sexta-feira, 1 de maio de 2020

196 – NÃO FOI NO GRITO – MAIO de 1820 e 2020

LIVROS sob SUSPEITA em MAIO de 1820 e em 2020

CORREIO BRAZILIENSE de MAIO de 1820
VOL . XXIV. Nº 144.  .pp.468 --87 
Fig. 01 A queima de exemplares únicos de obras Jan HUSS numa pintura de Lucas CRANACH. Este controle, pela queima, era uma atividade relativamente fácil e segura de eliminar o pensamento de pessoas consideradas hereges


A ERA INDUSTRIAL trouxe um problema para TIRANOS, MONOCRATAS e DÉSPOTAS
Trata-se da multiplicação de livros, pela imprensa na linha de montagem das fábricas, foi um dos primeiros produtos das fábricas e disseminou o conhecimento intelectual como as técnicas de PRODUZIR LIVROS. Um dos grandes trunfos da ENCICLOPÉDIA FRANCESA foi ensinar como se fabricam os produtos industrias como a confecção de impressos de toda natureza

Fig. 02 A queima ostensiva de exemplares múltiplos da ERA INDUSTRIAL requeria um mobilização coletiva, a formação de legiões de fanáticos bitolados por uma ideologia que pretendia ser hegemônica no pensar, sentir e agir  coletivo  . A QUEIMA PUBLICA e OSTENTISIIVA de LIVROS fazia parte do agir intimatório de controle de mentes e corações

Desencadeado este processo, tornam-se obsoletos tanto o “HIHIL OBSTAT” do CENSOR com “IMPRMATUR” do BISPO, carregados de autoritarismo, caridade fingida e violência mental sem limites.
Espinosa ensina na sua “ÉTHICA” (4.11) queOs espíritos não se vencem pela violência, mas pelo amor e pela generosidade”.Animi tamen non armis sed amore et generositate vincuntur
“DEUS ODEIA RENOIR” - in GLOBO BOSTON  em  07.10.2015

Fig. 03  - Os manifestantes - com “DEUS” na suas BARRIGAS -  atribuem-se a competência de julgar e  odiar RENOIR.  De fato atrevem-se a exibir a sua estupidez aliada a onipotência além de tomar ao nome de divindade em vão.. Estes sentimentos de onipotência, de onisciência, de onipresença e de eternidade são os mesmo que “depuram” as bibliotecas, censuram livros e queimam aquilo que não passa pelo seu crivo fanatizado

Hipólito José de Costa foi vítima do SANTO OFÍCIO de PORTUGAL, uma das últimas nações a abolir a legalidade da INQUISIÇÃO. Refugiado em Londres, mantinha uma sessão mensal na qual publicava uma resenha dos principais títulos de livros que se publicavam na Grã Bretanha.  A sessão de “LITERATURA SCIENCIA” consta nas páginas 499 até 512, do CORREIO BRAZILIENSE, de MAIO de 1820,  volume XXIV. Nº 144.
CORREIO BRAZILIENSE MAIO de 1820
Vol XXIV, Nº 144, POLITICA, pp.467-8
Edictal prohibindo, que ninguém venda litros em Lisboa senaõ os livreiros com loge aberta.
          O Senado da Câmara, a requerimento dos juizes do officio de livreiro, faz público: que Sua Majestade Fidelissima, por sua immediata resolução de 3 de Novembro do anno próximo passado, sobre consulta da Meza do Desembargo do Paço e provisão de 3 do corrente, foi servido determinar, que se affixassem e dictaes, os quaes fizessem reviver o decretado na provisão de 22 de Dezembro de 1735, a qual ordena, que nenhuma pessoa, de qualquer condição, que seja, possa vender livros encadernados pelas ruas, e lugares públicos desta cidade, com pena de perdimento dos livros, que lhe forem achados, a beneficio dos livreiros j podendo ser vendidos somente nas lojas destes, que forem examinados, e que tiverem licença para isso, e por mercador de livros Estrangeiro, que tenha casa estabelecida nesta Corte: ficando porém izemtos desta prohibiçaõ os papeis miúdos, e sem serem encadernados, como saõ os reportorios, folhinhas, autos e outros similhantes, que costumaõ vender os cegos, e algumas pessoas miseráveis, para seu sustento, por lhes estar julgada a posse, em que estaõ, por sentença: por virtude de cuja provisão, passada em observância da ley de 24 de Julho de 1713: e da novíssima, em que Sua Majestade ha por bem determinar, que se tomem sobre este artigo as mais sérias, e sizudas precauçoens, sem ofença dos dictos privilégios da corporação dos livreiros, e dos da irmandade dos homens cegos para poderem vender somente os livros usados, e velhos, e nunca os novos; o Senado, por seu despacho de 16 do corrente, ordenou, que tudo se registasse no livro do seu regimento, e se affixasse o presente, para que chegue á noticia de todos o que Sua Majestade houve por bem resolver, e possa ter a sua precisa execução.
Lisboa 24 de Março de 1820.
MANOEL CYPRJANO DA COSTA.

Fig. 04 A queima viva de Jan HUS, no dia 06 de julho de1415, foi seguida da queima de seus livros manuscrito e únicos. Permaneceu o seu pensamento na memórua das pessoas com as quais conviveu, Cem anos depois Marinho Lutero fixava publicamente as suas teses que orientaram a Reforma. Ele verteu a Bíblia á língua alemã e cujos exemplares foram confiados aos primórdios dos MÙLTTIPLOS da ERA INDUSTRIAL; Assim não bastava destruir exemplares únicos e manuscritos. Até o presente a Bíblia é campeã em número de edições autorizadas ou não.

EIO BRAZILIENSE MAIO de 1820
Vol XXIV, Nº 144,Miscellanea, p 533
Venda de livros em Lisboa.
A. A p. 467 copiamos um documento, que he outro annel da cad a daquelle mesmo systema, que reduz a nullidade a gazeta de Lisboa. Vem a ser isto o renovar-se a prohibiçaõ para que ninguém venda livros senaõ os livreiros com loge aberta. He escusado entrar nas razoens paliativas desta medida; porque a razaõ verdadeira naõ he outra senaõ o systema de por entrávez á diffusaõ dos conhecimentos entre os Portuguezes ; systema que naõ pôde produzir bem algum: e que estamos persuadidos terá conseqüências diametralmente oppostas ao que nisso se propõem os mesmos Governadores do Reyno.

O que parecia definitivamente encerrado com  o final do SANTO OFICIO, da sua INQUISIÇÃO, da MESA da CONSCIÊNCIA e os TRIBUNAIS POPULARES NAZISTAS  renasce em todos os regimes autoritários
Coronel Marcos Rocha e Jair Bolsonaro

Fig. 05 Dois protagonistas -  de estreitas, confusa e arcaicas concepções de cultura - permitiram que obscuras concepções medievais ganhassem protagonismo e aplausos de massa populares que se identificam com as ideologias maus retrógadas Com a eliminação do MINISTÉRIO da CULTURA e o controle e patrulhamento ideológico das universidades as bibliotecas sofrearam limpezas de livros clássicos brasileiros

Este patrulhamento ideológico caracteriza  exatamente os DÉSPOTAS, os MONOCRATAS e os TIRANOS de tidos os TEMPOS e LUGARES.

Fig. 06 Inimaginável que obras clássicas, de larga circulação, objetos de estudos e veneráveis pesquisas pudessem receber, em 2020, o carimbo oficial da CENSURA.BRASILEIRA.  Desqualificadas, de forma vil - pelas suas mais altas autoridades -  torna ainda mais longínquo o horizonte do projeto a “EXPORTAÇÂO da POESIA BRASILEIRA” de Oswald de ANDRADE

Como estes MONOCRATAS, DÉSPOTAS e TIRANOS estão presentes em TODOS OS LUGARES e TEMPOS sobrou para o BRASIL exibir, em 2020, uma amostra VISÍVEL de LIVROS colocados sob SUSPEITA 

Fig. 07  Os idiotas,  os caluniadores gratuitos e fanáticos encontram hereges e heresias nos maiores gênio e aniquilam os maiores tesouros da humanidade Ato contínuo e com o mais leve vacilo passa à ação do controle efetivo e à queima de livros e à eliminação física em campos de concentração ou o aniquilamento em prisões obscuras como do jornalista Vladimir Herziog

O que tidos esperavam é que na ÉPOCA PÓS INDUSTRIAL e com os novos meios de comunicação os fanáticos, os bitolados mentais e os idiotas seriam espécies em progressiva extinção.

THE GUARDIAN em 01.02.20120 _ METENDO A CABEÇA na TOCA

Fig. 08   As esperanças da cura dos idiotas,  dos caluniadores gratuitos e dos fanáticos desaparecem quando a criatura humana busca retornar para a segurança e conforto das CAVERNAS DONDE VEIO. Quando menos se espera dali surge um troglodita que ocupa um posto chave que controla uma atividade relativamente fácil de desqualificação por meio eletrônicos  e depois buscam  eliminar o pensamento de pessoas consideradas hereges e propagadores de heresias

O efeito foi o contrário. As sucessivas ondas de FAKE NEWS, as VERDADES FABRICADAS e a AVASSALADORA HORDA de BÁRBAROS que invadiram as UNIVERSIDADES, os TEMPLOS e galgaram os TRIBUNAIS criam tristes cenários onde triunfam MENTIROSOS, RETARDADOS e CORRUPTOS.
Enquanto isto os brasileiros - que se dizem alfabetizados -  compram livros de autoajuda, de astrologia, e leem, no máximo, as manchetes dos jornais. Arquivos são velharias e jornais - como o CORREIO BRAZILENSE – estão entregues aos insetos. Este blog está se esforçando - sem gritos e sem estardalhaços - para ser um ponte ente 1820 e 2020.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
GINZBURG, Carlo 0 QUEIJO e os VERMES: o cotidiano e as ideias de um moleiro perseguido o pela Inquisição – São Paulo: Companhia das Letras, 1987, 272 p

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FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
NIHIL OBSTAT e IMPRIMATUR

DEUS ODEIA RENOIR

Jan HUS (1369 +06.07.1415)
+

ARTE DEGENERADA



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