AZEITE e CORRUPÇÃO
Fig. 02 – As sendas obscuras do contrabandista atravessava
as fronteiras nas horas mortas e nos pontos na área rural mais desguarnecidos pelo
Estado Nacional. Enquanto isto a ERA
INDUSTRIAL acumulava insumos e produtos da fabrica, o comércio e os bancos na
área urbana..
Gerações de contrabandistas da fronteira entre
Portugal e Espanha, especialmente da Galícia, criaram um verdadeiro folclore de
despistes das alfândegas e dos seus agentes. Esta situação criava, em Portugal,
uma desastrosa inflação elevando o preço deste produto essencial na culinária
lusitana.
Fig. 03 – As arriscadas travessias dos contrabandista
nas montanhas em íngremes sendas, num
desenho de Gustave DORÈ (1832-1893). N contraditório a ERA INDUSTRIAK admirava e se apropriava deste
empreendedorismo e o transformou num produto simbólico na forma de livros,
imagens, romances e que repercutiram em diversas artes..
Na Colônia Brasileira o preço do azeite continuava
como mercado cativo e onde os atravessadores. Estes estabeleciam o preço que
queriam. Como nunca houve incentivo à esta cultura de oliveira o Brasil
continua com mercado cativo deste produto lusitano. Já a Espanha
produzia azeite porém as taxas eram bem mais altas e controladas. Este
era o negócio dos “CHIBEIROS” e ATRAVESSADORES.
Fig. 04 – O secular conflito entre PORTUGAL e ESPANHA
repercutiu nas fronteiras do BRASIL COLONIAL com as COLÔNIAS ESPANHOLAS do Rio da Prata. A figura do contrabandista - denominado de chibeiro – projetou sua sombra
e ação no contrabando ao longo do período imperial e e mesmo republicano
brasileiro
Este passado - mitificado e
romantizado de contrabandistas, atravessadores e chibeiros - renasce 200 anos
depois. Renasce pelas sementes dos traficantes, milícias e corruptos de toda
ordem. A desconfiança da figura do
político, do servidor e do Estado Nacional possui neste ponto uma das suas raízes.
Raízes que se alimentam na política sem
ética, na economia concentrada e numa moral pública esmigalhada e nojenta..
CORREIO
BRAZILIENSE maio de 1818 VOL. XX. No. 120. Politica.
Pp.444 - 445
Edictal do Senado da Camara
de Lisboa, sobre os atravessadores do azeite.
Ao Senado da Camara baixou a
Regia Portaria do theor seguinte. Sendo presente a El Rey Nosso Senhor, em
consulta do Senado da Camara, na dala de vinte e oito de Fevereiro proximo
preterito, a necessidade de novas providencias, que evitem na maior parte os
contrabandos, e travessias dos Azeites, em Villa Franca de Xira, e em Aldêa Gallega,
e Moita, de que tem resultado e resulta maior escacez do dicto genero na casa
do ver o pezo, estabelecida para a venda delle, e grande augmento no seu preço pela
menor abundancia, que apparece naquelle mercado público: E querendo Sua Majestade
obviar a estes inconvenientes; he servido que pela Intendencia Geral da
Policia, se expecam as mais positivas Ordens aos Ministros do Riba-Téjo, para
que hajam de assignar as Guias dos Azeites, quer estes venham destinados para a
venda do ver o pezo quer para pessoa particular, recommendando-se-lhes todo o
cuidado, e vigilancia em que se naô dupliquem as Guias pelos mesmos Azeites, nem
consintam em que as Embarcaçoens que os conduzem a Villa Franca possam alli
descarregallos, sem apresentarem Guia propria para aquelle Porto; porque naõ a
apresentando, serem obrigados a sahir na primeira baixa mar, se o tempo o
permitir.
Adelardo COVARSI Yustas (1885-1955) https://trianarts.com/adelardo-covarsi/#sthash.mYUlvVBz.dpbs
Fig. 05 – A típica figura do contrabandista português
com seus potes de azeite prontas para ganhar terras espanholas e ser
comercializada fora das leis. O ESTADO
NACIONAL tentava, por todos os meios, inibir a ação deste contrabandista. Entre
estas medidas estava a análise da sanidade alimentar, procedência e pureza do produto
o que representava salvaguarda dos interesses do consumir no qual as
autoridades ganhavam um poderoso aliado
Manda outro sim, que Azeite
algum seja transportado em direitura a Paço d'Arcos, sem haver primeiramente
dado entrada na Meza do Ver o Pezo[1],
que poderá tirar a porcaô, quc lhe convier para consummo da Cidade, nem que em
Villa Franca, ou outra alguma Villa, se passem Guias de Azeites, que vierem de
passagem, ainda mesino os de Hespanha, ou da Provincia do AlemTéjo, que
coslumaô embarcar naquelles Portos; porque á as devcram trazer das respectivas
Alfandegas- ou Terras de onde saîram; e inenos que hajam grandes depositos de
Azeite em Villa Franca, ou Paço d' Arcos; podendo o Senado da Camara mandar
conduzir o que se achar nos dictos Lugares para a Casa do Ver o Pezo quando for
indispensavel para provimento da Cidade • ficando toda a contravencaõ sujeita
ås penas das Posturas sobre Travessias. O »Senado da Camara o tenha assim
entendido, e o fa»ja executar pela parte que Ihe toca,
Palacio do Governo em 27 de
Marco de 1818.
Com três Rubricasdos
Senhores Governadores do Reyno.
[1] VER o PESO Belém do Pará https://girosporai.com.br/2015/06/15/belem-do-para-uma-viagem-encantadora/
Fig. 06 – Na atualidade das aldeias das fronteiras
entre Portugal e Espanha estã quase desertas.. O triunfo da ERA INDUSTRIAL e do acumulo da população em centros
urbanos transformou as aldeias dos contrabandistas em espectros. Outros se
referem ao oco do interior dos países ibéricos..
O CORREIO BRAZILIENSE de maio de 1818 tocava apenas
num ponto do CONTRABANDO. Porém, em maio de 2018, o TRAFEGO de DROGAS constitui
uma das atividades mais rendosas e de prestígio. Próspera com BARÕES da
CONTRAVENÇÂO, de equipamentos sofisticados e de rios de dinheiro que
desconhecem qualquer fronteira nacional. Arruínam tudo que encontra no interior
de uma nação e sempre encontram receptores, atravessadores e consumidores do
outro lado da fronteira.
Se o
contrabandista representava uma das facetas SUBJETIVIDADE que se rebelava
contra o coletivismo que o ESTADO NACIONAL
TENTAVA IMPOR CIMA para BAIXA esta pressão não e menor na ÉPOCA
PÓS-INDUSTRIUAL. Os sinais estão por toda parte. Os contrabandistas das drogas,
das armes pessoais sem falar do espaço da era numérica digital se norma legal
ou contrato público formam um imenso mural e que atropela qualquer lógica
governamental desmoraliza qualquer campanha e pulveriza qualquer ação que procure
colocar fronteiras ou limites.
Fig. 07 – O contrabandista com a sua carga não só
corria perigo do lado da justiça do Estado,
Frequentemente era vítima de bandoleiros e sem lei refugiados nos ermos das
montanas que tinha de atravessar
É necessário admitir que a figura do
contrabandista foi mitificado pela arte europeia corresponde à necessidade de
uma subjetividade que a ERA INDUSTRIAL tentou enquadrar na sua lógica
coletivista e que a ÈPOCA PÓS-INDUSTRIAL perdeu o controle e a dimensão
Fig. 08– O pequeno volume dos entorpecentes e drogas
e os seu alto custo no mercado consumidor dos dependentes sempre foi um rico
ganho para traficantes e atravessadores em todos os tempos e lugares Com a concorrência e sem contratos respeitáveis
surgiram verdadeiros impérios de
criminosos e am justiça paralela ao ESTADO NACIONAL.
Em maio de 2018 o contrabando de informações
alimenta uma enorme gama de pessoas, equipamentos que não conhecem fronteiras,
pátria ou moral.
No entanto estes contrabandistas, traficantes
ladrões de dados são amadores e primário diante das enormes volumes de fortunas
ilícitas que migram para paraísos fiscais.
Entre maio de 2016 e maio de 2018 o fluxo de
capitais ilícitos escancarou e debilitou economia no mundo todo. A própria
Inglaterra está estudando formas de controlar entradas de capitais russos[1]
que simplesmente estão comprando o que restou da moral financeira britânica.
Fig. 09– Com a gradativa monetarização da economia o
contrabandista concentrou os seus esforços
e meios para o tráfego monetário tanto físico com o virtual da ÉPOCA
PÓS_INDUSTRIAL. Os
paraísos fiscais e os estados nacionais[1] tornam-se contrabandistas de fortunas acumuladas pelo
ilícito.
O Brasil teve, entre maio de 2016 e maio de 2018
empresas, saqueadas, de alto a abaixo, por esta mesma corrupção endêmica, que ganhou
dimensões incontroláveis, se refinou e que se alastrou dentro[2]
e fora do território nacional.
[1] MÉXICO PARAISO FISCAL https://actualidad.rt.com/actualidad/245554-mexico-nuevo-paraiso-blanqueadores-capitales
[2] REDE de CORRUPÇÃO BRASILEIRA https://istoe.com.br/200935_UMA+REDE+CRIMINOSA+QUE+CORROMPE+O+PAIS/
Fig. 10 – A LEI PRECEDE os FATOS. Se esta LEI resulta
do escambo, do contrabando de influências e do tráfego de interesses
incessáveis a SUBJETIVIDADE do cidadão dificilmente irá se rebelar. Irá
tratar o ESTADO NACIONAL como algo perverso e irá buscar a sua parte no saque
geral. Afinal Barão de Itararé, (Apparício Torelly) já sentenciava “A
corrupção é um negócio para o qual eu não fui convidado”
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
POLITICOS, NARCTRAFICANTES e CONTRABANDISTAS.
PACTO de GOVERNABILIDADE
NIVELA
MUSEU PARQUE
MONTANHAS GALEGAS
MÚSICA GALEGA
ROTAS
ROTA da MARONDA
TASCA de CONTRABANDISTAS
CANÇÂO do CONTRABANDISTA
CONTABANDISTA dos PIRINEUS
LEGENDA dos CONTRABANDISTAS
DELACROIX: o triunfo da SUBJETIVIDADE
- artigo completo
Imagens
Paul GAVARNI
TRAFICANTE
MAIO de 2018: TRAFICANTE
MÉXICO PARAISO FISCAL
PROBLEMAS da ECONOMIA
CAPITAIS RUSSOS
REDE de
CORRUPÇÃO BRASILEIRA https://istoe.com.br/200935_UMA+REDE+CRIMINOSA+QUE+CORROMPE+O+PAIS/
VER o PESO Belém do
Pará
https://girosporai.com.br/2015/06/15/belem-do-para-uma-viagem-encantadora/
Fig. 11 – SEM PALAVRAS .....
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