ENSINO a DISTÂNCIA em
2012 e o
CORREIO BRAZILIENSE de
1808 até 1822.
“Cesse tudo o que a
Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta”.
Camões – Lusíadas
- Canto I -3
Fig. 01 – A cerimônia de formatura da 1ª
turma do Curso Superior de Licenciatura em Música, modalidade Ensino a Distância (EaD) promovido pelo CAEF do
Departamento de Música do Instituto de Artes da UFRGS. Os estudantes estão
assinando e recebe os seus diplomas definitivos no atoa da formatura o que foi
possível devido aos recursos numéricos digitais.
Este blog destina-se a investigar o sentido do
bicentenário da soberania brasileira. Para esta investigação busca subsídios
para evidenciar que esta construção da soberania foi lenta e difícil e “não foi no grito”. Para tanto acompanha
e interroga o que Hipólito José da Costa (1774-1823) publicou mensalmente há
200 anos no jornal Correio Braziliense.
Este jornal,
publicado em Londres, tinha o projeto de disponibilizar, a distância, uma
cultura apropriada para que o brasileiro pudesse se preparar para as
dificuldades de exercer a soberania de sua pátria. Soberania a ser implementada
efetivamente, na longa duração, depois de três séculos de um aviltante regime
colonial fechado e movido pela abjeta escravidão
Fig. 02 – A impressora que serviu aos revolucionários venezuelanos, em 1811, nos fornece uma ideia da aventura para imprimir um jornal
naquela época. O jornal de Hipólito José da Costa era composto de tipos
móveis, montados letra por letra, impresso página á página e cada número do jornal tinha meia centena de
folhas impressas em ambos os lados.
Pode-se se argumentar
que Correio Braziliense
praticava educação e Ensino a Distância (EaD) valendo-se, como ferramenta, da
imprensa dos primórdios da era industrial. A Revolução Francesa nutria o sue ânimo em numerosos jornais impressos que circulavam em Paris
nesta época crucial da História da Humanidade como os atuais e-mails nutrem as
redes sociais. Ao fazer o salto para o
ano de 2012, percebe-se que o cerne do projeto da educação e do ensino do jornal foi
transposto para a era Numérica
Digital. Mudaram suas ferramentas, as formas as técnicas, os meios de
distribuição e circulação. Contudo o seu ânimo pedagógico continua e ainda possui
toda a atualidade. Este ânimo potencializou-se e se vale dos meios numéricos digitais
nos quais a humanidade está ingressando. O
ingresso nesta nova etapa também é difícil, “não pode ser no grito”, na improvisação ou no amadorismo.
Fig. 03 – Uma das primeiras reuniões do CAEF, no
gabinete da direção do Instituto de Artes da UFRGS, no dia 10 de maio de
2004, da 18h30min até 22h00, para tratar dos detalhes do Edital nº 01.
Estiveram presentes [da direita do observador para sua esquerda] o Diretor do
Instituto de Artes Prof. Círio Simon, a Profª Drª Helena Müller de Souza Nunes
Coordenadora do CAEF, Prof João Rippol, Profª Drª Liane Henscke, Diretor da
Faculdade de Educação Física Prof Ricardo Petersen, Profª Drª Liana Tarouco Coordenadora
da Secretaria de Educação a Distância da UFRGS, Profª Maria Cristina Villanova
Biazus, Profª Luciana Dal Bem [encoberta
pela imagem da] Profª Profª Umbelina Barretto e Profª Drª Helenita [no 1º plano da imagem].[Foto : Liane Tarouco}
O jornal era publicado
em Londres antes do uso da eletricidade, sem linotipos, imagens fotográficas,
rotativas e, era remetido, clandestinamente ao Brasil em navios entregues aos
humores dos ventos. Duzentos anos depois os meios e os recursos para Ensino à
Distância evoluíram notavelmente. O tempo de circulação diminui drasticamente.
O que espanta é que ao
encurtar o tempo também diminuem a quantidade e qualidade das ideias, a coragem
e os esforços para mudanças coerentes com a atualidade. Espanta uma Educação e de
um Ensino institucional que ainda patinam e se reproduzem exclusivamente em
função de uma linha montagem obsoleta e de intermináveis séries da era
industrial que perdeu seu sentido e ânimo. O estudante ainda é submetido ao
treino para operações mecânicas obsoletas e que passa a reproduzir, vida afora,
sem questionamentos e alimenta um ódio do tempo que “perdeu”
na sua formação. O resultado é uma pessoa humana que teme mudanças e que se
aferra a repertórios cada vez mais pobres e gastos.
Fig. 04 – A cerimônia de formatura do dia 25 de maio
de 2012 no Salão de Atos da UFRGS
Contra este horizonte industrial
obsoleto, coloca-se hoje a Educação Permanente e sem discriminação de idades,
saúde, culturas locais. Educação que ajuda no constante processo de deliberar e
de decidir em relação á rupturas epistêmicas e de escolhas significativas e
coerentes com a sua vida. Coerência que a coloquem no pleno fluxo de uma
civilização planetária. A Educação, e ENSINO a DISTÂNCIA, promovidas por
instituições que apostam alto e que possuem uma larga tradição de desenvolver
os hábitos de integridade intelectual.
Para tanto estas instituições
colocam suportes coerentes para que a criatura humana tenha condições par
enfrentar o seu eterno desafio de escolher entre o JÁ CONHECIDO e a SEGURANÇA,
ou enveredar para o NOVO e o DESCONHECIDO. Se tivesse vencida a SEGURANÇA
absoluta, a criatura humana ainda estaria refugiada na CAVERNA PRIMITIVA. De
outra parte entregue à TEMERIDADE absoluta esta criatura já teria destruído o
planeta Terra.
Evidente que a permanência
na CAVERNA iria dispensar qualquer outra educação ou ensino a não ser a
inculcação do hábito de repetir cotidianamente o comportamento dos seus ancestrais
mais remotos. A TEMERIDADE também dispensa qualquer educação ou ensino. Em
ambos basta seguir instintos opostos e leva-los aos extremos.
Fig. 04 – O estudante MARCIO ALEXANDRE MERINO dos ANJOS, do polo de
Porto Velho/RO, é exemplo de como o EaD permite que pessoas portadoras de necessidades especiais - mesmo
momentâneas - não precisam interromper o seu estudo por isto, nem o ritmo de
trabalho e por isto perder semestre ou desistirem do próprio curso. Como um dos lucros extras do EaD - ao não
serem exigidos esforços físicos rotineiro, permanentes e continuados da sua
presença numa sala de aula convencional - é o aumento da produtividade
intelectual e artística. A economia deste esforço, e de sofrimento humano, pode
render dividendos pela intensificação do estudo, no ambiente doméstico e no
ritmo que estas necessidades especiais permitem ao seu portador. As
instituições gastam-se energias e economia, muitas vezes, na preparação da
acessibilidade universal e que podem ser compensado pelo oferecimento com
qualidade no horário conveniente no domicílio do estudante
Assim qualquer sistema
educativo possui, e cultiva, elementos de PERMANÊNCIA das suas essências. No
polo oposto busca a INOVAÇÃO. Pela INOVAÇÃO a humanidade conseguiu, a muitos
custos, manter um equilíbrio e progredir lentamente entre ensaios, erros e
acertos. Nos últimos três séculos esta humanidade esteve a mercê da infraestrutura
da ERA INDUSTRIAL e da LINHA de MONTAGEM. Neste contexto a EDUCAÇÃO e o ENSINO
seguiram, se condicionaram a PERMANECER na linha de montagem e no ensino
coletivo nas séries institucionais colocadas em ordem linear e unívocas. Porém
a ERA INDUSTRIAL põe a mostra, por toda parte e a partir de 1945, a sua
entropia natural e seguindo obsolescência programada que é a sua lei central.
Novamente a humanidade sente-se desafiada a deixar este paradigma obsoleto do
ENSINO SERIAL unívoco e linear, para investir em algo que preserve todas as
conquistas anteriores e ao mesmo tempo responda aos novos desafios culturais.
Fig. 05 – A família de
o estudante FERNANDO ADIR GONÇALVES, do polo de Linhares/ES, é testemunha como pelo
Ensino à Distância, ao ocorrer no âmbito
familiar, permite uma série de vantagens, tanto para quem se submete ao aprendizado,
para a sua família como para a instituição. O EaD oferece à família – onde os seus
integrantes são em numero de cada vez menor - espaços e comodidades e horários.
Com esta permanência dos seus estudantes por mais tempo no ambiente doméstico.
A instituição possui a contrapartida de dispor de mais tempo, energias e massa
crítica para projetar o processo ensino aprendizagem. Até o presente o grande esforço e desgaste institucional
eram os prédios e a sua preservação devido ao seu uso
intensivo e contínuo. Pode dedicar-se, agora, a criar contratos mais coerentes com os seus
estudantes e cobrá-los com rigor e integridade intelectual no momento da avaliação.
A ERA NUMÉRICA DIGITAL é
um fato que cerca todas as instituições formais de educação e ensino. Contudo
poucas destas instituições INOVAM e se mudam para esta NOVA infraestrutura. Na
sua PERMANÊNCIA, no estágio anterior, tornarem-se simples usuárias da informática
passiva, sem entender o seu potencial ativo para produzir e fazer circular o real
poder do saber. O estudante, ao penetrar nestas instituições, ainda comandadas
pelas séries unívocas de montagem e colocadas nas linhas coletivas, sente-se
convidado a regredir e abdicar dos seus recursos da Era Numérica Digital. Neste
regredir e abdicar ele sente-se mais SEGURO, pois isto lhe poupa esforço, não
precisa mudara a todo instante e racionaliza a sua cultura, Aquieta-se e
pacifica sua tendência natural de ir para muito além do “dejá-vue”. Porém quando retorna ao seu mundo prático, depois se
entregar de corpo e alma a esta heteronomia institucional, percebe que recebeu
uma singela cultura, treinamentos mecânicos obsoletos e conhecimentos inúteis
para a sua realidade atual. Na medida que ele se afasta, no tempo, destas
instituições obsoletas e estiver só consigo mesmo , no futuro, percebe o logro em que esteve envolvido e
condicionado.
Uma instituição superior,
séria e comprometida, não subsiste e nem pode aventurar-se a prescindir de
profissionais provenientes de longa e segura formação. Formação para atravessar
as necessárias rupturas epistêmicas além de um seguro tirocínio em lidar com um
estudante brasileiro mergulhado na escravidão e servidão voluntária.
Profissionais da educação e de ensino, competentes para dispensar a necessária
atenção continuada ao seu estudante. Atenção capaz de perceber as poucas
oportunidades que o seu discípulo possui nas circunstâncias entrópicas
brasileiras e com vontade de provocar mudanças para melhor nos seus desempenhos.
O registro desta
entropia nacional foi expressa, logo após a Revolução de 1930, pelo primeiro
ministro da Educação e Saúde Pública do Brasil.
“O Brasil dos dois países, o legal e o de fato: o país
da mentira e o país da realidade,
queremos ter professores sem cuidar de formá-los, higienistas sem uma
escola de higiene, operários qualificados e produtores capazes, sem formação
técnica e educação profissional. Daí em quase todos os ramos de atividade a
improvisação de curiosos em competentes.”
(CAMPOS, 1931, p.5 ).
Esta consciência de
lidar com a contradição da PERMANÊNCIA e ao mesmo tempo buscar a MUDANÇA
afligiu sempre os agentes públicos. Eles tomaram os mais variados caminhos para
transformar esta CONTRADIÇÃO em COMPLEMENTARIDADE. Entre estes caminhos o Ministério de Educação e Cultura
lançou, em novembro de 2003, o Edital SEIF-MEC nº 01/2003, com o objetivo de
selecionar vinte Centros de Pesquisa e Desenvolvimento de Educação Infantil e
Ensino Fundamental para o Brasil. Entre estes, três estariam voltados para o
ensino das Artes e da Educação Física. O
projeto do Instituto de Artes da UFRGS foi selecionado para um deles. O Convênio
SEB/MEC-UFRGS, foi firmado e recebeu nº 12/2004. Iniciando pela formação
profissional dos agentes deste Convênio foi colocado em prática a capacitação
continuada de professores da educação básica em todo o território nacional. O objetivo
central desta capacitação deste programa é promover desenvolvendo materiais e
métodos que atendam demandas em tecnologia educacional e gestão escolar Para
tanto aconteceram cursos semi-presenciais e à distância, bem como parcerias
entre sistemas públicos de ensino, universidades e empresas.
Fig. 06 – A alma e agente central desta primeira
experiência certamente foi a Profª Drª
Helena Müller de Souza Nunes, vista nesta imagem na cerimônia de colação de
grau
O Instituto de Artes
inovou na sua proposta de interagir pela EaD. Para tanto a Profª Drª Helena Müller de
Souza Nunes integrou os seus esforços com a Secretaria de Ensino à
Distância da UFRGS. Mantendo o seu projeto e a sua autonomia propositiva por
meio do Centro de Artes e Educação Física (CAEF). O CAEF implementou programas e
na forma experimental. Destas experiências resultou a constatação de que este
sistema além de um rigoroso planejamento, necessita, na sua entrega e verificação de sua eficácia
muito mais trabalhoso do que aquele desenvolvido na Educação Presencial. Como
tal necessita de um rigor institucional e contratos cidadãos que possuem outra
base institucional e física em polos distantes no território nacional.
Fig. 07 – O Prof.
Dr. ALFREDO NICOLAIEWSKY,
presidindo, na qualidade de Diretor do Instituto de Artes da UFRGS, a FORMATURA do CURSO SUPERIOR LICENCIATURA
MÚSICA por meio da EDUCAÇÃO a DISTÂNCIA
no dia 25 de maio de 2012. Este dirigente da UFRGS é um dos agentes mais
ativos, atentos a todos os detalhes e capaz de generosas delegações de sua
autoridade como esta para a Profª Drª Helena de Souza Nunes Coelho que superou
todas as expectativas diante do mundo de dificuldades do pioneirismo deste
projeto.
Esta experiência está
nas suas origens, o seu esforço ainda está voltado para a sua reprodução por
tempo indeterminado e para além da vontade de eventuais dirigentes. Contudo é
coerente e segue o projeto original do Instituto de Belas Artes do Rio Grande
do Sul, cujos fundadores escreveram e expressarem este projeto no Livro de Atas
nº I da CC-ILBA-RS
“O
que constitui a pessoa jurídica em associação do tipo da nossa, não é
propriamente o conjunto dos sócios; é antes o seu patrimônio, o qual no caso
ocorrente, será formado pelas doações e liberalidades das pessoas que
verdadeiramente se interessem pelo desenvolvimento das artes entre nós”. (em 01.05.1908. f. 3v).
Um agente diretivo de
uma instituição - no papel de uma autoridade - NÂO é o do FAZER. O seu papel é
o AGIR por meio de deliberações e de decisões, não em relação ao PODER do qual
se julga investido, mas em relação ao PODER que ORIGINA a sua AUTORIDADE. Na
contramão, a autoridade que limita a sua ação ao FAZER, acaba, em geral acaba “FAZENDO BESTEIRAS” das quais outros deverão suportar as
consequências. O mais grave é entravar a CIRCULAÇÃO o SEU PODER de ORIGEM. O
papel da autoridade autêntica encontra-se, sobre tudo, na delegação e na
cobrança de contratos legais celebrados com profissionais qualificados. Nesta
capacidade de AGIR conseguem reconduzir o poder institucional para a correta e
coerente circulação.
No caso da administração do projeto, conduzido
pela Profª Drª Helena de Souza Nunes
Coelho, teve êxito e fortuna na formação dos seus 185 estudantes ao
integrá-los, de corpo e alma, rede de
circulação do poder. Os meios numéricos digitais foram os veículos para fazer
circular o poder do saber. Circularam em tempo real, entre uma determinada sede
e os seus polos, sob a autoridade do EaD no seu agir, no seu deliberar e o no
seus decidir.
O estudante sempre foi -
e continua sendo - a origem e o fim desta circulação no sistema formado para o
EaD. Especialmente quando este estudante já possui o dobro da idade e
experiência do seu tutor. No âmbito dos meios numéricos digitais a novíssima
geração está ensinando para a antiga geração. Uma das raras ocorrências deste
fenômeno numa civilização. No entanto, no processo ensino-aprendizagem, a
figura central é ESTUDANTE ao qual o mestre inteligente delega o poder para que
este discípulo atinja os seus objetivos e seja feliz nas suas escolhas. O
pediatra Olímpio Olinto de Oliveira (1866-1956), fundador do Instituto de Artes
da UFRGS, insistia que o estudante está acima - e é a razão de ser - de todos os conselhos de uma universidade. Num
pais, onde predomina ainda o hábito da escravidão voluntária, os tutores possuem
uma imensa e crítica tarefa para conduzir estes estudantes para a sua autonomia
e para as imensas potencialidades. Isto não acontece por acaso, não se
improvisa e muito menos é possível determinar por cima e por fora orientado por
um idealismo legal. Nesta escolha equivocada o resultado será um acúmulo de
heteronomia e dos comportamentos de um rebanho.
Fig. 08 – Os momentos finais da cerimônia de
formatura presencial de 185 estudantes da 1ª turma do Curso Superior de
Licenciatura em Música, modalidade EaD, promovido pelo CAEF do Departamento de Música do
Instituto de Artes da UFRGS. Dois estudantes estão se dirigindo, em nome
dos seus colegas, aos presentes.
Mas acima, de todos
estes cuidados e distinções, paira a soma das experiências vividas pelos 185
estudantes que acabaram de concluir o primeiro curso superior de Licenciatura em
Música no Brasil na modalidade de EaD. Com certeza, com estes tempo de
preparação, implementações e realização deste curso, em tão alto nível, a
Universidade Brasileira possui riquíssimo material empírico e testemunhas
atentos para avaliar e projetar ao mundo teórico e ali tratado ao nível demais
saberes superiores. Para avaliar e projetar ao mundo teórico este curso não
serão necessários os dois séculos que nos separam da criação, impressão e
distribuição do Correio Braziliense e do qual possuímos os textos impressos e
cujo processo nos escapam agora. Afinal
o Brasil foi um dos pioneiros em colocar as ARTES na competência de uma
determinada UNIVERSIDADE.
FONTES
CAMPOS,
Francisco,. «Reforma do Ensino
Secundário: exposição de motivos do decreto. Nº 19.890 de 19.4.1931» in
Boletim do Ministério da Educação e Saúde Pública Rio de Janeiro : MESP, nºs 1
e 2 Jan.Jun. 1931
CENTRO
de ARTES e EDUCAÇÃO FÌSICA
http://www.caef.ufrgs.br/
http://www.caef.ufrgs.br/
CORREIO
BRAZILIENSE – coleção completa digital em
INSTITUTO
de ARTES da UFRGS
PODER
ORIGINÁRIO
Fotos Círio SIMON
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