Aos AMIGOS, os FAVORES: aos INIMIGOS, a LEI...
“As pessoas serão boas ou más, acidentalmente; o
sistema é que acusamos de mau radicalmente”
in CORREIO BRAZILIENSE, novembro
de 1814, p. 710
Fig. 01 –
As atividades artesanais, da peça única e de técnicas secretas da guildas
estavam dando lugar para as técnicas disseminadas universalmente pela imprensa,
para as peças múltiplas iguais, uso de ferramentas e máquinas industriais em
série e produtos resultantes da linha de montagem. Desapareciam
as atividades e o trabalho do agricultor dependente das leis implacáveis da
Natureza e reguladas pelas estações do ano.
Os favores e a proteção
lusitana aos espertos ingleses não foi no grito e nem apregoados aos quatro
ventos. Porém basta ler e descobrir, entre as linhas dos decretos reais, os
beneplácitos e favores que estavam reservados aos britânicos. O resultado não
podia ser pior e mais ruinoso para Portugal. Fortunas particulares investiram
em empresas com garantia real, mas que de fato já nasceram mortas devido a um
rosário de tratados ruinosos realizados por um regime monocrático, centralista
e incompetente da corte lisboeta. Conceder vantagens ao mais forte, ágil e
competente significava a pá de cal sobreo estímulos reais às FÁBRICAS de SEDA
Era necessário todo o
cuidado para qualquer iniciativa, empresa e indústria no REINO UNIDO após o
ALVARÁ de Rainha Maria I, de 1785, proibindo toda a fábrica no Brasil[1]
que mandava delatar e destruir a todas.
De fato este reino, desde
longa data, era um mercado cativo inglês. O dedo e olhar britânico certamente
estavam atentos a qualquer potencial concorrente. Este dedo e olhar patrulheiro
da Inglaterra desconfiavam das andanças e projetos franceses do Conde da Barca
sempre se pautou pela Ciência, cultura e Diplomacia francesas. Desconfiança das
atividades e projetos de Joaquim Le Breton, trazido ao Brasil por este Conde[2].
Explica o olhar complacente da Coroa Lusitana com Hipólito da Costa e o seu
Correio Braziliense impresso em Londres.
Portugal tinha exaurido
a sua Colônia Brasileira e o seu erário, após o desastrado Tratado Methuen[3].
Estes tratados luso-britânicos vinham desde a Idade Média e se intensificaram
com a Era Industrial. Evidente com
amplas vantagens para os espertos ingleses que consolidaram a sua Indústria, o
seu Comercio mundial e os levou a liderança de um novo colonialismo ao longo do
século XIX.
[1] ALVARA de D. MARIA I de 1785 http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=978&sid=107
[2] CARTA de LE
BRETON ao CONDE da BARCA
Fig. 02 –
As primitivas oficinas medievais das atividades artesanais davam lugar para ferramentas
e máquinas industriais em série e linha de montagem.
A montagem e o funcionamento destas
primitivas máquinas eram ensinados pela Enciclopédia Francesa em desenhos
legíveis para rodos. Empreendedores avulsos seguiam estes manuais e montavam suas
próprias produções e negócios.
A Enciclopédia Francesa
teve tantas resistências, proibições e censuras em grande parte por divulgar
aos segredos e as fórmulas secretas das Guildas Medievais. Segredos e formulas
secretas passadas pelos mestres a aprendizes no mais inviolável sigilo e cuja
quebra poderia custar a vida do temerário.
Os privilégios aos
britânicos foram conquistados por empreendedores temerários e que vasculhavam a
Física, a Química e a Biologia pelos métodos
empíricos experimentais do erro-acerto. Numa sequência de grandes
pesquisadores ingleses desvendaram as Leis da Gravidade Universal como Isaac Newton
(1643-1727), dos gazes e do vapor de agua de John Dalton (1766-1844) e as
seleções do gado e vegetais em suas bem cuidadas propriedades rurais. Na
Inglaterra a Era Industrial não veio por
ruptura, decreto ou salto mágico. Houve uma teleologia interna, que gerou um
pacto e uma tradição da inovação comandada pelo cidadão. Este cidadão ganhou
cada vez mais relevo na política, na economia e na cultura desde o tempo de
Oliver Cromwell (1599-1658). Este pacto
social, econômico e cultural britânico
tornou-se cada vez mais evidente o poder deste cidadão emancipado e que foi
questionado e reduzindo privilégios da nobreza, do clero e dos reis ingleses.
O redator do Correio
Braziliense estava vivendo e dando forma escrita portuguesa e impressa a este pacto social, econômico e
cultural britânico.
Fig. 03 –
A produção de seda em Portugal vinha da época dos mouros. Na época do Marquês
do Pombal o Estado lusitano fortaleceu estas empresas com subsídio oficiais.
Ao ganharem vulto construíram prédio
que abrigavam esta produção. Porém o trabalho com as mãos não encontraram
grandes entusiastas. O homem continuava a cultivar os campos, cabendo para
crianças e mulheres este trabalho repetitivo e altamente controlado por
administradores nem sempre competentes e satisfeitos com esta função menos
nobre e recompensada do que aquela da casta militar, governamental ou clerical.
CORREIO
BRAZILIENSE de MARÇO, 1816. VOL. XVI.
Nº. 94, p. 213.
POLÍTICA.
Documentos officiaes relativos a Portugal.
Edictal da Juncta da Fabrica das Sedas,
prohibindo a importação dos tecidos de seda estrangeiros.
O
PRÍNCIPE Regente Nosso Senhor por Sua Resolução Soberana de cinco de Outubro de
mil oitocentos e quinze, tomada em Consulta da Direcçaõ da Real Fabrica das
Sedas e Obras de Aguas-Livres[1]:
Foi Servido prohibir geralmente a introducçaõ nestes Reynos, dos Tecidos de
Seda de todas as qualidades, vindos de Paizes Estrangeiros; salvas porem as
Estipulações do Tractado de Commercio entre o Mesmo Augusto Senhor e Sua
Magestade Britannica. E para constar se mandou affixar este Edital. Lisboa em
Direcçaõ de vinte e três de Fevereiro de mil oitocentos e deseseis.
JOSE ACCURSIO DAS NEVES.
JOSÉ BARBOZA DE AMORIM.
Conceder vantagens às “Estipulações do Tractado de Commercio entre
o Mesmo Augusto Senhor e Sua Magestade Britannica” significado, de fato
privilegiar e favorecer o mais forte, ágil e competente. significava a pá de cal sobreo estímulos
reais a FÁBRICAS de SEDA
[1] Real Fábrica
das Sedas e Obras de Águas Livres: http://www.aatt.org/site/index.php?op=Nucleo&id=218
Fig. 04 –
As atividades nas primitivas maquinas da indústria da seda de Portugal eram
confiadas às mulheres, enquanto os
homens estavam no mar, na lavoura ou na guerra.
Máquinas de pouca produção e de
parcos rendimentos movidas com o esforço
físico repetitivo. Evidente
que a remuneração não podia competir com as máquinas inglesas que aos poucos
estavam sendo movidas com máquinas a vapor e há muito tempo pela força
hidráulica das quedas da água.
CORREIO
BRAZILIENSE de MARÇO de 1816. Vol. XVI. Nº
94, pp. 294-296 Miscellanea.
Reflexoens sobre as Novidade deste Mez.
REYNO UNIDO DE PORTUGAL E BRAZIL.
No principio deste N**. copiamos a mui acertada prohibiçaõ de se
importarem para Portugal tecidos de seda do Estrangeiro ; com o fim de proteger
e fomentar as fabricas de seda nacionaes.
E com tudo, o regulamento, que he expedido em forma de edital da
Juncta de Administração da Fabrica das sedas, em Lisboa, naõ preenche ainda os
nossos desejos, nem na forma, nem na substancia.
As medidas relativas ao commercio estrangeiro, como he a prohibiçaõ da
importação de qualquer artigo, saõ expedientes, que abrangem interesses geraes
da naçaõ, e por tanto a sua consideração naõ deve pertencer a uma Juncta, cujas
funcçoens se limitam ao estreito ramo de administrar os trabalhos de uma
fabrica de seda.
As listas ou pautas dos direitos d'alfandega, saõ o meio mais directo,
que tem o Governo, para regular as importaçoens e exportaçoens de tal maneira,
que a vantagem das permutaçoens fique sempre da parte dos naturaes, o mais que
for possível. Isto se obtém, impondo direitos na importação, differentes
segundo o os diversos artigos; carregando mais aquelles, qne acham similhantes
objectos manufacturados no reyno; menos os que naõ encontram esta concurrencia;
e mui limitados ou nullos, nos gêneros de primeira necessidade, ou que se naõ
encontram no paiz.
A consideração destas circumstancias he nao só importante,mas exige
conhecimentos practicos do estado das fabricas do reyno, e além disso
instrucçaõ theoretica sobre os principios de economia política. Portanto, os
regulamentos desta natureza naÕ devem nunca ser expedidos por uma corporação,
cujos objectos saÕ taÕ limitados, como he a Juncta de Administração da Fabrica
das serias.
No estado actual das cousas, em que a machina politica, carece de
tantas reformas, a corporação a quem melhor pertenceria a formação da pauta das
alfândegas, he iadisputarelmente a Juncta de Commercio; a qual deveria sempre
ouvir os negociantcs mais instruídos, e publicar com toda A solemnidade o
resultado de seus trabalhos; consultando o Soberano todos annos, sobre as
modificaçoens necessárias na pauta, e dando o tempo sufficiente, para
informação dos negociantes estrangeiros, antes de se commeçarem a cobrar os direitos,
segundo a nova pauta annual.
Fig. 05 –
Em sociedades e culturas de alto controle monocrático estatal, econômico a lei
precede mesmo que ela não tenha a ver nada com a natureza e o fato da produção
industrial. No Regime monocrático e centralista de Lisboa,
o controle deste texto era privilégio clerical sob o férreo patrulhamento do
poder estatal que era chamado a eliminar os transgressores. Permaneceu o
pretexto e o hábito de o cidadão
contornar esta dupla força coercitiva e de patrulha da criatividade mesmo que
esta ameaça esteja apenas na memória coletiva brasileira.
Neste caso das sedas, sem duvida, a Juncta do Commercio deveria
consultar a Administração daquella fabrica de Lisboa; porém achamos mui
informal, que um regulamento, que tem força ley, e conseqüências penaes, como
saõ os castigos dos contrabandistas, que contravierem este edital da Juncta,
seja expedido por um mero edital daquella Juncta e em Consequencia de um avizo
da Secretaria de Estado. A designação de novos crimes he matéria de demasiada
seriedade, para ser tractada com taõ pouca cerimonia.
Fig. 06 –
A linha de montagem e as suas máquinas primitivas das fábricas de seda de
Portugal não as distanciavam das atividades artesanais, da peça única e das
técnicas medievais. Incapazes
de acumular capital, insumos e mão de obra treinada e específica. Sem uma
produção em nível crítico e sem o mercado desenhado e aparelhado para receber e
comercializar um volume rentável, rapidamente tiveram de encerrar a produção
diante dos déficits acumulados. Par tudo isto pouca adiantava uma legislação
autoritária e patrulhada pelo poder eclesiástico.
Pelo que respeita a substancia do edital, também julgamos, que naõ
abrange quanto devia alcançar. O Reyno Unido de Portugal, dos Algarves e do
Brazil, he um só, e debaixo do mesmo Governo; os seus interesses devem, por
isso, ser idênticos. Se em alguma parte do Reyno Unido ha uma producçaõ ou
manufactura; he necessário, que todo o Reyno Unido dali se forneça, em quanto
isso fôr possível; e com a devida preferencia aos paizes estrangeiros. Assim, a
prohibiçaõ da importação das sedas, em quanto serve de fomentar as fabricas de
Portugal, devia mui especificadamente comprehender o Brazil, que he a parte
mais extensa do Reyno Unido.
Estes raciocinios saõ applicaveis ao presente estado das cousas, mesmo
havendo uma Juncta de Commercio cm Lisboa, outra no Brazil. Mas ¿quem nao vê, que o presente arranjamento de
Administração, no Reyno Unido, he, em todas as repartiçoens importantes, um
monstro de duas cabeças? Dissemos ja, cm nosso N°. passado, que, approvando
muito a denominação de Reyno Unido, que S. A. R. foi servido conferir a seus
Estados, desejamos alguma cousa mais do que o nome, e que os Ministros deveriam
pensar nos pianos convenientes, para pôr em practica esta uniaõ.
Fig. 07–
As primitivas máquinas industriais não estavam distantes das atividades artesanais e dos esforços físicos
humanos. O
desparecimento de um técnico especialista comprometia todo o processo. As
fábricas de seda de Portugal operavam sem os tradicionais segredos da guildas
medievais e ainda sem escolas de artes e ofícios.
O exemplo, que temos neste edital, suggere naturalmente um dos pontos,
em que a meditada uniaõ dos reynos deve ser posta em practica; porque he
impossível, que os interesses commerciaes do Reyno Unido sejam bem regulados,
por duas distinctas Junctas de Commercio; e, por outra parte, he necessário que
a Juncta do Commercio seja composta de indivíduos, capazes de conhecer as
necessidades dos diíferentes ramos de Commercio, em todas as partes do Estado;
e que tenha meios de consultar os negociantes; e que estes tenham também meios
legaes, fáceis, e capazes, de fazer subir as suas representaçoens ao Soberano,
por meio dessa Juncta de Commercio.
O plano para pôr em practica estas ideas pertence aos Ministros de
Estado, que saõ pagos pelo Soberano para isto; e portanto contra elles deve
clamar a naçaõ, se o naõ fazem. E devemos lembrar, que naõ basta que se
satisfaçam, nestas matérias, com adoptar a suggestaõ de algum individuo, que
consultem em particular, como custumam; para depois blazonar com os talentos
emprestados; porque dessa practica resulta o mal de sustentar o Ministro
depois, a torto e a direito, o plano que atirou ao mundo como seu. He
essencial, que os Ministros, Ha formação de taes planos, tomem as medidas
necessárias, para se informarem da vontade da parte saã da naçaõ; visto que o
Soberano naõ pode querer outra cousa na oiganizaçaõ das leys, senaõ que dellas
resulte bem ao Estado; e que os seus subditos vivam contentes, na persuasão da
utilidade dessas leys.
Esperamos pois, com summa
anxiedade, pelos planos, que teraõ meditado os Ministros da Corte do Rio de
Janeiro, para estabelecer a unidade de
systema de administração, no Reyno a que deram o nome de Unido. De uma coisa pódem esses Ministros estar seguros; e he, que
os Portuguezes se naõ haõ de satisfazer, só com o nome de uniaõ; e que se faltar a realidade, uma vez que declararam a
nomenclatura, o erro do presente modo de administração será taõ conspicuo, que
ninguém lhe perdoará as más conseqüências.
Fig. 08 –
A preservação de um imóvel de uma empresa na qual muitos investiram suas
existências, trabalho e fortunas é índice de algo concreto e respeitável em
março de 2016.
Constituem-se índices concretos de
fracassos, lutas perdidas e projetos arrasados e que deveriam ensinar. Não
aprender estas lições significa ter de repetir esta amarga lição
Em março de 2016 o
Brasil é a 7ª economia do mundo e o 25º em exportações entre cerca de 200
nações soberanas. Evidente que a cobiça por esta potencial desta 7ª riqueza do
mundo está em nítido descompasso quando ¼ destas nações se põem a frente deste
gigante continental entrevado por uma pequena elite interessada política,
econômica e culturalmente nesta dependência. Elite oriunda dos hábitos e
costumes herdados da mentalidade dependente do Regime Colonial, Imperial e da
República Velha.
FIATECE POA-RS https://ojovemarquiteto.wordpress.com/2011/05/28/passeio-pelo-4%C2%BA-distrito-de-porto-alegre/
Fig. 09 –
Após a passagem da ERA INDUSTRIAL vigora, também em Porto Alegre, a estetização
de um passado morto que está no lugar de algo que não existe mais. Desapareceram as atividades e os
trabalhos da linha de montagem, surgem os interesses especulativos centrados
numa rápida obsolescência programada de franquias mundiais e que flutuam ao
sabor de um mercado de “cases” pontuais[1]. Evidente que são eventos pessoais
e que pouco somam para o conjunto da riqueza brasileira.
As exigências de uma
rede mundial, com subsídios embutidos e com a rápida implacável obsolescência
programada pelo marketing e pela
propaganda, tornaram este cenário impossível de ser contornado com a ERA
PÓS-INDUSTRIAL. Pouco ajudam ao Brasil, de 2016, fortunas particulares investidas em empresas
com garantia governamental, mas que de fato já nasceram mortas. Natimortos ou
com profunda microcefalia de um regime monocrático, centralista e incompetente
devido a um rosário de tratados ruinosos realizados em nome de conivências e
conveniência de quem pensa apenas nos seus próprios interesses políticos,
econômicos e culturais. Regime dependente das amplas vantagens que os espertos
de ¼ das nações do mundo consolidam
a cada dia a sua a ERA PÓS-INDUSTRIAL e COMERCIAL mundial e que os leva a
exercer uma vigorosa liderança de um novo colonialismo do século XXI.
Contra todas as
expectativas do editor do Correio Braziliense do “esperamos com suma ansiedade, pelos planos, que terão meditado os
Ministros da Corte do Rio de Janeiro, para estabelecer a unidade de sistema de
administração, no Reino a que deram o nome de Unido” o que viu foi um centralismo
monocrático mudado para Brasília com todos os vícios da corte colonial e imperial
do Rio de Janeiro. Enquanto a ERA INDUSTRIAL e PÓS-INDUSTRIAL se esfacelavam
numa atomização cada vez mais distante de um pacto ou de um projeto brasileiro
digno deste nome.
Na conclusão há necessidade de
concordar com Hipólito da Costa de que “o sistema é que acusamos de mau radicalmente” e que continua sendo a origem de
todos os males da ERA INDUSTRIAL e PÓS-INDUSTRIAL brasileira. “Aos amigos, os favores; aos inimigos, a lei” conforme a fórmula de Maquiavel.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
ENCICLOPÉDIA FRANCESA
HISTÒRIA da INDÚSTRIA da SEDA em PORTUGAL
REAL FÀBRICA de SEDA de LISBOA
Seda em Portugal
Museu da Seda de PORTUGAL
MAQUIAVEL AOS AMIGOS, os FAVORES: aos INIMIGOS, a LEI..
PASSEIO de JOVEM ARQUITETO em ANTIGA
área industrial de Porto Alegre
SETE “CASES” de SUCESSO no BRASIL 2016
[1] - SETE “CASES” de SUCESSO no BRASIL 2016 https://endeavor.org.br/7-cases-inspiradores-de-sucesso/
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