O RIO GRANDE do SUL no MEIO do TORVELINHO em 1817
e 2017
O Rio Grande do Sul não
pode deixar de olhar para além das
fronteiras brasileiras. Especialmente em direção do Rio da Prata. Para
esta direção flui grande parte das águas que caem no seu território. No sentido
contrário sopra o minuano e se deslocam os temporais que atravessam as regiões geográficas
dominadas, em janeiro de 2017, por
Montevidéu e Buenos Aires. Esta dupla circulação não é diferente na vida politica,
na diplomacia, nos vínculos comerciais e sociais. Isto se evidencia na leitura
de textos do CORREIO BRAZILIENSE de
janeiro de 1817
Fig. 01 – A extensa e rica área conflagrada da bacia do Rio da Prata
estava abandonada durante as Guerras Napoleônicas. O triunfo das armas
britânicas abria uma extensa área a ser ocupada pelo comercio dos produtos
industriais britânicos além de ser um destino das armas e homens
sucateados
Os textos do publicados
no CORREIO BRAZILIENSE em janeiro de 1817 colocam mais algumas luzes sobre o
cenário que foi o torvelinho formado e expresso nas campanhas militares que se
desenrolaram a partir da atual Uruguai entre os anos de 1815 e 1828.
As narrativas desta
época se cristalizaram e se centralizaram nas campanhas militares. Porém existem
muitas outras vertentes nestas
narrativas. Na vertente diplomática e do espaço politico o texto do
Hipólito José da Costa permite acessar o que se passava nestes domínios. No
entanto, para um cenário mais amplo, destas vertentes, é necessário fazer uma leitura a partir da
entrada e triunfo da ERA INSUSTRIAL, das tecnologias, do comércio,, da economia
e especialmente das mentalidades coloniais que estavam em profunda crise
social, ideológica e interesses internos
e externos. Interesses coloniais e hegemônicos que se expressaram nas
campanhas cisplatinas. Porém continuaram
presentes e ativos na Revolução Farroupilha e que não deixam de apontar, em
janeiro de 2017 para os impasses e contradições de um Mercosul com sede em Montevideo.
CORREIO
BRAZILIENSE Volume XVIII. Nº. 104, pp 99 -114, Miscellanea
GUERRA no RIO-DA-PRATA.
Proclamaçaõ do
Governador da Capitania do Rio Grande do Sul, no Brazil.
Fig. 02 – A bandeira da Província Cisplatina do Reino Unido e,
depois, Império Brasileiro, tremulava sobre extensa e rica área conflagrada da bacia do Rio da Prata. O sonho de Dona Carlota Joaquina ganhava contornos. Como filha do Rei da
Espanha vislumbrava a possibilidade de uma forma de poder. De outro lado esta bandeira assinalava que o seu marido, Dom João VI, mantinha nas
suas mãos as decisões politicas
relativas este território, neutralizando as aspirações de sua esposa e de
possíveis intervenções de retomada do poder colonial espanhol nesta parte da
América
O MARQUEZ de Alegrete, do Conselho de
S. M. Fidelissima, Gentilhomem de Sua Câmara, Gram-Cruz da Ordem da Torre e
Espada, e da de Christo, Marechal de Campo dos seus Exércitos, Governador e
Capitão General da Capitania de S. Pedro do Rio-Grande Habitantes do Território
de Montevideo. As tropas Portuguezas, igualmente valorozas e bem disciplinadas,
vám entrando em vosso território; e os homens de bem poderão agora dar graças á
Divina Providencia, que, empregando o poderoso e sempre propicio braço d' El
Rey meu Senhor e Amo, e o meu, expelle os males que vos affligem, castiga os
seus authores se elles se naõ escapam ; e naÕ parando em tam grandes
benefícios, conferirá outros, que vós naõ podereis appreciar em quanto os naõ
gozardes. Naõ abandoneis as vossas casas, excepto se for para procurar abrigo
contra os salteadores, e para vos unir ao exercito; por quanto, tudo quanto se
exigir de vós será punctualmente pago. Em nome de S. M. Fidelissima eu vos
prometto a segurança de vossas pessoas e propriedade. Cessem pois as vossas
lamentaçoens e queixas: cessem para sempre, e mixturem-se com as nossas as
vossas vozes fraternaes repita-se mil vezes com aquella alegria de coração, que
ha tanto tempo vos tem deixado, Viva El Rey, Viva El Rey, Viva El Rey.
Proclamaçaõ do
General em Chefe do Exercito Portuguez
Fig. 03 – A reconquista de Montevideo e da Colônia do
Sacramento do Uruguai e manutenção deste território da bacia do Rio da Prata sob
a jurisdição do Brasil deve-se ao experiente Tenente General do Exército Carlos
Frederico LECOR (1767-1836). Teve ação central na expulsão das tropas Napoleônicas
de Portugal e depois na corte do Rio de Janeiro. Teve papel relevante no exército brasileiro após a Independência
e Império Brasileiro contra as renitentes tropas lusas.
Carlos Frederico Lecor,
Tenente-general dos Exércitos de S. M. Fidelissima, General em Chefe das tropas
destinadas á pacifiçaõ da margem esquerda do Rio-daPrata, &c. &c. Povo
da margem esquerda do Rio-da-Prata. Os reiterados insultos, que o tyranno
Artigas tem feito aos pacíficos habitantes de Monte Video, vossos compatriotas;
e aos do Rio-Grande; a absoluta prohibiçaõ de communicaçaõ nas fronteiras com os
vossos amigos Portuguezes e finalmente a disposição hostil, em que elle colloca
as suas tropas, dirigindo-as para as vizinhaças do Rio-Pardo, saõ factos
notórios; e mais do que sufficientes para provar intenções daquelle tyranno.
Jean Baptiste
Debret – Revista, na Praia Grande, das tropas destinadas a Montevidéu.
Fig. 04 – A preparação das topas brasileiras a
intervirem na área conflagrada da bacia
do Rio da Prata estava experimentando as técnicas Guerras Napoleônicas e as
novas armas e uniformes padronizados produzidas pelas novas técnicas
industriais. Armas produzidas pelas industriais britânicas e um dos
artigos que alimentavam intenso e
clandestino comércio de alcance mundial
Elles saõ também bastantes para provar
incontestavelmente, que naõ pode haver Governo estabelecido entre vós mesmos,
nem segurança nos dominios Portuguezes, em quanto vós estivereis sugeitos á sua
oppressaõ. A um tyranno, que, obtendo o commando de vossa força armada, vos
dieta a sua opinião; um tyranno, cujo comportamento tem sido hostil e
inconstante, excepto no que respeita á seus interesses, e que naõ pôde fazer
feliz a vossa pátria, nem ministrar a vossos vizinhos confiança alguma em suas
relaçoens políticas. Habitantes da provincia do Norte terminai o estado de incerteza, que arruina o vosso paiz, e
perturba as fronteiras do Reyno do Brazil,
Jean Baptiste
Debret – Detalhe do desfile das tropas destinadas a Montevidéu – A Família Real
mantém luto pela morte da Rainha D, Maria I
Fig. 05 – O desfile das força militares - a serem
enviadas para as Províncias Cisplatina - contou com a presença ostensiva do ainda Príncipe Regente Dom João VI e de
sua família enlutada pela recente morte da Rainha Maria I. . Esta presença
pode ser interpretada como um gesto
político, de propaganda e de busca de intimidação dos diversos grupos que
disputavam o poder colonial espanhol ausente e que se se desgarravam da lógica
de um estado nacional ao modelo daquele que a Era Industrial impunha naquele
momento.
Para remover estes males sou eu mandado
por meu Soberano, com as tropas, que vedes commigo, e com outras, que me devem
seguir; mas que naõ vem para conquistar, nem para destruir a vossa propriedade.
Pelo contrario, o seu único objecto é sujeitar o inimigo, livrar-vos da
oppressaõ, re-estabeleccr a vossa tranqüilidade, e pôr termo ás extraordinárias
contribuiçoens, que elle vos impõem, e tractar-vos todos com amor, excepto
aquelles, que daqui em diante tentarem perturbar o socego publico. Habitantes!
Vós, que amais o bem de vossa pátria, permanecei tranquillos em vossas casas, e
confiai-vos nas promessas, que vos faço em nome de meu Soberano. Elle me tem
constituído chefe de um Governo Provisional, e eu vos promêtto á fé de um
official velho e fiel vassallo; que cumprirei todas as ordens, que recebi de
meu Augusto Soberano, o qual naõ da outras, que naõ sejam para vossa
felicidade.
CARLOS FREDERICO LECOR.
Outra
Proclamaçaõ do mesmo.
Naõ a prejudicar os interesses
individuaes, procedemos a tomar posse em nome de S. M. Fidelissima El Rey N. S.
do território ao Oriente do Rio-da-Prata. Foi esta necessária medida adoptada
entre os gabinetes de nosso Manarcha, e de S. M. Catholica, que vos sugeita ao
dominio de um Rey grande, benéfico e generoso. Dai graças ao Supremo Arbitro
dos destinos. O nosso objecto he abater o grito da discórdia e desunião, que
infelizmente se tem propagado entre vos. Tremam os cabeças dos amotinadores á
vista das armas da grande regeneração do descanço publico—vos outros permanecei
tranquillos em vossos casas, e sereis vossas protegidos pelo valor de novos
Irmaõs.
LECOR.
Jean Baptiste
Debret – Desfile, em 1816, das tropas
destinadas a Montevidéu
Fig. 06 – A preparação prolongada, custosa e pública
das tropas brasileiras - a serem enviadas para o teatro das operações militares
na extensa e rica área conflagrada da bacia do Rio da Prata -
seguia as aprendizagens, técnicas, armas e uniformes das Guerras Napoleônicas.
O envolvimento de toda a corte lusitana buscava um índice de unidade de toda uma nação. Esta unidade era coerente
com a emergência de estados nacionais desta época e traduz o acúmulo,
centralismo e o relógio que a Era Industrial necessitava para a eficácia do seu projeto.
Reflexoens sobre as novidades deste
mez.
REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E
ALGARVES
Guerra do Rio-da-Prata.
Deixamos copiadas a p. S9 tres
proclamaçoens de summa importância para nossos Leitores: uma do Marquez
d'Alegrete, Governador da provincia do Rio-Grande do Sul, e duas do Ten.
General Lecor, commandante em chefe do exercito que do Brazil foi invadir o
território de Monte-Video. Sobre estas proclamaçoens, que traduzimos das
gazetas lnglezas, aonde vinham sem data, achamos na Gazeta do Rio-de-Janeiro de
28 de Outubro, 1816, o seguinte:—" Devemos declarar, que a proclamaçaõ,
que tem gyrado nesta cidade, como feita pelo Teuente General Lecor, e principia
pelas seguintes palavras—Naõ a prejudicar os interesses individuaes—he
apocripha." Quanto a nós, ainda que as proclamaçoens de que se tracla
fossem genuínas., mui bem faria o Governo do Brazil em as negar tanto para seu
credito e honra, como para sua utilidade; porque os taes papeis saõ tam mal
escriptos, como imprudentes nas declaraçoens e annuncios, que fazem.
Fig. 07 – A longa costura política entre os diversos
governos locais da extensa e rica área
da bacia do Rio da Prata conflagrou esta área geográfica que a Espanha teve de
abandonar, à sua própria sorte, ao longo das Guerras Napoleônicas. A
intervenção do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em Montevidéu contava
desde as intenções de Carlota Joaquina, como filha do Rei da Espanha, os
interesses britânicos em um território para os seus produtos industriais até a
defesa e fixação das fronteiras nacionais brasileiras. As operações militares
devem visibilidade a este último ponto, mas velavam e escondiam de uma série de
outros interesses não confessáveis publicamente na época. O Correio Braziliense
de janeiro de 1817 aponta alguns destes índices.
A proclamaçaõ attribuida ao Marquez d'Alegrete he, com
efeito, tam mal escripta e insignificante, que até se naõ sabe sequer a que fim
he dirigida; diz que confiem em El Rey, sem dizer o que El Rey promette, nem o
que El Rey quer; n'uma palavra he uma producçaõ de rapaz d'eschola. As duas
proclamaçoens attribuidas ao General Lecor, tanto a que se declarou apocripha
no Rio-de-Janeiro, como a outra, alguma cousa dizem ao propósito; mas assim
mesmo dizem o que taes proclamaçoens naõ deviam dizer; e omittem, ou faliam de
passagem em cousas, que éra necessário expor muito pelo miúdo, se taes
proclamaçoens se devem considerar como manifestos da Corte do Rio-de-Janeiro
aos povos das provincias invadidas
José Gervásio Artigas-
retrato em vida realizado por ALFRED-DEMERSAY
Fig. 08 – A proibição do retrato pessoal vigente no
regime colonial ibérico deixou uma enorme lacuna visual de personagens que são
cruciais nas atuais narrativas visuais históricas na América Latina. O
lidar uruguaio José Gervasio Artigas só
foi retrato já entrado em adiantada
idade e retirado no Paraguai por iniciativa
do comerciante francês ALFRED-DEMERSAY
Segundo estas duas proclamaçoens do
Tenente General Lecor (porque a do Marquez, por sua nullidade naõ exige que se
torne a faltar nella) a invasão he feilade concerto com a Corte de Madrid; o
Governo que se ha de estabelecer nas provincias invadidas será provisório: o
fim da invasão he accommodar a inquietação daquelles povos: castigar os cabeças
dos amotinadores; os quaes tem feito algums males ao Brazil, e prohibido o
commercio nas fronteiras. Esta ultima circumstancia, que nas proclamaçoens se
tracta tam de leve; he a única que pôde dar direito a S. M. Fidelissima, para
atacar as provincias vizinhas, que se acham em estado de insurreição contra sua
metrópole.
Fig. 09 – A imagem da CASA PATERNA de José Gervasio ARTIGAS
ilustra os condicionamentos em que os colonos viviam em ambas os domínios ibéricos. Para estes colonos estava vedada
qualquer gasto em conforto, aparência e acúmulo de fortunas pessoais Ao contrário das colônias britânicas nas quais
o imigrante pode constituir patrimônio, ostentar e usufruir os resultados de
suas economias. Porém, para as armas britânicas, interessava a abertura destas extensas áreas para o comercio dos seus produtos industriais além de ser um destino das armas
sucateados e homens experientes a serem
bem pagos na arte da guerra.
Logo em tal proclamaçaõ se deveria
referir, mui por menor, o mal que a anarchia daquellas provincias tem causado
ao Brazil; o perigo, que ameaçam as suas tropas indisciplinadas, e compostas
principalmente de foragidos e criminosos; as propostas de negociaçoens feitas
aos chefes revolucionários, e o máo successo dessas negociaçoens; e ultimamente
a Resolução de. S. M. Fidelissima de occupar aquellas provincias
provisionalmente, até que, decidida a questão entre a Hespanha e suas colônias,
saiba S. M. qual he o Governo legitimo a quem as deve restituir, ou com quem
deve negociar, se quizer ficar com ellas, e o outro lhas quizer ceder.
Melchor Mendez Margariños – El Exodo del pueblo oriental
Fig. 10 – Em janeiro de 2017 o mundo está assistindo
o mesmo cenário de janeiro de 1817 quando milhares de deslocados, de refugiados
e de inseguras tem de carregar o seu corpo e alguns parcos pertences para novas
paragens . Os deslocamentos
provocados Guerras Napoleônicas e as novas políticas ditadas pelo Congresso de
Viena geraram medos, angustias e incertezas idênticas daqueles que atravessavam
as imensas e ermas extensões de terras banhadas pelos afluentes do Rio da Prata.
Não eram sós as cortes que migravam de
uma terra para outra. O Poder Originário tinha a mesma sina e com sacrifícios
de toda ordem.
Porém as proclamaçoens, deixando de
explicar estes importantes fundamentos, mencionam ajustes entre as Cortes do
Rio-de-Janeiro e Madrid, que, naõ se tendo feito authenticamente públicos, naõ
deveriam ser naquella proclamaçaõ revelados; e tanto mais quanto; por isso
mesmo que aquelles povos estaõ era rebelião contra sua metrópole, nada os pôde
irritar mais do que saberem, que os invasores vaõ de acordo com os inimigos,
cuja vingança lhes deve ser mais temível do que outro nenhum mal. E se nos
disserem que tal he a segurança do bom successo, que o Ten. General Lecor naõ
acha ser precisa a politica de ocultar aos povos invadidos aquella
circumstancia; entaõ éra mais nobre, e mais coherente promulgar de uma vez, que
os paizes assim conquistados eram para Portugal ou para a Hespanha, por
concerto de ambos os respectivos soberanos, e naõ fallar em Governos
Provisórios, que trazem com sigo a incerteza das vistas do invasor, e que por
isso naõ podem jamais conciliar a affeiçaõ dos povos; antes lançam as sementes
de ódios e inimizades intermináveis.
Fig. 11 – A culminância e o desfecho das operações
bélicas na Província Cisplatina se deram em 1827. O novo e soberano regime imperial brasileiro
se retirava do teatro das operações. Porém deixava um pesado legado ao Rio
Grande do Sul que iria se levantar em armas contra o Império 8 anos depois Ao contrário do que muitos afirmam a
Revolução Farroupilha não foi um movimento de independência, apenas preconizava
um ESTADO FEDRADO dento do Brasil. Muitas das ideias experimentavam no Uruguai,
ente 1816 até 1828, estavam na carta de 1835 de Bento Gonçalves ao regente padre Feijó[1]
Baste isto por agora, quanto ás
proclamaçoens; porque o nosso fito principal, fallando desta matéria, he
responder aos escriptores Inglezes, que se tem occupado em fazer repetidas e
largas observaçoens sobre as taes proclamaçoens; e, segundo o custume, tractado
dos actos do Gabinete do Rio-de-Janeiro, como se fatiassem dos de um Governo
subalterno, e naõ de um Monarcha Independente; e ademais fallando da matéria
cora tal ignorância delia; que em alguns pontos até provocam a riso. Entre
outras descaídas notamos, em uma das gezetas lnglezas, uma asserçaõ mui
galante, que foi uma espécie de ameaço do que faria Artigas, vendo-se provocado
pela invasão, que éra nada menos do que marchar com o seu exercito e ir
revolucionar os negros, que estaõ trabalhando nas minas de diamantes!
[1] Carta de Bento GONÇALVES http://almanaquenilomoraes.blogspot.com.br/2014/03/carta-de-bento-goncalves-ao-regente.html
Fig. 12 – Na
conflagrada da bacia do Rio da Prata a figura
e as posições políticas de DOM JOÃO VI foram cruciais para o Brasil , o
Uruguai, para a Espanha e Portugal. A ocupação das Províncias CISPLANTINAS,
pela corte do Rio de Janeiro, seguiu a
mesma linha da ocupação da GUIANA FRANCESA, a sua devolução posterior e sem
reivindicações de indenizações de custos, de terras e soberania tutelada.
Porém deixando estas observaçoens,
que só servem de excitar o riso, examinaremos as mais sérias, que se acham,
tanto nos escriptores do partido Ministerial, como do partido da opposiçaõ ;
por que desta vez parece que todos tem achado ser do seu dever reprehender o
comportamento do Gabinete do Brazil: e assim mostraremos, que supposto estes
senhores tractem muito de menor os custumes, instrucçaõ, e civilização dos
povos do Brazil, no que em muita parte tem razaõ, ainda assim ha algum natural
daquelles paizes incultos, que tem estudado as sciencias, que se aprendem nas
partes civilizadas do Mundo; e que em matérias politicas conhece mui bem o que
convém ao seu paiz; e como as olijecçoens tem sido tantas e tam varias, quasi,
como saõ aquelles escriptores públicos, e
seus repectivos protectores occultos, responderemos a todos
Classificando as objeçoens. 1º. A falta de attençaõ, e até de politica para com
a Inglaterra; porque este Governo naõ tem sido informado dos motivos, fins ou
planos da invasão de Montevideo pelas tropas do Brazil. 2º. Os males a que se
expõem S. M. Fidelissima, e a falta de fé com que obra provocando Hespanha sem
justo motivo. 3°. O temor e receio que deve ter o Brazil dos males que lhe
podem fazer os insurgentes sendo irritados com tam injusta invasão. Ptimeira série
de objecçoens; a Inglaterra.
Dom Pedro
adolescente e como príncipe do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
Fig. 13 – A pesada herança que o príncipe, e depois
imperador, Dom Pedro I recebeu do seu pai Dom João VI se encontrava na área conflagrada da bacia do Rio da Prata.
A retirada deste teatro de operações de ocupações militares foi interpretado como um malogro e uma simples
entrega de um pedaço territorial pertencente ao Brasil. Porém faltam estudos e
reflexões desapaixonadas para entender o que já constavam no textos do Correio
Braziliense de janeiro de 1817
O custume em que ha muitos annos tem
estado este paiz, de olhar para Portugal como um Estado fraco, e dependente,
que em vinte quatro horas se attravessa de uma parte a outra; tem feito com que
muita gente continuasse em considerar o Brazil do mesmo modo. Daqui vem, que,
havendo a Corte do Brazil nomeado um Embaixador em Londres, nunca se lhe tornou
o cumprimento de para lá mandar Embaixador ou dar esse character ao Ministro
que lá tinham. E naõ basta para disculpa o dizer, que a Corte do Brazil caio
nessa por se fiar no indivíduo que aqui tinham; lie verdade que assim he; mas
ainda depois de se remover daqui esse individuo, e continuar a Corte do Brazil
a ter em Londres Ministros Plenipotenciarios, naõ ha Ministro Inglez desta
graduação, nem ainda nomeado para o Rio-de-Janeiro. Logo, se em taes
circumstancias o gabinete Inglez naõ tem influencia alguma no do Brazil, nem ao
menos sabe dos importantes negócios que por lá vám, queixe-se de si, pois
tracta de bagatella um paiz, que he ma" importante do que aqui se pensa.
Mas, além disso, nem o Brazil tem
obrigação de dar parte á Inglaterra do que eslá obrando, ou vai a obrar com as
provincias vizinhas, nem ainda que o Governo Inglez se queira formalizar por
isso, deve o Brazil sentir alguma inquietação. Um dos gazeteiros (e
Ministerial) entra em grandes ameaças; mas nós lhe perguntaríamos, mesmo no
caso que a Inglaterra tivesse direito de perguntar ao Brazil pelo que está
fazendo nas fronteiras do Rio-Grande, ¿ se a mesma esquadra, que, bloqueando o
porto de Lisboa, porta todo o Reyno de Portugal em consternação, seria bastante
para bloquear toda a costa do Brazil ? Diz mui galantemente um desses gazeteiros, que se o Brazil, combinado
com os Estados Unidos puzessem uma cadêa de corsários desde o cabo de Sto.
Agostinho até cabo dè Horne, a Inglaterra tem essas forças marítimas para comboiar
com uma esquadra cada um de seus navios, que viajasse para a India.—Bem, ¿ e
quanto custariam essas fazendas, que occupavam uma esquadra para comboiar cada
navio ?
Fig. 14 – Hipólito José da Costa (1774-1823) – o
redator do CORREIO BRAZILIENSE - havia nascido em COLÔNIA, migrou para o Rio
Grande do Sul e depois ganhou a EUROPA e os ESTADO UNIDOS. No jornal - que
ele mantinha em Londres - podia opinar com conhecimento de causa em
relação às extensas e ricas áreas da
bacia do Rio da Prata. Cercado, e lidando com os mais desencontrados
interesses nesta área, manteve uma linha
editorial autônoma em relação ao tema e as personagens deste múltiplos
conflitos. Por estas razões o tema é recorrente no seu jornal, porém sempre com a mesma linha editorial
O que nos admira he, que fosse uma
gazeta Ingleza, quem agitasse a questão do que poderia sofrer a Inglaterra, com
uma combinaçaõ de corsários do Brazil com os dos Estados Unidos, em interromper
o commercio da índia: esta idea naõ se devia excitar aqui; e tanto mais que a
antiga alliança das duas naçoens. exclue toda a idea de ser preciso recorrer a
hostilidades, no caso de haver diferença de opininaõ entre ellas, neste
objecto.
Porém vamos ao ponto principal. O
Brazil tem todo o direito de proteger suas fronteiras, e portanto tomar as
medidas, que julgar convenientes, a respeito das provincias insurreccionarias
vizinhas. Se a Inglaterra acha que he de seu interesse sab.-r do que naquella
parte distante do mundo se passa a este respeito, tenha assas providencia para
ter na Corte do Rio-de-Janeiro um Ministro Diplomático de tal graduação e de
tam boas maneiras, que obtenha assas influencia para alcançar essas cousas; e
se por descuido, ou outro motivo, assim naõ obra, queixe-se de si, como ja
dissemos, porque ao Brazil naõ he a quem compete mandar-lhe dar parte das
medidas que Ia está adoptando ; e muito menos pedir licença para obrar o que
lhe convém. A Inglaterra naõ pede licença á Hespanha, e muito menos ao Brazil,
para ir commerciar com as colônias revoltadas de Buenos Ayres. Segunda serie de
objecçoens a Hespanha. Se El Rey de Hespanha naõ tem, como prova o facto, força
bastante para reduzir á obediência as suas colônias nem as obrigar a que se
portem como devem para com os seus vizinhos no Brazil, naõ se pode escandalizar
de que o Gabinete do Rio-de-Janeiro procure fazer-se justiça por suas maõs,
atacando os chefes da insurreição, e tomando posse de suas fortalezas
necessárias para abrigar suas fronteiras. Até este ponto, o comportamento de S.
M. Fidelissima he dictado meramente pela ley da própria conservação. Mas
supponhamos que El Rey de Hespanha, naõ attendendo a estas razoens, assenta que
deve vingar por força uma pretensa injustiça; dizemos, que naõ tem meios para
tal vingança, que S. M. Fidelissima possa temer. Um Gazeteiro Inglez disse, que
El Rey de Hespanha atacaria Portugal. A hypothese he impracticavel. Sabe-se,
que El Rey de Hespanha naõ tem meios para sugeitar os seus colonos; que o
exercito de Hespanha esta aarruinado; que o thesouro se acha exhausto; que o
seu exercito naõ chega a 150 mil homens; que cem mil destes saõ necessários
para guarniçoens, e manter em sugeiçaõ os descontentes mesmo da Hespanha; e os
50 mil que restam, mal disciplinados, mal pagos, e mal vestidos, seriam
derrotados pelos experimentados soldados, que Portugal agora possue, e caso
ainda pudessem alcançar algumas victorias, esbarrariam contra as linhas de
Torres Novas, aonde se vio frustrado Massena, que he um general como naõ tem
Hespanha algum, e que commandava tam bom exercito, como os Hespanhoes naõ podem
por nenhum principio ajunctar. Temos logo, que nem a Inglaterra nem a Hespanha
podem levar a mal, que S.M. Fidelissima use do único meio que lhe resta, para
segurar as suas fronteiras do Brazil, que he apossar-se dos pontos essenciaes
de defeza, por meio dos quaes os chefes insurgentes lhe estaõ fazendo muitos
males, e ameaçando outros maiores; e portando-se o Gabinete do Rio-de-Janeiro
neutralmente, como deve, nesta disputa entre Hespanha e suas colônias, quando a
contenda finalizar, terá entaõ de entregar os territórios, que occupar
temporariamente, á Potência que se decedir a final ter direito legitimo ao
paiz. O caso da revolta das colônias Hepanholas, naõ he novo no Mundo ; e
sempre tem acontecido que, quando uma porçaõ de qualquer Estado se deseja fazer
independente do resto, ambos os partidos recorrem ás armas; e obrigando os
suecessos da guerra um delles a convir no que o outro pretende, se fazem
ajustes, que decidem a causa a final, e entaõ saõ esses ajustes notificados ás
Potências Estrangeiras, que obram também em conseqüência delles. Pendente a
questão, as naçoens estrangeiras devem portar-se neutralmente, a menos que, por
tractados anteriores, naõ sejam a outra cousa obrigados. Isto nos conduz á
Terceira serie de objecçoens - Os Insurgentes. Seguindo S. M. Fidelissima os
principios de neutralidade, que deixamos mencionados, naõ dava motivos de
escândalo, nem á Hespanha, nem ás suas colônias, que tractam de se fazer
independentes da Metrópole. Porém se os Insurgentes naõ estabelecem entre si
governo algum regular, nem respeitam os territórios de seus vizinhos, he claro
que he necessasio usar da força para obrigar esses insurgentes a naõ offender
seus pacíficos vizinhos. Neste caso se acha o Brazil. Artigas governa o
território de Montevideo, nas fronteiras do Brazil, sem reconhecer o Soberano
de Hespanha; sem obedecer aos Governos Republicanos, que se tem estabelecido
naquellas provincias revoltadas, e sem mostrar outro titulo para governar
aquelles povos, senaõ a força das tropas, que tem aggregado debaixo de seu
comando.
Fig. 15 – A prefeitura de Porto Alegre inaugurou um
busto a José Gervasio ARTIGAS.
Esta homenagem é um índice dos dois séculos de convivência pacifica entre dois
povos soberanos. Materializam as constantes interações entre uruguaios e
sul-rio-grandenses especialmente em
momentos de tensões e de atropelos políticos quando o exílio é o única
alternativa . O homenageado, José Gervasio
ARTIGAS, foi um exilado no Paraguai após o Uruguai atingiu a sua
soberania nacional
Alem disto, seja porque naõ pôde,
seja porque naõ quer reprimir a licenciosidade dos foragidos, que formam o seu
exercito, Artigas permitte que as suas tropas façam continuadas corrertas no
território do Brazil, e naõ dá outra resposta ás representaçoens das
authoridades do Brazil, senaõ ameaças de que excitará uma revolução nas
provincias que lhe ficam contíguas. Neste caso he evidente, que S. M.
Fidelissima naõ tem outra alternativa senaõ atacállo, e invadindo o território
que elle commanda, tomar aquelles postos, que cubram perfeitamente as suas
fronteiras; e conservar a sua posse, até que os povos reconheçam algum Governo
regular, com quem se possam fazer tractados sólidos e permanentes.
Estabelecidos pois estes principios pelo que pertence a direito • vejamos agora
pelas vias de facto, o que tem S. M. Fidelissima a temer dos insurgentes, caso
estes queiram fazer a guerra ao Brazil. Artigas naõ tem outro poder senaõ o que
se pôde comparar ao chefe de um bando de salteadores; que fazem incursoens, e
devem o seu successo á rapidez das operaçoens, e a terem pontos de refugio,
aonde se acolham, logo que tem acabado o seu ataque momentâneo. Isto se remedêa
completamente tomando a Artigas o território de Montevideo, até o Uruguay ;
porque entaõ, ainda que Artigas se possa escapar com o seu bando, para a outra
parte daquelle rio, fica ja tam distante das fronteiras do Brazil, que lhe naõ
pode fazer algum mal; sendo os passos, que ha naquelle rio, poucos e mui
defensiveis. Artigas naõ pôde achar acolhimento, nos governos que se tem estabelecido
no Paraguay : porque elle se tem sempre mostrado inimigo de Buenos-Ayres, e de
Sta. Fe; e estes Governos tem entre si tanto que fazer, e precisam tanto de
suas tropas, para se defenderem dos exércitos Realistas de Lima que naõ
desejarão, para defender seu inimigo Artigas, entrar em guerra com o Brazil;
principalmente qnando estiverem convencidos, que S. M. Fidelissima naõ tem
vistas de conquistar terras, mas unicamente de tomar postos com que se livre
dos encommodos, que lhe causa Artigas. Sabe-se muito bem, que estes saõ os
sentimentos da melhor parte dos habitantes de Buenos-Ayres; e se a Corte do
Brazil tiver agentes assas hábeis para tranqüilizar o Congresso de Tucuman, a
respeito dos temores de ulterior conquista da parte do Brazil; naõ temos a
menor duvida, que o mesmo Congresso muito estimará ver-se livre de Artigas;
além de que como este nunca obedeceo ao Congresso, naõ poderão dizer que o
território de Monte-Video he tirado ao Governo do Paraguay.
Miscellanea.
113
Um pequeno texto publicado no CORREIO
BRAZILIENSE em janeiro de 1817 divulga iniciativas e contas do PODER ORIGINÀRIO
da NAÇÃO da nova nação em gestação.
Este texto noticia o
complemento e solidificação das iniciativas do nascente Estado Nacional
Brasileiro. De outra parte, este pequeno texto pode ser lido e interpretado como um índice
breve do PROJETO CIVILIZATÓRIO COMPENSADOR da VIOLÊNCIA que representava o
envio das tropas brasileiras para Montevidéu.
Melhoramentos
no Brazil.
He com summo prazer que observamos pelas gazetas do
Rio de-Janeiro, que o Thesoureiro da Sancta Casa da Misericórdia daquella
cidade publicou a sua conta da receita e despeza daquella útil instituição. Tal
he o effeito do bom exemplo ; e que ja em outra occasiaõ dissemos que tínhamos
toda a esperança de o ver seguido, e adoptado por outras instituiçoens, que saõ
ainda de mais interesse ao publico. Achamos também naquellas gazetas o annuncio
das seguintes obras, que naquella cidade se achavam de venda. " Breve
tractado sobre o uso e abuso das virtudes e relaçoens de cousas sobrenaturaes,
e do poder do demônio e da natureza, em ordem a fazer illusoens. "
Historia das imaginaçoens extravagantes de Oufle, causadas pela leitura dos
livros que tractam de Mágica, Endemoninhados, Feiticeiros, Lobishomens, Phantasmas,
Almas-do-outro-mundo, Sonhos, Pedra Philosophal, Encantamentos; &c. "
Defeza de-Cecilia Farago, accusada de Feiticeira. " A Arte Mágica
annihilada. O simples offerecimento destas obras á venda publica nos mostra,
que no Brazil ha patriotas assas entendidos, para conhecerem a importância de
desabusar o povo; elliminando os erros communs em matérias desta natureza; e
que tendem a embrutecer o espirito humano
TORRES GARCIA
(1874-1949) “O NOSSO NORTE É O SUL” http://brunomadeira.com/america-do-sul-de-cabeca-para-baixo/
Fig. 16– A NAÇÂO soberana do URUGUAIA superou todos
os atropelos que tem sofrido. Instaurou um projeto que colocou a criatura humana no
centro da política do seu ESTADO NACIONAL. Esta visão e mentalidade política
permitem, inclusive, inverter e colocar o SUL no alto o mapa da
América do Sul. Os seus artistas, mestres escola, seus médicos e
economistas trabalham, e dedicam as suas existência, no exercício deste projeto
O apparecerem os annuncios na gazeta
prova também, que S. M. está de acordo em cuidar da educação publica; e se os
seus vassallos instruídos o apoiarem nisto, devemos esperar os mais felizes
resultados. Também nos informam da Bahia, que se tem formado ali uma sociedade
para ajunctar subscripçoens ; a fim de mandar a Londres um sugeito hábil, que
aprenda o methodo novo das escholas de Lancaster e Bell; e voltar a estabelecer
no Brazil escholas no mesmo plano. Naõ podemos deixar de dar os mais decididos
louvores aos indivíduos, que para isto tem cooperado; pois estamos persuadidos
que, por mais boas que sejam as intençoens do Soberano, se elle naõ for ajudado
pelos homens que podem trabalhar e influir no melhoramento da instrucçaõ
publica, terá sempre o Governo a maior difficuldade em conseguir a illuminaçaõ
dos povos, tam necessária á prosperidade publica. He verdade que estes esforços
encontrarão sempre obstáculos nas pessoas, que tem utilidade na ignorância dos
povos; e nos homens que julgam, que só pela ignorância se pôde conservar uma
naçaõ em sugeiçaõ ao Governo. Tal gente dará sempre interpretaçoens sinistras
aos motivos dos bem intencionados, que promoverem a instrucçaõ publica: mas
nisto consiste o maior merecimento, que he fazer face á opposiçaõ, e ter
constância em vencèlla.
Fig. 17 – A criação do MERCOSUL representa um projeto
mercadológico como sugere a sua designação. Pouco pode realizar fora de
marco econômico ditado pelo outros. Economia
que não acompanhou a evolução tecnológica dos outros que ingressaram e dominam os novos recursos da ÈPOCA
PÒS-INDUSTRIAL. Nesta dependência é mero usuário dos recursos numéricos
digitais, das tecnologias geradas pela
corrida espacial dos outros e dos transgênicos e produtos derivados do domínio
e aplicação prática do código genético.
Em conclusão é
necessário continuar a pesquisar, estudar e tomar em conta as variáveis desta
dúzia de anos em que esta região esteve conflagrada. No presente impõe-se a
verificação da permanência dos hábitos de dependência, de intrigas e a falta de
projeto, pactos nacionais e contratos viciados pelo colonialismo endêmico e a
escravidão de quem trabalha e produz sem ter retorno coerente e adequado.
Especialmente considerar
a nova lógica do colonialismo europeu do século XIX impulsionada pela conquista
de territórios, rotas e pontos nevrálgicos
do fluxo dos produtos e dos insumos necessários para o acúmulo e
elaboração e comércio dos novos produtos das suas máquinas.
Não é necessário se
preocupar ou trabalhar contra mudanças, repelir novas infraestruturas ou
mentalidades. O que é necessário entender, e erradicar, são as antigas
mentalidades coloniais e escravagistas que mudam as aparências para “TUDO PERMANECER como ANTES, na CASA de ABRANTES”.
FONTE NUMÉRICA
DIGITAL
CORREIO
BRAZILIENSE CORREIO
BRAZILIENSE Volume XVIII. Nº. 104 JANEIRO de 1817
http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/060000-104#page/1/mode/1up
POPULAÇÃO da PROVÍNCIA de SÃO PAULO [1765-1850]
com vistas à GUERRA CISPLATINA
Este
material possui uso restrito ao apoio do processo continuado de
ensino-aprendizagem
Não há pretensão de lucro ou de apoio
financeiro nem ao autor e nem aos seus eventuais usuários
Este material é editado e divulgado
em língua nacional brasileira e respeita a formação histórica deste idioma.
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