A
DENÚNCIA VAZIA e
o
BRASIL em JANEIRO de 1813
A MEDIDA e a
PROPORÇÃO da FOFOCA.
“...foram
castigados sem processo, sem provas, sem sentença [...] Nós respeitamos profundamente os direitos
da liberdade, e da segurança legal; mas não respeitamos menos a primeira lei, que funda o pacto social, que é a
segurança da sociedade.”
Correio Braziliense, vol.
X. nº 56 janeiro de 1813, Política, p.35 e 39
LACOONTE e seus
FILHOS - obra de Alesandro -Almadoro e Polidoro - c.48 a. C -segundo Plínio o Velho
Fig. 01 - O sacerdote
troiano Lacoonte denunciou o estratagema do Cavalo de Troia. A sua voz calada e
os corpos dele dos seus filhos foram esmagados pela serpente mandada pelos
deuses amigos dos atacantes da cidade.
O Brasil encontra-se, em
janeiro de 2013, muito distante da
terrível arma da denúncia obscena, vazia e carente de provas robustas. Existe certa
tolerância e complacência no embate quando as denúncias procedem de iguais e
com mesmo nível administrativo. Contudo, na maioria de vezes, não é este o
caso. A fofoca não respeita anciãos, heróis de outros tempos e aqueles que o
agressor considera como inferiores. Estes são duplamente desqualificados. A denúncia vazia torna-se virulenta, maldosa e
principalmente quando o detrator público estima tirar alguma vantagem de sua
vítima. Ataca sem piedade a quem ela coloca com objeto de sua sanha, pretende
aniquilar ou subtrair os derradeiros e frágeis bens morais e materiais. Com o
seu ataque visa garantir um cargo para si, sem entender nada das funções deste
mesmo cargo. Na política deseja a
visibilidade e a propaganda do seu nome. Nome de marketing associado a número a
serem lembrados na hora de o eleitor ser obrigado, e constrangido, escolher
algum nome conhecido associado a um número a ser digitado. Entre este número, associado
ao nome de marketing e o obscurecimento da moral o eleitor não encontra espaço
e tempo para lembrar-se de ética. Resumindo: a denúncia vazia constitui uma
forma de desqualificar, humilhar, atropelar e passar por cima para tirar
vantagens pessoais ou para o seus.
Na sua ótica obscena não
há culpa, remorso ou reconhecimento de erro, pois todas fazem assim. Argumentam
eles que, em Arte, em Política e em Esporte, afinal, não se pede perdão.
James GILLREY Honi soit qui mal pense em 02.04.1787 CHERBOURG
Fig. 02 – A imagem
mostra o ocupante de cargo conquistado pelo nascimento e pelo sangue e que
entende absolutamente nada das suas funções administrativas. Nesta ocasião
concreta, a denúncia é necessária, imediata e efetiva. Denúncia objetiva com
provas materiais daquilo que o relapso tentou esconder para si mesmo e
procrastinar. A recusa do ocupante do cargo público de negar o faro de
pertencer ao circuito do poder, ou a tentativa de “inventar funções” para o seu
cargo, impõe ao poder originário refrescar
a memória do irresponsável. Nobre que ser refugia nas glórias e nas
alturas sem assumir o contrato público
que as funções pelas quais foi criado o seu cargo
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O editor valeu-se do Correio
Baziliense para evidenciar um panfleto impresso em lugar ignorado, anônimo e que, em janeiro de 1813, ainda circulava em Londres, onde residiam vários
deportados lusitanos. O próprio Hipólito José da Costa havia sido vitima das
investidas do Tribunal da Santa Inquisição lusitano e experimentara, e sabia do
sentido oculto e tenebroso dos escombros do sistema colonial. Porém o editor
realiza esta defesa analisando uma resposta a partir um texto de um dos
deportados também exilado na capital britânica. Assim o Correio Braziliense e
publicava no vol. X. nº 56 janeiro de 1813, no setor de Literatura e Ciências, p.34
Explicação imparcial das
Observaçoens do D°r- Vicente Jozé Ferreira Cardozo da Costa, sobre um Artigo da
Gazeta de Lisboa, de 22 de Outubro, de 1810 . - .1812.
Sem
lugar da Impressão. A. OBRA que aqui annunciamos ao publico he um folheto annonymo
de 78 paginas em 8º. ; e que suposto nao traga o lugar da impressão no
exemplar que nos chegou á maõ, pelo papel e figura dos typos se conhece mui bem
ser impresso, em Londres. Propoem-se a responder a um opusculo do Dor. Cardozo
um dos deportados na Septembrizaida de Lisboa, que também fôra publicado aqui
em Londres ; e como aquellas observaçoens saõ feitas a um artigo da gazeta de
Lisboa, o A. aqui em sua resposta segue a mesma ordem das observaçoens,
respondendo a cada observação com seu artigo. Na introducçaõ faz o A. uma
apostrophe ao Dºr. Vicente,em que o accusa de escrever aquella obra, naõ para
se justificar; mas pelo desejo de vingança, e unicamente para desacreditar o
Governo de Portugal, e principia o primeiro artigo p. 1. assim.
"
O A. das observaçoens parece
querer justilicar-se da opinião, que lhe he contraria ; mas se assim fosse,
principiaria por expôr o facto, de que tira assumpto para esta declamaçaõ, na
ordem das circumstancias, e estabeleceria os argumentos de sua defeza, e as
provas de sua justificação."
O
Leytor vera ja deste extracto que o A. toma o partido dos governadores do
Reyno, contra os deportados ; em cujo numero entra o Dºr. Vicente; e naõ
obstante naõ ter elle accusado de crime algum; o A. aqui suppoem que ao Dºr.
incumbe o provar que está innocente. Esta supposiçaõ, porém, he contraria a todas
as regras da justiça; porque a
innocencia sempre se presume, até que o crime se prove.
Este texto jornalístico
evidencia a complexa arquitetura dos textos do Correio Braziliense e o esforço
necessário para desvencilhar-se desta sórdida e traiçoeira serpente da denúncia
vazia. Caso não houvesse esta estrutura imediata e reação enérgica, ela
conseguiria esmagar as suas presas, avolumar-se e fazer progredir a sua sanha
indefinidamente.
Somente quem foi vitima
de uma destas serpentes da denúncia vazia, sabe da sua capacidade de
surpreender no momento em que o alvo de sua sanha está desprotegido e sem meios
de defesa.
James GILLRAY 1758-1815 Very Slippy Weather 1808
detalhe
Fig. 03 A imagem exibe o
sonho do editor de ver multidões compactas e sedentas das informações que ele
divulgadas pela imprensa da era industrial. Mormente quando as recentes
técnicas da litografia permitiam oferecer imagens especialmente criadas para
esta técnica. Neste ambiente da era do múltiplo da linha de montagem industrial
prosperou a charge, a caricatura, as imagens dos reclames e decorativas. Os
vorazes consumidores, acostumadas com o artesanato da imagem e antes de a
fotografia, enriqueciam os criativos e astutos editores de janeiro de 1813.
Qualquer lógica
administrativa enfrenta seus inimigos. Entre os piores estão o boato, o
conchavo e a fofoca patológica, pois são internos, incontroláveis e vazam para
o mundo externo. Assim a denúncia vazia consegue abalar esta lógica interna e
externamente. Porém o pior é quando estes celerados conseguem o conluio e se
misturam aos instrumentos administrativos do poder público. Passam a
ostentar-se como paladinos do bem público e para o bem geral da nação. Porém não
possuem o menor contrato com o Poder Originário de quem passam a nomear-se como
legítimos representantes para tudo, em todos os momentos e para todas as
causas. Evidente que a sua meta é trabalhar apenas, e tão somente, para os seus próprios interesses. Tomam
iniciativas nesta área sem o menor traço de apoio, anuência ou deliberação do
Poder Originário de quem operam como os mediadores, os atravessadores e os
interventores. Pelo texto do Correio
Brazieliense estava ocorrendo de fato em janeiro de 1813
Este folheto que annunciamos ao publico he com toda
a probabilidade obra de pessoa acolhida ao bafo do Governo de Lisboa, como se
ve manifestamente de alguns factos particularissimos, que cita; e que ninguém podia
saber se naó os do Governo; ou pessoa intima a quem algum delles os declarasse;
este mesmo governo he quem provoca o D01. Vicente, tractando-o com summa
injustiça ; e he agora este mesmo governo, que lhe lança em rosto o seu desejo
de vingança, e lhe recommenda, no meio de seus soffrimentos, a virtude christaã
da paciência, bem como um assassino que embebe o punhal no peito de sua
victima, lhe pode recommendar a tranqüilidade de espirito, e a resignação aos
altos e inescrutaveis decretos da divina providencia.
O problema do conchavo e
da fofoca não é só ético, mas também formal. As suas formas de interação
possuem um suporte SEMIÓTICO muito estreito. Esta estreiteza é proveniente do
repertório limitado, a dois ou três indivíduos que são a origem e o manipulam e
buscam usufruir algum proveito pessoal em detrimento de lógica administrativa
interna. Para transformar a mentira em verdade defendem, com unhas e dentes, o
seu estreito repertório no meio interno no qual implantaram e no externo onde fizeram
circular a sua meia-verdade.
Fig. 04 O portentoso
continente americano acorrentado pela escravidão colonial era o depósito e o
destino de todo aquele que não se enquadrasse
na lógica, na estética e mentalidade do Velho Continente. O pintor e poeta William
BLAKE resumiu nesta imagem, de 1793, que
ele intitulou de “América. Uma profecia” imagem exibe o sonho do editor de ver
multidões compactas e sedentas das informações
Estas denúncias vazias corroem
e corrompem, externamente, toda a coerência de uma sociedade. Esta sociedade necessita
segurança na lógica administrativa das suas instituições para iniciar,
continuar e reproduzir uma civilização com base num do contrato social digno
deste nome. Não são estas denúncias vazias que lhe irão fornecer esta
segurança. Ao contrário, os milhões de olhos e de ouvidos do Poder Originário
não se deixam seduzir, por muito tempo,
pela voz obscena e isolada, mesmo que venha do mais alto poder do
Estado. Mesmo que tenha da aturá-la por um período maior que a criatura humana
é capaz de suportar tal suplicio. A continuidade e a insistência neste suplicio
só ajuda a odiá-la e remeter os seus autores ao abismo do passado sem volta. O
Correio Baziliense percebeu este movimento de repulsa diante desta corrupção da
autoridade educada e acostumada no regime colonial primitivo. Assim, na página 38 do seu nº 56 janeiro de 1813 colocava o dedo na
ferida
O A. accumula tal numero de invectivas contra o Dr.
Vicente, e enche-o de opprobrios por tal maneira, que bem longe de produzir o
effeito de voltar a opinião publica a favor da medida da deportação, excita o
desprezo por sua producçaõ, dirigida a denegrir um homem em sua infelicidade,
insultando-o em sua miséria, e tractando de lhe fazer mais amarga a sua penosa
existência, até revivendo factos contra elle, que nenhuma connexaõ tem com o
assumpto. Tal he por exemplo uma tediosa historia que refere de uma denuncia á
coroa de certo beneficio, que éra da apresentação de um convento de monges» Benedictinos.
Naõ
sabendo nós se Dr . Vicente tem ou naõ commettido crimes, nunca intentamos, nem
agora mesmo pretendemos julgallo innocente ; mas ha cousas de que se pôde
decidir á primeira vista; tal he a injustiça no proceder; quando se castiga um
homem sem o ouvir, quando elle pede o seu processo, e naõ lho querem fazer.
Todos os governos
enfrentaram esta forma de parasita da coerência social da sua lógica
administrativa. Alguns governos eliminam, pura e simplesmente, aqueles que
sustentam a corrupção do contrato social.
Fig. 05 – O britânico Francis Bacon (Belfast 1919- Madrid
1992) trouxe para a arte contemporânea todo o horror à tirania pessoal e falta
de contrato com o Poder Originário. Partiu da obra Cardeal Don Fernando Niño de Guevara de EL GRECO (1541-1616) revelando
todos os resultados desta forma de governo sustentado pela denúncia vazia e que
culminavam nos suplícios os mais horrendos que a mente humana, tomada por esta
sanha, pode engendrar. Suplícios
metódicos que jogaram
o poder espanhol num espiral de carnificinas de uma máquina de moer
carne humana e num verdadeiro açougue.
Partem do princípio de que estes pequenos
interesses individuais, escusos e obscuros são introduzidos no âmago do poder
central eles dominam o Estado nacional. No Brasil são visíveis os resultados
catastróficos em todos os tempos e lugares.
EL GRECO 1541-1616 Cardeal Don Fernando Niño de Guevara c. 1600
óleo 171 x 108 cm Museu Metropolitano NY
Fig. 06 - O onipotente inquisidor
espanhol no centro de um sistema de terror e de amedrontamento no momento em
que este império espalhava as suas posses sobre todo planeta. Responsável em manter a ortodoxia do
projeto ”Por Deus e pelo Rei”. Para este
agente obcecado por este projeto, pouco importava os métodos, pois este fim
justificava os meios. Entre eles a denúncia vazia, a meia verdade e as
aparências. Este terror gratuito e apenas com objetivo de reprodução do poder
esgotaram e minaram a paciência do Poder Originário. Este era solenemente
contornado, pois a ortodoxia se expressava através do sangue real de origem
divinizada e mitificada em companhia da nobreza hereditária espanhola.
A pilhagem dos povos
submetidos ao sistema colonial, e enriquecia e manteve este sistema em
permanentes crises e sustos.
Exemplos não faltam
inclusive após a Abertura Política brasileira. A vida coletiva torna-se uma
impossibilidade, nos altos planos da republica, e o cidadão sofre os piores
vexames. Falsificam-se os contratos de uma nação e que são usados para forjar
leis e que fato são tapumes para que a imoralidade e a corrupção prosperem.
Esta corrupção ficou evidente quando o jornal Correio do Povo, Porto Alegre, ano 111, n° 277, 04.07.2006, p. 4, escrevia no seu editorial.
“um quinto do Congresso, mais de cem
parlamentares, está sob investigação do Ministério Público Federal responde a processo criminal. São 77 inquéritos criminais e 45 ações perante o
Supremo Tribunal Federal. Todos da atual
legislatura”
A fofoca patológica, o conchavo e o boato
escamoteiam e reforçam esta corrupção. Esta corrupção derramada do vértice
constitui um perigo para todo o poder nacional. Escorre do alto, onde nasce,
potencializando todo o seu veneno no
solo da nação ao atingir as raízes de cada célula municipal.
Fig. 07 – A biografia do
artista multimídia Joseph Beuys (1921-1986) esta repleta de eventos como este
onde toca para um assustado cavalo. A denúncia é clara contra o marketing e
clamor da propaganda e que fato não produzem mais do que susto e não podem
acrescentar mais ao mundo contemporâneo do que ruído. A referência à denúncia
vazia de sentido e carente de provas.
O fato concreto e
objetivo conhecido, identificado na hora certa e aplicado na dose certa, o
boato e denuncia vazia podem tornar-se um excelente remédio, ao exemplo do
veneno. Uma das características do boato, do conchavo e da fofoca é a sua
efetiva e rápida circulação. A circulação dos “pasquins” açorianos mantinha a coerência de uma comunidade pela
circulação de informações essenciais. O interesse sadio, pela vida alheia, abria janelas para as
socializações e em relação aos quais não há necessidade de mostrar o seu papel
cultural e econômico. Muitos almanaques e jornais brasileiros, do presente e do
passado, incorporaram esta estratégia herdada dos “pasquins” açorianos, para chegar ao seu público.
No entanto o seu
limitado suporte SEMIÓTICO, e a estreiteza de seu repertório, não constituem
justificativas suficientes para desqualificar liminarmente a vítima que é
objeto da denúncia vazia e que num primeiro momento passa como amais meridiana
verdade, ancorada na propaganda e marketing.
CRUIKDHANK George - 1792-1878 - Desembarque dos despojos de Missão Polar - 1819
Fig. 08 Os artistas gráficos,
do inicia da era industrial não se cansavam em ridicularizar projetos de
iniciativa pública ou privada e, na maioria das vezes, os dois em conluios
obscenos e ridículos trombeteados aos quatro ventos como propaganda e marketing
temerário. Para escamotear esta obscenidade e os evidentes fracassos,
organizavam eventos retumbantes com este fantástico retorno de uma expedição inglesa
para trazer os produtos dos polos terrestres para o comercio e a indústria
britânica.
Em época de profundos embates
políticos, econômicos e sociais que precederam a soberania do BRASIL a DENÚNCIA
VAZIA grassava em janeiro de 1813. Assim consta na página 35, do
nº 56, no setor de Literatura e Ciências,
do Correio Braziliense:
...Aquelles que chamam ao Dºr. Vicente
criminoso, saõ os obrigados a provar o crime, e naõ elle a provar sua innocencia.
Insinua também o A. que " a opinião he contraria ao Dºr." Esta
insinuação he contraria ao facto; c os Leytores de nosso Periódico teraõ nelle
achado assaz, para conhecer que bem longe de que a opinião fosse contra os
deportados, personagens de mui alta graduação, tanto em Portugal como na
Inglaterra, tomaram o seu partido ; assim como nós fizemos: naõ porque nos
atrevêssemos a asseverar de todos, nem ainda de algum delles em particular, que
naõ tivessem commettido crimes, pelos quaes merecessem ser castigados ; mas
porque sorfreram innocentes aos olhos de todo o direito ; visto que foram castigados
sem processo, sem provas, sem sentença.
Nada
he mais doloroso na ordem da natureza ; nas nada ha mais indispensável na ordem
politica: a transgressão dos deveres n.oraes conduz á perda das prerogativas
civis: a gradaçaõ desta perda eslá na razaõ da gradaçaõ dos males cm offensa da
sociedade, de que ella procede."
Porém em janeiro de 2013
continua com redobrado, potencialidades
e todo o se vigor de todas tecnologias de controle da criação, circulação e de
feedback informação. A FOFOCA
alastrou-se sem MEDIDA e PROPORÇÃO e é usada como arma mortal e incontrolável
nas mãos dos piores interesses. As meias verdades nivelam o mais alto
magistrado ao pior celerado sentado diante dele, O Correio Braziliense de
janeiro de 1813 continua atual e o seu potencial só aumentou as potencialidades
de gerar subtis versões dos fatos.
Fig. 09 - O efeito mais devastador da denúncia vazia não
é só o descredito dos autores, mas a completa anestesia e morte do Poder
Originário em relação aos projetos públicos, particulares e governamentais.
Este Poder Originário de um Estado estará, cego, surdo e mudo para qualquer
anuência, deliberação e necessária decisão necessários para implementar projetos
públicos, particulares e governamentais.
O efeito mais devastador não é a natureza da
versão distorcida do fato. O que realmente assusta é o crescente descrédito de
tudo e de todos que estas denuncias, que depois se revela infundadas, espalham e fazem prosperar especialmente entre
a nova geração. Mentiras que só revelam a sua natureza quando os meliantes do
bem público embolsaram os lucros e tratam de estarem distantes e blindados
contra toda justiça e reparação dos males cometidos. Entre estes males estão o
furto e aniquilação da confiança, da ética e das energias da nova geração. Nova
geração da qual foram subtraídas, por estes impostores, as energias, os créditos e a confiança
suficiente para “a construção de outro
mundo possível”. Mundo projetado que desanda e chega à ruina total já na
etapa da fecundação deste outro mundo. O resultado prático é o mecanismo de
fuga para a alienação, drogas e um caminho aberto para a marginalidade e o
crime de toda ordem.
Etapa da fecundação deste outro mundo que
nenhum evento pode substituir manter e reproduzir se. “Por mais intensos,
chamativos e populosos que tenha sido um “Maio de 1968”, um “Woodstock” ou “ um
“Ocupa Wall Street”..., o eles são pontuais. Como tais são rapidamente
absorvidos pela lógica silenciosa e subliminar da distorção dos fatos. Enquanto
estia denúncia vazia continua silenciosamente a gotejar o seu veneno no espaço
publico e individual.
Resumindo: a denúncia
vazia constitui uma forma de desqualificar, humilhar, atropelar e passar por
cima para tirar vantagens pessoais, ou para o seus. A denuncia vazia busca a onipotência, a onisciência, a busca de
eternidade e de onipresença sustentada por projetos cujo solo e raízes são
embuste e as meias verdades. O seu enfrentamento, seu tratamento e a sua cura
tornam-se impossíveis na medida de quem deseja realizar no âmbito de tal solo e
raízes. A façanha e a fortuna do sucesso
supõe a ruptura epistêmica e estética d o solo e das raízes das quais a vítima
se alimenta enquanto se encontra na heteronímia deste processo de
desqualificação programada. Esta vítima necessita de uma ruptura epistêmica e
estética para perceber o problema do lado de fora e ter um ponto de apoio de
sua alavanca salvadora. Já para o mediador, interventor e atravessador esta
ruptura será impossível enquanto persistir no caminho de promover a denúncia
vazia.
Para o mediador, ao interventor
e ao atravessador estas rupturas são impossíveis. Na sua ótica obscena, não
existe culpa, remorso ou reconhecimento de erro, pois todas fazem assim. Eles
argumentam, que em Arte, em Política e em Esporte, não há como pedir perdão, no
que eles têm plena razão.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
Correio Braziliense, vol. X. nº 56, janeiro de 1813
Maio de 1968
Ocupa Wall Street
O PATRIOTA jan.1813 – dez 1814 - 18
números
PODER ORIGINÁRIO
http://www.ciriosimon.pro.br/pol/pol.html
Woodstock
CEGO
SURDO e MUDO
Este
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ensino-aprendizagem
Não
há pretensão de lucro ou de apoio financeiro nem ao autor e nem aos seus
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