quarta-feira, 17 de agosto de 2011

NÃO FOI NO GRITO - 009

Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais Art. 1º Parágrafo único da Constituição Brasileira de 1988.

O SILENCIOSO PODER ORIGINÁRIO.

O QUARTO PODER ou a SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA pelo

INSTRUMENTO da COMUNICAÇÃO SOCIAL NUMÉRICA.


http://www.contegemona.it/tag/storia/

Fig. 01 – A face física do Poder Originário não possui armas (FLAGELO e CAJADO) a não ser as suas mãos e seus braços orientados para o trabalho produtivo em comum. Com o uso dos instrumentos pacíficos da comunicação social numérica digital, estas mesma energias só tem a ganhar e podem serem potencializadas.

Acima de qualquer otimismo ou pessimismo estuda-se, aqui, outra forma de agir de a sociedade organizar-se no âmbito do espaço do poder público. O autor leva em conta, para este estudo, as potencialidades da circulação de informações e dos numerosos paradigmas de poder que estas informações trouxeram ao palco da política pública. Política que soube encontrar, em todos os tempos, formas coerentes com o seu tempo, costumes e lugar, para transformar este seu próprio poder em autoridade. Este eterno e universal desafio continua no tempo presente e nem irá cessar no futuro.


Fig. 02 – A face física do Poder Originário não possui arma (FLAGELO e CAJADO pois todos são iguais) representado na República de Siena com trajes domingueiros de pessoas enriquecidas em “O Bom Governo” (1338-1340) . Aa suas imagens não revelam o seu trabalho produtivo em comum. Detalhe do quadro de Ambrógio Lorenzetti (1285-1348)

As formas de circulação, transformação, do poder em autoridade, são cruciais e inadiáveis nas sociedades contemporâneas. Por esta razão busca informações adequadas ao seu tempo no aproveitamento de novas fontes de energia e das aplicações das descobertas dos segredos da vida. Estas energias, e as suas novas formas, trouxeram grandes esperanças, como em todas as descobertas. Como sempre muitas destas esperanças acabaram em grandes frustrações. Mas como sempre também brotaram efeitos colaterais que mostraram potencialidades e riquezas antes insuspeitas.


Fig. 03 – Uma das faces ocultas do Poder do Estado aproveitou-se da energia nuclear como arma e depois como de produção de energia em mega usinas.O resultado prático, em ambos os casos , foi altamente desastroso e oprimiu o PODER ORIGINÁRIO. Contudo, o paciente trabalho de prever, planejar e tentar tornar eficientes estas energias, desafiou a inteligência humana, como poucas vezes havia acontecido antes. Hoje os resultados físicos desta primeira fase tornaram-se museu. Permaneceu o pensamento que gerou.

Entre os efeitos colaterais estas energias novas aceleraram a circulação, a mediação e potencializou o acúmulo e armazenamento das informações. Estes informações se desmaterializaram e tornaram-se binárias numéricas digitais conferindo-lhes as velocidades da luz, passando a ocupar o espaço físico mínimo. Os meios de acesso, a estas informações, além disto multiplicaram-se e se socializaram. Os computadores pessoais (PCs) iniciaram a mostrar as suas performances, desembarcando e proliferaram na realidade da informática para o uso da população civil.

A criatura humana havia mergulhado no âmago da matéria, na década de 1940, por meio de pesados e problemáticos equipamentos da aplicação da Eletrônica e da Matemática. A criatura humana foi lançada e guiada ao espaço externo e, até a Lua, na década de 1960, por meio de equipamentos, cada vez mais leves e complexos,.


http://www.youtube.com/watch?v=6qwthmj6KzY&feature=related

Fig. 04– Um dos resultados do desafiou à inteligência humana, no seu trabalho de prever, de planejar e de tentar tornar eficientes estas energias, teve aplicação prática no universo doméstico e individual. Subsidiariamente gerou formas novas do exercício do Poder Originário nas quais o pensamento individual potencialmente encontra formas de interagir no espaço coletivo em rede instantânea mundial.

Esta realidade tardou a desembarcar no Brasil. A relutância e a má vontade, para transformar o poder em autoridade, retardaram este desembarque e, em especial, nas suas formas adequadas para o seu tempo. Relutância e a má vontade tinham as suas raízes no torpor de uma ditadura militar, iniciada em 1964. Estas formas políticas brasileiras acordavam ainda para a realidade democrática em 1989 quando se iniciou a escrita dos presentes textos. No entanto, este torpor não afastou e distinguiu, mesmo no terceiro milênio, o torturado do seu algoz, na política brasileira. Os mentores dos algozes e seus mandantes ocupam ainda cargos importantes e estratégicos para manipular, e assim impedir, formas plenas para transformar o poder em autoridade. O Poder Originário da nação padece, com estas manipulações e retardamentos, para encontrar o seu tempo e as formas para transformar poder em autoridade e visando influir no governo do Estado brasileiro. Estas manipulações, ao conseguirem arrematar os cargos chaves de corporações, anestesiam e alienam ainda as formas para transformar poder em autoridade nacional. A maioria dos países latino-americanos realizou cedo esta distinção dolorosa, mas necessária.

No Brasil os militares declararam, em 1985, legalmente a Abertura Política para os mentores dos algozes e suas vitimas. Assim, esta abertura, foi apenas formal, cobrindo com nova pintura e slogans a superfície visível do Estado nacional. A Abertura Política não mudou o núcleo econômico instalado pelos militares. Este núcleo consegue desviar o olhar e a memória da ditadura mais subliminar e orientada do que qualquer outra da história brasileira. Núcleo que possui acesso e controle das novas tecnologias de comunicação, propaganda e cooptação de interesses simpáticos às suas causas

Fig. 05 – A clássica imagem da face metafísica do poder. O Faraó exibe os símbolos do seu poder de GUIAR e de JUSTIÇA, representado no seu CAJADO e com o seu FLAGELO. É quase evidente que o jovem faraó Tutancâmon, morto aos 19 anos, não deliberou ou decidiu muito pouco, para não dizer, nada. Contudo, atrás desta sua máscara de ouro, estava, toda e intacta, a máquina da administração milenar do Estado teocrático egípcia. Com certeza muitas destas deliberações e decisões deste Estado seriam contrárias e/ou alheias à sua índole individual do jovem faraó Tutancâmon, que como indivíduo, era apenas uma peça visível desta maquina.

Há de se concordar que este cenário se inscreve na Guerra Fria. Esta, por sua vez, vai ter o seu suporte na organização dos estados pós-iluministas. Estes beberam nas fontes do Leviatã de Hobbes e do Príncipe de Maquiavel.


http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Hobbes

Fig. 06 – A face metafísica do poder. O LEVIATHAN exibe os símbolos do seu poder de JUSTIÇA e de GUIAR, representados respectivamente, pela ESPADA( FLAGELO) e pelo seu CAJADO. O Governo do Estado é representado de forma impessoal por meio desta metáfora criada em 1651 pelo matemático Thomas HOBBES (1588-1679). Cabe a quem ocupar o cargo do LEVIATHAN encarná-lo fisicamente. Quem ocupa este cargo não necessita possuir mais índole pessoal alguma, nem ser moralmente bom ou mau, simpático ou antipático. O contrato social, a constituição e a lei prevêem e constituem um manual de uso obrigatório no exercício deste tipo metafísico de poder. Tipo que prevê a linha de montagem da era industrial e prepara a sua desmaterialização das ações virtuais.

A anestesia e o desconhecimento do que significa uma ditadura fez com que os seus netos andam, com a espinha política quebrada, sem se darem conta disto. Três décadas após 1979, esta nova geração já não sabe, nem distingue os agentes de uma das ditaduras mais ferozes do que qualquer outra. Concretizam Maquiavel de que as criaturas humanas esquecem rapidamente os grandes males, enquanto preferem guardar, na sua memória, os benefícios, por menores que tenham sido. Nestas circunstâncias o inconsciente coletivo de uma geração é uma vitima potencial para receber o próximo golpe contra a democracia e a cidadania.


Fig. 07 – A cadeira da face oculta do Poder Estado do LEVIATHAN nuclear. Nunca estados nacionais haviam acumulado tanto poder físico potencialmente devastador. Quem ocupava esta cadeira devia ser despojado de qualquer índole pessoal, moralmente não pode deliberar ou decidir, ser mau, bom, simpático ou antipático. Sem contrato social, constituição ou lei este poder de demolir diversas vezes o planeta Terra era regido por um manual militar de uso obrigatório no exercício deste tipo metafísico de poder. Tipo que ultrapassa a linha de montagem da era industrial e prepara a sua desmaterialização das ações virtuais.

Para esta anestesia geral e irrestrita, concorre a falta de distinção, entre vitimas e os algozes e os seus mentores. Nesta esfera o inconsciente coletivo ingressa noecletismo” que, na clássica definição de Mário de Andrade, é “o refúgio dos covardes”. Justifica-se a severidade do autor do Macunaíma, neste caso, pois este ecletismo permitiu ignorar os horrores de uma ditadura, senão colaborar na sua mitificação ou dos agentes errados e os de sempre.

O autor deste blog passou a sua infância ao longo dos oito anos do Estado Novo. Após graduar-se ele teve de enfrentar os 21 anos da Ditadura Militar iniciada uma semana depois de se licenciar em artes visuais. Em função desta ditadura conviveu com professores estaduais, do mais alto nível intelectual e moral, refugiados numa escola da periferia operária de Porto Alegre. Com este seleto grêmio constatou a vida do PODER ORIGINÁRIO nas condições reais e empíricas da ditadura. A partir deste universo empírico pode refletir nestas condições por meio de uma dissertação acadêmica. Esta versava em relação ao período da ocultação da verdade que levou o nome equivocado de “Abertura Política Brasileira”. Na sua pesquisa de campo ocupou-se do discurso docente constatando as possibilidades de os professores falarem de sua prática democrática. Porém as formas de convívio, de pesquisa de campo e os resultados acadêmicos foram absorvidos, como esponja seca, pela natural entropia sob o império do ecletismo. Sob esta entropia e ecletismo, o equívoco foi tão grande que esta etapa da vida política foi varrida e queimada completamente da memória nacional e pessoal. Nada chegou aos netos da Ditadura, de 1964-1979, além das mitificações recíprocas das vitimas e dos mentores dos algozes deste período.


http://www.infoescola.com/fisica/acidente-da-usina-nuclear-de-chernobyl/

Fig. 08 – A face física do Poder Estado ficou evidente em diversas catástrofes nucleares e da pior forma possível. Entre elas a de Chernobyl cujo reator nuclear fundiu em 26 de abril de 1986 fato que tornou inviável a vida ao se redor .

Contrariando este torpor e hábitos inconscientes adquiridos, o autor tenta mostrar novas formas do poder, coerentes com a nova infra-estrutura emergente. Eficientes pela interação institucionalizada e constante da administração do governo do Estado no exercício dos seus poderes legislativo, executivo e judiciário. A nova era da informática, exige, para soluções políticas inovadoras, outras estruturas de interação do PODER ORIGINÁRIO com o Estado. Interações em todas as suas instâncias e que lhes permitam eficácia recíproca e integrada. No interior destas estruturas de interação busca-se a proporção entre o individuo que aspira á cidadania e por meio de potenciais novos equipamentos disponíveis num Estado equipado com novos meios para promover a cidadania e a democracia republicana.

No entanto, se estas percepções são expressas no plano teórico, este plano é muito baixo e próximo do mundo empírico. Assim não há intenção nem vontade de enfrentar nenhum paradigma que se pretende ser onisciente, onipotente, eterno e onipresente. Ao contrario coloca-se sem otimismo nem pessimismo no interior desta nova realidade humana. A criação e difusão do presente texto nascem e dependem desta nova realidade numérica digital.


http://www.nytimes.com/slideshow/2011/08/05/movies/planet-of-the-apes-6.html

Fig. 09 – CESAR e a luz – (NYT EM 10.08.2011)a face do Poder físico simbólico humano exercidos sobre as outras espécies vivas evidencia a falta de sentimento e de mentalidade de pertencimento possui

O autor trabalha com a convicção de que os novos e potenciais equipamentos disponíveis possuem a probabilidade de reforçar o tecido social para que ganhe consistência e corra menos riscos de se romper. Evidente esta convicção se materializará na medida em que forem adequadamente implementados, ao tempo e ao lugar da realidade humana presente. Ao mesmo tempo não se prega nenhuma revolução ou ruptura social. O autor acredita que estes novos meios técnicos de comunicação possuem a capacidade de fazer a transição entre os antigos e desgastados meios de conter a vida política da sociedade atual. De um lado, rompem completa e inesperadamente com a tradição política do passado, do outro lado possuem a competência para criar novas estruturas sem agredir, arranhar e ferir o que vem de positivo deste passado

Fig. 10 – A experiência e hábito da ÁGORA GREGA do Poder Humano face a face denominada de DEMOCRACIA e que Platão ridicularizava como um BAZAR.político.

O individualismo, a ênfase no particular e no privado, não são males em si mesmos. A capacidade civilizatória desta ênfase depende da proporção, da estrutura e dos meios pelos quais esta ênfase for levada ao espaço público. Os meios técnicos advindos da revolução provocada pela informática numérica permitem criar instrumentos que em si mesmos reconhecem o quanto esta ênfase individual possui recursos para estabelecer a proporção entre o Estado Unitário de um lado e do lado, o indivíduo diferenciador. Devido ao imediato fed-back estes recursos permitem estabelecer o reconhecimento recíproco entre o Estado Unitário e indivíduo diferenciador. A redefinição permanente de competências entre Estado e o individuo cidadão é produzida em níveis e estágios proporcionais à interação ao conjunto que este contrato pressupõe. Evidente que para um rebanho qualquer personalização ou individualismo são intoleráveis e comprometem o caminho pacifico da manada ao frigorífico..


http://hannibalis.blogspot.com/2010/04/diego-rivera-duvarlar.html

Fig. 11 – Metáfora do Poder Humano na sua face ao poder física da tecnologia sobre a matéria e sobre a sociedade – O Globo terrestre na Mão Humana - Diego Rivera - Rockefeller Center 1934

No âmbito do Estado a clássica divisão montesquiniana dos três poderes independentes corresponde à linha de montagem da era industrial. Nesta linha de montagem existe o planejamento (Legislativo), operação da fábrica (Executivo) e o controle de qualidade (Judiciário). Contudo esta tripla atividade da fábrica só é operante quando existir o meio e a finalidade (teleologia) que necessita estar em sintonia fina (just of time) com planejamento, execução e controle contando com uma origem e um fim.


http://hannibalis.blogspot.com/2010/04/diego-rivera-duvarlar.html

Fig. 12 – Metáfora do Poder Humano na sua face ao poder física da tecnologia COMO LINHA DE MONTAGEM que se expande sobre a matéria e sobre a sociedade. Mente e corpo são condicionados por esta infra-estrutura linear e unívoca - Diego Rivera - FORD –Detroit USa 1932

Portanto os três poderes não se bastam e não possuem finalidade, por mais afinados que sejam entre si mesmo, se não existir a origem e o fim desta organização do Estado Nacional. Esta origem e finalidade necessitam serem reconhecidas. Mas este reconhecimento da origem e da finalidade também não garante, por si mesmo, a expressão do Estado nacional e nem o acatamento da individualidade diferenciadora.

A opção entre o presidencialismo ou o parlamentarismo como solução deste impasse entre o Estado Nacional e o cidadão individual introduz na política mais um dos maniqueísmos que Platão já havia superado no 5° século antes de Cristo. Na era da informática existem numerosas outras opções políticas e mais adequadas à realidade concreta da interação entre o PODER ORIGINÁRIO (cidadão- nação) e o ESTADO.(governo).

Um destas opções é o retorno ao exame e prática da política na célula municipal. Nesta célula municipal é possível definir e redefinir as ações e os agentes se perturbar o todo nacional. Nesta célula definem-se e redefinem, de uma forma constante, as competências necessárias aos níveis e aos estágios que oferecem proporção ao conjunto local e que interagem com o todo do organismo nacional e internacional.


http://hannibalis.blogspot.com/2010/04/diego-rivera-duvarlar.html

Fig. 13 – A pintura de Alfredo SIQUEROS- Porfírio e a Revolução - como metáfora aqueles que QUEREM ACREDITAR na DEMOCRACIA configuram-se em momentos emocionais de participam emocionalmente num momento revolucionário conduzidos pela emoção. Momento consumido imediatamente pela entropia, ou pior, as energias momentâneas do PODER ORIGINÁRIO são canalizadas para ideologias ou interesses de grupos ou indivíduos (populismo).

Quanto á proporção do indivíduo diante do poder pública parte-se do pressuposto que nenhum deles cidadão é maior do que o seu município. O reconhecimento de que algum indivíduo é superior ao município, no qual exerce a sua cidadania, comprometeria também a super agigantada proporção do Estado Nacional centralizador da unidade nacional. Estes indivíduos maiores que as células municipais também teriam pretexto para sobrepor-se ao Estado que seria esvaziado por eles, gerando um ente político anômalo e incontrolável.


http://sdelbiombo.blogia.com/2010/070701-beuys.-campana-por-la-democracia-directa.php +

http://ineselo69.blogspot.com/2008/05/joseph-beuys.html

Fig. 14 – Esquema mental binário de - SIM e NÂO do Poder Hum ano face à DEMOCRACIA Esquema de Joseph BEUYS (1921-1986) em sacola comercial e popular

Clique sobre a imagem para aumentá-la

Na medida em que as células municipais tiverem condições de um efetivo, rápido e continuado fluxo de dados significativos estas células municipais preservam a unidade, a proporção e a hierarquia que toda a organização social supõe. Os problemas locais e regionais permanecem restritos às suas competências reais e caminham para a sua solução eficaz nos seus devidos âmbitos, sem atropelar os grandes problemas inerentes à unidade nacional.


http://blogdoseditores.blogspot.com/2008_10_01_archive.html

Fig. 15 – A pintura de Fernando BOTERO -1932 - Abu Graib e 2006 - como metáfora sobre aqueles que NÂO QUEREM ACREDITAR na DEMOCRACIA e que são castigados e humilhados, através de instrumentos antigos e tradicionais, pelo Poder Humano armado com a eficácia do poder físico e simbólico com suporte na alta tecnologia.

A massa de novidades a implantar por este projeto proposto neste blog, não é superior a 10% (dez por cento) ao que já existe,. Mantém-se intactos, evidenciam-se e se fortalecem os três clássicos poderes tradicionais provenientes da era industrial. O quarto poder que se propõe já existe na realidade. Este quarto poder é exercido, por ora, em redes de comunicação de massa, ou por forças militares, por forças religiosas (países islâmicos, Israel..), pelas ideologias dos partidos ou corporações econômicas.

A única novidade aqui é reconhecer é uso mais intenso pela SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA de INSTRUMENTOS da COMUNICAÇÃO SOCIAL NUMÉRICA como ferramenta de conhecimento, vontade e circulação do PODER que NELA SE ORIGINA. Este conhecimento, organização e circulação deixaram de ser lineares e passaram a tomar configurações de redes ao modelo de matrizes competentes para dar conta da física quântica com alto grau de mobilidade e de novidade a cada instante. Estas transformações possuem leituras diferenciadas em cada meio. O que unifica estas transformações e abre a possibilidade de sua administração é o meio da informática numérica em que circulam e podem ser revertidas à sua origem. Com esta possibilidade pode ser desfeito o rígido controle social maniqueísta, abrir o espaço público para a informação democrática e cidadã que assume a responsabilidade de expressar em si mesmo o todo e cada novo momento da história humana.

Resumidamente a novidade está apenas nas novas formas de articulação da sociedade e que já existem, de fato, na nova infa-estrutura proveniente das aplicações, com sucesso, da informação numérica.

O autor pede ao leitor destas linhas, três qualidades que Nietzsche solicitou (2000, p.27) ao leitor do seu texto ‘o futuro das nossas escolas[1]::

espero do leitor três qualidades:

1) - deve ser tranqüilo e ler sem pressa,

2) - não deve fazer intervir constantemente sua pessoa e a sua cultura, e

3) - não tem direito de esperar – quase como resultado – projetos”.

Da sua parte o autor resume o seu interesse pessoal apenas em fazer circular, pelo meio digital e numérico, algumas idéias em relação à cidadania e à democracia republicana. Ele trabalha na perspectiva de um contrato interativo entre e autor e do leitor que acredita possuem paradigmas adultos, íntegros e integrais.


[1] - NIETZSCHE, Frederico Guillermo (1844-1900).Sobre el porvenir de nuestras escuelas. Barcelona: Tusquets, 2000. 179 p.


Fig. 16 – A metáfora de outras formas nas quais o Poder Humano pode se expressar e circular de além da forma binária e superar o esquema do SIM X NÂO é recorrente nas obra de arte contemporânea como a Frank WILLINGER - 1959 State Britain - Instalação 2006

Este PODER ORIGINÁRIO da SOCIEDADE continua a fluir apesar de todas as manobras para canalizá-lo e aproveitá-lo política, econômica ou ideologicamente a seu favor e das decepções e poluições decorrentes destas manobras.


Fig. 17 – A metáfora dos FRACTAIS dos matemáticos Gaston JULIA e Pierre FATOU permite visualizar e construir outras formas de o Poder Humano pode circular de além da forma binária e superar o esquema do SIM X NÂO

O PODER OORIGINARIO é uma das imensas forças do mundo que agem silenciosas como o magnetismo. As autênticas forças morais agem sem estardalhaço. Desenvolvem as suas energias coerentemente não fazendo ruídos. Constituem um imenso potencial de forças que agem e destroem todos os discursos e vingam-se silenciosamente. Contornam censores, profetas, políticos ou pretensos empresários. Deixa-os falando e berrando convicções que interessam apenas a estes monstros e aberrações sociais e morais.

Se a humanidade cuidou tanto da ECOLOGIA - banindo inclusive armas e colocando sobe vera vigilância a energia nuclear - chegou a hora de banir todas as FORMAS OBSOLETAS do EXERCÍCIO do PODER HUMANO e colocar todos aqueles, que queiram exercê-lo, sob preparação prévia, contrato e severa vigilância continuada no exercício deste PODER.

Histórico do presente texto.

O presente texto foi iniciado no dia de 19.03.1989 sendo registrado, de forma manuscrita num caderno da FAE (Fundação de Assistência ao Estudante) do Ministério da Educação. Quando se iniciaram estes registros manuscritos, celebrava-se o bicentenário da Revolução Francesa e o século XX ainda teria doze anos.

Estes textos - e aqueles que se seguirem - ganharam diversas versões eletrônicas a partir julho de 2006. Entre outras está disponível na rede, sob o título Poder Originário, no site http://www.ciriosimon.pro.br/pol/pol.html.

TEMAS das PROXIMAS POSTAGENS

000 - Introdução

001 – O Estado como superestrutura

002 – Objetivos do presente texto

003 – A procura da proporção

004 – O ser humano comprovadamente não nasce social

005 – Competências da autoridade

006 – Os estragos do gigantismo.

007 – O quarto poder

008 – A autoridade e os atravessadores de influências

009 – Poder, autoridade e a informação

010 – O pátrio poder, o município e a sua administração.

011 – O preço para administrar um grande país a partir da base dos seus municípios.

012 – O quarto poder, a informática e as suas luzes.

013 – A democracia como virtude complexa e característica das sociedades evoluídas.

014 – Estados soberanos da América

015 – Uma guerra social para evitar uma guerra real

016 – Os limites do quarto poder

017 – A participação popular.

018 – Povo como sinônimo de pobre

019 – Muito cacique – pouco índio.

020 – Utopias generalistas como contratos sociais ocultos.

021 – Carteira de identidade cidadã.

022 – A ditadura na era da informática.

023 – No Brasil todos são poder menos a autoridade.

024 – A corrupção do voluntariado.

025 – Quando o povo irá eleger os seus banqueiros.

026 – O Estado Nacional como empresa

027 – A política dos répteis.

028 – A unidade nacional e o discurso desenvolvimentista

029 – O “Big Brother” e o “Pig Brother”

030 –

031 – A sincronia no caos.

032 – A pressão social como ficção no Brasil.

033 – Os percalços do poder legislativo.

034 – A medida e a proporção da “fofoca”.

035 – A proporção da representação do povo.

036 – O quarto poder e a era da informação.

037 – A sustentação do quarto poder.

038 – A era da informática desconcentradora.

039 – O infinito progresso linear.

040 – A participação, a cooperação e a interação.

041 – Piratas e paraísos fiscais.

042 – A clara consciência de suas necessidades.

043 – Filtros e mediações da autoridade


LORENZETTI – Bom e Mau governo

http://www.ricardocosta.com/pub/lorenzetti.htm

RIVERA e SIQUEIROS

http://hannibalis.blogspot.com/2010/04/diego-rivera-duvarlar.html

CANOAS – RS e PODER ORIGINÀRIO

http://www.agoravirtualcanoas.com.br/

PRÀTICAS DEMOCRÁTICAS na ESCOLA PÙBLICA 1979-1985

http://www.ciriosimon.pro.br/aca/aca.html

ARTE PÚBLICA

http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15089921,00.html

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