JUDEUS, a INQUISIÇÃO e DOM JOÃO VI.
“Só quando o Soberano
trata com corporações representantes do povo, é que se pôde dizer que é El Rey
quem ouve os seus vassalos”.
CORREIO BRAZILIENSE MAIO de
1816. VOL. XVI. No. 96, p.503
Fig. 01 – Israel
está situada entre o Ocidente e o Oriente, entre a África e a Eurásia e
cercada de culturas que procediam de
culturas profundas e imemoriais. O seu povo foi dominado e dominou por meio de
guerras simbólicas e físicas. Os vencedores saquearam carregaram bens
simbólicos e físicos.. Na sua DIÁSPORA os judeus carregaram o seu conhecimento
simbólico, saber prático e os poucos bens possíveis de transportar nestas
condições.
O mês de maio de 2016
possui muito em comum com mês da maio
1816. O terror, a intolerância e as acusações, sem provas concretas, abalam
qualquer projeto e pacto brasileiro e devastam o mundo como há dois séculos.
Apesar de todos os
progressos da criação, da circulação e da recepção das informações abrem-se abismos cada vez
mais profundos entre governos e governados, entre corporações, ideologias e
castas sociais, econômicas e políticas.
No mês de maio de 2016
continuam a armam-se cenários de confrontos e muralhas virtuais entre grupos de
dentro de corporações, ideologias e castas sociais, econômicas e políticas,
contra os excluídos.
Fig. 02 – Cercados
de rituais de iniciação e sem proselitismo os filhos de Israel constituíam um
grupo de dentro e separado das sociedade mais ampla na qual e inseriam Esta
ortodoxia de difícil compreensão dos grupos de fora não só provocava
curiosidade, mas muitas vezes era interpretado como sinal de discriminação e
ocultação de segredos. Dai para violência - do grupo externo contra este grupo
fechado- é só um passo. De um lado o
PERTENCIMENTO a um grupo interno é um PRIVILÉGIO, do outro, possui o seu PREÇO.
.
O antissemitismo é
proporcional às expressões de autonomia deste povo errante, deserdado de terras
e bens materiais. Povo que aprendeu a investiu nos bens simbólicos, do saber e
das trocas que podia transportar nesta sua errância planetária. Assim está, em
2016, plenamente habilitado para um novo tipo de nacionalismo coerente com a
ERA PÓS-INDUSTRIAL.
CORREIO BRAZILIENSE
DE MAYO, 1816. VOL.
XVI. No. 96. pp.496-503
Reflexoens sobre as
Novidades deste Mez.
BRAZIL.
Abolição da
Inquisição.
Promettemos,
no nosso N°. passado, dizer alguma coisa, sobre a abolição da Inquisição, e
principalmente pelo que diz respeito aos Judeus. Satisfaremos agora esta
promessa. Os Judeus, que existem em Portugal, saõ descendentes das mais
principaes famílias de Jerusalém, e outros lugares da Palestina, que foram
obrigados a fugir de seu paiz, no tempo da invasão dos Assírios, quando
Nabuchodnosor destruio o primeiro templo, edificado por Soloma.
Fig. 03 – Israel sempre esteve no corredor entre
potencias e na encruzilhada dos mais variados interesses provenientes de
profundas e multimilenárias culturas das quais nem sempre pode se defender foi
vítima de sumérios, babilônios, assírios, egípcios, gregos e por dos romanos Na
imagem a destruição do templo de Salomão pelo rei Nabucodonosor.
de maneira que até o dia de hoje saõ os Judeus
Portuguezes respeitados pelos demais, como pessoas distinctas entre os de sua
naçaõ. Séculos depois se introduzio o Christianismo em Portugal; e dahi o
Mahometanismo; mas durante todas estas alternativas, sempre os Judeus
conservaram, mais ou menos, as suas instituiçoens, segundo as circumstancias
dos tempos. He verdade, que as religioens rivaes imputaram aos Judeus muitos
crimes assim como o paganismo fez aos Christaõs; porém ficou reservado para o
reynado de D. Joaõ III. a cruel perseguição, que se arranjou systematicamente,
e se perpetuou com a introducçaõ da Inquisição
Fig. 04 – Os
filhos de Israel foram as vítimas espanhóis depois destes expulsarem os
muçulmanos em 1492. Esta expulsão fez com que os judeus levassem o seu
conhecimento, habilidades e dinheiro para os Países Baixos, Veneza e Londres.
Ali tiveram de criar recursos materiais em banhados que ninguém queria ou
valorizava. A Inquisição estabelecida na Espanha ganhou rapidamente a adesão de
Portugal e um instrumento legal e eclesiástico que segregou, condenou e puniu
qualquer índice israelita..
Naõ queremos olhar, pela parte theologica, a
expulsão e extermínio dos Judeus de Portugal; porque escrevemos como políticos:
porém naõ podemos deixar de observar, que homens pios, e instruídos, oppuzéram
a sua authoridade, contra aquelles procedimentos; e basta lembrar o veneravel
Bispo Osório, que ninguém pôde taxar de irreligioso, nem de ignorante. Os
mesmos Papas era Roma, nunca exterminaram os Judeus dos seus territórios; e o
Papa reynante, Pio VII. logo que foi restituídoa seus Estados, tornou a impor
aos Judeus as restricçoens, em que d'antes viviam, a fim de extorquir delles
dinheiro; porém naõ os exterminou. ¿ E porque fatalidade quererá o Governo
Portuguez ser nisto mais Christaõ do que o Papa ? Naõ ha duvida, que o Soberano
de qualquer paiz tem o direito de prohibir qualquer culto religioso; se este
for contrario á moral. He assim que em Roma se perseguio o culto de Bacho,
quando ali foi introduzido, pelas abominaçoens, que os seus sectários
practicavam, conforme refere o historiador Tito Livio. Porém nenhuma razão se
pôde dar para similhante procedimento a respeito dos Judeus, que havia tantos
séculos habitavam Portugal. A moral, que ensina a religião dos Judeus, he a
mesma dos Christaõs, segundo se contém nos livros, que tanto uns como outros
respeitam como sagrados; logo tal religião naõ pôde ser prejudicial ao Estado:
e contendemos, que, neste cazo, a prohibiçaõ civil he injusta. Os Judeus naõ
fazem proselytas; e até recebem, com a maior difficuldade, alguém que se queira
submetter voluntariamente ás penosas cerimonias e privaçoens de suas leys e
custumes. E portanto, até neste ponto de vista, he a sua religião de nenhum
perigo ao Estado.
Fig. 05 – Imagem
é dos 1.380 judeus expulsos de Frankfurt no dia 23 de agosto de 1614. Os
territórios teutônicos promoveram várias
sucessivas limpezas étnicas nos seus territórios antes de atingir o
Holocausto da II Guerra Mundial. Os judeus foram um dos grupos mais
visados por esta ortodoxia étnica e
difícil compreensão
O extermínio dos Judeus de Portugal
levou á Hollanda as suas riquezas, o seu commercio, e a sua infatigavel
industria ¿- que ganhou a religião Christaá com esta perda de Portugal ? Os
Judeus saõ taõ Judeus na Hollanda, como o seriam se «cassem em Portugal: por
esse extermínio e perseguiçoens naõ se converteram ao Christianismo; e Portugal
perdeo as grandes vantagens de os possuir.
Talvez se alegue com os que ficaram
em Portugal, que se fizeram Christaõs; ¿ e poderá algum verdadeiro Christaõ
gloriar.se de ter feito entrar no grêmio de sua Igreja aquelles in. dividuos, a
quem o ferro e fogo forçou a chamar-se Christaõs da boca para fora? Naõ
entraremos aqui na contemplação dos horrores, que a Inquisição tem commettido
contra os Judeus, em Portugal, sem outro nenhum fim senaõ o de aproveitar-se de
seus bens: deixamos aos moralistas esta triste contemplação: porém sem duvida
vivemos em tempos, em que a politica pôde considerar estes assumptos, sem temor
dos fanáticos, pela parte que pertence ás máximas de Governo.
Fig. 06 – A
Rússia profunda foi refúgio de muitas comunidades de judeus. Ali fundaram
colônias nas quais a educação escolar era associada e reforçava a educação
religiosa.
É nesta Rússia profunda
que o fotógrafo e químico russo Sergey Mikhaylovich PROKUDIN_-GORSKY
(1863-1944) os surpreendeu, no ano de191
, e fixou esta imagem colorida.
Grande numero de Judeos, na Hollanda
e na Inglaterra, se applicam ao commercio das pedras preciosas, e do ouro e
prata; que saõ os mais importantes productos do Brazil; e he deste commercio de
que menos entendem os Portuguezes; logo muito ganharia o Brazil, se taes
negociantes lá estivessem estabelecidos, em vez de disfructarem as riquezas,
que dahi lhes provém, em paizes estrangeiros. Talvez, ainda em outros
respeitos, fossem os Judeus um meio muito efficaz de estabelecer em bom pé o
commercio do estrangeiro, que he preciso confessar se acha em maior decadência
do que éra de esperar; porque os mais importantes ramos ha annos que só correm
pelas maõs das outras naçoens. He verdade que muitas pessoas alegam contra os
Judeus, naõ os principios de sua religião, mas a sua depravaçaõ, em serem
usurarios, &c. ; mas, além de que taes accusaçoens universaes saõ sempre
falsas, temos contra isto a experiência daquelles paizes, aonde os Judeus gozam
toda a plenitude da liberdade de seu culto, de e sua industria. Na Inglaterra,
por exemplo, ninguém ainda achou, que os Judeus com taes abusos fizessem mal ao
Commercio; e pelo contrario mais de uma vez o Governo se tem valido delles,
para os empréstimos públicos, em occasioens importantes. As convulsoens da
Europa, o systema actual de muitos Governos, que parece estarem determinados a
desgostar seus subditos ; e outras causas mais, produzirão uma grande emigração
de toda a Europa. Naturalmente se olhava para a Inglaterra, como o paiz, que
atê aqui se chamava o paiz da liberdade: porém o Governo Inglez vai adoptar uma
medida (a continuação do Alien Bill) que deixa precária a segurança pessoal dos
estrangeiros na Inglaterra; e como nenhuma pessoa quer arriscar a sua
propriedade, em paiz aonde a sua liberdade naõ está segura; he evidente que
todo o Europeo que desejar emigrar do seu paiz, temendo a Inglaterra, voltará
as suas vistas para os Estados Unidos.
Fig. 07 – A
ocupação holandesas do Nordeste Brasileiro (1624-1654) contava com uma nutrida
colônia de judeus. Estes conseguiram das autoridades lusas substantiva indenização de suas propriedades
e empresas. O dinheiro desta indenização
permitiu-lhes comprar a ilha de Manhattan que transformaram em Nova Amsterdam
que mais tarde passou a se denominar Nova York. Restou o seu cemitério
israelita em plena ilha de Manhattan
Uma gazeta Alemaã menciona, que 200 ou 300
Suissos se estavam preparando, para emigrar para os Estados Unidos da America;
formando todos junctos uma colônia Elles intentavam descer pelo Rheno desde
Basilea; e embarcar-se em algum dos portos da Hollanda. Este facto fez algum
estrondo, pelo numero das pessoas, que emigraram junctamente; mas os
indivíduos, que separadamente embarcam de differentes portos da Europa, para a
America, tem sido, e continuará a ser mui considerável. Esta circumstancia vai
certissimamente abrir nova fonte de população e de riquezas para a America
Unida, que tanto se tem aproveitado das convulsoens da Europa, pelos 25 annos
passados, para augmentar e fazer opulentos aquelles paizes, com a liberal e
illuminada politica de admittir os fugitivos da Europa. ¿ Por que razaõ nao ha
de o Brazil também tirar partido dos erros dos Governos Europeos, adoptando a
mesma linha de comportamento? He bem sabido, que, quando Luiz XIV. revogou em
França o Edicto de Nantes, pelo qual se tinha concedido aos Protestantes
liberdade de consciência, estes se viram obrigados a deixar o seu paiz natal: e
a Inglaterra se aproveitou avidamente do erro d'El Rey de França, recebendo em seu
seio todos os Protestantes emigrados; aquém naõ só deo azylo e protecçaõ; mas
pensoens pecuniárias, continuadas a suas famílias; algumas das quaes, ainda se
cobram hoje em dia. Pareceo que este procedimento liberal da Inglaterra so
tinha em vista o soccorrer indivíduos da mesma crença religiosa; porém o
effeito foi da maior importância para os interesses da Inglaterra; porque estes
emigrados Francezes trouxeram áos Inglezes conhecimentos, nas artes e
sciencias, até entaõ desconhecidos, e desde esse período as manufacturas
Inglezas começaram a adiantar-se, até que por fim chegaram ao ponto de
superioridade, que ainda conservam, com grande minadas fabricas Francezas, que
foram proporcionalmente em decadência. Presentemente as desordens políticas
poderiam dar novo impulso ás riquezas da Inglaterra, mas ella naõ se determina
a isso. A America tirará o melhor partido.
Fig. 08 – O
ouro, as pedras preciosas e a madeiras nobres
do Brasil foram e continuam sendo
fontes de renda para várias culturas europeias. Entre estes mereceu especial
cuidado e aprimorarão de técnicas da parte de comunidades e empresas de
propriedade de judeus Estes, privados da posse de terras, investiram em
tecnologia, conhecimento e práticas comerciais qe não conheciam fronteiras
físicas e econômicas
O Brazil podia aproveitar-se agora
mais do que ninguém; e povoar immensas terras; até mesmo edificar novas villas
e cidades, seguindo um systema liberal, e conforme á saã politica, assim como a
seus verdadeiros interesses. O Papa tem notificado, que quer reformar o modo de
proceder da Inquisição, abolindo as denuncias em particular, a tortura, a falta
de advogados que defendam os reos, e outras practicas, que se adoptáram para
aquelle tribunal, contra todo o direito, contra toda a razaõ, e contra os
mesmos principios da Religião, que elles pretendem sustentar. Se o Papa pôde
modificar este tribunal criminal em seus dominios; também o Soberano de
Portugal pode fazer o mesmo nos paizes qne governa. Que o Governo do Brazil
esta persuadido de que tem este direito se prova, por ter abolido a Inquisição
de Goa, sem consultar o Papa. Logo nada resta senaõ generalizar a providencia,
fazendo-a util a toda a Monarchia; porque a abolição total da Inquisição daria
ao Mundo uma idea tal de reforma no Governo Portuguez, e lhe adquiriria tal
credito de possuir principios liberaes, que naturalmente excitaria segurança
nos indivíduos, que se quizessem ir estabelecer no Brazil.
Fig. 09 – A
Natureza cobriu o Brasil com uma chuva
de ouro e de pedras preciosas. No entanto cabe à criatura humana descobrir,
avaliar e usar adequadamente esta chuva de riquezas. Um dos povos que mais cedo
do acordou para descoberta, avaliação e uso adequado dos metais e pedras preciosas foi a
comunidades judaica. Na ERA
PÒSINDUSTRIAL os equipamentos tecnológicos necessitam e usam cada vez ais as
propriedades atômicas do ouro. Porém esta muito distante desta fronteira do
domínio e uso das qualidades e recursos que esta material adquire nestas
tecnologias de ponta.
Naõ suppomos, que para ter lugar
esta importante acquisiçaõ das riquezas dos Judeos, e da industria dos artistas
estrangeiros, basta a abolição da Inquisição. Este passo he de grandíssima
importância para inspirar confiança; mas deve ser auxiliado por outras medidas,
que se deveriam annunciar autenticamente em uma proclamaçaõ Regia, fundada em
ley ou decreto, pelo qual se estabelecesse no interior do Brazil um ou mais
lugares, destinados a servir de azylo aos emigrados estrangeiros; aonde se dessem
terras para cultura, e chaõs para edificarem suas casas; assim como se
determinassem os avanços de dinheiro, que se deveriam fazer a cada individuo; e
o tempo em que taes avanços deveriam tornar a ser pagos ao Governo.
Fig. 10 – A
migração dos açorianos sempre mostrou que era nos seus conhecimentos, práticas
agrícolas e artesanato residia o valor que portavam nas suas magras valises.
Entre eles viviam judeus originários tanto dos Marrocos com aqueles cuja origem
eram os Países Baixos. Evidente que,
entre eles, havia numerosos “cristãos novos” mas cujos hábitos, culturas e
origem étnica comandava sua vida social, econômica e política.
Com providencias análogas a isto que aqui indicamos, se povoou
com colonos das Ilhas dos Açores, a fértil provincia do Rio-grande do Sul; uma
das mais importantes do Brazil. Logo naõ pode haver duvida, que os mesmos e
ainda maiores beneficios resultariam, seguindo a mesma idea a respeito dos
estrangeiros. He verdade que a forma de Governo, nos Estados Unidos, tem muito
mais attractivos do que a do Brazil: isto naõ tem remédio; porém, por outra
parte, os emigrados, que chegam aos Estados Unidos, ja naõ acham terras de
graça: saõ obrigados a compradas; quando no Brazil ha muito que da; e deve-se
ainda em cima ficar agradecido a quem quizer aceitar essas terras para as
cultivar. E quanto á forma de Governo, alguma modificação se pôde introduzir;
que sem assustar os amigos da antiga desordem dos governos militares, dem aos
novos colonos ideas de segurança pessoal, capazes de os tranqüilizar, quanto
aos seus temores a respeito do despotismo dos Governadores.
Interior
da SINAGOGA na ILHA TERCEIRA dos AÇORES
Fig. 11 – Esta
sinagoga açoriana possui, na sua
simplicidade, os elementos essenciais de um lugar desta natureza. A LUZ natural
das janelas dialoga com a LUZ artificial do candelabro, o lugar do publico e o
ambiente sagrado e elevado de um lado para o TORAH e as duas TABUAS da LEI e o outro extremo o lugar presidencial
do rabino. Reservado para os homens era o lugar do qua emanavam as diretrizes gerias da vida social, econômica
e política desta comunidade fechada sobre si mesma como as paredes invioláveis
para um olhar externo e não autorizado
Achamos nos foraes, que os antigos
Reys de Portugal deram a muitas villas e cidades, cuja população queriam
augmentar, assas de exemplos dignos de imitação; e quando alegamos com a
authoridade de Reys Portuguezes, esperamos que os mandoens naõ chamem a taes
planos effeitos do Jacobinismo ; que he o papaõ do nosso tempo; com que se
assustam todos, a qualquer proposição de melhoramentos.
Fig. 12 – As
Ilhas dos Açores - descobertas e ocupadas pelo governo de Portugal a partir
1354 e 1357 - começaram a receber habitantes que ali desenvolveram os seus
conhecimentos, práticas agrícolas e artesanato peculiares. A arquitetura
domiciliar era um abrigo estritamente familiar e coerente com as tradições de povos como os judeus. Estes oriundos de
Portugal, dos Marrocos e dos Países Baixos. Evidente que, entre eles, havia
numerosos “cristãos novos”, mas cujos hábitos, culturas e origem étnica
comandava sua vida social, econômica e política.
A questão judaica era
uma entre tantas que Dom João VI enfrentou como Príncipe Regente. Sem alarde ou
propaganda estava a caminho da concretização de um pacto social, econômico,
social e ecológico especialmente para o BRASIL em vias da busca de sua
soberania.
Com cautela, sem
sobressaltos ou sustos abriu caminho para o se filho assumir a continuidade das
suas ações. Ações que o desvinculavam gradativamente do seu papel de monarca
autocrático e mitificado e encapsulado por uma corte ciumenta e parada no
tempo.
O CORREIO BRAZILIENSE,
de maio de 1.816, destaca e elogia esta vontade real de dialogar com a ORIGEM
do SEU PODER. Ele busca o diálogo com a Câmara e o Senado que representam a
ORIGEM do SEU PODER nas concepções da primeira fase da ERA INDUSTRIAL. Como Príncipe Regente Dom João VI se aproxima,
aos poucos e sem atropelos, da concepção
da MONARQUIA CONSTITUCIONAL que ele irá jurar já como rei, no dia 01 de outubro
de 1822[1], de retorno do Rio de Janeiro.
A p. 410, publicamos a falia do
Senado da Câmara do Rio de-Janeiro a S. A. R. o Príncipe Regente, e a sua
resposta naquella occasiaõ. Importante, e mui importante nos pareceo este
facto. Ha séculos, que os Soberanos de Portugal naõ tinham apparecido em
publico, em seu character de Soberanos. As leys, consideradas em particular, recebiam
a approvaçaõ Regia. O Monarcha éra so conhecido por sua signatura. Os seus
mandados apparecem como respostas do oráculo. O Rey he estranho ao povo; o povo
desconhecido do Rey. Antigamente os Reys de Portugal tinham muitas occasioens
de apparecer em pnblico, decorados com a sua coroa, sceptros e mais insígnias
da Realeza. Assim fallávam ás Cortes, e recebiam os memoriaes, e ouviam as
oraçoens das differentes corporaçoens do Reyno; e no mesmo apparato de grandeza
assistiam ás festividades publicas, em que se expressava o gozo e alegria da
naçaõ. Nada diremos da falia do Senado da Câmara do Rio-de-Janeiro: foi o seu
primeiro ensaio. A resposta de S. A. R. pareceo-nos cheia de dignidade, breve, e
apropriada á occasiaõ. Mas naõ referimos o facto para examinarmos a matéria:
olhamos para a introducçaõ do custume, como feição a mais importante ; e porque
desejamos que o Soberano sinta os bons resultados de se encontrar com seus
vassallos, em occasioens publicas, taes como a de que se tracta. He entaõ que o
Soberano apparece como tal, e os vassallos por meio de seus representantes lhe
prestam a devida homenagem como subditos. Em toda a outra occasiaõ o Soberano
só se apresenta como individuo, e dirigindo-se a seus cortezaõs ou a seus
criados. os julgamos que a dignidade e influencia Real deve passar além de
mostrar-se meramente a seus Ministros; e só quando o Soberano tracta com corporaçoens
representantes do povo, he que se pôde dizer que he El Rey quem ouve os seus
vassallos.
No contraditório a este
otimismo, fica evidente que NEO BASTA A ATUALIZAÇÃO das INTELIGÊNCIAS HUMANA
por meio de todos os progressos da criação, da circulação e da recepção das
INFORMAÇÕES. Apesar desta REDE MUNDIAL de ATUALIZAÇÃO das INTELIGÊNCIAS HUMANAS,
abrem-se abismos cada vez mais profundos entre governos e governados, entre
corporações, ideologias e castas sociais, econômicas e políticas.
Fig. 13 – MOSES MORDECAI
MARX LEVI (1818-1883), ou Carl MARX, era neto de dois rabinos. Ele foi o judeu
de maior projeção na ERA INDUSTRIAL e com o maior número de prosélitos ou de
franca oposição, A sua obra “A QUESTÃO JUDAICA” permitiu-lhe uma busca
conceitual, de dentro para fora, com o objetivo de enxergar, realizar uma análise externa e fixar algumas
contradições e problemas inerentes à sua origem .Esta análise
foi-lhe possível no âmbito da cultura inglesas na qual encontrou apoio do
“CAPITAL” para escrever e publicar o primeiro volume desta obra fundamental
para a ERA INDUSTRIAL
Na ERA PÓS-INDUSTRIAL possui
mais ferramentas do que jamais para a concretização de um pacto social,
econômico, social e ecológico. Porém para o Brasil, de maio de 2016, a EFETIVA
PESQUISA, a VONTADE e a SENSIBILIDADE para a concepção e a concretização de um
pacto social, econômico, social e ecológico estão distantes. O seu ESTADO e o
seu GOVERNO ainda não fizeram as pazes
com as concepções e mentalidades da ERA INDUSTRIAL. Para tornar concreta esta
mudança, faltam - a esta ESTADO e o seu GOVERNO - as ferramentas, a vontade
política, econômica e a inteligência social que sobram ao PODER ORIGINÁRIO do
BRASIL.
O exemplo, as
realizações e a sabedoria das quais se
vale Israel para transformar em complementariedades as suas evidentes
contradições - pode motivar e abrir caminho ao PODER ORIGINÁRIO BRASILEIRO a DAR
ESTE SALTO de QUALIDADE e caminhar ao lado das culturas e civilizações mais
desenvolvidas do Planeta.
Fig. 14 – A capacidade de transformarem em
complementariedades as suas contradições internas e externas permite aos
israelitas cultivarem a memória desta competência e transformá-las em celebrações. Os filhos de Israel constituíam um grupo
de dentro e separado da sociedade externa pelo limite dos seus rituais, de sua
iniciação, pela absoluta predominância e hegemonia masculina e pela isenção de proselitismo. A capacidade
renovada de transformar estas contradições em complementariedade os deixa preparados para viverem a ERA PÓS-INDUSTRIAL caracterizada pela abstração mental, pela informática, pela circulação planetária e constante perscrutar dos segredos da vida.
JUDEUS
em PORTUGAL
RELAÇÂO
do Rei Afonso HENRIQUES com os JUDEUS
A
NOBREZA em PORTUGAL – NÂO HEREDITÀRIA
GUETO
de VENEZA
Donatella CALABI “ “GHETTO de
VENISE 500 nas”
O MERCADOR de VENEZA
JUDEUS
no MUNDO em 2016
CEMITÈRIO
de JUDEUS BRASILEIRIS em NOVA YORK
CRISTÂOS
NOVOS no BRASIL
A
PRATA no BRASIL
JOALHERIA
no BRASIL e JUDEUS
JUDEUS no BRASIL Belém do PARÁ
JUDEUS
em NATAL-RN e CAMPINA GRANDE-PB
http://judaismohumanista.ning.com/group/iechudimsefaradimanusimdatim
SOBRENOMES
de JUDEUS no BRASIL
AÇORIANOS
JUDEUS
SINAGOGA de PONTA DELGADA
e ESCRAVOS BRANCOS
A REALIDADE do dito NOVO MUNDO
IMIGRAÇÃO
PORTUGUESA ao BRASIL
IMIGRAÇÃO AÇORIANA ao BRASIL
REGIÕES
CULTURAIS do RIO GRANDE do SUL e
AÇORIANOS
MESTRE
JUDEU RUSSO
MOSES
MORDECAI MARX LEVI
(1818-1883) Carl MARX
A questão judaica em Carl Marx
DIREITOS
IGUAIS
MULHERES
DESCRIMINADAS diante do MURO de LAMENTAÇÔES
CORNELIUS
GURLITT
SALOMON
SMOLIANOFF
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