domingo, 1 de maio de 2016

134- NÃO FOI no GRITO

JUDEUS, a INQUISIÇÃO e DOM JOÃO VI.
 
“Só quando o Soberano trata com corporações representantes do povo, é que se pôde dizer que é El Rey quem ouve os seus vassalos”.
CORREIO BRAZILIENSE  MAIO de 1816. VOL. XVI. No. 96, p.503

Fig. 01 –  Israel está situada entre o Ocidente e o Oriente, entre a África e a Eurásia e cercada  de culturas que procediam de culturas profundas e imemoriais. O seu povo foi dominado e dominou por meio de guerras simbólicas e físicas. Os vencedores saquearam carregaram bens simbólicos e físicos.. Na sua DIÁSPORA os judeus carregaram o seu conhecimento simbólico, saber prático e os poucos bens possíveis de transportar nestas condições.

O mês de maio de 2016 possui muito em comum com  mês da maio 1816. O terror, a intolerância e as acusações, sem provas concretas, abalam qualquer projeto e pacto brasileiro e devastam o mundo como há dois séculos.
Apesar de todos os progressos da criação, da circulação e da recepção  das informações abrem-se abismos cada vez mais profundos entre governos e governados, entre corporações, ideologias e castas sociais, econômicas e políticas.
No mês de maio de 2016 continuam a armam-se cenários de confrontos e muralhas virtuais entre grupos de dentro de corporações, ideologias e castas sociais, econômicas e políticas, contra os excluídos.
Fig. 02 –  Cercados de rituais de iniciação e sem proselitismo os filhos de Israel constituíam um grupo de dentro e separado das sociedade mais ampla na qual e inseriam Esta ortodoxia de difícil compreensão dos grupos de fora não só provocava curiosidade, mas muitas vezes era interpretado como sinal de discriminação e ocultação de segredos. Dai para violência - do grupo externo contra este grupo fechado-  é só um passo. De um lado o PERTENCIMENTO a um grupo interno é um PRIVILÉGIO, do outro, possui o seu PREÇO.  .

O antissemitismo é proporcional às expressões de autonomia deste povo errante, deserdado de terras e bens materiais. Povo que aprendeu a investiu nos bens simbólicos, do saber e das trocas que podia transportar nesta sua errância planetária. Assim está, em 2016, plenamente habilitado para um novo tipo de nacionalismo coerente com a ERA PÓS-INDUSTRIAL.

CORREIO BRAZILIENSE
DE MAYO, 1816. VOL. XVI. No. 96. pp.496-503

Reflexoens sobre as Novidades deste Mez.
BRAZIL.
Abolição da Inquisição.

Promettemos, no nosso N°. passado, dizer alguma coisa, sobre a abolição da Inquisição, e principalmente pelo que diz respeito aos Judeus. Satisfaremos agora esta promessa. Os Judeus, que existem em Portugal, saõ descendentes das mais principaes famílias de Jerusalém, e outros lugares da Palestina, que foram obrigados a fugir de seu paiz, no tempo da invasão dos Assírios, quando Nabuchodnosor destruio o primeiro templo, edificado por Soloma.
Fig. 03  –  Israel sempre esteve no corredor entre potencias e na encruzilhada dos mais variados interesses provenientes de profundas e multimilenárias culturas das quais nem sempre pode se defender foi vítima de sumérios, babilônios, assírios, egípcios, gregos e por dos romanos Na imagem a destruição do templo de Salomão pelo rei Nabucodonosor.
de maneira que até o dia de hoje saõ os Judeus Portuguezes respeitados pelos demais, como pessoas distinctas entre os de sua naçaõ. Séculos depois se introduzio o Christianismo em Portugal; e dahi o Mahometanismo; mas durante todas estas alternativas, sempre os Judeus conservaram, mais ou menos, as suas instituiçoens, segundo as circumstancias dos tempos. He verdade, que as religioens rivaes imputaram aos Judeus muitos crimes assim como o paganismo fez aos Christaõs; porém ficou reservado para o reynado de D. Joaõ III. a cruel perseguição, que se arranjou systematicamente, e se perpetuou com a introducçaõ da Inquisição
Fig. 04 –  Os filhos de Israel foram as vítimas espanhóis depois destes expulsarem os muçulmanos em 1492. Esta expulsão fez com que os judeus levassem o seu conhecimento, habilidades e dinheiro para os Países Baixos, Veneza e Londres. Ali tiveram de criar recursos materiais em banhados que ninguém queria ou valorizava. A Inquisição estabelecida na Espanha ganhou rapidamente a adesão de Portugal e um instrumento legal e eclesiástico que segregou, condenou e puniu qualquer índice israelita..

 Naõ queremos olhar, pela parte theologica, a expulsão e extermínio dos Judeus de Portugal; porque escrevemos como políticos: porém naõ podemos deixar de observar, que homens pios, e instruídos, oppuzéram a sua authoridade, contra aquelles procedimentos; e basta lembrar o veneravel Bispo Osório, que ninguém pôde taxar de irreligioso, nem de ignorante. Os mesmos Papas era Roma, nunca exterminaram os Judeus dos seus territórios; e o Papa reynante, Pio VII. logo que foi restituídoa seus Estados, tornou a impor aos Judeus as restricçoens, em que d'antes viviam, a fim de extorquir delles dinheiro; porém naõ os exterminou. ¿ E porque fatalidade quererá o Governo Portuguez ser nisto mais Christaõ do que o Papa ? Naõ ha duvida, que o Soberano de qualquer paiz tem o direito de prohibir qualquer culto religioso; se este for contrario á moral. He assim que em Roma se perseguio o culto de Bacho, quando ali foi introduzido, pelas abominaçoens, que os seus sectários practicavam, conforme refere o historiador Tito Livio. Porém nenhuma razão se pôde dar para similhante procedimento a respeito dos Judeus, que havia tantos séculos habitavam Portugal. A moral, que ensina a religião dos Judeus, he a mesma dos Christaõs, segundo se contém nos livros, que tanto uns como outros respeitam como sagrados; logo tal religião naõ pôde ser prejudicial ao Estado: e contendemos, que, neste cazo, a prohibiçaõ civil he injusta. Os Judeus naõ fazem proselytas; e até recebem, com a maior difficuldade, alguém que se queira submetter voluntariamente ás penosas cerimonias e privaçoens de suas leys e custumes. E portanto, até neste ponto de vista, he a sua religião de nenhum perigo ao Estado
Fig. 05 –  Imagem é dos 1.380 judeus expulsos de Frankfurt no dia 23 de agosto de 1614. Os territórios teutônicos promoveram várias  sucessivas limpezas étnicas nos seus territórios antes de atingir o Holocausto da II Guerra Mundial. Os judeus foram um dos grupos mais visados  por esta ortodoxia étnica e difícil compreensão

O extermínio dos Judeus de Portugal levou á Hollanda as suas riquezas, o seu commercio, e a sua infatigavel industria ¿- que ganhou a religião Christaá com esta perda de Portugal ? Os Judeus saõ taõ Judeus na Hollanda, como o seriam se «cassem em Portugal: por esse extermínio e perseguiçoens naõ se converteram ao Christianismo; e Portugal perdeo as grandes vantagens de os possuir.
Talvez se alegue com os que ficaram em Portugal, que se fizeram Christaõs; ¿ e poderá algum verdadeiro Christaõ gloriar.se de ter feito entrar no grêmio de sua Igreja aquelles in. dividuos, a quem o ferro e fogo forçou a chamar-se Christaõs da boca para fora? Naõ entraremos aqui na contemplação dos horrores, que a Inquisição tem commettido contra os Judeus, em Portugal, sem outro nenhum fim senaõ o de aproveitar-se de seus bens: deixamos aos moralistas esta triste contemplação: porém sem duvida vivemos em tempos, em que a politica pôde considerar estes assumptos, sem temor dos fanáticos, pela parte que pertence ás máximas de Governo. 
Fig. 06 –  A Rússia profunda foi refúgio de muitas comunidades de judeus. Ali fundaram colônias nas quais a educação escolar era associada e reforçava a educação religiosa.
É nesta Rússia profunda que o fotógrafo e químico russo Sergey Mikhaylovich PROKUDIN_-GORSKY (1863-1944)  os surpreendeu, no ano de191 , e fixou esta imagem colorida.

Grande numero de Judeos, na Hollanda e na Inglaterra, se applicam ao commercio das pedras preciosas, e do ouro e prata; que saõ os mais importantes productos do Brazil; e he deste commercio de que menos entendem os Portuguezes; logo muito ganharia o Brazil, se taes negociantes lá estivessem estabelecidos, em vez de disfructarem as riquezas, que dahi lhes provém, em paizes estrangeiros. Talvez, ainda em outros respeitos, fossem os Judeus um meio muito efficaz de estabelecer em bom pé o commercio do estrangeiro, que he preciso confessar se acha em maior decadência do que éra de esperar; porque os mais importantes ramos ha annos que só correm pelas maõs das outras naçoens. He verdade que muitas pessoas alegam contra os Judeus, naõ os principios de sua religião, mas a sua depravaçaõ, em serem usurarios, &c. ; mas, além de que taes accusaçoens universaes saõ sempre falsas, temos contra isto a experiência daquelles paizes, aonde os Judeus gozam toda a plenitude da liberdade de seu culto, de e sua industria. Na Inglaterra, por exemplo, ninguém ainda achou, que os Judeus com taes abusos fizessem mal ao Commercio; e pelo contrario mais de uma vez o Governo se tem valido delles, para os empréstimos públicos, em occasioens importantes. As convulsoens da Europa, o systema actual de muitos Governos, que parece estarem determinados a desgostar seus subditos ; e outras causas mais, produzirão uma grande emigração de toda a Europa. Naturalmente se olhava para a Inglaterra, como o paiz, que atê aqui se chamava o paiz da liberdade: porém o Governo Inglez vai adoptar uma medida (a continuação do Alien Bill) que deixa precária a segurança pessoal dos estrangeiros na Inglaterra; e como nenhuma pessoa quer arriscar a sua propriedade, em paiz aonde a sua liberdade naõ está segura; he evidente que todo o Europeo que desejar emigrar do seu paiz, temendo a Inglaterra, voltará as suas vistas para os Estados Unidos.
Fig. 07 –  A ocupação holandesas do Nordeste Brasileiro (1624-1654) contava com uma nutrida colônia de judeus. Estes conseguiram das autoridades lusas  substantiva indenização de suas propriedades e  empresas. O dinheiro desta indenização permitiu-lhes comprar a ilha de Manhattan que transformaram em Nova Amsterdam que mais tarde passou a se denominar Nova York. Restou o seu cemitério israelita em plena ilha de Manhattan

 Uma gazeta Alemaã menciona, que 200 ou 300 Suissos se estavam preparando, para emigrar para os Estados Unidos da America; formando todos junctos uma colônia Elles intentavam descer pelo Rheno desde Basilea; e embarcar-se em algum dos portos da Hollanda. Este facto fez algum estrondo, pelo numero das pessoas, que emigraram junctamente; mas os indivíduos, que separadamente embarcam de differentes portos da Europa, para a America, tem sido, e continuará a ser mui considerável. Esta circumstancia vai certissimamente abrir nova fonte de população e de riquezas para a America Unida, que tanto se tem aproveitado das convulsoens da Europa, pelos 25 annos passados, para augmentar e fazer opulentos aquelles paizes, com a liberal e illuminada politica de admittir os fugitivos da Europa. ¿ Por que razaõ nao ha de o Brazil também tirar partido dos erros dos Governos Europeos, adoptando a mesma linha de comportamento? He bem sabido, que, quando Luiz XIV. revogou em França o Edicto de Nantes, pelo qual se tinha concedido aos Protestantes liberdade de consciência, estes se viram obrigados a deixar o seu paiz natal: e a Inglaterra se aproveitou avidamente do erro d'El Rey de França, recebendo em seu seio todos os Protestantes emigrados; aquém naõ só deo azylo e protecçaõ; mas pensoens pecuniárias, continuadas a suas famílias; algumas das quaes, ainda se cobram hoje em dia. Pareceo que este procedimento liberal da Inglaterra so tinha em vista o soccorrer indivíduos da mesma crença religiosa; porém o effeito foi da maior importância para os interesses da Inglaterra; porque estes emigrados Francezes trouxeram áos Inglezes conhecimentos, nas artes e sciencias, até entaõ desconhecidos, e desde esse período as manufacturas Inglezas começaram a adiantar-se, até que por fim chegaram ao ponto de superioridade, que ainda conservam, com grande minadas fabricas Francezas, que foram proporcionalmente em decadência. Presentemente as desordens políticas poderiam dar novo impulso ás riquezas da Inglaterra, mas ella naõ se determina a isso. A America tirará o melhor partido
Fig. 08  –    O ouro, as pedras preciosas e a madeiras nobres  do Brasil foram e continuam sendo  fontes de renda para várias culturas europeias. Entre estes mereceu especial cuidado e aprimorarão de técnicas da parte de comunidades e empresas de propriedade de judeus Estes, privados da posse de terras, investiram em tecnologia, conhecimento e práticas comerciais qe não conheciam fronteiras físicas e econômicas

O Brazil podia aproveitar-se agora mais do que ninguém; e povoar immensas terras; até mesmo edificar novas villas e cidades, seguindo um systema liberal, e conforme á saã politica, assim como a seus verdadeiros interesses. O Papa tem notificado, que quer reformar o modo de proceder da Inquisição, abolindo as denuncias em particular, a tortura, a falta de advogados que defendam os reos, e outras practicas, que se adoptáram para aquelle tribunal, contra todo o direito, contra toda a razaõ, e contra os mesmos principios da Religião, que elles pretendem sustentar. Se o Papa pôde modificar este tribunal criminal em seus dominios; também o Soberano de Portugal pode fazer o mesmo nos paizes qne governa. Que o Governo do Brazil esta persuadido de que tem este direito se prova, por ter abolido a Inquisição de Goa, sem consultar o Papa. Logo nada resta senaõ generalizar a providencia, fazendo-a util a toda a Monarchia; porque a abolição total da Inquisição daria ao Mundo uma idea tal de reforma no Governo Portuguez, e lhe adquiriria tal credito de possuir principios liberaes, que naturalmente excitaria segurança nos indivíduos, que se quizessem ir estabelecer no Brazil. 
Fig. 09  –    A Natureza cobriu  o Brasil com uma chuva de ouro e de pedras preciosas. No entanto cabe à criatura humana descobrir, avaliar e usar adequadamente esta chuva de riquezas. Um dos povos que mais cedo do acordou para descoberta, avaliação e uso adequado  dos metais e pedras preciosas foi a comunidades judaica.  Na ERA PÒSINDUSTRIAL os equipamentos tecnológicos necessitam e usam cada vez ais as propriedades atômicas do ouro. Porém esta muito distante desta fronteira do domínio e uso das qualidades e recursos que esta material adquire nestas tecnologias de ponta.

Naõ suppomos, que para ter lugar esta importante acquisiçaõ das riquezas dos Judeos, e da industria dos artistas estrangeiros, basta a abolição da Inquisição. Este passo he de grandíssima importância para inspirar confiança; mas deve ser auxiliado por outras medidas, que se deveriam annunciar autenticamente em uma proclamaçaõ Regia, fundada em ley ou decreto, pelo qual se estabelecesse no interior do Brazil um ou mais lugares, destinados a servir de azylo aos emigrados estrangeiros; aonde se dessem terras para cultura, e chaõs para edificarem suas casas; assim como se determinassem os avanços de dinheiro, que se deveriam fazer a cada individuo; e o tempo em que taes avanços deveriam tornar a ser pagos ao Governo.
Fig. 10 –  A migração dos açorianos sempre mostrou que era nos seus conhecimentos, práticas agrícolas e artesanato residia o valor que portavam nas suas magras valises. Entre eles viviam judeus originários tanto dos Marrocos com aqueles cuja origem eram  os Países Baixos. Evidente que, entre eles, havia numerosos “cristãos novos” mas cujos hábitos, culturas e origem étnica comandava sua vida social, econômica e política.

 Com providencias  análogas a isto que aqui indicamos, se povoou com colonos das Ilhas dos Açores, a fértil provincia do Rio-grande do Sul; uma das mais importantes do Brazil. Logo naõ pode haver duvida, que os mesmos e ainda maiores beneficios resultariam, seguindo a mesma idea a respeito dos estrangeiros. He verdade que a forma de Governo, nos Estados Unidos, tem muito mais attractivos do que a do Brazil: isto naõ tem remédio; porém, por outra parte, os emigrados, que chegam aos Estados Unidos, ja naõ acham terras de graça: saõ obrigados a compradas; quando no Brazil ha muito que da; e deve-se ainda em cima ficar agradecido a quem quizer aceitar essas terras para as cultivar. E quanto á forma de Governo, alguma modificação se pôde introduzir; que sem assustar os amigos da antiga desordem dos governos militares, dem aos novos colonos ideas de segurança pessoal, capazes de os tranqüilizar, quanto aos seus temores a respeito do despotismo dos Governadores
Interior da SINAGOGA na ILHA TERCEIRA dos AÇORES
Fig. 11 –  Esta sinagoga  açoriana possui, na sua simplicidade, os elementos essenciais de um lugar desta natureza. A LUZ natural das janelas dialoga com a LUZ artificial do candelabro, o lugar do publico e o ambiente sagrado e elevado de um lado para o TORAH e as duas TABUAS  da LEI e o outro extremo o lugar presidencial do rabino. Reservado para os homens era o lugar do qua emanavam  as diretrizes gerias da vida social, econômica e política desta comunidade fechada sobre si mesma como as paredes invioláveis para um olhar externo e não autorizado

Achamos nos foraes, que os antigos Reys de Portugal deram a muitas villas e cidades, cuja população queriam augmentar, assas de exemplos dignos de imitação; e quando alegamos com a authoridade de Reys Portuguezes, esperamos que os mandoens naõ chamem a taes planos effeitos do Jacobinismo ; que he o papaõ do nosso tempo; com que se assustam todos, a qualquer proposição de melhoramentos. 
Fig. 12 –  As Ilhas dos Açores - descobertas e ocupadas pelo governo de Portugal a partir 1354 e 1357 - começaram a receber habitantes que ali desenvolveram os seus conhecimentos, práticas agrícolas e artesanato peculiares. A arquitetura domiciliar era um abrigo estritamente familiar e coerente com as tradições  de povos como os judeus. Estes oriundos de Portugal, dos Marrocos e dos Países Baixos. Evidente que, entre eles, havia numerosos “cristãos novos”, mas cujos hábitos, culturas e origem étnica comandava sua vida social, econômica e política.

A questão judaica era uma entre tantas que Dom João VI enfrentou como Príncipe Regente. Sem alarde ou propaganda estava a caminho da concretização de um pacto social, econômico, social e ecológico especialmente para o BRASIL em vias da busca de sua soberania.
Com cautela, sem sobressaltos ou sustos abriu caminho para o se filho assumir a continuidade das suas ações. Ações que o desvinculavam gradativamente do seu papel de monarca autocrático e mitificado e encapsulado por uma corte ciumenta e parada no tempo.
O CORREIO BRAZILIENSE, de maio de 1.816, destaca e elogia esta vontade real de dialogar com a ORIGEM do SEU PODER. Ele busca o diálogo com a Câmara e o Senado que representam a ORIGEM do SEU PODER nas concepções da primeira fase da ERA INDUSTRIAL.  Como Príncipe Regente Dom João VI se aproxima, aos poucos e sem atropelos,  da concepção da MONARQUIA CONSTITUCIONAL que ele irá jurar já como rei, no dia 01 de outubro de 1822[1], de retorno do Rio de Janeiro.
A p. 410, publicamos a falia do Senado da Câmara do Rio de-Janeiro a S. A. R. o Príncipe Regente, e a sua resposta naquella occasiaõ. Importante, e mui importante nos pareceo este facto. Ha séculos, que os Soberanos de Portugal naõ tinham apparecido em publico, em seu character de Soberanos. As leys, consideradas em particular, recebiam a approvaçaõ Regia. O Monarcha éra so conhecido por sua signatura. Os seus mandados apparecem como respostas do oráculo. O Rey he estranho ao povo; o povo desconhecido do Rey. Antigamente os Reys de Portugal tinham muitas occasioens de apparecer em pnblico, decorados com a sua coroa, sceptros e mais insígnias da Realeza. Assim fallávam ás Cortes, e recebiam os memoriaes, e ouviam as oraçoens das differentes corporaçoens do Reyno; e no mesmo apparato de grandeza assistiam ás festividades publicas, em que se expressava o gozo e alegria da naçaõ. Nada diremos da falia do Senado da Câmara do Rio-de-Janeiro: foi o seu primeiro ensaio. A resposta de S. A. R. pareceo-nos cheia de dignidade, breve, e apropriada á occasiaõ. Mas naõ referimos o facto para examinarmos a matéria: olhamos para a introducçaõ do custume, como feição a mais importante ; e porque desejamos que o Soberano sinta os bons resultados de se encontrar com seus vassallos, em occasioens publicas, taes como a de que se tracta. He entaõ que o Soberano apparece como tal, e os vassallos por meio de seus representantes lhe prestam a devida homenagem como subditos. Em toda a outra occasiaõ o Soberano só se apresenta como individuo, e dirigindo-se a seus cortezaõs ou a seus criados. os julgamos que a dignidade e influencia Real deve passar além de mostrar-se meramente a seus Ministros; e só quando o Soberano tracta com corporaçoens representantes do povo, he que se pôde dizer que he El Rey quem ouve os seus vassallos.
No contraditório a este otimismo, fica evidente que NEO BASTA A ATUALIZAÇÃO das INTELIGÊNCIAS HUMANA por meio de todos os progressos da criação, da circulação e da recepção das INFORMAÇÕES. Apesar desta REDE MUNDIAL de ATUALIZAÇÃO das INTELIGÊNCIAS HUMANAS, abrem-se abismos cada vez mais profundos entre governos e governados, entre corporações, ideologias e castas sociais, econômicas e políticas.
Fig. 13 –   MOSES MORDECAI MARX LEVI (1818-1883), ou Carl MARX, era neto de dois rabinos. Ele foi o judeu de maior projeção na ERA INDUSTRIAL e com o maior número de prosélitos ou de franca oposição, A sua obra “A QUESTÃO JUDAICA” permitiu-lhe uma busca conceitual, de dentro para fora, com o objetivo de enxergar,  realizar uma análise externa e fixar algumas contradições e problemas inerentes à sua origem .Esta análise foi-lhe possível no âmbito da cultura inglesas na qual encontrou apoio do “CAPITAL” para escrever e publicar o primeiro volume desta obra fundamental para a ERA INDUSTRIAL

Na ERA PÓS-INDUSTRIAL possui mais ferramentas do que jamais para a concretização de um pacto social, econômico, social e ecológico. Porém para o Brasil, de maio de 2016, a EFETIVA PESQUISA, a VONTADE e a SENSIBILIDADE para a concepção e a concretização de um pacto social, econômico, social e ecológico estão distantes. O seu ESTADO e o seu GOVERNO ainda não fizeram  as pazes com as concepções e mentalidades da ERA INDUSTRIAL. Para tornar concreta esta mudança, faltam - a esta ESTADO e o seu GOVERNO - as ferramentas, a vontade política, econômica e a inteligência social que sobram ao PODER ORIGINÁRIO do BRASIL.
O exemplo, as realizações e a sabedoria das quais  se vale Israel para transformar em complementariedades as suas evidentes contradições - pode motivar e abrir caminho ao PODER ORIGINÁRIO BRASILEIRO a DAR ESTE SALTO de QUALIDADE e caminhar ao lado das culturas e civilizações mais desenvolvidas do Planeta.
Fig. 14 –   A capacidade de transformarem em complementariedades as suas contradições internas e externas permite aos israelitas cultivarem a memória desta competência e transformá-las em celebrações.   Os filhos de Israel constituíam um grupo de dentro e separado da sociedade externa pelo limite dos seus rituais, de sua iniciação, pela absoluta predominância e hegemonia masculina e pela  isenção de proselitismo. A capacidade renovada de transformar estas contradições em complementariedade os deixa preparados para viverem a ERA PÓS-INDUSTRIAL caracterizada pela abstração mental, pela informática, pela circulação planetária e constante perscrutar dos segredos da vida.

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