Em JANEIRO de 1820 e em 2020 PORTUGAL FORNECE
RAZÕES para a SOBERANIA BRASILEIRA.
“O Brasil é povoado por habitantes, que ali foram ter de Portugal; pelos
descendentes destes, e pelas gerações mistas de gente dos pais e da África, mas
todos com a educação Portuguesa; não tinha razão alguma para se considerar senão
como uma província de Portugal: logo o chamar-lhe conquista, e tratar os povos
daquele país como gente conquistada, de quem é sempre de temer alguma rebelião,
era um procedimento tão rigoroso como desnecessário”.
CORREIO BRAZILIENSE JANEIRO de 1820 VOL. XXII. No. 140.pp.83-87
Fig. 01 A extensa rede mundial de ocupações
lusitanas cobria os quatro continentes. . Esta rede estava para se romper
na medida em que as nações industrializadas começaram a buscar fontes de
matérias primas para as suas fábricas e impor um mercado cativo para os
produtos de suas máquinas Portugal estava se endividando com a Inglaterra desde
o Tratado de METHUEN e, com esta dívida impagável, perdendo toda a iniciativa
de competição com estas nações em vias de industrialização .
Hipólito
José de Costa manteve sempre o sonho de que o mundo lusitano pudesse convergir para unidade que fosse superior à eventuais soberanias
de estados nacionais isolados.
O
redator do CORREIO BRAZILENSE estava buscando um projeto para manter a
UNIDADE da extensa área territorial
LUSITANA a semelhança INGLATERRA no
forma do COMMONWEALTH[1] como ficou conhecido depois.
Desde as mais remotas eras ninguém veio
passear e se divertir em terras brasileiras.
Sempre os seus habitantes vieram
tangidos por uma necessidade inadiável. Portugal tomou em suas mãos o férreo
controle COLONIAL sobre as mentes, as emoções e as vontades daqueles admitidos
nestas plagas americanas. Os governantes eram indicados e severamente vigiados
por Lisboa. Nenhum BRASILEIRO podia subir a qualquer cargo de comando. Um
rosário de fortes, comandados por portugueses natos, cercavam e vigiavam qualquer aproximação de
alguém não convidado.
Fig. 02 O Forte do Reis Magos de Natal fazia parte da extensa rede mundial de
ocupações lusitanas e controle que cobria o planeta. . Esta força bruta e
militar apenas atrasava o colapso rede do domínio lusitano. De outro lado tornava-se
um peso econômico, militar e político incapaz de se mantido pela metrópole
parada no tempo a espera que tudo desabasse de velho e inútil.
Portugal,
ao tratar o Brasil como coisa sua,
apropriando-se das suas riquezas e tratar as pessoas como peças servis
ao seu comando exclusivo só apressava a deliberação e a decisão da soberania
brasileira. Os fatos deste controle implacável e rapto sistemático estão
expostos com clareza pelo Correio Braziliense de janeiro de 1820. Mostram que o
Grito da Ipiranga não passou de um episódio e um pretexto para efetivar a
soberania brasileira de Portugal. Em janeiro de 2020, na medida em que Portugal
envolve-se com a Europa, os lusitanos dão as costas cada, vez mais, ao seu
glorioso passado de um ativo centro de um vasto império de relações culturais,
comerciais e políticas de alto nível.
Refiexoens sobre as novidades deste mez.
REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E
ALGARVES.
Politica Americana.
Recommendando,
como fizemos ja em outros Nºs. passados, que a Corte do Rio-de-Janeiro
adoptasse a linha de Politica Americana, que lhe convém ; naõ disfarçamos ou
omittimos, a difíículdade, que resulta da consideração dos domínios de Sua
Majestade na Europa ; nem foi de nossa intenção, como se verá pelo que temos
dicto, imputar aos políticos actuaes, males que provém do errado systema de
seus predecessores, por muitos annos passados: as nossas observaçoens tenderam,
e tendem, a mostrar a necessidade de obviar esses males para o futuro.
Fig. 03 A Torre
de Belém, plantada e disfuncional na entrada do Rio Tejo, era apenas um vestígio conservado de um
passado de fausto e glória lusitana que teimava e não retornar para o presente.
Esta estrutura militar arcaica e medieval nada significava, em janeiro de 1820, para as nações em vias de industrialização Portugal sem máquinas, matéria prima própria
apenas podia entregar aos seus credores os despojos que subtraia das suas
colônias entre elas o ouro e as matérias primas do Brasil.
Se
Portugal naõ tivesse tractado por tantos annos o Brazil, como se tractam paizes
conquistados, de quem se teme sublevaçaõ com a lembrança da antiga
independência; se o Brazil tivera sido olhado como uma província daMonarchia, e
com direitos iguaes ás outras províncias do Reyno; naõ teria agora Portugal de
queixar-se de uma falta de recursos, proveniente de sua mesma má política. O
Brazil, povoado por habitantes, que ali foram ter de Portugal ; pelos
descendentes destes, e pelas geraçoens mixtas de gente do paiz, e da África,
mas todos com a educação Portugueza; naõ tinha razaõ alguma para se considerar
senaõ como uma provincia de Portugal: logo o chamar-lhe conquista, e tractar os
povos daquelle paiz como gente conquistada, de quem he sempre de temer alguma
rebelião, éra um procedimento tam rigoroso como desnecessário.
Victor_Meirelles-
'Batalha dosGuararapes',_ pintura a óleo sobre tela 1879, – Museu Nacional de
Belas Artes, Rio de Janeiro
Fig. 04 Uma imagem idealizada da Batalha de Gurarapes pela onda
nacionalista do final do Império Brasileiro ao modo do Romantismo nacionalista.
. Os holandeses aproveitaram a união da coroa lusitana e de Espanha com
quem estavam em guerra pela sua soberania, Os habitantes laboriosos dos Países Baixos investiram na
sua pequena terra conquistada do mar e estavam com um pé no caminho da
industrialização. Praticavam a tolerância política, cultural e da pesquisa
científica. Desta forma eram candidatos para construir também uma rede mundial para
se abastecer de matérias primas e um mercado cativo para os produtos. Com a
indenização recebida das suas empresas do Brasil os holandeses compraram a Ilha
de Manhatan onde se situa atualmente Nova York
Quando
os Hollandezes se apossaram de uma parte considerável do Brazil; os povos[1]
fizeram a guerra aos invasores, e a final os expulsaram do paiz, naõ para se
fazerem independentes de Portugal, mas para se tornarem a submetter a seus
antigos Reys: e isto he uma prova practica, de que naõ havia rebelioeus a temer
da parte daquelles povos; mas nem por isso se deixou de continuar a chamar ao
Brazil conquista, e tractar sua geute como conquistada. O Brazil se restaurou,
expulsando os Hollandezes, e foi, como dizemos, para tornar a entregar-se a
Portugal; esta entrega voluntária foi tanto mais generosa, quanto as ordens da
Corte até lhe prohibiam fazer a guerra aos Hollandezes, ou expulsallos do paiz.
Depois deste rasgo de lealdade naõ podia haver injustiça e oppressaõ mais
desnecessária, do que o systema que se adaptou, de naõ permittir que natural
algum do Brazil pudesse subir a cima do posto de Capitão; pois com isto se
mostrava a mais dosarrazoada suspeita. Sabemos que em Portugal, mui de
propósito, se levantam agora queixas contra o Brazil, quando os que assim
faliam devem mui bem saber, que nenhum
Braziliense tem parte nos feitos, que servem de pretexto às accusaçoens: mas
quiz a miséria de Portugal, que chegassem as cousas ao ponto de haver ali um
partido pela Hespanha, e he delle que provém os gritos contra o Brazil, que dos
males que lhe imputam está innocente, como os mesmos accusadores naõ podem
ignorar.
[1] Evaldo CABRAL DE MELLO demonstra na sua obbra. A fronda dos mazombos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 530p o largo período de
tempo em que o POVO BRASILEIRO( MAZOMBOS), depois expulsarem os holandeses ficaram fieis ao Rei e a Portugal a espera de
Lisboa enviasse um novo governo.
FORTE da SANTA
TERESA – Castilhos - Uruguai
Fig. 05 Um dos sonhos de Portugal sempre foi o domínio das terras entre o Rio
Amazonas e o Prata. Conquistou e preservou a ambas as margens da desembocadura do
Rio Amazonas. Numa das margens Rio da Prata os lusitanos instalaram, em
1680, o forte e a Colônia do Sacramento. O forte
de Santa Tersa ficava no caminho entre Rio Grande e Colônia e que atualmente
pertencem ao Uruguai
Julgamos,
que ainda se faz ao Brazil uma injustiça, em ter ali um Ministério todo
Europeo, e nem se principiar a formar gente do paiz, que possa sequer para
futuro preencher os cargos de Estado. Mas se o Governo actual, composto todo de
Europeos, naõ tem cuidado dos interesses de Portugal ¿ que
culpa tem nisso o Brazil ? Porém, dizemos mais, que esta circumstancia, que
quanto ao Brazil he uma injustiça ; quanto a Portugal he de grande desvantagem,
como veremos. O Ministério do Brazil he estrangeiro, naõ porque seus membros
succeda naõ haverem nascido naquelle paiz; essa circumstancia he de mui pouca
consideração, em nosso modo de ver as cousas, e de certo he meramente
accidental: mas aquelle Ministério he verdadeiramente estrangeiro; por trazer
com sigo preocupaçoens Europeas, estranhas ao paiz, e totalmente inadmissíveis
no hemispherio Americano.
AMAPÁ -
Fortaleza Jesus Maria José Macapá.
Fig. 06 O alto custo da construção dos fortes no
Brasil, em lugares remotos e a guarnição militar, sob o comando de um lusitano
nato, fornece um índice dos lucros que a metrópole obtinha de sua colônia
americana. Portugal sem capacidade
de gerar riqueza própria se aferrava aos contratos coloniais e que renasceram na
ausência de Dom João VI de Lisboa e expressa na Constituição Lusitana iniciada
enquanto este soberano estava na América. Esta tentativa legal da RECOLONIZAÇÂO
do BRASIL foi um passo importante da proclamação da efetiva soberania
brasileira
He ao systema e naõ ás pessoas a quem principalmente
se deve objectar. Se o Ministério do Brazil fosse composto de Americanos, quer
em nascimento, quer em princípios ¿ seria admittido em Lisboa o arroz dos
Estados-Unidos, no mesmo pé do arroz do Brazil ? E se esse Ministério Americano,
assim determinasse as cousas ¿ naõ se
lembraria ao mesmo passo de favorecer os vinhos e as poucas manufacturas dessas
provincias de Portugal, que lhe consumiam o seu arroz e o seu assucar? He assim
que um Ministério Americano, no Rio-de-Janeiro, seria muito mais útil a
Portugal, que naõ he o presente, nem será outro algum, que seguir o actual systema,
ou que pretender governar na America, com as ideas rançosas que dominavam em
Lisboa. E senaõ, tomemos desapaixonadamente a seguinte consideração
Supponhamos,
que se formava no Rio-de-Janeiro um Ministério verdeiramente Americano, o qual,
por conseqüência, unindo-se aos Estados-Unidos, e olhando para a America
Hepanhola, no ponto de visto em que se deve ver, se fazia respeita na Europa ¿
naõ seria Portugal igualmente respeitado, como parte do mesmo império ? Mas
quando aquelle mesmo Ministério; porque naõ he Americano, deixa de attender aos
recursos de seu paiz, perdendo com isso sua consideração tanto na America como
na Europa, sugeita Portugal aos mesmos e maiores inconvenientes; e porque a
situação de Portugal o faz dependente de outras naçoens, fica o Brazil sugeito
aos seus incommodos, e Portugal naõ tira o partido, quepodia tirar, da
independência do Brazil. O commercio do Brazil éra monopólio exclusivo de
Portugal, e se esta circumstancia se deve considerar, respeito ao Brazil, como
pezado e injusto jugo, a respeito de Portugal, se deve olhar como fonte de sua
pobreza; por mais paradoxa, que esta asserçaõ pareça
Constituinte de Portugal 1820-1822 – Pintura de
1920 de Oscar Pereira da Silva
Fig. 08 A Constituinte Portuguesa da recolonizarão
do Brasil já tinha o seu texto pronto antes da chegada dos 70 Delegados
Brasileiros. Destes 70 muitos capitanias[1]
simplesmente desistiram de ir para Portugal. Os que foram para Lisboa
continuaram a ser tratados como súditos de segunda categoria
. ¿
Que diria qualquer província de Portugal, o Algarve, por exemplo, ou a Beira,
se se fizesse um regulamento, para que nenhum natural daquella província
passasse do posto de capitão ? ou que naõ fizessem nenhum commercio senaõ por
intervenção do porto de Setuval ? O monopólio commercial de que falíamos, sendo
mui oppressor ao Brazil, foi, em nossa opinião, grande causa dos males, de que
se queixa agora Portugal.
[1] Antes de
sua independência o Brasil era tratado como um das muitas províncias de
Portugal. Os atuais estados eram oficialmente CAPITANIAS comandadas por lusitanos
designados para tanto. Pouco antes da Independência estas CAPITANIAS foram
designadas como PROVÌNCIAS. O Regime
Republicano as elevou ao estatuto de ESTADOS FEDERADOS Ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil
Fig. 09 A concentração
no TRONO LUSITANO do poder politico, militar, econômico e cultural da extensa
rede mundial de ocupações lusitanas cobria o planeta. . Esta concentração
obedecia à rígidos controles legais, militares e políticos inquestionáveis.
Qualquer infração a estres protocolos coloniais era tratada como CRIME LESA
MAJESTADE e sujeita a PENA CAPITAL como aconteceu, de fato, em várias ocasiões.
O habitante
do Brazil naõ podia mandar vender os seus productos senaõ a Portugal: naõ podia
obter os productos de naçaõ alguma, senaõ por via de Portugal: mais ainda,
prohibia-se ao Brazil que tivesse fabricas[1],
e se obrigavam seus habitantes a usar das manufacturas estrangeiras, que fossem
por via de Portugal. Este monopólio, por conseqüência, éra de tanta desvantagem
ao habitante do Brazil, como enormemente Iucroso ao commerciante de Portugal:
pelo que todos os fundos de Portugal, que alias se repartiriam em fomentar a
agricultura e mais ramos de industria do paiz, foram empregados no commercio
dessas chamadas conquistas, pelos grandes lucros que dali tiravam os indivíduos
capitalistas ; e assim este monopólio e seus ganhos attrahiram todos os
esforços dos indivíduos, ficando em completo descuido os ramos até os mais
essenciaes da industria interna. He assim ; que o mesmo acto de injustiça de
Portugal para com o Brazil, trouxe com sigo o castigo dos oppressores : mas a
desgraça he, que ainda ha em Portugal quem suspire pela renovação desse errado
systema antigo, e ha também intrigantes mal intencionados, que fomentem esse
erro, e esperanças delle tornar a reviver.
[1] Alvará de Dona Mari I proíbe fábricas no Brasil http://historiacolonial.arquivonacional.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3674&catid=145&Itemid=286
Se
no Brazil houvesse um Gabinette imbuído das máximas da Politica Americana,
estas lhe fariam conhecer, que éra de de seu interesse favorecer a industria de
Portugal, e longe de lhe impor as restricçoens, que este d'antes impunha ao
Brazil, o tractaria com a maior liberal idade, porque nisso mesmo beneficiaria
o Brazil. Os productos de Portugal deviam entrar no Brazil, livres de todos os
direitos; e este seria novo laço, que uniria Portugal ao Brazil: e para Algumas
gazetas Europeas tem publicado, que viajam agora pelo Brazil varias pessoas
scientihcas, protegidas pelo Governo daquelle paiz, e á custa dos Governos
Austríaco, Bávaro, e Tuscano. Pela Áustria saõ o Professor Mikan, para a
Historia Natural em Geral, e Botânica em particular: o Dr. Pohl, como
Mineralogista: Mr. Natterer, paia a Zoologia: Mr. Schott como Jardineiro: Mr.
Socher, como Caçador: Mr. Ender, como pintor de paizagens.- Mr. Frick, como
pintor de Historia Natural. Pela Bavária, o Dr. Sprix, como Zoologista, e o
Professor Martinus, como Botânico. Pelo Gram Duque de Tascana, o Dr. Rasdi,
como Naturalista. Naõ podemos deixar de louvar as vistas de politica liberal do
Governo do Brazil, em permittir e patrocinar estas viajens scientiíicas no seu
paiz; porque estes sábios publicarão depois seusjornaes, estes seraõ traduzidos
na linguagem do paiz, e Assim a industria estiangeira supprirá a falta da
nacional, porque he certo, que, sem o conhecimento cabal dos recursos naturaes
do paiz, mal poderão os homens, que se acharem á testa do Governo, fazer uso
dos meios phisicos, que a natureza de seu terreno lhes offerecer; e ja que as
circumstancias naõ permittem que se aproveitem os talentos dos naturaes, pelo
menos utilize-se a industria estrangeira trazer a Lisboa, sem nenhuma coaçaõ,
os productos do Brazil, deveriam estes ter ali um porto franco, d'onde se
espalhassem para o resto da Europa. He o systema de monopólio, que em suas
cabeças levaram para o Rio-de-Janeiro os estadistas que foram de Lisboa, quem
faz todo o mal a Portugal, porque disso naõ tira o Brazil o menor proveito;
pelo contrario, attribuimos a essa politica Europea o naõ tirar o Brazil todo o
partido, que podia, das circumstancias actuaes da America, do que os
Estados-Unidos nos dam um exemplo tam conspicuo. Naõ nos alleguem com a
differença na forma de Governo: isso he mera questão de nome, quando se tracta
dos interesses políticos da naçaõ em geral. O Brazil pôde e deve imitar em
muitos respeitos, os planos dos Estados-Unidos, sem que para isso mereça a
menor contemplação a differença da forma de Governo ; uma vez que o Gabinete do
Rio de Janeiro se determine a ser um Governo Americano, como lhe convém, e como
o pede o interesse do paiz; deixando prejuízos e preocupaçoens, de que lhe naõ
podem resultar senaõ males.
Fig. 11 A sarcástica visão do francês da
estratificação social e econômica que permaneceu, de fato, mesmo após o Brasil conquistar
a sua soberania política para a sua classe dominantes. Permaneceu intocado
o estatuto LEGAL da ESCRAVIDÃO, O território metropolitano de Portugal já
estava livre desta ESCRAVIDÃO LEGAL desde o MARQUES de POMBAL. A permanência
intocada da SERVIDÂO LEGAL foi uma das razões da permanência no BRASIL de muitos da CLASSE DOMINANTE LUSITANA após a
INDEPENDÊNCIA,
No
contraditório - a este rosário de fortes comandados por portugueses natos, que
cercava e vigiava qualquer aproximação de alguém não convidado - a Corte do Rio da Janeiro estava permitindo a
entrada de MISSÕES CIENTÍFICAS
ESTRANGEIRAS.
Certamente o vexame
internacional da não autorização em TERRAS BRASILEIRAS de Alexandre HUMBOLDT[1]
o erro cometido, em 1799 estava sendo repensado, em 1820. Agora, a corte
lusitana estava interessada naquilo que estas MISSÕES poderiam contribuir no
âmbito internacional
[1] HUMBOLDT
PROIBIDO de ENTRAR no BRASIL EM 1799 https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/10/alexander-von-humboldt-o-famoso-explorador-alemao-que-foi-proibido-de-entrar-no-brasil-por-suspeita-de-ser-espiao.ghtml
Viajantes
scientificos no Brazil.
.
Algumas
gazetas Europeas tem publicado, que viajam agora pelo Brazil varias pessoas
scientihcas, protegidas pelo Governo daquelle paiz, e á custa dos Governos
Austríaco, Bávaro, e Tuscano. Pela Áustria saõ o Professor Mikan, para a
Historia Natural em Geral, e Botânica em particular: o Dr. Pohl, como
Mineralogista: Mr. Natterer, paia a Zoologia: Mr. Schott como Jardineiro: Mr.
Socher, como Caçador: Mr. Ender, como pintor de paizagens.- Mr. Frick, como
pintor de Historia Natural. Pela Bavária, o Dr. Sprix, como Zoologista, e o
Professor Martinus, como Botânico. Pelo Gram Duque de Tascana, o Dr. Rasdi,
como Naturalista.
Fig. 13 A constrangedora realidade humana, cultural
e técnica que os estrangeiros registraram no Brasil passou longo período
escondido dos olhares do público interno e externo Por mais valiosos que
tenham sido as pesquisas de cientistas, dos artistas e convidados estes
resultados permaneceram distantes do público brasileiro. Distância existente
até pelo fato de a universidade, para todo o território brasileiro, tomar um
corpo jurídico, administrativo e operacional no ano de 1931. Para contornar e
superar o hábito colonial e servil exige mudanças significadas e um alto preço
a pagar ao longo de gerações que alguma vez foram contaminadas por este vírus
invisível da praga da heteronomia moral. intelectual e estética.
Naõ
podemos deixar de louvar as vistas de politica liberal do Governo do Brazil, em
permittir e patrocinar estas viajens scientiíicas no seu paiz; porque estes
sábios publicarão depois seus jornaes, estes seraõ traduzidos na linguagem do
paiz, e assim a industria estiangeira supprirá a falta da nacional, porque he
certo, que, sem o conhecimento cabal dos recursos naturaes do paiz, mal poderão
os homens, que se acharem á testa do Governo, fazer uso dos meios phisicos, que
a natureza de seu terreno lhes offerecer; e ja que as circumstancias naõ
permittem que se aproveitem os talentos dos naturaes, pelo menos utilize-se a
industria estrangeira.
Fig. 14 Em janeiro de 2020 o passado comum lusitano
é um quebra cabeça e sem funcionalidade. Na medida em que Portugal avança em direção à comunidade e ao Mercado Comum
europeu, a Inglaterra pretende retornar
para a sua soberania (BREXIT). Em contrapartida Moçambique pertence ao
COOMMONWEALT A obsolescência
cultural, social e técnica corroem e distanciam povos e culturas que não
percebem mais qualquer funcionalidade em manter algum centralismo por mais
glorioso que tenha sido no passado
No
contraditório destas notícias, o editor do Correio Braziliense é prudente na expressão
da natureza desta convicção. Eram raros os meios e muito mais pessoas
competentes, nascidas no Brasil, que pudessem assimilar elevar adiante estes
saberes.
Como
um dos egressos das Faculdade de Direito de Coimbra[1],
Hipólito Jose da Costa sabia por experiência própria o severo controle
politico, religioso, profissional e até militar que pesava sobre qualquer
brasileiro que frequentava esta casa de quem concebia e escrevia as leis
lusitanas
[1] GAUER, Ruth
Maria Chittó. A construção do
Estado-nação no Brasil: a contribuição
dos egressos de Coimbra . Curitiba : Juruá. 2001. 336 p
Fig. 15 No imenso território físico permaneceu a
unidade nacional que o Brasil deve aos
esforços e vigilância Portuguesa Apesar dos entranhados hábitos coloniais,
a docilidade proveniente da servidão voluntária que se impõe contornar e
superar as mudanças significadas se perdem em BERÇO ESPLÊNDIDO. De um lado a ATUALIZAÇÂO
da INTELIGÊNCIA com as mais avançadas culturas e povos, supõe operar no lsado
concreto e objetivo da PESQUISA consequente com o LUGAR, TEMPO e SOCIEDADE.
SOCIEDADE da qual se espera uma convergência para um PROJETO NACIONAL da
amplidão coerente com o imenso território físico do Brasil.
Porém
o texto do Correio Braziliense, de janeiro de 1820, expões com clareza as razões que apressaram as
deliberações e as decisões de o Brasil enveredar para a soberania pelo Portugal.
Portugal fornecia razões suficientes na forma
como tratava as riquezas de sua colônia
americana em todas as frentes como coisas suas. Manteve teimosamente ao seu
comando exclusivo as pessoas como peças servis.
Assim
a INDEPENDÊNCIA do BRASIL NÃO se DEVE a um ÚNICO GRITO ISOLADO.
FONTES BIBLIOGRÁFICAS
CABRAL DE MELLO, Evaldo. A fronda dos
mazombos. São Paulo: Companhia das
Letras, 1995. 530p.
GAUER,
Ruth Maria Chittó. A construção do
Estado-nação no Brasil: a contribuição
dos egressos de Coimbra . Curitiba : Juruá. 2001. 336 p
FONTES NUMÉRIICAS
DIGITAIS
[1]BATALHA
de GURARAPES – Obra de Vitor MEIRELES
COMMONWEALTH
AS DIFICULDADES
para REINVENTAR UM ESTADO COERENTE com o seu TEMPO e o seu LUGAR.
Alvará de Dona
Mari I proíbe fábricas no Brasil http://historiacolonial.arquivonacional.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3674&catid=145&Itemid=286
Revolução de
1820 em Portugal
A CONSTITUINTE
PORTUGUES da 1820-1822
CAPITANIAS
BRASILEIRAS
Ver https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitanias_do_Brasil
uma-coisa-que-acho-perigosa- estao-a-renascer-os-mitos- raciais-11568761.html
O pensamento de ADRIANO MOREIRA 97 anos - Portugal
https://www.dn.pt/poder/ha-
A MAGISTRATURA
PORTUGUESA MORREU em 2020
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