CORRUPTOS e CORRUPTORES no BRASIL em SETEMBRO de 1819 e de 2019.
“Os empregados subalternos corrompidos,
tiram de sua mesma corrupção os meios de peitar seus corrompidos superiores; e
todos, em vez de louvar, escarnecem o homem honrado, que por falta de meios
vive na pobreza, quando os outros se fartam na opulência: e uma vez que tal
estado de cousas se estabelece como sistema, é inútil procurar o remédio no castigo
de um ou outro indivíduo; porque do estabelecimento deste sistema de corrupção
se segue, que só será punido aquele, que não tiver com suas injustiças
acumulado dinheiro suficiente para comprar sua impunidade.” CORREIO BRAZILIENSE - SETEMBRO de 1819 - p,300
Fig.
01 As pinceladas de GOYA evidenciam o tenebroso espetáculo da corrupção
As condições atuais brasileiras não
diferem daquelas que puderam oferecer tanto no PERIODO COLONIAL como aquelas
extras temporãs e atrasadas da ERA INDUSTRIAL
No BRASIL a sórdida
CORRUPÇÃO segue incólume, tanto em SETEMBRO de 2019, como em SETEMBRO
de 1819. Deste pegajoso e fétido pântano emergem corruptos e corruptores
na mais franca camaradagem, tanto em 1819 como em 2019, Para perceber a
corrupção brasileira, do ano 2019, basta
se conectar ou ler qualquer periódico independente nacional o estrangeiro com
noticias sobre a ECONOMIA, a JUSTIÇA e a POLÍTICA BRASILEIRA . Para o ano de
1819, basta acompanhar as páginas do CORREIO BRAZILIENSE para encontrar o mesmo
quadro calamitoso da CORRUPÇAO ENDÊMICA.
Fig.
02 Em setembro de 2019 só crescem e se
aprofundam os sentimentos e os protestos individuais e coletivos contra
corrupção, a inépcias e as ideologias
deslocadas e fracassadas Continuam e repetem as condições no PERIODO
COLONIAL e não diferentes daquelas da ERA INDUSTRIAL atrasada copiadas de
outras culturas mais instruídas, educadas e com sólidos pactos e contratos
sociais, políticos e econômicos
CORREIO BRAZILIENSE
SETEMBRO de 1819 VOL.
XXIII. N° 136. Q Q pp.300-307 - .
Rejlexoens sobre as novidades
deste mez.
REYNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL, E
AL6ARVES.
Partidos Políticos na Corte.
A má administração, nas finanças e na
justiça, he objecto de reproche geral no Brazil: naõ ha quem se attreva a
louvar estes dous ramos do manejo dos negócios públicos ; e todos os que nelles
faliam, exprimindo-se com mais ou menos gráo de vehemencia, concordam em dizer,
que ha nisto a maior razaõ de queixa. Quando a corrupção he geral, naõ basta
applicar remédios aos casos particulares, que possam vir ao conhecimento do Governo,
he também necessário e essencial, o buscar o mal em suas fontes, para ali o
atalhar. Tomemos, como hypothese, que he verdadeira a accusaçaõ contra os
Magistrados do Brazil: se naõ he verdadeira, pelo menos he tam geral, que nos
authoriza a tomalla em hypotese: para lhe propor algum remédio. Neste caso,
pois, ainda que haja algum, ou alguns empregados justos e íntegros, nem podem
estes servir para estabelecer as regras geraes, nem a sua influencia para com
os outros conrompidos pôde produzir bem algum.
Os empregados subalternos conrompidos,
tiram de sua mesma corrupção os meios de peitar seus conrompidos superiores; e
todos, em vez de louvar, escarnecem o homem honrado, que por falta de meios
vive na pobreza, quando os outros se fartam na opulencia: e uma vez que tal
estado de cousas se estabelece como systema, he inútil procurar o remédio no
castigo de um ou outro indivíduo ; porque do estabelicimento deste systema de
corrupção se segue, que só será punido aquelle, que naõ tiver com suas
injustiças acumulado dinheiro sufriciente para comprar sua impunidade.
Lembrámos já, e por mais de uma vez neste nosso periódico, que a introducçaõ
dos jurados seria uma medida geral, tendente a cohibir em grande parte a
corrupção dos magistrados: mas restam ainda os Governadores, os Officiaes da
Fazenda, e outras pessoas, em cujas repartíçoens naõ podem entrar os jurados, e
a cujas practicas corruptas he também essencial obviar. Nestes ramos naõ se
pôde achar meio mais efficaz de cohibir as más practicas, do que fazer com que
ellas possam ser examinadas e discutidas em publico; isto he, com aquelle gráo
de publicidade, que a natureza da matéria permittir; sem exceptuar disto nem
mesmo os procedimentos dos Ministros de Estado. Ehe com estas vistas, que
dissemos pensadamente," o grilo de publicidade, que a natureza da matéria
permittir;" visto que mui bem sabido he, que ha muitos pontos da
Administração, que naõ convém revelar a todo o mundo.
Fig.
03 A intensa exploração do mundo e da
América permitiu aos ingleses um mapeamento preciso e oportuno para seus
negócios O mapa da AMÈRCA do SUL do ano de 1808 demonstra do conhecimento
tanto dos Oceanos como dos rios e possíveis rotas terrestres dos seus produtos da
PRIMEIRA ERA INDUSTRIAL que eram encomendados e entregues prontamente com
evidentes vantagens sobre qualquer concorrente local ou de outras nações
concorrentes
Porém, ainda nestes mesmos caáos ;
julgamos, que o comportamento dos Ministros de Estado, devia ser discutido em
um Conselho assas numeroso, para que os pontos discutidos tivessem ao menos
este pequeno gráo de publicidade; e quanto aos Administradores subalternos,
podia o seu proceder ser, sem inconveniente, objecto da mais publica discussão.
Parece-nos que pequena reflexão basta, para mostrar a vantagem deste systema,
sobre o que actualmente se practica. Na actual rotina suecede, que projecta um
Secretario de Estado qual quer medida, e representando-a como utü ao Soberano,
obtém delle a sua saucçaõ. Esta medida naõ foi discutida; e por conseqüência
naõ se ouviram as razoens contra e a favor, naõ se instaram os argumentos de
uma parte e d'outra: e tudo se estriba somente na opinião certa ou errada, de
que se imbuio o Secretario de Estado. Acontece, porém, algumas vezes, que outro
Secretario de Estado, ou personagem de influencia, quer desbaratar aquella
medida de que falíamos ; seja por julgar que ella he prejudicial ao publico,
seja por espirito de partido ou personalidade coutra o Ministro projectista.
Como este opponente naõ tem, segundo a practica actual, meio algum legal de
fazer a sua opposiçaõ recorre á intriga oceulta da Corte, e, se he nella bem
versado, e tem meios, chega a conseguir arruinar o projecto do outro, sem que
este possa nem se quer saber, quaes fossem as objecçoens, nem qu aes os
opponentes de sua medida.
Nestes termos, a adopçaõ ou regeiçaõ
de qualquer medida publica, naõ depende de forma alguma de sua conveniência ou
disconveniencia com o interesse publico; porque he a medida adoptada, se boa
pareceo ao único homem que a concebeo; e he rejeitada, se a cabala oceulta pôde
achar meios de a frustrar.
Deste estado das cousas, naõ somente se segue o mal de
naõ passarem as medidas publicas por aquelle escrutínio de discussão, que se
requer, e he essencial para seu maduro exame ; mas também daqui resulta a
origem de facçoens e cabalas occultas, que, espalhando-se depois pela naçaõ,
tem grande influencia na corrupção dos custumes. Ja que ha tanta repugnância em
submetter as medidas publicas á discussão de um Conselho da Naçaõ,
recommendariamos esta discussão em um Conselho d' El Rey. Mas he essencial
neste plano, que as discussoens sejam publicas a todos os do Conselho, e que se
permitta tudo á apposiçaõ manifesta, a fim de evitar a intriga occulta
Fig.
04 A princesa CARLOTA JOAQUINA (no
círculo) retratada, por GOYA. na CORTE
DO REI da ESPANHA foi educada nu REGIME MONOCRATICO e no DIRETO DIVINO das
FAMÌLIAS REAIS. O seu casamento com o
Príncipe Regente e depois rei DOM JOÂO VI trouxe para América da qual sentia-se uma das
herdeiras tanto na sus condição espanhola como lusitana. Quando o seu
marido tornou-se REI CONSTITUCIONAL Carlota Joaquina teve de ser internada
He verdade bem conhecida pela
experiência, na moral de todas as naçoens, que quando os homens naõ podem expor
suas opinioens ou seus resentimentos, em publico modo ou maneira legal,
recorrem á intriga e machinaçoens escondidas, e dahi aos assassinatos, e todos
os mais crimes, por que aventem suas paixoens. Daqui vem, que, nos paizes aonde
he permittido a todos o dizer os seus sentimentos em publico, rarissiraas vezes
suecedem conspiraçoens occultas ; e estas saõ freqüentíssimas aonde se supprime
toda a expressão de opinião nos negócios públicos. A esta causa attribuimos nós
a mudança, que se observa, na forma de administração, e até diríamos na mesma
Constituição ; porque he tal a arbitrariedade dos empregados públicos, que obra
cada um na sua repartição como se fosse rey; assim quasi se pôde dizer, que ha
um Rey Supremo, e reys subordinados : óra isto sem duvida naõ he, nem nunca foi,
a forma de Governo de Portugal. ¿ Naõ se remediaria isto, se o comportamento
dos homens públicos fosse objecto de publica discussão? Entaõ poderia El Rey
ser bem informado de tudo o que se passa, para o poder remediar; quando no
estado presente das cousas, he-lhe moralmente impossível saber o que vai de máo
em seus estados; porque todo o systema tende a occultar a corrupção dos homens
públicos;visto que todos tem niso interesse, excepto o povo que naõ he ouvido.
Fig.
05 - O que mudou, entre setembro de 1819 e 2019, foi a QUANTIDADE e a
VELOCIDADE das INFORMAÇÔES à disposição
do GOVERNOS CENTRAIS das atuais NAÇÔES No entanto e a QUALIDADES e a AGILIDADE
no USO deste volume atual parece que entorpeceram e colapsaram o enfrentamento da CORRUPÇAO que CRESCEU, se
SOFISTICOU e POLUIU e ESPAÇO PÙBLICO. Pelo mapa mundial das atuais 200
nações soberanas as condições brasileiras juntam-se com aquelas
mais atrasadas e não diferem daquelas que puderam oferecer tanto no PERIODO
COLONIAL. Apenas cresceram com a atrasada ERA INDUSTRIAL e se potencializaram
na ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL
Poderão dizer-nos, que El Rey ouve a todo o indivíduo
queixoso. Isto he assim : e concedamos mais ex abundanti, que El Rey pôde
acudir ao remédio de todos esses indivíduos, que se acham ofendidos; mas de
certo nenhum particular tomará sobre si o ir requer á Corte e queixar-se a El
Rey, contra a má administração do Erário, contra a má ley sobre o commercio, ou
contra a falta de providencias a favor da agricultura; e com tudo, saõ isto
matérias do mais alto interesse á naçaõ, que, por falta da discussão publica,
naõ ha meios de fazer chegar a verdade aos ouvidos do Rey. He desta fonte que
nascem as cabalas e partidos occultos, que dilaceram a Corte do Rio-de-Janeiro,
e que nos obrigaram a escrever este artigo, que applicaremos a um exemplo
recente
Emigração de SUÍÇOS ao BRASIL
Fig.
06 O sonho e os caprichos do
“BRANQUEAMENTO da RAÇA” atriu os primeiros imigrantes não ibéricos ao Brasil Aqui
foram destinados a ocupar as senzalas de uma propriedade agrícola falida No
entanto a inépcia, preguiça e os interesses do empreiteiro falido foram amplamente
recompensados pe s condições atuais brasileiras não diferem daquelas que
puderam oferecer tanlo erário público brasileiro
Suggerio-se a idéa de attrahir para o Brazil população
da Europa. Neste periódico repetimos, por vários números, a importância deste
objecto, ja para obviar a falta de trabalhadores, que se deve seguir á
extincçaõ da escravatura; ja para melhorar a raça humana no Brazil, summamente
damnificada pela mixtura do sangue Africano. Adoptou-se por fim esta útil idea,
e com muita razaõ se olhou para a Suissa, como um paiz, que podia ministrar ao
Brazil a mais útil população, em todos os sentidos, e até se nomeou um Ministro
para residir na Suissa, a fim de promover a emigração dali para o Brazil. A
importância do objecto merecia todo este cuidado: vejamos porem como se
houveram na matéria. lmpôz-se um tributo, na importação dos escravos, para com
o seu producto occurrer as despezas do plano : mas puzeram-se esses fundos á
discrição de um indivíduo, o Monsenhor Miranda, como senhor despotico desta
repartição. Elle escolheo o território do Canta-Gallo, para situar a colônia,
que se espera da Suissa; e o terreno, que para isso se escolheo, dista da
Capital somente vinte léguas, custou a seu proprietário, que éra o Monsenhor
Almeida, 500,000 reis, e o comproou a Fazenda Real, para este fim, por
10:000.000 de reis. Por aqui começou a economia. Deo-se, como razaõ desta
escolha, a cansai de ser a temperatura do Canta-Gallo mais fria e análoga á
Suissa ; como se os Suissos fossem plantas melindrosas, que he preciso
aclimatizar ou como se naõ houvessem nos sertoens das Minas, e nas margens dos
inumeráveis rios, que daquella immensa bacia correm ao oceano, immensas terras
baldias, que todos os dias se dam de graça, mesmo a pessoas, que naõ tem meios
de as cultivar. Nestes termos, nenhuma necessidade havia de gastar 10:000.000
de reis na compra de tal terreno.
Fig.
07 O resultado da acumulação do TRABALHO
ESCRAVO estimulado pelos subsídios governamentais permitiram a construção de prédios
particulares que os proprietário usavam como moeda de troca de benefícios,
isenções e títulos que faziam empalidecer o que ofereciam aos governantes. Entre
eles estava o prédio do PRIMEIRO MUSEU NACIONAL criado e administrado por uma
burocracia que se alimentava e reproduzia graças ao ERÀRIO PUBLICO do ESTADO
BRASILEIRO
Mas o
mesmo succedeo, diremos aqui de passagem, com umas casas, que Joaõ Pereira de
Almeida edificou. e que lhe custaram 45.000 cruzados, e que foram compradas
pela Fazenda Real, para nellas se estabelecer a Museo do Rio-de-Janeiro,
dandose por ellas 80 mil cruzados. O Monsenhor Miranda he também o Inspector
deste Museo.
Fig.
08 - Na construção dos armazéns
destinados às “PEÇAS” importadas da África
estava longe de qualquer objetivo humanitário Destina-se para que os ESCAVOCRATAS
receberem escravos capazes de produzirem abundantes lucros. Assim a ERA INDUSTRIAL era mais uma inimiga destes
corruptos, atrasado e preguiçosos privilegiados pela manutenção legal da
ESCRAVATURA no BRASIL. Evidente esta manutenção exigia um infraestrutura
adequada que podia ser ótimo negócio para os empreiteiros que usavam ao seu
modo estas “PEÇAS” nestes projeto governamentais
Julgou-se necessário estabelecer
armazéns no Rio-de-Janeiro, para accommodaçaõ dos escravos, que se importam da
África. Para occuner a estas despezas se impóz um tributo de 400 reis por cada
negro, dos quaes entraram no Rio-de-Janeiro, nos annos de 1810, e 1811, mais de
30.000. Fizéram-se com effeito os taes armazéns; mas as accommodaçoens saõ tam
más, que os donos dos escravos os naõ deixam lá estar por muitas horas, do
contrario morreriam todos.
Fabrica Real de
pólvora de Dom João VI http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/casa-dos-piloes.html
+
http://historialuso.an.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4975:estabelecimento-da-real-fabric&catid=197&Itemid=2
+ http://jbrj.gov.br/jardim/historia
Fig.
09 As indecisas experiências da ERA
INDUSTRIAL pode ser observadas na CASA dos PILÕES do Rio de Janeiro. Destinada a preparar a pólvora para o
exército e marinha brasileira foi
corrompida desde os primórdis por SÒCIOS do GOVERNO As Sócios qe primavam em manter os seus
privilégios, mordomias e gordas recompensas em cima de uma necessidade do
governorno e da sua defesa armada
A fabrica Real de pólvora está em
decadência, quando tem no Brazil o excellente salitre de Minas, que se pôde
comprar a 500 reis : mas contra isto está o interesse dos que administram a
pólvora, desembarcada dos navios para a Ilha das Cobras : d'onde se torna a
vender, e os barris voltam para bordo cheios de areia. Quando se quizéram
estabelecer correios marítimos para Lisboa, se compraram no Rio-de-Janeiro dous
navios Inglezes; em vez de se construírem lá, por menos preço do que aquelles
custaram. O Visconde de S. Lourenço, Thesoureiro Mor, sabe a quem, e por quanto
comprou os taes navios; mas naõ sabe, que pára na nossa maõ uma carta desse
mesmo sugeito, que vendo os taes navios na qual elle declara, que o preço
regular para obter as sentenças he de tantos por cento; mas que no caso, de que
falia a tal carta, a instâncias do Senhor fulano, se pôde ajustar por menos.
Esta carta nos veio parar á maõ; porque no caso de um processo judicial em
Londres foi preciso apresentalla ao Tribunal. Que vergonha para a Administração
do Brazil!! Que contraste com a Ingleza !!!
Fig.
10 Em setembro de 2019 a capital do
Brasil figura com símbolo do tenebroso espetáculo da CORRUPÇÂO herdada da ERA INDUSTRIAL comandada pelo Rio
de Janeiro que por sua vez teve sagazes mentores COLONIAS sediados em Salvador
da Bahia Esta corrupção aramada com
os recursos da ÉPOCA PÕS-INDUSTRIAL supera em volume e astúcias da ERA
INDUSTRIAL e da PERÍODO COLONIAL
Arde o Brazil em recrutas para a
tropa: a agricultura do Rio Grande fici os mais decididos incommodos com as
levas, que se tiram para a guerra do Rio-da-Prata : em Pernambuco naõ querem os
sertanejos virá cidade, com medo de que os prendam para soldados, embrenham-se
pelos matos, e por mais abundante que tenha sido a colheita do algudaõ, falta
este no mercado, porque naõ ha quem se ofereça a conduzillo, com medo de que lhe assentem
praça. Tudo se remediava, se as levas fossem feitas na Suissa, e se ficialid
aos alistados levarem sua mulheres; teriam soldados, em quanto fic servissem;
depois cidadãos, sem custar nada ao Erário; porque fic procurariam por si
mesmos estabelecer-se, e os naturaes do paiz se veriam livres do oficial, que
mais os incommóda. Que he o temor de se ser prezo para soldado.
Fig.
11 - Os números e a realidade desmentem
as esperanças de setembro de 1819 do redator do Correio Braziliense As condições atuais brasileiras não
diferem daquelas que puderam oferecer tanto no PERIODO COLONIAL como aquelas
extras temporãs e atrasadas da ERA INDUSTRIAL
De tudo isto, pois, concluímos, que a
Administração no Brazil naõ pôde melhorar-se em quanto existirem os partidos ficial
da Corte, que favorecem a prepotência dos empregados, e com isso a corrupção de
toda a sorte : e nos parece que esse systema se extinguirla, coma introducçaõ
de taes formas, que as medidas publicas recebessem mais ou menos publica
discussão previa; e que igualmente publica fosse a investigação do
comportamento dos empregados pelo Governo, nas oficialidade das repartiçoens.
Nisto teremos occasiaõ de insistir outra vez; e naõ desesperamos de ver ainda
neste ponto reformas, que sejam úteis ; porque da boa vontade do Soberano
estamos mui seguros.
Fig.
12 O primeiro navio movido a vapor
atravessou, no dia 24 de maio de 1819, o
Atlântico em 28 dias. No entanto os países lideres da ERA INDUSTRIAL já
possuíam uma boa frota de navegação da
cabotagem, lagos e rios destes barcos movidos a vapor. No Brasil, de
setembro de 1819, este invento caiu nas mãos de empresários abundantemente privilegiados
com direitos exclusivos além de subsidiados pelo governo sem que os
destinatários, dos altos valores do erário publico, entregassem o produto e os
serviços prometidos
Melhoramentos
necessários ao Bra zil.
“ Por decreto de 3 de Agosto de 1818, foi S.
M. servido conceder ao Marechal de Campo Felisberto Caldeira Brant, ao
Commendador Pedro Rodrigues Bandeira, e ao Capitão Mor Manuel Bento de Souza
Guimaraens, o privilegio exclusivo por tempo de quatorze fanos, para que só elles
possam ter barcos de vapor nos rios, e costas da província da Bahia, debaixo da
condição expressa de realizarem a introducçaõ do primeiro barco, no anno de
1819.”
R$
17,5 bilhões do erário público estão enferrujando nos estaleiros brasileiros
Fig.
13 - O tenebroso espetáculo dos
destroços de ESTALEIROS com os seus lúgubres navios, sondas e equipamentos se ACUMULAM por todo o Brasil de setembro de
2019. Frutos malditos da corrupção
orquestrada por EMPREITEIRAS que
acumulam FORTUNAS PÙBLICAS proveniente de pseudo ESTÌMULOS, de PRIVILÉGIOS SEM
FIM e de IMUNIDADE JURÍDICA orquestradas pelos
seus SÒCIOS de dentro e de fora do GOVERNO BRASILEIRO Repete-se em setembro de 2019 - ao voo e a cores diante dos olhos de todos -
o triste espetáculo denunciado há 200 pelo Correio Braziliense de setembro de
1819
Ao mesmo tempo, que lemos o paragrapho
acima, nas noticias do Brazil, vimos uma exposição dos melhoramentos
progressivos dos Estados-Unidos ; e achamos nessa exposição uma lista com os
nomes e toneladas dos barcos movidos com vapor, que se empregam nos
Estados-Unidos : saõ 35 em numero, de porte de 40 ate 443 toneladas, cuja somma
total monta a 7.250 toneladas. Estaõ-se fabricando outros, cujas toneladas
montarão a 13.257.
Agora he bem digno de reflectir-se e
indagar a causa, porque, sem privilégios exclusivos, e sem incentivos do
Governo, a útil invenção dos barcos movidos a vapor se tem tanto extendido nos
Estados-Unidos, e no Brazil apenas se falia nella ; e até para sua adopçaõ se
julga necessário dar um privilegio exclusivo, aos que introduzirem no Brazil
esta invenção de tantos fic conhecida, nas outras partes do mundo.
Mudemos de scena; e refiramos a
seguinte noticia, ficialida pelo Cônsul Inglez na Ilha de S. Miguel. O navio
Princeza do Brazil Cap. B. P. de Araújo, entrou no Fayal, depois de ter
pelejado duas acçoens muis vivas, aos 2 e 5 de Julho, com um grande corsário
Insurgente, que foi repulsado com muita galhardia. O Hercules, outro navio
Portuguez, que vinha em companhia do Princeza do Brazil, calo no poder do
corsário; porque naõ tinha senaõ 2 peças e 30 homens a bordo ; Ia para o Porto,
com uma carga de assucar, fic, couros, e dinheiro. O Corsário içou varredouras,
dando toa ao Hercules, fora do alcance da artilheria do Princeza do Brazil ; do
contrario pouca duvida ha, que aquelle navio seria retomado. O capitão do
Princeza, he oficial da marinha Real, e se comportou, assim como a sua
equipagem, mui valorosamente; teve 9 homens mortos, e 12 feridos, entre os
primeiros foi o segundo piloto. Pelo que disse o Capitão do Hercules, que foi
levado para bordo do Corsário; este disse, que saíra de Baltimore havia 20
dias, e que havia ja tomado o navio Portuguez Flora, indo do porto para o
Rio-de-Janeiro.
Em resumo a sórdida
CORRUPÇAO do BRASIL segue incólume, em SETEMBRO de 2019, e incrementada e mais
subliminar do que nunca. O texto do
CORREIO BRAZILINSE de SETEMBRO de 1819 é
claro prenúncio de que nada mudou nestes dois últimos séculos, Apesar das
mudanças de regimes, de ideologias e tecnologia o lamaçal da corrupção é muito
mais profundo, hereditário e pegajoso do
que políticos, economistas e juristas bem ou mal intencionados querem mostrar.
FONTES
NUMERRICAS DIGITAIS
Emigração de
SUÍÇOS ao BRASIL
Fabrica Real de pólvora de Dom João VI
+
MUSEU IMPERIAL entregue as CHAMAS
CORRUPÇÂO
no BRASIL
1819
ARTE NO BRASIL
FALECIE
no RJ Pintor JESUINO MONTE CARMELO
Neste ano, Sigismund Neukomm
compõe no Rio de Janeiro "O amor brasileiro" (capricho sobre um
lundu), uma das primeiras obras para piano solo escritas no Brasil.
SÍMBOLOS
da CORRUPÇÂO
TOLERÂNCIA
e CORUPÇÂO
CARLOTA
JOAQUINA no QUADRO de GOYA
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Goya_-_Charles_IV_of_Spain_and_His_Family_(with_numbers).jpg
A
PERCEPÇÂO de CORRUPÇÂO no BRASIL aumenta em 2019
BRASIL
cai do 96º lugar para 105º na
TRANSPARÊNCIA para a CORRUPÂO
+
DISCURSO
e PRÀTICA
in CORREIO
BRAZILIENSE, novembro de 1814, p. 710
R$
17,5 bilhões do erário público estão enferrujando nos estaleiros brasileiros
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