A GUERRA do RIO da PRATA em AGOSTO de 1816
“Entre
os indivíduos as disputas decidem-se recorrendo aos magistrados [...] Entre as
nações não pôde haver essa decisão de magistrados; e assim também, aquele povo
que se determinar a nunca ter guerra, sejam quais forem as injurias que lhe fizerem, será sempre o
escarnio das outras nações, e acabará por ser escravo” CORREIO BRAZILIENSE, Agosto de 1816, pp, 235- 236.
J.B. Debret, “Revista das tropas
destinadas a Montevidéu, na Praia Grande, 1816”, óleo sobre cartão colado sobre tela,
41,6 X 62,9, Pinacoteca de São Paulo
Fig. 01 – Desfile
militar presidido por Dom João VI,
Dom Pedro. Dom Miguel, a Princesa Dona
Maria Teresa, o Lord Beresford, Conde da Barca, Dona Carlota e filhas...Este
desfile foi seguido de exercícios
militares preparatórios da intervenção nas Províncias Cisplatinas
Em agosto de 1816 o espectro da GUERRA estava se derramando em todas
as frentes e cenários mundiais. O governo brasileiro não escapou na política,
na sociedade, na economia aos terremotos secundários provocados pelo grande
terremoto da Revolução Francesa e nem ao tsunami Guerras Napoleônicas. Para
afirmar as suas pretensões ao domínio da BANDA ORIENTAL do RIO URUGUAI, o
governo de Dom João VI recrutou, inclusive, oficiais e soldados das que haviam
marchado e lutado nas fileiras Napoleônicas.
Jean, Baptiste DEBRET in
PROVINCIA CISPLATINA https://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%ADncia_Cisplatina
Fig. 02 – Os
exercidos militares terminados seguiu-se o desfile de despedida dos exercotos
que rumavam para o Rio da Prata. De pé sobre tapete esta Dom João VI, Dom Pedro
e os homens da corte. As damas estão sentadas e trajando luto pela morte de
recente da Rainha MARIA I.
Porém a nova realidade da ECONOMIA estava no subterrâneo deste
movimento militar, politico e social. Realidade da ECONOMIA que se expressava
por uma avassaladora ERA INDUSTRIAL. Esta não só precisava acumular gente,
matéria prima, maquinas e dinheiro. Os produtos das MÁQUINAS necessitavam
TERRITÓRIOS DEFINIDOS e DELIMITADOS especialmente pela diplomacia secunda
poderosamente pela MÀQUINA GUERRA cada vez mais coerente, munida e se
comportando com a LÓGICA do SISTEMA da ERA INDUSTRIAL.
Evidente que a relação direta da MÁQUINA GUERRA com a na LÓGICA do
SISTEMA da ERA INDUSTRIAL era rigorosamente silenciada, escamotada ao máximo. O
próprio militar não pode PENSAR e nem SENTIR além da lógica implacável da VIDA
e da MORTE imposta por regimes cada vez
mais profissionais, impessoais, implacáveis e comandados pela LÓGICA do SISTEMA da ERA INDUSTRIAL.
Assim não são de estranhar as infinitas querelas e as guerras entre
jornais e jornalista do início da ERA INDUSTRIAL como continuam em agosto de
2016 nas divergências, nas leituras dos veículos comunicação pública. No
entanto estes jornais e jornalistas estão autorizados para noticiar os EFEITOS, as
DESTRUIÇÕES e MORTES, provocadas pela GUERRA. Porém a CAUSA é mantida
rigorosamente subliminar e distante de qualquer olhar externo.
Jean, Baptiste DEBRET in
PROVINCIA CISPLATINA https://pt.wikipedia.org/wiki/Prov%C3%ADncia_Cisplatina
Fig. 03 – Detalhe
da fig. 02 com Dom João VI, Dom Pedro de pé sobre tapete e
estão acompanhados pelos homens da corte
. Trajam a cor negra do luto pela recente morte de Rainha MARIA I . As damas estão sentadas acompanhando a desfile dos exércitos que
rumam para a Província Cisplatina.
E possível ter um índice do era
permitido publicar, em agosto de 1816,
ao ler um fragmento do CORREIO BRAZILIENSE de agosto de 1816 -VOL. XVII.
No. 99.. Miscellanea. pp 235 - 238 http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/060000-099#page/1/mode/1up
Reflexoens sobre as novidades deste Mez.
REYNO UNIDO de PORTUGAL, BRAZIL e ALGARVES
Guerra do Rio-da-Prata.
O
Jornal Pseudo-Scientifico, no N°* 62, declarou-se contra a medida da guerra no
Rio-da-Prata, dizendo, que ao Brazil nada convinha senaõ a paz; e cimo aquelle
Jornal tem tantas vezes diversificado em opinião com o nosso, reprovando nós
algumas medidas do Governo do Brazil; naõ será cousa que lhe pareça feia
defendermos nós aquelle Governo, quando as suas medidas saõ desapprovadas, sem
razaõ, pelo mesmo Scientifico.
Fig. 04 – As
constantes trocas de donos das terras da
região da Província Oriental do Rio da Prata forçou uma dança de fronteiras sem fim.
Conforme os tratados europeus as
populações - de uma ou outra região- deveriam iniciar um longo e penoso êxodo e mudar para onde as potencias europeias lhes
marcava o destino. Estes êxodos populacionais haviam acontecido no final da Missões
jesuíticas pelo Tratado de Madrid, pela invasão de Don Ceballos e tomada de Rio
Grande em 1763 pelo expulsão destes conquistadores e se prolongou ao longo das duas décadas da Guerra Cisplatina.
Iniciada 1810 e que e se efetivou de fato e de direito pelo Juramento da
Constituição Uruguaia em 18 de julho de 1830 e assim o PODER ORIGINÀRIO
URUGUAIO pode começar a trabalhar. Produzir e se reproduzir dentro de um PACTO social, político e
econômico nacional digno deste nome.
Os
nossos Leitores, que naõ tenham visto o tal N* 62. do Scientifico, talvez lhes
cnste a crer, que similhante Jornal, digna creatara Roevidíca, e cortezao por
essência, ousasse reprovar uma medida do seu mesmo partido, e da corte e
Govemo, de quem tem sido o mais rasteiro elogiador. Porém aos que fizerem
similhante reparo só temos de lembrar, que isto he mui natural; e que seria
muito para admirar, que um Jornal, instituído pelo Conde Funchal, fosse conseqüente
em seus principios, ou ao ao partido, que abraçou.; porque essa conseqüência
com sigo mesmo, ou estabilidade de character, nunca a observamos nem no
Insfituidor do tal Jornal, nem em pessoa alguma, que com elle obrasse: assim
teria notável aberração da regra, se este Jornal instituído, e conduzido como
tem sido, continuasse a defender coherentemente o partido, que o i intenta.
Fig. 05 – Os
figurantes da película “LA REDOTA” representando as diversas etnias e
indumentária de época de ARTIGAS. Indumentária inspirada e conservada para
o cultivo das tradições específicas das diversificadas etnias que constituem a base do PODER ORIGINÀRIO da
atual nação e estado soberano do Uruguaia
Voltou
pois o Scientifico a cazaca, justamente em um ponto, em que os seus padrinhos,
e mantenedores precisavam do apoio de sua vozeria, para os ajudar a fazer que a
guerra fosse menos impopular do que he; e esta deserção dos Scientificos he
ainda mais digna da censura; por ser justamente em ponto, em que a razaõ está
da parte do Governo do Brazil, como provaremos. Pelo que he bem de suppôr, que
os taes Scientificos escolheram de propósito esta occasiaõ de se fazerem
populares, á custa do character de seus protectores, e dos de seu partido; nao
obstante a sem razaõ com que argúem o Governo do Brazil.
Eis
aqui o fira dos trabalhos e dos gastos suggeridos pelo Conde de Funchal; eis
aqui o apoio Scientifico, qne elle procurou com sua habilidade ao Governo do
Brazil; defensores, que voltaram a cazaca quando eram precisos—em fim projectos
Funchalenses.
Fig. 06 – A
carreta romana das duas rodas tornou-se um verdadeiro ícone dos numerosos e
imprevistos êxodos do povo uruguaio. O Correio Braziliense de agosto de 1816 defende esta intervenção
Nós
porém, que nao estamos dispostos, naõ precisamos, nem desejamos procurar a aura
popular, nem estamos acustumados a cortejar o favor de ninguém, tractaremos de
expor os motivos, que julgamos haverem determinado a Corte do Rio de Janeiro a
invadir o território de Montevideo; e, se os motivos forem os que suppómos, mui
justificado julgamos aquelle Governo por obrar como obra; naõ tendo a Jornal
Pseudo Scientifico dado outra razaõ do seu dicto, senaõ o ipse dixit, de que ao
Brazil nao convinha fazer guerra a ninguém. As guerras trazem comsigo grandes males,
mas nem por isso deixam de ser necessárias muitas veses. Entre os indivíduos as
disputas decidem-se recorrendo aos magistrados; e por tanto ne alguém se
determinasse a nunca ter demandas, fossem quaes fossem as injurias ou damnos
que lhe fizessem, acharia em breve que o mundo naõ possue as virtudes, que
aquella determinação exige, para se viver socegado. Entre as naçoens nao pôde
haver essa decisaõ de magistrados; e assim também, aquelle povo que se
determinar a nunca ter guerra, sejam quaes forem as injurias que lhe fizerem, será sempre o
escarneo das outras naçoens, e acabará por ser escravo. Amittindo-se pois que a
guerra he algumas vezes necessária; resta-nos o mostrar, que no caso presente
ha motivos, que justificam aquella medida no Governo do Brazil. Informados,
como nós estamos, do incommodo que a vizinhança do general Artigas tem causado
ao Brazil, achamos mui racionavel, que a Corte do Rio-de-Janeiro tentasse a
conquista de todo o território ao Norte do Rio-da-Prata, e a Leste do Paraguay.
Fig. 07 – Excluído
pelos novos e diferentes líderes o José Gervasio ARTIGAS (1764-1850) refugiou-se no Paraguai sem retornar a ao
Uruguai cujo processo de independência havia deflagrado. O único retrato
que se conhece é o desenho de ARTIGAS, já ancião e realizado por DEMERSAY Alfred (1815-1891) O enredo da película “La
Redota” gira ao redor da busca de uma imagem autêntica de ARTIGAS e encomendada
ao pintor Juan Manuel BLANES (1830-1901).
na década de 1870. Época na qual as
nações sul-americanas buscavam gerar,
mitificar a sua própria história e os
lideres de sua origem de soberania
He
indubitavel que a addiçaõ daquelle território ao Brazil, lhe procura limites
mui naturaes, e izentos de controvérsias; mas naõ bastava isso para que a Corte
do Brazil tivesse direito de invadir os paizes vizinhos. Menos poderia
justificar a guerra, a utilidade da aquisição; porque, além de que essa utilidade
nunca dá tal direito a naçaõ alguma; tal utilidade nao existe, fadando
simplesmente do valor do terreno, a respeito do Brazil; aonde o que sobram saõ
terras, sem que haja habitadores que as cultivem.
Fig. 08– Outro
fotograma da película “LA REDOTA” com a imagem da pesada carreta de duas rodas
como referência de um povo tornado seminômade pelo frequentes êxodos do que
conseguiam para si mesmos. ARTIGAS iniciou uma guerrilha de mobilidade
permanente com informantes fieis e e dedicados a uma causa comum.
Mas a
justiça, que suppómos, e com que nos parece se deve defender a medida desta
guerra no Rio-da-Prata, provém da necessidade, que tem El Rey de Portugal, de
proteger os seus subditos, naquella parte do Brazil, contra os repetidos
incommodos, que lhe causam os Insurgentes debaixo do Governo de Artigas; e no
que concordam exactamente os outros Insurgentes de Buenos Ayres. Examinando a
origem deste mal se vè, que elle nao tem outro remédio senão a guerra.
Pelo
tractado de Madrid, que fez o embaixador D. Francisco Ignocencio ; pay do outro
celebre negociador Conde de Funchal; entre outros muitos despropósitos e
mostras da ignorância daquelle ministro, foi o deixar um campo neutral, entre
os territórios de Hespanna e de Portugal; campo, que, nao podendo ser occupado
por nenhum dos Governos, naõ podia deixar de servir de couto aos
contrabandistas e facinorosos de ambas as partes. Outro mal que causou D.
Francisco com aquelle tractado, foi deixar para os Hespanhoes os povos das
Missoens, o que punha por aquella parte os habitantes de ambas as naçoens em
demasiado contacto uns com outros, por nao serem os limites bem demarcados, por
conhecidos rios, ou outras divisoens naturaes. No tempo do antigo Governo
Hespanhol se remediava o grande inconvenieute do Campo Neutral, mandando ambas
as naçoens partidas de soldados de cavallo a explorar aquelles territórios; e
supposto que as taes partidas militares pouco fizessem, além de receber peitas
dos contrabandistas, com tudo sempre atemorizavam de algum modo os facinorosos
ali refugiados.
Fig. 09 – Numa
cultura de mobilidade permanente os informantes fieis e e dedicados a uma
guerrilha estavam sempre sobre o cavalo. Os figurantes da película “LA
REDOTA” representam a confluência do índio, do fazendeiro soldado com seu capataz, do clero e do peão negro
fugitivo da escravidão brasileira
Agora,
Artigas nao attende a isto ; e como tem necessidade desses mesmos
contrabandistas e facinorosos, para apoiar as suas pretençoens ao Governo do
paiz, qne se naõ fundamenta em outra cousa, sao baldadas todas as
representaçoens do Governo Portuguez, para que elle contenha em ordem os seus
soldados. Isto he tanto mais temivel ao Governo Portuguez, quanto Artigas, nem
quer, nem pôde, ainda que quizesse, manter boa disciplina entre seus soldados.
Constam
as tropas de Artigas de bomens alevantados, contrabandistas por officio, e malfeitores
por habito : nao tem outra paga senaõ o que obtém com a pilhagem, nao ja contra
os seus inimigos somente, mas até contra os mesmos povos, que vivem sugeitos ao
Governo de Artigas; e este general nao pôde conduzir taes tropas por outro
meio, que nao seja o que empregam os cabeças de salteadores, que vém a ser,
deixando os de seu bando fazer quanto querem, e capitaneando-os unicamente ao
combate, quando se tracta da defensa comum.
Fig. 10 – Durante
séculos as comitivas dos tropeiros de mulas e viajantes, que se aventuravam
pela Cisplatina afora, encontravam arrimo em galpões aberto com o acampamento da
imagem acima. Estes acampamentos deram origem a povoados
nos quais se fixavam comerciantes e mão de obra elementar. Ao mesmo tempo eram
pontos de referência dos exércitos nos seus deslocamentos militares. Os
residentes destes ermos eram especialistas em fornecer informações de toda
ordem.
Os
escravos, que fogem do Brazil, os desertores, os facinorosos saõ todos bem
acolhidos pelas partidas de Artigas no campo neutral; e se o Governo do Brazil
nao puzer cobro a isto, com tempo, tomando occupaçaõ militar daquelle
território, o campo neutral se povoará, dentro em bem pouco tempo, de homens
levantados, que se faraõ temíveis com suas correrias, e que pela natureza do
paiz, e modo de vida de seus habitantes, seraõ ao depois inconquistaveis pelas
forças, que o Brazil lhe pôde oppôr.
Correio Brazilisiense http://www.brasiliana.usp.br/handle/1918/060000-099#page/1/mode/1up entre pp.234-256
Fig. 11 – O
palco do teatro da intervenção nas Províncias Cisplatinas. O estuário do Rio da
Prata era o objeto da cobiça geral, não tanto pelos tesouros e riquezas de suas
margens, mas devido as possibilidade de controle interno de um vasto
continente. Com a abertura dos caminhos para Potosí e de suas minas de
prata e seu escoamento por estas vias
justificavam cada vez mais o nome deste
estuário. Estuário onde se situavam Buenos Aires, Colônia do Sacramento e Montevideo.
.-
Veja-se
no mappa a contiguidade daquelle campo neutral aos estabelicimentos
Portuguezes; considere-se a qualidade de gente, que infecta aquelle território
; aonde nao chega a jurisdicçaõ de nenhuma das naçoens; reflicta-se na
impossibilidade, quando naõ seja a falta de vontade, em Artigas, de
tranqüilizar aquelles povos—e se achará que a Corte do Rio-de-Janeiro nao tem
outra alternativa, senaõ tomar posse militar daquelle paiz. Ora isto he o que
se chama fazer a guerra.
Depois
deste motivo, que resulta do miserável arranjo daquelle tractado, que estipulou
a existência do tal campo neutral; ha outro, que vem a ser os Povos das
Missoens.
Quando
a Hespanha declarou a Portugal a guerra, que finalizou com o tractado de
Badajoz, e depois com a paz geral d'Amiens, tomaram as tropas Portuguezas do
Rio-grande vários povos das Missoens, que pelo citado tractado de Madrid tinham
ficado a Hespanha. Portugal nunca restituio esta con. quista, e muito máo tempo
éra de a restituir, quando as provincias vizinhas se achavam em estado de
revolução.
Fig. 12 – Segundo
a tradição popular esta casa dupla Montevideo– cada uma com porta e janela, ao
modo açoriano – teria sido o lugar de nascimento e uma das residências de José
Gervásio ARTIGAS. Com o longo e definitivo exílio de ARTIGAS e sua morte em
Assunção, no Paraguai, os novos donos do
poder uruguaio varreram esta memória do se liberador como aconteceu com Miranda
na Venezuela[1].
Os
insurgentes commandados por Artigas, assim como os outros pertencentes a
Buenos-Ayres; de quem os primeiros saõ inimigos declarados ; e os de Sancta Fé,
aonde ha um Governo separado, que nem obedece ao de Montevideo, nem ao de
Buenos-Ayres, todos concordam na idea de tirar aos Portuguezes esta sua
conquista das Missoens; ede certo o teriam ja feito, se tivessem podido
acommodar as rixas, que tem entre si.
A entrada dos insurgentes nas Missoens,
deixa-lhes o campo aberto até o território do Rio-pardo, ponto de grande
importância na capitania do Rio-grande ; donde se segue que, para segurar a
posse das Missoens, he necessária a posse de todo o paiz na margem esquerda do
Paraná ; principalmente as pas. sagens deste rio em Corrientes e Sancta Fé;
porque saÕ as chaves de todo aquelle território.
No
estado pois actual das cousas he impossível obter a necessária segurança da
provincia do Rio-grande, tanto da parte do campo neutral como da parte das
Missoens, sem que por meio da guerra se tome occupaçaõ militar de todo o
território de que tractamos.
Fig. 13 – Um
acampamento indígena reconstruído para locação da película “LA REDOTA” com
costumes e indumentária da época de ARTIGAS. Indumentária inspirada e
conservada para o cultivo das
tradições específicas das diversificadas
etnias que constituem a base do PODER
ORIGINÀRIO da atual nação e estado soberano do Uruguaia
Evidente que a grande Arte da Guerra sempre foi, e continuou a sendo, a
se seguir a máxima do general chinês Sun Tzu de que “a suprema arte da guerra é derrotar
o inimigo sem lutar”. Ou dito pelos latinos “se queres a paz, prepara a guerra”.
Porém a VERDADE foi, é, e sempre será a primeira vítima a tombar em
qualquer guerra. Assim a grande Arte da Guerra sempre foi, é, e será a posse da
INFORMAÇÃO EXATA e EM TEMPO REAL das causas, das circunstanciada, da logística
disponível e estratégias mais seguras, eficazes e baratas.
Reinauguração do busto de ARIGAS em PORTO ALEGRE-RS em 19.05.2011
Fig. 14 – A
longa e dolorosa busca da Independência uruguaia teve, entre 1810 e 1830 uma
série de momentos e agentes. Um destes momentos foi o DESEMBARQUE e o JURAMENTO
de FIDELIDADE de TRINTA E TRÊS líderes no dia 27 de fevereiro de 1811. Muitos deles foram os
que conduziram o PODER ORIGINÁRIO URUGUAIO ao JURAMENTO da CONSTITUIÇÂO no dia
18 de julho de 1830
Para uma nação ter o direito à posse da INFORMAÇÃO EXATA, e EM TEMPO
REAL, se impõem os exercícios constantes e atualizados das energias vivas de
que esta nação dispõe. No contraditório é necessário afastar - desta INFORMAÇÂO
EXATA, e EM TEMPO REAL - qualquer reducionismo, distorção ideológica e
interesses pessoais ou de grupos. O CORREIO BRAZILIENSE de agosto de 1816 o
exerce este contraditório frente aos PSEUDO CIENTÍFICOS. Com esta
INFORMAÇÂO límpida e cristalina CORREIO BRAZILIENSE de agosto de 1816 cumpre, e lava para o mundo prático, outro ensinamento do general chinês Sun Tzu.
Isto não impede perceber que
este mesmo CORREIO BRAZILIENSE de agosto de 1816 estava sendo redigido em
LONDRES com evidente controle e filtro dos interesses britânicos de expandir e
afirmar a sua ERA INDUSTRIAL por meio da imprensa. Por estes filtros do lugar,
do tempo e pelos véus destes interesses britânicos não passavam as razões, os
sofrimentos e lutas do povo uruguaio.
Povo que estava construindo o seu próprio PODER ORIGINÁRIO, a sua nação
soberana com sacrifícios inauditos e com parcos recursos econômicos e populacionais.
Fig. 15 – A
memória de José Gervásio ARTIGAS foi lembrada em Porto Alegre com a reinauguração, em 19.05..2011, de um
busto erguido na as sua tradicional PRAÇA da ALFÂNDEGA. As interações
políticas, sociais e econômicas do Rio Grande do Sul com o Uruguai vão se
aprofundando e intensificando com povos que possuem muitos traços em comum além do clima e
paisagem.
O ESTADO NACIONAL - visto pela ótica de agosto de 2016 e sob as
circunstâncias materiais da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL – ganha feições aberrantes e
rebarbativas como aquelas do Estado Islâmico. Porém mesmo nestas feições,
aberrantes e rebarbativas, estão presentes os componentes da conquista de um
território físico como a afirmação de uma identidade por meio de uma
determinada ideologia unificadora. O novo surge com o imediato salto para o
mundo da COMUNICAÇÂO PLANETÁRIA e a disseminação dos seus agentes entre as duas
centenas de estados nacionais legitimados e reconhecidos, bem como o
recrutamento de combatentes.
Fig. 16 – O
pintor e teórico uruguaio Torres Garcia inverteu o mapa da América do Sul colocando
na base inferior da obra o tradicional
NORTE das cartas geográficas. A verdade
é que no hemisfério SUL a LUA NÃO MENTE quando indica, com a forma do C, sua fase CRESCENTE e a forma do D indica a
DECRESCENTE. Hemisfério NORTE é o contrário.
Neste aspecto a Guerra Cisplatina - desencadeada em 1816 pelo corte do
Rio De Janeiro – houve o efetivo recrutamento - pelo Estado Lusitano - de
soldados e oficiais dos exércitos napoleônicos. Evidente que esta informação
era sigilosa ou, ao menos, calada pelo que não podia ser dito no momento. Como
do lado dos insurgentes uruguaios foi calada a situação miserável deste povo.
Calou-se o fato das poucas alternativas
logísticas eram as carretas para as longas e penosas marchas de ex-escravos
brasileiros, índios abandonados das missões e até celerados e traficantes de
toda espécie.
Do lado brasileiro é possível argumentar de que pouco adianta remediar
os males dos efeitos dos ataques do inimigo. É necessário atingir as causas. Fraquejar
neste momento é um eficiente estímulo à audácia e as tropelias do inimigo. Ou como
escreveu o Correio Braziliense “aquele
povo que se determinar a nunca ter guerra, sejam quais forem as injurias que lhe fizerem, será sempre o
escarnio das outras nações, e acabará por ser escravo”.
Fig. 17 – O
artista XUL SOLARI criou a sua obra com verdadeiras colagens que associam
símbolos e ícones planos e isolados Uma obra desta natureza encontra sentido restrito da parte de
um público acostumado a um repertório próprio
dos habitantes e familiarizados com estes ícones e imagens
Em agosto de 2016 as relações e interações entre Uruguai e o Rio
Grande do Sul foram, e continuam sendo,
cada vez mais intensas e profundas. Paixão Cortes não cansa de afirmar, que
como fronteiriço, foi ao Uruguai, junto
com Barbosa Lessa e a pedido da Dante Laytano, para de lá trazer o culto das tradições cultivadas com grande
esmero no Uruguai. Encontrou, participou, aprendeu e trouxe ao Rio Grande do
Sul a cultura uruguaia. Uruguaios que
cultivam e rememoravam por meio de instituições de alto nível, as tradições dos
índios, dos negros, dos gaúchos e imigrantes de todas as nacionalidades e
estimuladas pelo Estado Nacional como busca da identidade.
Reunião do MERCOSUL em 04.07.2005
Fig. 18 – A
resposta ao processo do jogo geopolítico da América do Sul foi ECONÔMICA e
muito distante de qualquer convergência ou autêntica interação POLÍTICA dos
Estados Membros em permanentes mudanças e divergências. Sem conhecer,
aceitar a sua própria mentalidade de uma heteronomia não conseguem construir um
contrato mínimo e muito menos geral uma visível e aceita identidade nacional e
muito menos de um bloco continental A mentalidade que gerou a GUERRA do Rio da
PRATA, em agosto de 1816, ainda não foi superada e muito menos conseguiu gerar
uma unidade e uma paz entre os membros do MERCOSUL.
Não é por acaso que a sede do MERCOSUL está localizada em Montevideo.
O Uruguai representa muitas coisas para a América do Sul do papel que a Suíça
representa para a Europa e para o mundo. Terra pequena, com uma população
reduzida, contudo com alta escolaridade e com intensos cultivos agrícolas e
pastoris da mais alta qualidade e excelência. O seu Estado soube construir uma
identidade por meio do intenso cultivo dos melhores legados das suas diversas
etnias. Vivendo de um turismo receptivo para o qual reserva o melhor de si
mesmo e de sua variada cultura. O Uruguai está ingressando na ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIAL em agosto de 2016, sem ter um pesado lastro pesado de uma
intensa ERA INDUSTRIAL. Aceitou o desafio de Alvin TOFFLFER e saltou para a ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIAL. Nesta ÉPOCA os bens simbólicos, da cultura e das artes colocam
eficientes barreiras contra os numerosos êxodos que o seu povo já sofreu no
passado, devido a guerras e interesses
dos outros Estados.
Assim, em agosto de 2016, o Uruguai da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL segue a norma do general chinês
Sun Tzu de que “a suprema arte da guerra
é derrotar o inimigo sem lutar”.
Realiza este feito pela educação modelar, arte coerente, saúde do seu povo, distribuição de renda e o
trabalho possível em todas suas áreas. Coloca este projeto nacional sob a
proteção de um PACTO SOCIAL conhecido, abalizado e renovado pelo seu ativo
PODER ORIGINÁRIO.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ARTIGAS,
José Gervasio (1764-1850)
ARTIBAS:
retrato negociado.
ARTIGAS
monumento em PORTO ALEGRE
BLANES, Juan Manuel (1830-1901)
Cisplatina 1816 e os soldados de Napoleão
DEMERSAY
Alfred e o retrato de ARTIGAS
DEMERSAY
Alfred (1815-1891)
General Carlos
Frederico LECOR (1764-1836)
JURAMENTO
dos 33 ORIENTAIS
“LA REDOTA” na ARTE
“LA REDOTA” no CINEMA
Melchior Mendez MAGARIÑOS 1885-1945 ÊXODO DEL PUEBLO
ORIENTAL
MONTEVIDEO Monumento ‘à CARRETA de José
BELLONI
PROVINCIA
CISPLATINA
PROVÍNCIA
CISPLATINA entre 1816 e 1821 no olhar de SAINT HILAIRE
REDOTA - NÃO FOI
no GRITO 083.
SUN TZU
“A ARTE da GUERRA”
URUGUAI conforme IBGE 2015
. http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php [clicar sobre o mapa do URUGUAI]
VISTA do
RIO de JANEIRO Chamberlain
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