Entre a
NATUREZA e a CIVILIZAÇÃO em NOVEMBRO de 1818 e 2018.
Fig. 01 - O Rio Pardo nasce em Minas Gerais
atravessando o estado da Bahia depois de
percorres 565 Km atinge o mar na cidade
de Canavieiras. Este fértil vale foi
o destino da expedição de João
GONÇALVES da COSTA três séculos após a chegada dos portugueses num ponto
próximo no dito Monte Cabrália. O espanto é o triunfo da NATUREZA sobre a
CIVLIZAÇÂO quando esta CULTURA HUMANA não encontra referencias seguros de sua existência
e objetivos defensáveis por tempo indeterminado.
Em Londres repercutia em
NOVEMBRO de 1818 as peripécias vividas entre a NATUREZA e a CIVILIZAÇÃO no RIO
PARDO BAHIA e MINAS GERAIS. Não se
exaltava tanto os feitos militares,
aventuras épicas e grandes descobertas. Pelo relato é possível
perceber e sentir dois mundos distintos que se confrontavam, negaceavam e
reagiam conforme o mundo íntimo de que deram portadores.
De um lado os selvícolas
- próximos da NATUREZA - cuja visão de
mundo não iam muito além de sua taba, da sua clã e no cenário de algo sempre
este ali. Do outro lado o europeu buscava terras, riquezas e um mercado para os
seus produtos dos primórdios da ERA
INDUSTRIAL
A narrativa publicada no
CORREIO BRAZILIENSE, em novembro de 1818 tinha se originado de legendas orais
antigas e que ganharam forma escrita em 1806, portanto dois anos antes de vinda do Dom João
VI ao Brasil.
Na sua leitura em
novembro de 2018 é possível perceber esta fronteira ainda próxima do mar e medir
e compreender os esforços de sair do conforto do caranguejos da praia para
meter a sua existência no BRASIL PROFUNDO.
De outra parte esta
peripécias são índices do espírito e o ânimo
dos brasileiros em arrumar a casa para os eventos que culminaram na SOBERANIA
NACIONAL BRASILEIRA em 1822. De um forma
genérica pode-se inscrever que estres feitos
da conquista da SOBERANIA BRASILEIRA NÃO FORAM NO GRITO. Este evento
solitário do dia 07 de setembro de 1822 nada significaria sem este universos de
conquistas profundas e silenciosas.
Fig. 02 O quadro de Henrique BERNARDELLI
(1858-1936)[1]
- do ano de 1889 - parece inspirado na saga João GONÇALVES da COSTA no seu
percurso do fértil e inexplorado vale do
Rio Pardo.. Este quadro - cujos esboços eram denominados ainda,
em1887, “A BUSCA do ELDORADO”- parece saído
da leitura da expedição de João GONÇALVES da COSTA subiu este rio a
partir da Bahia em direção a Minas Gerais
CORREIO
BRAZILINSE - OUTUBRO - NOVEMBRO de 1818
VOL. XXI. Nº 119 pp.458-462 +Nº . 120. 3Y pp.532-543 Miscellanea.
BRAZIL.
Memória sobre a
conquista do Rio-Pardo, em 1806; extrahida das Gazetas da Bahia ; de 14, 21, «3
28 de Julho.
CORREIO BRAZILINSE -
OUTUBRO de 1818 VOL. XXI. Nº 119 pp.458-462
Miscellanea
[1] Os
esboços deste quadro são descrito por
Carlos Von KOSERITZ na página 320 do seu livro IMPRESSÔES d’ITÁLIA editado em
Porto Alegre em 1887
Fig. 03 A cidade de CANAVIEIRAS fica na COSTA
do DESCOBRIMENTO no ponto em que o Rio Pardo desagua no Oceano Atlântico e de
onde partiu a expedição de João GONÇALVES da COSTA.. Apesar da fertilidade
das terras que ladeia este rio a
NATUREZA ainda era predominante sobre a
CIVLIZAÇÂO que em outros pontos do
Brasil já estava adiantado. Enquanto isto ILHEUS estava regredindo e em ruinas conforme
relato desta expedição que ocorreu três séculos após o DESCOBRIMENTO do BRASIL
A Gazeta em que descrevemos o rio
Jequetinhonha, e a facilidade da communicaçaõ de Minas com a Bahia, pela
navegação daquelle rio, excitou nesta Cidade o desejo, e o projecto de se fazer
no porto de Canaveiras um estabelecimento mercantil, para fornecer aos
navegantes do rio aquelles gêneros de que elles necessitam, e que podem
permutar pelos productos da sua lavoura sem o detrimento de demandar a Cidade.
Accresce mais, que arrematando-se o contracto do Páo Brazil em virtude de um
Alvará remettido á Juncta da Fazenda necessitam os arrematadores achar
commodidades no sobredicto porto de Canavieiras, para fazerem as suas expediçoens
pelo rio acima, e para conduzirem o páo Brazil até ao porto, donde o devem
embarcar para o reniclterem ao exame.
Fig. 04 As flores da árvore do Pau Brasil[1] que deu o nome ao país. A narrativa da expedição de João GONÇALVES da COSTA descreve
a abundância desta árvore no fértil vale
do Rio Pardo. A riqueza, outrora
abundante estava chegando ao seu limite de exploração direta e indiscriminada.
A pouca distancia de Canavieiras,
tomando para o Rio Pardo, ha grande abundância de páo Brazil, segundo nos
informam pessoas que foram empregadas por varias vezes neste negocio ; e como o
Rio Pardo se ajuceta com o da Salça, e ambos fazem barra em Canavieiras, he da
maior evidencia que esta Ilha venha a ser o ponto de maior concurrencia ao Sul
da Bahia, assim pela navegação de Minas, como pelo corte do páo Brazil, que
alli ha de vir parar. He também muito averiguada a excessiva oopia de peixe por
todos aquelles sitios; e isto unindo á fertilidade tias margens fará crescer
com muita rapidez a população, a qual sempre augmenta na razaõ dos meios da
subsistência local, quando naõ he empecida por algumas causas políticas. He
muito para notar, que, sendo a Comarca dos Ilheos, e Porto Seguro talvez o
melhor terreno desta Capitania., se ache com tudo despovoada, e pobre;
entretanto que o Rio das Contas, campos da Cochoeira, Jnbambupe etc. aonde naõ
he tam bom o terreno, contam muita gente polida, muito luxo, e muitas casas
opulentas!
Fig. 05 As raras árvores nativas de Pau Brasil chegam
ao estágio de aproveitamento após séculos de desenvolvimento. Apesar da severa proibição de seu corte e aproveitamento hoje os
maiores estoques desta madeira estão nas mãos de companhias multinacionais[1]
nas quais os fabricantes de arcos de
violino necessitam comprá-lo a peso de ouro .
Qual será pois a razaõ desta
differença . Talvez que fosse preciso escrever muito para se darem todas a«
causas simultâneas deste fenômeno. Naõ saõ próprias de uma Gazeta tantas
indagaçoens, e diremos com Virgílio: Non nostrum inter vos tantas componere
Lites. A razaõ mais obvia que pôde occurrer a qualquer, he que estes sitios do
sul foram .sempre infestados do gentio, que destroe as plantaçoens, e lançava
fogo ás casas dos Portuguezes; mas esta causa já cessou de todo pela felicidade
das conquistas; e agora naõ ha receio de fazer estabelecimentos em toda a
comarca dos llheos,e margens do Rio Pardo, e Jequetinhonha aonde ha excellentes
sitios de Lavoura, e Fazendas de gado, como consta da seguinte Memória de Joaõ
Gonçalves da Costa, que em 1806 conquistou o Rio Pardo, a qual agora publicamos
para conhecimento de quem quizer fazer qualquer estabelecimento para aquellas
bandas.
Fig. 06 O afro lusitano João GONÇALVES da COSTA (1720 – 1820) na época da sua expedição
ao vale do Rio Pardo já havia fundado, em 1783, a atual cidade de Vitória da Conquista[1] nos altiplanos da BAHIA
que separam o Rio São Francisco dos rios PARDO e JEQUITINHONA Assim conhecia usos e costumes dos indígenas da região. Entre os
seus objetivos estava a descoberta, na Bahia,
de novas minas de ouro que estavam se exaurindo em Minas Gerais
Memória.
Promptos no primeiro de Agosto do anno
passado de 1806 os Soldados, mantimentos e todo o mais necessário para a
conquista do Rio Pardo até a sua embocadura, fiz entrar no trabalho de um
caminho da Barrada Vareda até a da Giboya, que saõ dous ribeiroens, dos quaes o
rio nasce das Veredas de um campo aonde ha fazendas de gado, e o 2o. nasce de
um pasto do mesmo nome, e ambos desemboçaõ no Rio Pardo, por cuja margem
septentrional desceo o caminho, e ficou uma boa estrada com distancia de 4
léguas com pouca differença. Por ella fiz conduzir os mantimentos, que de minha
ordem apromptou, sem duvida, nem repugnâncias, Antônio Ferreira Campos,
afazendado na dieta Barra de Vareda, cujos mantimentos e mais trem se
acondicionáram no abarracamento, que havia mandado apromptar na dicta Barra da
Giboya, aonde parei cora a estrada, por haver boas malas com avultados paos de
vinhatico, dos quaes mandei fazer 5 canoas para vadear o rio, e aliviar os
Soldados do pezo das cargas, abrindo picada por terra para ver o plano do
terreno. Logo fiz construir uma canoa mais ligeiramente para passar um corpo de
tropa á parte do Sul do rio, por me noticiar um índio, (que em conquistas
anteriores aprehendi, e o tenho domeslicado) que para aquella altura pouco mais
ou menos, havia uma Aldêa de genlio da sua naçaõ, que chamaõ Mongoyos. Passaram
para a diela parle do Sul 70 Soldados commandados pelo Sargento Mór Aiitonio
Dias de Miranda, e o Capitão Raymundo Gonçalves da Costa, recommendando-lhes
naõ a caulella, e valor (pois em tudo saõ experimentados) mas a docilidade, com
que se deviam portar nesta empreza; porque se poderia fazer sem resistência,
por ter lingua da mesma naçaõ.
Marchou esta tropa com alguma infelicidade, pois ao
.3° dia picou uma cobra a um soldado, e para acudir-lhe com algum curativo se
fez alto 5 dias, no fim dos quaes morreo o soldado. Sem este continuou a tropa,
e a poucos passos outra cobra picou a dous soldados, e para lhes acudir com
remédios se suspendeo a marcha, mas com 7 dias de demora pela virtude de hervas
recuperaram a saúde, e acompanharam a tropa, e no fim do décimo quinto dia
cortou um soldado o pé com um machado, e para o curar parou a marcha bastantes
dias; porém logo que pôde andar, continuou a tropa, até que chegaram á dieta
inculcada Aldêa com viagem de 45 dias
Fig. 07 O indígena que afro lusitano João GONÇALVES da COSTA encontro no Vale do Rio Pardo estava em
transição do NOMADISMO para as primórdios da ERA AGRÍCOLA Foi graças a estes
últimos que expedição pode se deslocar e
estabelecer pontos de referência de CIVLIZAÇÂO
A utilização da língua nativa foi fundamental para o êxito desta
aproximação entre as duas mentalidades
A
narrativa de João GONÇALVES da COSTA - publicada no CORREIO BRAZILIENSE, em
novembro de 1818 - evidencia alguém conhecedor e respeitoso da língua e
costumes do indígena brasileiro. Um
século antes de do Marechal Rondou
Chegando a tropa á referida Aldêa
deram-lhe cerco, e mandaram o lingua entrar nella, levando alguns machados,
fouces, facas e anzóes, que se enviavam ao gentio convidando-os a uma boa paz,
e amizade, o que o tal interprete fez com tal confiança e efficacia, que sem a
menor resistência vieram todos aquelles índios, naõ como bárbaros, receber a
tropa dos conquistadores por amigos e recolhendo a todos em suas choupanas os
soecorreram de mantimentos de suas roças, por ser esta naçaõ dos Mongoyos a
única entre os bárbaros, que vive de cultivar a terra. Está situada esta Aldêa
á margem de uma ribeira, cujas águas alli mesmo se dividem por dous braços, um
que se encaminha ao sul e vai desaguar no Rio Grande de Bello Monte, e outro
que segue ao norte e desemboca neste Rio Pardo. Nesta já dicta Aldêa se
contaram 196 almas pagaãs; e se achou também um índio da mesma naçaõ de nome
Victorino, o qual aprehendi em outras conquistas, e instruindo-o com a doutrina
mais essencial o fiz baptizar, e o remetti para o trabalho da estrada do
Coronel Jozé de Sá, d'onde diz fugira. Pelo nome deste índio chamaram a esta
povoaçaõ Aldêa Victorina. O mesmo Victorino deo noticia aos Officiaes da Tropa,
que dalli mais para o centro havia uma antiga lavra d'ouro, cuja noticia
admiraram, tanto pela distancia, como por serem aquellas terras batidas do
gentio d'outras naçoens ainda mais barbaras, que esta, e por isso movidos da
curiosidade, e do gosto de communicar uma verdadeira nova, resolveram ir
examinar ocularmente a dieta lavra.
(Continuar-se-há.)
CORREIO
BRAZILINSE NOVEMBRO de 1818 VOL. XXI. Nº . 120. 3Y pp.532-543 Miscellanea
Memória,
sobre a conquista do Rio-Pardo, em 1806_: extrahida das Gazetas da Bahia; de
14, 21,e28 de Julho.
(Continuada
de p. 462j)
Marcharam para ella levando
junctamente o noticiador e outros da mesma naçaõ, e caminhando dous dias
incompletos, quando já estavam perto da lavra, encontraram uma tropa de gentio
da naçaõ Botocudos, e por outro nome Imboré, ou Aymoré, que se encaminhava a
bater os Mongoyos, por serem inimigos acerrimos; e no repentino encontro
frecháram os Botocudos a um Soldado Portuguez, muito destro e valoroso, o qual
se adiantara algum tanto do Corpo da
Tropa, e como a ferida foi mortal por ser sobre o peito o fizeram voltar
carregado em uma rede, e acompanhado de 4 armas de fogo, para ser curado na
Aldêa o melhor que possível fosse.
Fig. 08 O indígena que a expedição militar de
João GONÇALVES da COSTA denominou de BOTOCUDP devido aos efeitos labiais e das orelhas não era
de uma única etnia.. O uso destes adereços marcava a busca de espantar e de
aterrorizar os seus inimigos. Ou, ainda, a proximidade dos hábitos primitivos da NATUREZA e a distância que queriam da
CIVLIZAÇÂO dos EUROPEUS
Na
medida em que for possível tomar ao pé da letra o relatório de João GONÇALVES
da COSTA- publicada no CORREIO BRAZILIENSE, em novembro de 1818 - havia vestígios da antropofagia indígena em
pleno século XIX. Esta prática foi o
motivo da investida militar contra um destes grupos em cujo poder encontraram
evidencias e índices de não só de antropofagia mas canibalismo.
Porém os Officiaes, e mais soldados,
tomando aquella desgraça por causa commum, determinaram marchar sobre os
Botocudos[1],
que se haviam retirado, e caminhando em seguimento delles a marcha dobrada, ao
quarto dia acharam as rancharias, das quaes se occultaram para dar-lhes cerco
ao amanhecer o dia seguinte, hora em que costumam estar todos arranchados.
Assim suecedeo: mas os Botocudos naõ temendo o estrondo das armas, nem o som do
Tambor valorosos fizeram a mais temerária resistência, e postos por detrás dos
páosse repararam de alguns tiros, que quasi a montaõ se davam, tendo as
mulheres ao lado carregadas de frechas, as quaes iam distribuindo aos homens,
para que mais rapidamente fizessem seus tiros, de forma que com o chuveiro de
frechas ficaram tres soldados feridos: o que visto pelo intrépido Capitão
Raymundo, puxando da espada, foi investindo para levar tudo a ferro frio; mas
os bárbaros naõ esperaram, pois vendo esta resolução abandonaram os postos, e
se foram pondo em fuga, deixando no campo mortos 21 e alguns rapazes, dos quaes
o mesmo Capitão, e Sargento Mór com alguns Soldados amarraram oito dos mais
pequenos, a saber, 3 machos, 3 fêmeas e 1 mulher de maior idade com sua
criança, ambos os quaes duraram pouco. Acabada a contenda entraram nas
rancharias, e nellas acharam vários arcos, e frechas, e com muito maior terror
ficaram quando viram a innummeridade d' ossos de gente, e os das espaduas
enfiados em cordéis, que lhes serviam de chocalho,a cujo som dançavam depois de
fartos da carne tirada dos mesmos ossos como costumam. Persuado-me que esta
naçaõ come os filhos, e parentes, que entre elles morrem; ainda mais, que mataõ
os velhos, e inúteis para os comer, porque me asseveraram todos os Soldados da
Tropa, e maiormente os Officiaes, os quaes merecem todo o crédito, que entre
-toda aquella gente naõ se vio um só velho, mas somente homens, e mulheres
ainda moços, e meninos. Saõ taes estes selvagens, que, nascendo perfeitos, e
sendo em tudo a nós similhantes, se fazem disformes, introduzindo no beiço de
baixo e orelhas, umas grandes rodas de pào com o que parecem animaes horrendos.
" Partioa Tropa dos Conquistadores coma sua preza, mas desconsolados pelo
perigo de vida em que se achavam os feridos, e procurando caminhar para a Aldêa
Victorina foram encontrar com a inculcada lavra. Acharam ter nella trabalhado
grande força de homens mineiros, mas em tal antigüidade, que dentro na mina já
haviam grossos paos, e alguns que naquelle tempo cortaram haviam brotado ramos,
que se achavam tam grossos como os primeiros troncos. Junto a esta lavra passa
uma ribeira de cristalinas águas, que corre para o Sul a desembocar no rio
grande de Bello Monte: mas naõ se fez exame na dieta lavra, nem na ribeira para
ver a pinta d'ouro, porque o cuidado dos enfermos naõ deo lugar.
Daqui marcharam mais bem
encaminhados para a Aldêa, onde chegaram, e foram recebidos com notável
satisfacçaõ dos Aldeoens, que com festejos a seu uzo celebraram a chegada, e
victoria dos Conquistadores. Tractaram logo de repetir novas curas aos feridos,
mas o primeiro frechado morreo, ao quarto dia depois da chegada da Tropa; e os
3 aos 18 dias de curativo de ervas, que os índios applicavam, se acharam em
termos de caminhar. Em quanto os soldados estiveram parados discorreram por
aquellas mattas em dilatadas distancias, por onde acharam muitas ribeiras, e
ainda que nada percebiam do trabalho de minerar, o descanço e curiosidade os fez
mexer as arêas de todas as ribeiras que encontravam, e me certificaram pintarem
todas ouro graúdo, e palpável, como eu vi, em umas breves migalhas, que
ajunctaram no exame. Depois de restabelecidos os doentes, como ficou dicto,
munio-se a Tropa de mantimentos com que suppriram os Índios Mongoyos e
regressou para a Barra da Giboya, conduzindo um Columim, filho dos dictos
índios, para a mostra; porém a marcha foi lenta por causa dos doentes, naõ só
os que foram frechados, que ainda naõ podiam violentar o passo, mas outros de
differentes moléstias, e com isto gastaram no regresso 15 dias de viagem. No
abaracamento da Barrada Giboya recebi a Tropa com prazer, e dando-lhe alguns
dias de descanço, e applicando remédios aos infermos, assim que os achei vigorosos
tornei a despedir os mesmos Officiaes, e Soldados reforçando-os com mais alguns
de refresco, e lhes ordenei marchassem para a conquista d'outra Povoaçaõ do
mesmo Gentio Mongoy os, de que dava noticia o mesmo índio manso, que denunciou
a primeira, e dizia chamar-se a tal Povoaçaõ Aldêa grande, determinando-lhes
outro sim, que alli practicassem a mesma docilidade, estabelecida a paz e
concórdia, que esperava, marchassem logo procurando a Barra de Catolé. He este
um ribeirão, que nasce nos pastos do arrayal da conquista, por onde passa
diminuto, e dalli em diante recebendo águas de um e outro lado vai engrossando
proporcionadamente, ate entrar era mattas grossas, pelas quaes passa navegável
a fazer Barra no Rio Pardo, com o dicto nome de Catolé, onde fazia tençaõ
esperar. Caminhou a tropa dos conquistadores em busca da Aldêa grande situada
nas mattas do Norte do Rio Pardo 18 dias, naõ pela distancia o pedir, sim pela
falha de alguns dias por conta do inverno, chegaram em fim, e segundo o systema
practicado com Aldêa Victorina, foraõ igualmente recebidos, e tractados como
amigos fazendo-os participar de seus mantimentos, e mais legumes de suas
lavouras. Nesta Aldêa grande se contaram 105 almas pagaãs, além de alguns
índios que andavam por fora. Conservou-se nella a Tropa alguns dias de
inventada, e por força de conversaçoens que teve o lingua da naçaõ com os seus,
interpretou aos Officiaes, que adiante haviam mais 4 Aldêas desmembradas
daquella, pelo que logo resolveram estes marchar a ellas, tanto que parassem as
chuvas. Como abrandasse o rigor do inverno caminhou a Tropa com guia á
conquista das 4 Aldêas ; e na distancia de tres e quatro legoas de umas a
outras, acharam todas, e se renderam sem repugnância, offerecendo os seus
mantimentos, e mais viveres á disposição dos conquistadores, os quaes recebiam
só quanto lhe era necessário, repartindo sempre com igualdade as ferramentas, e
mais quinquilharias, que eu lhes havia entrege para as distribuir com a mesma
gentilidade. Também lhes recommendei trouxessem um índio maior da Aldêa grande,
por isso os Officiciaes da Tropa tiraram um de cada Aldêa, e os Aldeões com
gosto os entregavam fielmente. Estas 4 Aldêas ultimas se acham situadas em
Catingas, que saõ umas mattas rasteiras, e entre ellas pastagens para criaçoens
de gados. Todas as dietas Aldêas fundadas á borda de ribeirões, os quaes
erícaminhando-se a um terreno bem assentado abi se unem, e formam um rio
navegável, cuja corrente moderada procura a costa do mar. Certificou o Gentio,
que acompanhou a Tropa, que descera pela margem daquelle rio até topar mattas
grossas, e sempre continuava navegável, e moderado na sua corcorrente. Inda
mais me affirmou o Capitão Raymundo, que segundo o seu parecer chegou a estar
pouco distante da dieta costa do mar, e que da barra do Catolé ao lugar onde
aquelle rio se faz navegável, poderá haver 8 legoas em linha recta a rumo de
Leste, em cujas Catingas ha muito Pao Brazil, e Sebastião d' Arruda, e as
terras próprias para a plantação de algodoens, pois o Gentio Mongoyos plantavam
alguns pés para cordas dos seus arcos, e se viam carregados das massas
lanigeras. Em quanto a tropa dos conquistadores se oecupava nos seus deveres, e
exames daquelles terrenos, ribeiras e rio, tractei eu de navegar pelo Pardo
abaixo embarcando-me com todo o trem, e bagagem, e mais 5 canoas, em que
remavam alguns soldados practicos daquella navegação: e para averiguar o
terreno por aquella mesma parte do norte, mandei marchar por terra 6 soldados,
seguindo sempre a margem do rio. Este já se achava superabundante de águas, que
recebera do inverno, e com a força de sua corrente, batida nas cachoeiras, que
a cada passo topava, em uma dellas, apezar do meu cuidado, e diligencia do
practico, se virou uma canoa, em cujo naufrágio se perderam 4 armas de fogo,
uma canastra com a roupa do Sargento Mór Antônio Dias, e Capitão Raymundo, e
outras formosas bagatellas dadas pelos índios da Aldêa Victorina, como também
os chocalhos dos ossos das espaduas do corpo humano, que se acharam na
rancharia dos Botocudos; e o mais sensível foi o mantimento; pelo que dahi em
diante houve maior cautela nas passagens das cachoeiras, que amiudadamente se
encontravam: desta sorte cheguei á barra do Catolé; passando igualmente por
innumeraveis inconvenientes de morros escarpados, pedreiras abrolhosas, os
soldados, que caminhavam pela margem do rio. Nesta referida barra mandei
apromptar um ligeiro abarracamento, aonde propuz esperar os conquistadores que
chegaram no fim de 35 dias de ausência, e tam derrotados do inverno, e
incommodos annexos a similhantes caminhos, que pareciam uma tropa de
moribundos, cujo espectaculo me deixou consternado, ao mesmo tempo que pela
noticia da alliança effectuada com todas as 6 Aldêas dos Gentios Mongoyos, me
deixaram cheio de prazer; logo depois apresentaram-me os 5 índios que
conduziram; sendo um do cada povoaçaõ, que com o Colunam da Aldêa Victorinafaz
o numero de 6, que proponho apresentar ao Illussrissimo e Excellentissimo
Senhor General,
Necessitando a Tropa de maior
curativo, e por isso logo que se refizeram um pouco, fiz marchar o Sargento Mór
Antônio Dias com 50 Saldados dos mais faltos de saúde para se curarem em suas
casas; com elles pretendi mudar junctamente o Capitão Ray mundo, por ser o que
mais doente estava, com duas feridas medonhas,e a peior era sobre a garganta,
porem elle naõ quiz desacompanhar-me apezar do risco da sua vida e saúde. Vista
a sua constância resolvi ficasse para me acompanhar, e as feridas sararam à
força de remédios caseiros. Com o resto da Tropa em numero de 21 pessoas e mais
bagagem embarquei nas 5 canoas, resoluto a vadiar e descobrir a navegação do Rio
Pardo até á sua foz. Parti no dia 17 de Fevereiro tempo em que já se achava o
Rio em seu natural, mas tam embaraçado de cachoeiras, recifes razos, e
pedreiras altas, que a cada passo era necessário arrastar as canoas por cima
dos recifes e pedreiras, para se naõ precipitarem nas cachoeiras, onde as mesmas
canoas ficariam em migalhas: e naõ obstante a cautela com que governavam os
practicos canoeiros, muitas vezes se alagavam as canoas nas correntezas, e
bancos de pedras, de que naõ podiam fugir. Com indizivel trabalho, no fim de 17
dias chegamos a uma grande cachoeira, que a água corria de altos bancos, e
prolongada distancia, de forma que foi necessário falhar a viagem 3 dias para
arrastar as canoas mais de meia légua. Desta para baixo navegamos 3 dias por
cachoeiras e recifes similhantes as que se acharam pela parte superior da
grande, e no fim dos ditos 3 dias acabaram-se as cachoeiras, e achámos o Rio
manso, e bem assentado, com moderada corrente. O terreno de uma e outra parte
deste Rio he na maior distancia terras seccas e escabrosas e as suas colunas de
pedreiras, e incapazes de produzir, mas logo que findam as cachoeiras começaram
dalli para baixo mattas grossas, que inculcam serem boas terras de ambas as margeus,
e próprias para produzir mantimentos : porem muito povoadas do Gentio da naçaõ
Botocudo ; que do Rio víamos fumegar as rancharias, cuja vista me fazia pular o
coração com desejos de os conquistar, o que nao fiz por estar com pouca gente e
esta cançada. Aos 14 de Março cheguei á povoaçaõ de Canavieiras, Freguezia de
S. Boaventura de Poxin, aonde saltei e fui recebido dos moradores com
demonstraçoens de alegria, e concorrendo cada qual conforme suas forças me fizeram
muito boa hospitalidade. Destes moradores soube ser o Rio de Patipe o mesmo
Pardo, pelo qual naveguei: mas he certo que fica descoberto ser impossível
subir por elle, e trabalhosamente se pôde descer, com evidentes perigos de
vida. Também me informaram e concordaram os mesmos moradores ser aquelle rio
que forma, das ribeiras unidas nas Castingas das Aldêas dos Mongoyos, um que
entre Patipe, e Ilhéos faz barra, com o nome de Una, o qual dizem ser
navegável, e as suas cachoeiras pequenas, em forma que por ellas navegam as
canoas sem perigo, e estas cachoeiras saõ
perto da barra, a qual também dizem naõ ser ruim, e que admitte embarcaçoens de
mil alqueires. Por tanto-aflirmo que será cousa muito interessante ao commercio
do sertaõ da Ressaca, e de toda conquista, e ainda de todas aquellas villas da
costa, desde Bello Monte até Ilheos, e ainda acima, abrir-se uma estrada da
barra do Catolé, direita ao rio de Una, cuja distancia poderá ter 8 até 9
legoas toda por Catingas, com pastagens, e na foz do dicto rio campo
sufficiente para restabelecimento dos gados, e dalli podem ser dispostos por
toda a comarca de Ilhéos, e igualmente para a de Porto Seguro.
A matéria publicada
no CORREIO BRAZILIENSE, em novembro de 1818 - evidencia a fertilidade das
terras ainda devolutas descritas no relatório de João GONÇALVES da COSTA
Fig. 09 O algodão encontrou na Bahia na região de
Barreiras o seu ponto ideal de produção
porém do outro lado do Rio Francisco. A previsão da expedição de João
GONÇALVES da COSTA que este ponto ideal seria o fértil vale do Rio Pardo não se confirmou Este
produto era a matéria prima da primeiras fábricas da ERA INDUSTRIAL da
Inglaterra. A busca dos britânicos era encontrar o lugar de MENOR CUSTO de
PRODUÇÂO para o MÀXIMO LUCRO dos seus produtos. Esta ‘lógica determinou a
conquista inglesa da Índia e transformação da Luisiana dos Estados Unidos numa
imensa monocultura de algodão. Assim se
explica evidente interesse de LONDRES na notícia desta potencial FRONTEIRA AGRÍCCOLA
para o CULTIVO do ALGODÃO no vale do Rio Pardo e facilmente acessível aos
navios mercantes britânicos que explicam mais uma das razões para ABERTURA dos
PORTOS em 1808.
Naõ só o commercio dos gados pode
ser interessante, mas ainda pode ser maior o da lavoura dos algodoens naquellas
Catingas propias para a sua producçaõ, como ficou apontado, e até a expedição
dos que se lavram nos mesmos sertoens. Fica sendo finalmente mais conveniente a
abertura desta estrada que inculco, se o referido rio for inteiramente
navegável, porqne á borda delia se pode formar uma grande povoaçaõ de todos os
índios conquistados da naçaõ Mongoyos, dando-se-lhes parodio, que os doutrine,
e Director que os dirija, com o que podem ser mais úteis a si mesmos, e ao
Commercio, e estando por similhante modo unidos e disciplinados ajudarão, como
já agora ajudaram a bater os bárbaros Botocudos, que povoam as mattas nos
continentes da costa do mar. Por esta fôrma poderá ser esta estrada muito
interessante a sua Magestade Fidelissima, e seus Vassallos.
Fig. 10 O vale do Rio Pardo revelou-se fértil para
o cultivo do cacaueiro. Esta região do estado da Bahia revelou-se a maior
produtora do cacau no Brasil. A fazenda de Cubículo das margens do Rio
Pardo recebeu as primeiras mudas do cacaueiro por volta de 1750 e que depois se
espalhou para a região de ILHEUS. A África recebeu as primeiras modas em 1855 e
hoje é a primeira produtora mundial
He para advertir que deve-se vadiar
aquelle rio de dentro para fora, até sua barra: pois supposto me capacite ser o
de Una, bem pôde ser outro, mas seja qual for, sendo navegável fica conveniente
a estrada pela sua margem para os gados, e para os algodoens, a qual basta
chegar só até ás suas cabeceiras, aonde deverá ser a povoaçaõ dos índios. Depois
de descançar com a tropa por 15 dias, parti de Canavieira para a Villa dos
Ilheos, por naõ haver embarcação naquelle porto- Vim em canoa da dieta povoaçaõ
até Comanatuba em que gastei dia e meio, passando por terra da Comanatuba á
povoaçaõ de Una, com dous dias e meio de viagem, donde passei por Olivença 3
legoas ao Sul da Villa dos Ilhéos, todas as quaes povoaçoens e praias entre
ellas, em distância de quasi 20 legoas achei quasi despovoadas, e as mesmas povoaçoens
tam pobres que nos pediam farinha e mantimento, â excepçaõ da Villa Olivença. A
causa he o medo que aquelles povos tem dos Patachos, ou Cathachos, que saindo
das mattas descem ás vezes a destruir as roças daquelles moradores, cujas
plantaçoens eram uma legoa longe da costa, quebrando-lhes as fabricas, e
destruindoIhes as lavouras, evitando elles maiores insultos, e até a morte por
naõ pernoitar nas mesmas roças.
Estampa-se, na narrativa
de João GONÇALVES da COSTA o eterno retorno para a NATUREZA quando a
criatura humana - mesmo se dizendo civilizada e de posse de altos cargos - decai e se corrompe pela AMBIÇÂO, pelo PODER e PREGUIÇA no agir de CORONEIS,
CACIQUES e INDÌGENAS UNIDOS que conseguiram aniquilar os 300 anos de história
de uma das cidades mais prosperas do Bahia.
Cheguei á Vila dos Ilheos ao meio
dia 6 de Abril, por haver falhado a marcha alguns, para alli vio da tropa ; e
de todos os lugares por aonde passei na minha marcha foi este, aonde
experimentei maior falta, tanto por se mo ter acabado o dinheiro que trazia,
como por naõ dar o Juiz ordinário daquella Villa providencia alguma para
agazalho da tropa, mandando-me fazer offerecimentos largos, no segundo dia da
minha estada, em nome da Vereaçaõ, depois que pedio, e recebeo para isso as intrucçoensde
um Senhor de Engenho de Sancta Anna, que ahi ha, que dizem he quem governa
aquella Villa, assim na milicia por ser o protector do Capitão Mór, como no
Civil por ser padrinho do dicto Juiz, a quem he publica vós que tem conservado
no cargo, ha perto de 4 annos. Mas no geral do povo e nobreza da mesma villa
experimentei eu e toda a tropa o maior agazalho, offerecendo-se todos para me
obsequiar, e servir, e desculpando-se de o nao fazer francamente como
desejavam, com receio do mesmo Juiz, de quem geralmente se queixavam todos até
o mesmo Reverendo Vigário, attribuindo as desordens, o máo regimen, e penúria
da Villa, naõ ser tanto o dicto Juiz, como aquelle Senhor do Engenho, seu
Padrinho, naturaes da mesma Villa, e só propensos a destruir tudo. E na verdade
a situação da Villa, e a sua grandeza, a largura e profundidade da sua barra, e
porto, e a fertilidade que pude notar do terreno, mostram bem a opulencia, que
todos asseveram teve em tempos anteriores, de que ainda restam muitos vestígios
nos grandes edifícios derrotados, nas muitas, e espaçosas Igrejas, e nos muitos
engenhos, e outras propriedades rústicas, de que apenas apparecem vestígios, e
se conservam noticias, sendo a reuniam de todas estas circumstancias, que lhe
podiam annunciar o competir com uma grande Cidade, e rico porto, ao mesmo passo
que pelo máo regimen dos forasteiros intrusos, e pela ausência dos Ouvidores,
que alli residiam n'outro tempo, e cabeça de Comarca, de que hoje tem só o
nome, está reduzida a uma povoaçaõ de casas e familias arruinadas. Sai de
Ilhéos a 12 de Abril para a Villa do Rio de Conta em um saveiro; e nesta Villa
achei maior esterilidade de farinha, ainda que nas outras Villas e Povoaçoens
do Sul, dando todos os moradores a mesma causa do receio em que estavam das
sortidas do gentio, naõ se animando nem a continuar as roças antigas, nem a
fazer novas. No Rio de Contas só me demorei 2 dias, e com viagem por terra de 2
dias cheguei a Marahú donde embarquei para o Camamú, e em todas estas Villas
achei o maior obséquio e promptidaõ do soccorro que precisava. Depois de
descançar a gente embarquei para esta Cidade, aonde saltei em 21 de Abril,
dando fim á Commissaõ de que Sua Excellencia me tinha encarregado. Assim o
representa a presente noticia summaria, mas em tudo verdadeira etc.
JOAÕ GONÇALVES DA COSTA.
Fig. 11 A atual CANAVEIRAS e a desembocadura
do Rio PARDO foi o ponto de partida e chegada do afro lusitano João GONÇALVES da COSTA. A região ainda era fustigada pelo selvícolas nas sua constantes
incursões. De outro lado o mandonismo e o coronelismo desestabilizavam qualquer
CIVLIZAÇÂO por tempo indeterminado.
As peripécias vividas entre
a NATUREZA e a CIVILIZAÇÂO no RIO PARDO no estado da BAHIA não exaltavam tanto os feitos militares, aventuras épicas e
grandes descobertas. Os dois mundos distintos que se confrontavam,
negaceavam e reagiam conforme o mundo íntimo de que deram portadores.
De um lado as LEIS da
NATUREZA são IMPLACAVEIS para quem as tenta ignorar, De outro as LEIS da
CIVILIZAÇÂO sempre são ARTIFICIAIS e HUMANAS, portanto volúveis conforme a
vontade, a sensibilidade e a inteligência de quem as CRIA e tenta LEVAR ADIANTE
um projeto civilizatório
Fig. 12 - O fértil vale do Rio Pardo é fustigado
por aguaceiros torrenciais que lavam qualquer fertilidade acumulada nos solos.
O clima úmido favorece o rápido e incontrolável mundo de fungos que aniquilam
qualquer vegetal que não seja imune a estas pragas tropicais Assim triunfa
a NATUREZA e afasta CIVLIZAÇÂO por tempo indeterminado. Assim muitas
fazendas estão a venda por motivos de qualquer perspectiva de renda.
Na conclusão da
narrativa, de João GONÇALVES da COSTA, publicada no CORREIO BRAZILIENSE, em
novembro de 1818, encontra seus ecos em mentalidades e prática correntes no
Brasil em novembro de 2018. A única diferença é que a NATUREZA, neste meio
tempo, FOI IGNORADA, DEVASTADA, EXAURIDA e está a BEIRA da ESTERILIDADE
irreversível.
FONTE BIBLIOGRÁFICA
KOSERITZ, Carlos Von (183071890) - IMPRESSÔES
d’ITALIA. Porto Alegre: Estabelecimento Tipographico Gundlach e Cia, 1887
FONTES NUMÈRICAS DIGITAIS
JOÃO GONÇALVES da
COSTA (1720 -1820)
Vitória da Conquista
+
ANAGÉ
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