíadas. Já no inconsciente volitivo Portugal esta memória e legitimável como toda nação territorialmente pequena,
teve de cultivar uma vigorosa identidade nacional para empreender as conquistas
e a expansão para terras não europeias
Que alguns ralhadores, ou políticos
de botequim, se enfadem, por nós havermos dicto, que a Corte do Rio-de-Janeiro
deve adoptara Política Americana, he erro desculpavel, em quem naõ alcança a
mais; porque julgam que entendemos por Política Americana e Ministério
Braziliense, o serem os Ministros nascidos no Brazil, ou talvez no
Rio-de-Janeiro; se he que naõ limitam seu pensamento a que os Ministros, que
formassem aquelle Gabinete nascessem juncto á fonte do Carioca. Mas se de boa
vontade deixamos o desabafo de fallar á tóa a essa gente, que, andando ás
apalpadelas, só por accaso poderiam atinar com as opinioens, que Estadistas
pronunciam, naõ podemos consentir que passe
da mesma sorte o que dizem homens de reputação, que, sendo bons juizes da
matéria, falharam por fundarem seus raciocínios em factos, de que só tiveram
erradas informaçoens. Desta classe he sem duvida Mr. De Pradt; e como seu
dictame he de considerável pezo no mundo político, convém examinar o que elle
disse sobre a nossa questão. Mr. De Pradt, pois, em um opusculo, que
recentemente publicou, sobre " a actual revolução de Hespanha e suas
conseqüências," traz uma passagem que vamos examinar, porque parece muito
ter favorecido a opinião daquelles Portuguezes, que recommendam a separação de
Portugal do Brazil : e diz assim :— *' Naõ he por uma conquista material, que a
Hespanha pôde influir sobre Portugal, mas sim por uma conquista moral. Parece
que o espirito de improvidencia tem até agora governado Portugal, e que tem
preparado seus destinos, assim como os de outros paizes. El Rey está ausente, e
deixou de ser Portuguez para ser Braziliano. Ja naõ pôde voltar á Europa, sob
pena de perder o Brazil. Consequentemente Portugal está ja para sempre
abandonado por seu Soberano ; e, como tal, condemnado a soflrer uma regência eterna.
Todo o dinheiro de Portugal vai agora para o Brazil, quando d'antes do Brazil
vinha a Portugal Todos os seus negócios saõ agora decididos no Brazil ; isto
he, a uma distancia immensa ; e os recrutas de Lisboa, Coimbra e Porto estaõ
condemnados a ir morrer a Pernambuco e Monte-Vedio.
Fig. 05 – A
situação privilegiara de Recife transformou o seu porto como um ponto obrigatória
de comercio e das ritas dos navios lusitanos, A
fortaleza so BRUM pe uma das custosas
praças de guerra do rosário de fortalezas que guarneciam tidas as
fronteiras da colônia brasileira. Neste aspecto militar os LIMITES e as
competências estavam no estreito controle de Portugal e onde todo oficial era alguém nascido e educado em Portugal.
E para que nada faltasse ao systema,
nomeou-se para o commando do exercito Portuguez um General Inglez, o Marechal
Beresford; porém naõ lhe deram um exercito Inglez para o sustentar. Ja em 1817
houve militares Portuguezes, que intentaram expulsállo, e dar á sua pátria um
Governo nacional. E pergunto agora ; ¿ éra possível combinar, ou accumular,
para assim dizer, mais razoens, para que Portugal queira stguir o exemplo de
Hespanha ? Com tudo, Portugal nunca será conquistado pela Hespanha ; porque ha
incompatibilidade entre os dous povos. Além de que, como sempre toda a causa
grande produz seu prompto effeito, deve inferir-se, que os acontecimentos de
Hespanha, excitando fortemente a attençaõ de Portugal, naõ tardarão muito em
induzíllo a acabar por uma vez com este estado afnictivo, em que se acha.
Procurará ter um rey, que resida no paiz, e que seja independente do Brazil; e
porá o novo throno ao nivel dos mais thronos constitucionaes, que se vaõ
levantando na Europa. Naõ nos causaria admiração, que este movimento fosse
feito pelo exercito, visto o exemplo quelhedeoo exercito Hespanhol. O exercito
Portuguez naõ tem mais vontade de ir ao Brazil, do que o Exercito Hespanhol
tinha de ser transplantado á America. Ha além disto em Portugal um motivo mais,
que naõ havia em Hespanha; e he o haver ali um General estrangeiro; cousa
sempre odiosa e insultante aos olhos de qualquer naçaõ " Se Mr. De Pradt
houvera consultado a Historia Portugueza, naõ attribuira á residência d'El Rey
no Brazil queixas, que nenhuma connexaõ tem com essa residência.
Recife em 1855
por Friederich HAGEDORN
Fig. 06 – Recife
teve um desenvolvimento urbano continuado e sustentado pelo seu ativo comércio
e trocas com o vasto império lusitano Guardou
e cultiva ainda os vestígios e memórias de todas etapas de sua História como o
período entre a dominação holandesa e retorno das autoridades lusitanas[1]. Em 1817 Pernambuco perdeu
uma grande porção das terras da capitania em consequência do fracasso e da violenta
repressão lusitana da REVOLUÇÃO o que lhe tirou muito dos recursos econômicos dos três primeiros séculos de existência
Começa Mr. De Pradt dizendo, que El
Rey deixou de ser Portuguez, para se fazer Braziliano. Saõ isto vozes vagas, a
que mal se pôde fixar determinado sentido; porque, se nisto considera somente o
lugar da residência d'El Rey, esta residência naõ determina o character d'El
Rey, em ser Portuguez ou Braziliano, nem também essa residência, só de por si,
decide do character de suas medidas. Nós temos sustentado, em outros N°s ., que
o Ministério da Corte do Rio-de-Janeiro deve adoptar uma Política Americana; e
se El Rey se mudasse á manhã para Lisboa, insistiríamos ainda, que o Ministério
da Corte de Lisboa deveria adoptar a mesma Política Americana, que
recommendamos. Logo a residência d'El Rey, no Rio-de-Janeiro ou em Lisboa, naõ
deve, segundo nós, characterizar El Rey ou suas medidas de Braziliano ou de
Portuguez, (pondo estes nomes em contraposição um do outro.) A razaõ porque assim
recommendamos a Política Americana, resida El Rey aonde residir, he porque
julgamos que naõ se devero considerar Portugal e Brazil como dous Estados
separados, mas como partes da mesma Monarchia; e, suppondo esses Estados assim
constituídos, a razaõ, porque recommendamos a Política Americana, he, que, nas
circumstancias actuaes do Mundo Político, a maior consideração da Monarchia
deve resultar de sua influencia nos negócios Americanos, e naõ de suas
ligaçoens com o systema Européo. O Brazil, na America, pôde ser o primeiro
Estado em grandeza, entre seus vizinhos : Portugal, na Europa, nunca será senaõ
uma potência mínima, na contemplação dos mais Estados Eurnpeos. Daqui
concluímos, que a Política geral, que deve adoptar o Governo do Reyno Unido,
deve ser aquella, que dictar a parte mais influente da Monarchia, e de que mais
bem possa resultar ao todo. Donde se segue, que, seja aonde for a residência
d'El Rey, a Poütica que deve seguir-se, para os interesses da Monarchia toda,
deve sempre ser a mesma. Quando de Pradt diz, que El Rey, por isso que reside
agora no Rio-de-Janeiro deixou de ser Portuguez, se expõem a que lhe
retorquamos, que se El Rey voltar a residir em Lisboa, seja temporária, seja
constantemente, deixará de ser Braziliano; principio, que naõ se pôde admittir,
unia vez que se admitta a unidade da Monarchia ; e que toda ella seja regida
pela mesma política, e pelos mesmos princípios de administração. Do contrario teríamos
de ver mudado o syctema de governo da naçaõ, todas as vezes que as circuinsíancias
exigissem a passagem d'El Rey de uma província para outra.
Frans
POST vista de Recife no seculo XVII
Fig. 07 – A cidade de RECIFE guarda profundas
influência da cultura holandesa e hábitos de comércio e de trocas comandadas por agentes vindos de todas
as partes do REINO e fora dele..Pernambuco foi a capitania do Brasil que mais se
envolveu ni clima do mercantilismo europeu. Este fato criou um classe social,
econômica e política que aderiu a Revolução de 1817 e em 1820 teve abafado o
MOTIM a favor da REVOLUÇÃO LIBERAL do PORTO[1]
Segue, depois, Mr. De Pradt com a
queixa de que o dinheiro de Portugal vai agora para o Brazil, quando outrora
vinha do Brazil para Portugal. Naõ sabemos quaes foram os cálculos
estatísticos, em que Mr. De Pradt fundamentou esta asserçaõ; mas, racionando
pelos principies geraes de economia politica, a salda do dinheiro de Portugal
para o Brazil, ou do Brazil para Portugal, naõ deve depender do lugar aonde El
Rey reside, mas sim da natureza das transacçoens mercantis entre aquelles dous
Estados
Fig. 08 – Uma das amostras do poderio pernambucano está nesta CASA de DETENÇÃO. È
um índice da magnitude dos APARELHOS AVERSIVOS do ESTADO LUSITANO Os insurretos da REVOLUÇÃO de 1817 como os
participantes do MOTIM de 1820 terminaram e tiveram os seus planos frustrados e aniquiladas nesta CASA de DETENÇÃO.
Por vários annos, antes da mudança
d'El Rey para o Brazil o dinheiro de Portugal para Pernambuco, para ali comprar
algudaõ. A razaõ disto naõ éra o lugar da residência d'El Rey, pois elle
residia entaõ em Lisboa; mas succedia assim ; porque as exportaçoens de
Pernambuco para Portugal eram mais importantes do que as importaçoens de
Portugal em Pernambuco, o que necessitava o pagamento do balanço em dinheiro.
Se os productos, que de Portugal se levarem ao Brazil, importarem em mais do
que os productos que em retorno vierem do Brazil a Portugal, por força ha de
vir dinheiro para pagar o balanço : mas, se os productos do Brazil forem mais
importantes que os de Portugal, na sua troca, he também forçoso, que vá de
Portugal o dinheiro para pagar o balanço; e os princípios de economia política
mostram, que assim deve succeder, resida El Rey aonde residir.
Fig. 09 – Os precários, lentos e imprevisíveis meios de transporte das riquezas produzidas
na grande capitania de Pernambuco chegavam muito dificuldade ao porto de Recife
As incertas estradas sem grandes manutenções limitam ainda mais as competências deste comercio.
Agora, se a queixa fosse, que o Governo naõ
busca os meios de favorecer esse commercio de Portugal, e que essa falta no
balanço commercial dos dous paizes se podia remediar sem detrimento de nenhum
delles; tal queixa seria attendivel; e nós mesmo a temos por mais de uma vez
produzido; mas attribuir a balança desfavorável do commercio em Portugal á
residência d'El Rey no Brazil, he desconhecer o verdadeiro estado do commercio
entre os dous paizes, e as causas, que operam para a sua presente situação
relativa. Tem-se allegado, que os fidalgos, que acompanhavam a Corte, tirando
para o Rio-de-Janeiro as rendas, que tem ein Portugal, fazem com isso uma fonte
por que se esgota e passa o numerário de Portugal para o Brazil; ora isto he
attribuivel á residência d'El Rey no Rio-de-Janeiro. A este argumento
respondemos; 1.° que as rendas desses poucos fidalgos, he cousa mui
insignificante, comparada com o commercio do Brazil, para que pudesse influir
no seu balanço. 2." Que nem mesmo essas poucas rendas dos fidalgos iriam
em numerário para o Brazil, se a balança do commercio fosse vantajosa a
Portugal; porque nesse caso fazia mais conta aos mesmos fidalgos e seus agentes
o fazerem as remessas em gêneros do que em numerário. Logo aqui mesmo se
enganam os que pioduzem este argumento; porque tomam o effeito pela causa. Vai
o dinheiro porque o balanço he desfavorável; e naõ he o balanço desfavorável
porque vai o dinheiro. A terceira allegaçaõ de Mr. De Pradt he, que os negócios
de Portugal se vaõ decidir ao Brazil, e que as recrutas de Lisboa, Coimbra e
Porto vaõ servir no Brazil. Se Mr. De Pradt consultasse a historia Portugueza,
acharia a cada pagina, que a circumstancia de irem tropas de Portugal ao Brazil
naõ resulta da residência d'El Rey ali. De Portugal foram sempre tropas para a Índia,
residindo El Rey em Lisboa. De Portugal foram constantemente tropas para o
Brazil, e ainda agora existem ali os regimentos de Bragança, Moura, e
Chichorro, que de Portugal foram para o Brazil, ha mais de 30 annos, e entaõ
residia El Rey em Lisboa: se essa, pois, foi sempre a practica ¿ como se pôde
attribuir agora á estada d'El Rey no Brazil, a saida das tropas de Portugal
para a America ? O mesmo dizemos, a respeito de ser um general estrangeiro,
quem commanda o exercito de Portugal.
Friedrich von Schomberg/ Schönberg (1615–1690)
Fig. 10 – Portugal
recorria à tradição dos “CONDOTIERI” ITALIANOS ao contratar comendantes
estrangeiros para o seu exército, que atuavam como contratados viessem de onde
viessem. Os Estados anteriores à ERA INDUSTRIAL não exigiam nacionalidade. De outra parte várias nações ainda
recorrem a contratação de mercenários e
legiões estrangeiras
Repare Mr. De Pradt na historia de Portugal, e achará
os nomes de Schomberg, Lipe, Goltz, e outros, que todos foram generaes
estrangeiros, que commandáram o exercito de Portugal, estando El Rey em Lisboa.
Condenine-se a practica como má; ou argumente-se contra a existência de causas,
que a tem feito necessária; mas succedendo isso sempre, quando El Rey estava em
Lisboa, naõ se attribúa agora uma practica antiga á residência d'El Rey no
Brazil. De Pradt, julgando incompatível com o gênio das naçoens Hespanhola e
Portugueza a sua uniaõ em um só estado, decidese por que Portugal estabeleça o
seu Governo independente. Os do partido Hespanhol, que saõ pela uniaõ, querem
que essa antipathia das duas naçoens esteja extincta, e que os interesses
mútuos devem levar ambos os povos a formarem uma só naçaõ. Deixamos por óra
esta hypothese, para seguirmos com a de Mr. De Pradt. Se suppozermos Portugal
uma Potência separada do Brazil, e deixada inteiramente a seus recursos, he
impracticavel que pos- »a obter meios com que resista á ambição de Hespanha.
He. absurda a idea de que em uma guerra, entre duas potências tam desiguaes,
possa Portugal manter-se em similhante contenda. Se argumentarem, que alguma
potência estrangeira protegerá Portugal, para impedir que a sua accessaõ á
Hespanha augmente demasiado o poder desta; entaõ essa potência auxiliadora será
de facto a que governe Portugal, posto que este seja no nome independente. A
demais, quando algumas potências da Europa se oppuzéram á uniaõ de Portugal com
Hespanha, éra em tempo em que ambos os reynos possuíam importantes colônias,
cuja reunião debaixo de um só sceptro causava justo zelo ás demais naçoens
Europeus; mas suppondo Portugal sem Brazil, e a Hespanha, como se acha, privada
de grande parte de suas antigas colônias, já naõ he da mesma importância o
impedir que Portugal se uma á Hespanha; e assim mui precário seria o apoio
estrangeiro, com que os Portuguezes quizessem contar,sobre este fundamento,
para se oppôrem á ambição e poder dos Hespanhoes. Mas ainda mantida a
independência de Portugal, debaixo da protecçaõ de algum estrangeiro, os
Portuguezes fariam na Europa a mais triste figura, emparelhando na Soberania
com Estados vizinhos ou aluados, a quem naõ poderiam sequer arremedar na
grandeza
Fig. 11 – As
vastas rotas dos reinos ibéricos cobriam todo o planeta, Estas rotas globais funcionar com
regularidade pela primeiras vez na história da humanidade , As
outras nações concorrentes aprenderam rápida mente estes caminhos, Foi quando
os “portulanos” valiam ouro, Hipólito José das COSTA mirava para manter estas
ritas e trocas. Assim não se entusiasmava pela soberania isolada do Brasil que
iriam destruir este se sonho
Outra, porem, e mui diversa he a
prospectiva, quando se considera Portugal unido com o Brazil, e este mantendo
no novo mundo a graduação e influencia que lhe competem. Entaõ os interesses
políticos e commerciaes da America faraõ um contrapezo aos da Europa; e tendo
nisso o Brazil sua devida parte, Portugal gozará igualmente dessa vantagem. Se
o Brazil ganhar na America aquella ascendência, que sua posição e recursos lhe
dam direito a esperar, Portugal participará da mesma consideração no Mundo,
como parte integrante da Monarchia, e se ambição de Hespanha naõ achasse
obstáculo na pequenhez e fraqueza de Portugal, teria com tudo de hesitar, antes
que provocasse a inimizade do Brazil, apoiado, na nossa hypothese, pelas
combinaçoens políticas do resto da America.
Fig. 12 – Enquanto Portugal alimentava o seu imaginário com as suas glórias passadas is britânicos estava usando
e inventando novos teares para produzir tecidos cadas vez nais baratos e
escala. Portugal era o cliente e mercado cativo inglês, após o tratado de Methuen, reforçado pela proibição, de Dona Maria I,
da existência se qualquer máquina iou industria ni seu reúno
Este argumento era defendido constatemente
por Hipólito Jose da Costas para que o
BRASIL não declarasse unilateralmente a sua SOBERANIA e a separação do Mundo
Lusitano
Enquanto isto em Portugal brotavam, em julho de
1820. por toda parte as drásticas mudanças posteriores ao período das invasões
napoleônicas, o fluxo das ideias da das Revoluções norte- americana e francesa
cristalizavam-se em ideologias liberais. Muitas destas facções sonhavam com um BRASIL subjugado e fornecendo
o OURO das suas MINAS, a AÇÚCAR BARATO e
o PAU BRASIL para arcar com as suas fantasias de hegemonia lusitana sobre o
Brasil
Fig. 13 – Em
julho de 2020 o Brasil é agitado pelo GRITO de ESVAZIAMENTO do Congresso e o
fim do Poder Judiciário autônomo. Este GRITO pede insistentemente a volta do MESSIAS , do MITO e do CAPITÃO, A revelia da leis, dos contratos vigentes e
da Constituição estes momentos si ignificam o retomo do PODER MONOCRÁTICA sob o
comando do um ÚNICO CHEFE onipotente, onisciente, onipresente e eterno. Na prática este POPULISMO pede e aprova um REI MONOCRÓTICO e um TRONO para ELE.
Enquanto isto a ECONOMIA, a MÃO de OBRA
REGULAR e as sadias RELAÇÕES INTERNACIONAIS de BRASIL estão em FRANCA retirada
de cena.
Em julho de 2020 a NAÇÃO BRASILEIRA ainda assiste
e é compelida ao jogo no qual as competências e os mesmos limites da soberania são tolhidos e amesquinhados
pela MENTALIDADE COLONIAL e pelos EFEITOS e resíduos ativos da SERVIDÃO lusitana
Fig. 14 – O
poder monocrático baseia-se na sucessão familiar e no nepotismo. Diversas
dinastias de chefes de estados latino-americanos subverteram e recomeçaram o papel
dos monarcas ibéricos por meio do nepotismo e sucessão familiar Certamente este poder monocrático e e hereditário desconhece competências e
limites das funções de uma cargo público republicano e democrático.
Como produto desta SERVIDÃO lusitana renasce a MENTALIDADE COLONIAL. Os resíduos
ativos da saudade do TRONO IMPERIAL e da
FAMÍLIA hereditária são cultivados, em julho de 2020, por duas facções brasileiras em franca guerra
conforme acontecia em julho de 1820
‘naõ aprovamos, nem ainda
desculpamos as faltas, e os erros de administração, que precisam de remédio e
reforma; a nossa intenção sempre tem sido, traçar a linha de limites, entre a
correcçaõ dos abusos, e a total subversão da ordem estabelecida; e ainda que
tenhamos contra nós os partidistas de ambos os extremos; uns, que não querem
reforma ou alteração alguma, outros, que se não contentam com menos do que a
total aniquilaçaõ de todas as formas actualmente em uso; desejamos, com tudo,
que nossas opiniões sejam definidas; para que a contrariedade, que
encontrarmos, pelo menos não seja fundada em falta de intelligencia de nossos
princípios”.
Fig. 15 – O
contraste gritante entre o povo e a elite brasileira serve para discursos inflamados,
plataformas eleitoreiras e governamentais que não dizem absolutamente NADA.
Estes gritalhões ou “alguns ralhadores, ou políticos de botequim, se enfadem de
fallar á tóa a essa gente, que, andando ás apalpadelas, só por accaso poderiam
atinar com as opinioens, que Estadistas
pronunciam” conforme o texto do Correio Braziliense de
julho de 1820. Continuam, dois séculos depois a desconhecer competências e
limites das funções de uma cargo publico.
Os TROPEÇOS, as CONTRADIÇÕES, os REMENDOS e os
pedidos de DESCULPAS e PERDÃO são uma constante para o DEMIURGO IMPROVISADO de
PLANTÃO. É sabido que em politica, esporte e arte NÃO se PEDEM DESCULPAS. O
ERRO é ZERO para quem SABE e
GOSTA do FAZ.
CABRAL DE MELLO, Evaldo. A
fronda dos mazombos. São Paulo: Companhia das Letras,
1995. 530p
DOM JOÃO VI
FESTEJOS da ACLAMAÇÂO de DOM JOÃO VI
no BRASIL
Friederich HERMAN SCHOENBERG
comandante do exército portugues
_
A REVOLUÇÂO LIBERAL do PORTO em 1820
+
MOTIM a FAVOR da REVOLUÇÂO LIBeRAL do PORTO
Friederich HAGEDORN (1814-1889)
Uma ordem virtual com exemplos e, em
contráio, uma voz comum
FHC: CAINDO na PRÓPRIA IDIOTICE
ESTRATÈGIAS POPULISTAS
BRASILEIRAS com vistas à REELEIÇÃO
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/07/05/interna_politica,869463/bolsolulismo-equipe-do-presidente-se-inspira-em-manobras-de-lula.shtml
O
PRESIDENTE ENCOBRE FILHO BANDIDO
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2020/06/20/interna_politica,865483/a-vaca-ja-foi-pro-brejo-diz-major-olimpio-ex-aliado-de-bolsonaro.shtml
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