A PILHAGEM
do BRASIL
NÃO FOI NO GRITO
Diante da
consulta da lista dos produtos brasileiros - cotados em Londres no dia 25 de
março de 1815[1]
-
não é possível ignorar o constrangimento diante do aviltamento da riqueza
nacional em março de 2015. Em março de
1815 o constrangimento era diante da
magra exportação de produtos naturais produzidos pelas mãos e com suor dos
escravos. O constrangimento, em março de
2015, é diante da riqueza nacional do
petróleo brasileiro que foi parar em mão criminosas. Zombando do orgulho nacional tupiniquim, o Chile
fornece, em março de 2015, ao seu povo um combustível mais barato brasileiro o
apesar de não produzir uma gota de petróleo e de etanol.
[1] Preços Correntes dos
principaes Productos do Brazil em Londres, 25 de Março, 18I5 in CORREIO
BRAZILIENSE VOL. XIV. No. 82. - 2 T março de 1825 p.
329
Fig. 01 – Em março de
1815 continuava o assalto ao pau-brasil
nativo iniciado em 1500. Em março de 2015 esta extração predatória continua
encoberta por atravessadores e mediadores brasileiros que venda esta madeira
para estoques norte-americanos a quem os fabricantes de arcos de violinos pagam
preços em ouro. Até o presente não se encontra madeira ou material que
substituir este produto ilegalmente contrabandeaso a preço vil para os
norte-americanos
Em março
de 1815 a madeira do pau brasil
continuava ser explorada depois de três séculos de devastação e predação.
Em março de 2015 o estoque desta madeira
nobre para os arcos de violino se encontra nos Estados Unidos.
Se a
monarquia e a nobreza foi substituída - aparente e formalmente - elas permanecem
ativas como propriedade de famílias hereditárias. Donas do poder hereditário e
que não devem explicação a ninguém de que fazem e dos seus desmandos.
Fig. 02 – Em março de 2015 sofisticaram-se e tornaram virtuais os
assaltos iniciados
em 1500 e praticados em março de 1815. Os computadores e os conchavos
obscuros e imorais substituíram os galeões lusitanos carregados do ouro dos
quintos e pau-brasil. A gritaria do PRÈ-SAL foi oportunidade para os novos
DONOS do PODER pudessem garantir o seu saque silencioso, obsceno e coerente com as capitanias hereditárias e e
sistema colonial europeu
Fica
evidente o astucioso silêncio que pairava na Europa para surpreender e não
assustar as vitimas do colonialismo e da
escravidão legal.
Assim os
assaltos de março de 1815 até março de
2015 NÃO FORAM NO GRITO.
Uma
leitura atenta do Correio Braziliense de março de 1815 e comparada com aquilo
que está acontecendo com o Estado Brasileiro em março de 2015 nos mostra as
mesmas manobras sorrateiras e obscenas. Obscenas pois acontecem fora da cena
pública e para as quais o PODER ORIGINÀRIO não foi convidado para deliberar e
decidir. O PODER ORIGINÀRIO é informado posteriormente e é intimado apenas a
pagar as contas e os desastres destas obscenidades.
[CORREIO
BRAZILIENSE VOL. XIV. No. 82. - 2 T março de 1825 pp
325 - 328
COMMERCIO E ARTES.
Commercio do Brazil, na presente Guerra.
Fig. 03 – Napoleão
Bonaparte retornou ao poder central da França em 20 de março de 1815. As forças
a seu favor estavam experimentando os primórdios dos horrores que a ERA
INDUSTRIAL produzia e capaz de
experimentar fisicamente nos campos de extermínio das batalhas sem fim. Batalhas sem fim continuam em março de 2015 com outras ideologias e líderes
de plantão mas com a mesma logística mortal. Logística mortal a serviço de interesses
econômicos, culturais e políticos i9ncefassado ou silenciado pelo estrondo das
armas industriais.
O
RESTABELICIMENTO de Bonaparte ao throno Imperial da França traz, indubitavelmente,
com sigo a renovação da guerra na Europa, com a mesma serie de disputas, que
havia entre as naçoens do Mundo, antes da paz de Paris. Os Bourbons naõ tem
partido cm França ; logo a guerra deve ser feita pelas demais naçoens contra a França.
Deixando para outro lugar as consideraçoens que respeitam outros pontos de
politica, fadaremos aqui taõ somente do que este acontecimento importa ao commercio
do Brazil.
Declarada
a guerra contra Bonaparte, o primeiro passo he o bloqueio, que á Inglaterra
fará aos portos de França; e talvez ao momento em que isto escrevemos já estará
lavrada a Ordem em Conselho. Deste bloqueio se segue o reviver a disputa com os
Estados Unidos sobre o direito de bloqueio, de busca de navios, e de prisoens
de marinheiros; questoens estas que foram a causa da guerra entre a Inglaterra
e a America ; e sobre as quaes nada se disse no tractado de paz.
Fig. 04 – O que fato estava
em jogo nas GUERRAS NAPOLEÔNICAS era a determinação dos alambrados e das fronteiras
das reservas mundiais tanto das matérias como de novas formas de comércio determinada pela ERA INDUSTRIAL
incipiente. As máquinas exigiam acúmulos de matérias primas, estoques
financeiros e garantias de circulação de sua crescente produção. O fracasso ou
dissimulação ou descumprimento de cláusulas de tratados eram resolvidos pelo
estrondo e morticínio das armas industriais.
Nestes
termos, convém examinar quaes saõ os verdadeiros interesses do Brazil; para
fomentar o seu commercio e ajudar a sua industria, na renovação da guerra. Nós vamos
a dar a nossa opinião, que d'antemaõ sabemos ha de ser impopular, e excitar-nos
inimigos ; mas escrevemos para o bem da terra em que nascemos ; isto, e só
isto, nos importa.
Luiz
XVIII. he um excellente character moral, como homem; e como Rey governou a
França por um anno, cora brandura, conciliação, prudência, e em geral mostrou todas
as virtudes, que podem fazer um rey amado de seus povos. Pelo contrario Bonaparte be um déspota, que naõ appella
senaõ para o rigor, e naõ tem outra virtude, que o recommende aos Francezes,
senaõ ser um bom, e afortunado general. Mas naõ obstante tudo isto, os
Francezes querem antes Napoleaõ do que Luiz ; e haõ de defender a França
obstinadamente contra os exércitos estrangeiros. E será entaõ prudente,
que o Brazil se vá metter outra vez em guerra, deprezando o seu commercio, as
suas artes e todos os seus melhoramentos, para tirar aos Francezes o Imperador máo,
e metter-lhe dentro um Rey bom ?
Fig. 05 – O bloqueio
continental europeu - imposto e mantido
por Napoleão Bonaparte - era a
materialização da política das fronteiras das reservas das matérias e a
conformação do comércio determinada pela
ERA INDUSTRIAL Este bloqueio mostrava as suas fragilidades em março de
1815 que eram expressos nos pontos de
contrabando de interesses britânicos e norte americanos de guerra entre si. Era
a oportunidade do Brasil, mas que não foi aproveitada como mostra o texto do
Correio Braziliense deste mês e ano
Por mais
que a sympathia nos obrigue a lamentar a sorte da familia. dos Bourbons, naõ
podemos deixar de dizer, que os Imperantes, no que respeita a Administração publica,
devem despir-se dos sentimentos individuaes para obrar somente a bem e a favor
de seus povos; e neste caso nada convém ao Brazil senaõ a neutralidade; que he a
linha de comportamento, que naturalmente adoptaraõ os Estados Unidos ; e talvez
outras Potências.
Naõ lie
difícil o prever, que se o Governo do Brazil adoptar o systema de neutralidade,
para proteger o seu commercio, isto o trará em contacto, com as naçoens
belligerantes. E por isso he necessário desde ja deitar as linhas ao que se
deve fazer ; fallando os Ministros no tom em que devem fallar ; c fazendo
ajustes, propondo tractados com as Naçoens que devem entrar na guerra, a íim de
segurar a neutralidade o mais que for possivel; e nunca obrigar-se a entrar na
guerra ; de que naõ pôde vir bem nenhum no Brazil, e somente muito mal.
Fig. 06 – O deboche da retirada inglória de Napoleão
Bonaparte para a ilha do ELBA era precoce. Em 20 de março de 1815 o Imperador retornava para a cena central do
Estado Francês Porém os 100 dias do seu novo reinado não lhe forneceram a
sustentação por um povo sofrido e agora solitário para sustentar novos projetos
públicos capazes de cimentar uma autêntica liderança central e cuja fonte era o PODE ORIGINÁRIO da França da
época.
Os
politicos, que aconselham a guerra contra Bonaparte, dizem, que se as Naçoens
da Europa lhe naõ fizerem a guerra, elle a fará, e tornará sem duvida a pôr em acçaõ
os seus projectos de ambição. Este argumento he muito bom, e nos conhecemos a
sua força; mas naõ concedemos a sua applicaçaõ senaõ ás Potências da Europa.
¿ Que
receio pode S. A. R. ter de Napoleaõ, lá no Brazil ? E entrando o Principe Regente
na guerra ¿ que mal pôde fazer a Napoleaõ? Nenhum ; e pôde arruinar o seu
commercio; e atrazar por conseqüência muito a industria dos seus Estados.
Esta consideração, se for bem ponderada pelos
Ministros Portuguezes ao Governo Britannico, naõ pôde deixar de ser aítendida;
porquanto, admittindo-se a neutralidade do Brazil, seraõ os vasos Portuguezes
os que faraõ o commercio com a França; visto que os Francezes naõ se haõ de
expor a ser tomados pelas inumeráveis esquadras, e armadores Inglezes; logo
este commercio, sendo mui útil ao Amigo da Inglaterra, pouco bem fará a seu
inimigo
Caricatura publicada pouco antes da Batalha de Waterloo em 08 de julho de 1815. Napoleão regressou a París em 20 de março 1815ª e
restabeleceu o Império (Império
dos Cem Dias)..
Fig. 07 – Napoleão surpreende e substitui Luís XVIII no “Jogo das Cartas da Europa”, ao fugir da Ilha de Elba e retomar o poder
central da França no dia 20 de março de
1815. Cinco monarcas europeus estão sentados ao redor da mesa jogando
as cartas do destino dos territórios europeus. Napoleão irrompe no jogo dando
uma palmada nas costas do rei Luís XVIII e se oferendo para substituí-lo n mesa
deste jogo.
Para que
a Inglaterra convenha nesta proposição, se lhe pôde propor differente arranjamento
de direitos d'alfandega para todas as fazendas Francezas que forem ao Brazil; o
que juncto ao contrabando que os Negociantes Inglezes poderão fazer; por meio
desses vasos Portuguezes que forem a França, naõ pôde deixar de ser um motivo
de acquiescencia; para que o Governo Inglez convenha na neutralidade.
Quando a
Corte estava em Lisboa, havia razoens mui poderosas para se naõ poder instar
nestes argumentos; e ainda assim a antipathia contra os Francezes, pezava pelo menos
outro tanto como estas consideraçoens politicas. Estando a Corte no Rio-de-Janeiro,
S. A. R. ha de obter do Governo Francez, pelo menos, a mesma consideração que os
Estados Unidos; e a Inglaterra, quando estas circumstancias lhe fôrem expostas,
ha de por força conhecer, que a neutralidade do Brazil, que he uma potência
amiga, servirá de contrapezo á neutralidade dos Estados Unidos que he unia
potência rival.
Naõ
duvidamos, que tentando o Governo do Brazil seguir esta linha de conducta, ha de
encontrar seus espinhos; mas as suas utilidades devem ser mui grandes. O
algodão, os páos de tineturaria, o assucar, o caffé, daraõ na França tal preço,
que deve fazer a fortuna dos agricultores e comerciantes do Brazil. E que
argumento se pode produzir, para o Brazil se dever privar destes lucros ? Que
os Francezes preferem um Soberano máo, a outro bom. Porém o privar-se o Brazil
de suas vantagens, naõ remedeia esse mal dos Francezes; logo naõ se deve fazer
um sacrifício, de que naõ pode resultar proveito nem ao Brazil nem aos
Francezes.
Preços Correntes dos
principaes Productos do Brazil em Londres, 25 de Março, 18I5. in CORREIO
BRAZILIENSE VOL. XIV. No. 82. - 2 T março de 1825 p.
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Fig. 08 – Os principais
produtos colocados, março de 1815, na
praça de Londres. O Brasil fornecia matérias primas e pagava os produtos
industriais ingleses a preço do seu ouro e do pau brasil. Os britânicos
transformavam, lucravam e acumulavam
fortunas com o comércio de regiões geográficas transformados em feudos
coloniais e onde imperava a ignorância, a prepot~encia dos coronéis e caciques
para silenciar este monstruoso saque.
Quer o
Brazil consiga a sua neutralidade, quer naõ, os Estados Unidos, haõ de insistir
em ficar neutraes; e nesse caso teraõ os Brazilienses a mortificaçaõ, se naõ
tiverem a neutralidade, de ver que os Americanos vaõ ao Brazil buscar as
producçoens do paiz, para as levarem á França, ficando com os lucros do
commercio; e privando-se os Brazilienses delles, e de augmentarem a sua
marinha, sem que por isso deixem os Francezes de os receber. Donde se vê que se
os Estados Unidos ficarem neutraes, a Inglaterra, e mais alliados, naõ
incommodam nada a França, com privarem o Brazil de sua neutralidade.
Agora
pois he o momento de negociar; agora o instante de recuperar o passado; mas as
negociaçoens para este fim naõ se devem entregar, a quem tem deitado a perder tantas
outras.
Em março de 2015 continuam não NEGOCIAÇÕES mas
NEGOCIATAS com o patrimônio nacional apesar do pedido inútil do redator do
Correio Braziliense de março de 1815.
NEGOCIATAS que devastam e
entregam, a preço mil da riquezas nacionais
do pau-brasil e do petróleo Sinal que nada mudou no pais da CAPITANIAS
HEREDITÁRIAS.
Fig. 09 – Em março de 2015
a pilhagem do Brasil se sofisticou e
atingiu cifras impressionantes. A continuada e vertiginosa corrupção não
deixou ninguém imune cobriu de opróbrios e desqualificações partidos e
políticos. Até o presente ninguém sabe precisar onde foi e que destino tomou o
OURO de SERRA PELADA
De um lado Estados Unidos compraram a preço vil a
madeira nobre do pau brasil de traficantes brasileiros. Hoje se um fabricante
de arco de violino precisa desta madeira paga a peso de ouro, não do Brasil,
mas aos norte-americanos Os infelizes mateiros são aqueles que menos ganha
neste comercio devastador. Muitas vezes nada, pois trabalham em regime servil
para estes traficantes brasileiros.
Em março de 2015 vagas inexplicáveis, obscenas e
vexatórias abalam o crédito da administração do petróleo nacional brasileiro.
Petróleo do PRÈ-SAL que gera gigantescas fortunas nas vagas especulativas
econômicas, políticas e ideológicas e
manipulado por TRAFICANTES ENGRAVATADOS em ALTOS POSTOS econômicos, políticos e
ideológicos. Dinheiro que os piratas virtuais subtraem do erário nacional
paralisando indústria, comércio e mão de obra especializada ou do simples peão
de obra.
TRAFICANTES ENGRAVATADOS em ALTOS POSTOS impunes,
pois possuem dinheiro para contratar as mais ágeis assessorias e escritórios de
advogados. Nenhum deles assaltou o Petrobras ou desviou pau- brasil no “BRADO RETUMBANTE”
ou “NO GRITO”. Estes atos foram produzidos na OBSCENIDADE.
FONTES NUMÈRICAS DIGITAIS
NAPOLEÂO e o CAMINHO do ELBA em MARÇO de 1815
Os 100 dias de NAPOLEÂO: 20 de março até 08 de julho
de 1815
A ERA NAPOLEÔNICA
NAPOLEÃO VOLTA em 1815
PETROBRAS VERGONHA NACIONAL em MARÇO de 2015
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/jornal-britanico-diz-que-petrobras-virou-vergonha-nacional
AS ÁGUAS de MARÇO de 2015 : “SICUT TRANSIT GLÒRIA MUNDI”
Escravidão indígena
e contrabando de pau Brasil
HISTÓRIA de PORTUGAL e do BRASIL
O CONGRESSO de VIENA DESMORALIZADO e precedente dos
EVENTOS POLÍTICOS ATUAIS
Escravidão contemporânea e contrabando de pau
Brasil
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Referências para Círio SIMON